quinta-feira, 30 de setembro de 2010

111 blogs e sites de notícias de 47 cidades

Visitando o blog do Marcus Gusmão, constatei a inclusão do endereço eletrônico do blog ALACAZUM como sites de notícias de 47 cidades do estado da Bahia. O ALACAZUM agradece ao amigo Gusmão pela gentileza.

Visite: www.416destinos.blogspot.com

Quero ser uma televisão

"Senhor, esta noite, peço-te algo de muito especial. Transforma-me numa televisão. Quero ocupar o espaço dela. Viver como a televisão vive. Ter um lugar especial para mim e reunir a minha família em redor. Ser levado a sério quando falar. Ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções ou perguntas. Quero receber a mesma atenção que ela recebe quando não funciona. Ter a companhia do meu pai quando ele chega a casa, mesmo que esteja cansado. Que a minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida em vez de me ignorar. E ainda que meus irmãos "briguem" para poderem estar comigo. Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado de vez em quando para passar alguns momentos comigo. Por fim, que eu possa divertir a todos. Senhor não te peço muito. Só te peço que me deixes viver com intensidade o que qualquer televisão vive.

Quadro: A hora da poesia

Na 190° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 26 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio CLube de Valença 650 KHZ AM, apreciamos a poesia: Chega o verão da Cecília Meireles.

Chega o Verão

Vamos abrir as janelas ao vento salgado do mar.
Chega o verão, vagarosa nau, de um trêmulo horizonte,
com seu andar de floresta e seu odores enevoados
de resinas espessas e tormentas no alto da tarde.

Nuvens de cupins jorram da sombra, girando em cegueira.
Asas sem peso chovem o arco-íris, semeiam nácar pelos meus dedos.

Oh, por que serão feitas estas mínimas vidas
com tanta perfeição para instantâneas se desfazerem?

Vamos fechar as janelas sobre a noite, com seu vento de fogo.
Aqui vêm, despojados, os cupins pelas mesas,
arrastando-se por entre as próprias asas caídas.
Aqui vêm, num cortejo de desvalidos, de sentenciados...

Oh, dizei-me, dizei-me, que anjos, que santos, que potências
se ocupam desse silêncio movediço, do apressado
itinerário dos moribundos frágeis que passam.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

CONTINUAÇÃO DA LEITURA DE A BOTIJA DE CLOTILDE TAVARES



Na 190° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 26 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, cujo tema foi: A janela, o trem e a televisão" realizamos a leitura de mais um capítulo do livro: A botija de Clotilde Tavares.

Desafio Musical


Na 190° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 26 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, cujo tema foi: A janela, o trem e a televisão, oferecemos como desafio musical a música: Sou latino americano na interpretação de Zé Rodrix.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

JANELAS ABERTAS

Na 190·°edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 26 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio CLube de Valença 650 KHZ AM,cujo tema: A janela, o trem e a televisão" baseado no texto do professor Aloisio Franca da Rocha FIlho, publicado em Caderno Cultural A TARDE do dia 18 de novembro de 1995, apreciamos o belíssimo texto do Thyson Pereira que vive na cidade de Valença Bahia, cujo texto foi publicado em jornal local: Valença Agora


Quando a consciência não deseja mais compartilhar de certas escolhas que vivemos rejeitando, ficamos perdidos, entregues ao vento, mordidos, afastados, correndo perigo, algo maléfico de outros corroendo dentro de nós, nos fazendo regredir e procurar aquilo que nós deixamos no caminho.

Quando tomamos tal decisão, é o verdadeiro tempo perdido, a falta de convicção, da confiança em si mesmo, do amor próprio. Inevitavelmente nos vemos em um meio ainda maior de dúvidas, de coisas oferecidas sem nenhuma garantia; propostas vazias e cheias de interrogações. A idéia do dinheiro está muito clara nos dias de hoje, se você tem como se manter, você é visto com relevância, mas se não tem, fica a margem para uma dependência que vem acompanhada de uma imposição quase indireta – para muitos – de ser usado como um objeto desesperado.

A sociedade se movimenta de diversas formas e ao mesmo tempo de uma única forma. As pessoas vão e vem e muitas delas não sabem para que ou porque estão ali, em determinados lugares, desempenhando determinadas funções que lhe são impostas. Existe um desgaste por trás de algo que parece, a princípio, ser uma saída, um desgaste que tira o brilho das pessoas e impede que elas encontrem o espírito humano e mantenham – no caso de alguns – a visão de sonhar com um futuro melhor, um futuro que as leve a uma dimensão de vida alternativa, dentro dos seus planejamentos e objetivos.

As pessoas são de certa forma, usadas, e depois abandonadas com um salário de sobrevivência, mas o salário que ganham no final do mês não é suficiente para sua satisfação pessoal, de bem-estar, de levar os filhos à praia sem que estejam com a cabeça no trabalho e presas a responsabilidades que as sugam completamente. Sendo assim, vivem em um ciclo de vida artificial, onde trabalham, sustentam a família, vêem as notícias semanais, levam seus filhos para alguma diversão ou namorado/a, sempre presos a obrigações que os matam aos poucos.

Todos nós temos capacidade de desenvolver certas habilidades, porém, muitos não têm ou não buscam o acesso à cultura, a arte, que é um caminho para descobrir novos horizontes, para despertar a vontade de criar, pois, cada um tem o poder de criar, envolver, brilhar, mas falta estímulo, e na maioria das vezes, o mundo ao qual estão presas, as faz se distanciarem e dar as costas para tais oportunidades.

É um mundo de aparências, de viver para os outros e não para si mesmo. Todos são capazes de começar de novo. Para os jovens, vejo dois lados, que é o caminho que puxa para a necessidade de mostrar que realmente se tornaram adultos e que precisam desesperadamente estar no nível daquilo que eles vêem na TV, na própria sociedade. O outro lado é de esperar, esperar o momento certo para começar, analisar o que realmente faz sentido e o que realmente vale a pena, se fechar para esse mundo de desespero e se abrir para as coisas novas, para as coisas simples que se encontram tão perto de nós e que às vezes, não percebemos. Quando se está preso em um ciclo de obrigações e imposições é difícil, mas possível encontrar tempo para está aberto à cultura, para a possibilidade, que seja, de tentar escrever um poema, de pesquisar um bom livro, de procurar um bom filme, de tentar diversas coisas, que sim, podemos executar e nos envolver.

Em Valença, existem pessoas interessadas, que desempenham esse importante papel que mantém viva essa alternativa de vida, essa fuga das coisas escassas e desgastantes. Existem jovens e adultos que buscam estar abertos à diversidade da arte, das oficinas, das peças de teatro, de ocupações culturais. Com tudo, percebemos que o interesse externo é tão pouco quando poderia ser mais.

“ESCOLHAS” por Thison Pereira, integrante da “Oficina Luz Palavra e Som”

da Oficina Luz Palavra e Som, que articula cinema, música e produção textual,

no Centro de Cultura Olívia Barradas.

Trenzinho Caipira



Na 190°edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 28 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio CLube de Valença 650 KHZ AM, cujo tema: A Janela, o trem e a televisão" baseado em texto do professor Aloisio Franca da Rocha Filho, publicado em Caderno CUltural A TARDE do dia 18 de novembro de 1995, apreciamos como BG o tema: Trenzinho Caipira de Heitor Villa Lobos.


Composição: Heitor Villa Lobos

Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar
Cantando pela serra o luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar...


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Quadro: A hora do Samba

Clementina de Jesus

Na 190° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 26 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM cujo tema foi: A janela, o trem e a televisão" baseado em texto do professor Aloísio Franca da Rocha Filho, publicado em Caderno Cultural A TARDE de 18 de novembro de 1995, apreciamos a beleza do samba de Clementina de Jesus.


Na hora da sede você pensa em mim
Pois eu sou o seu copo d´água
Sou eu que mata a sua sede
e dou alivio a tua magoa
É sempre assim
você foge de mim
eu pra você só sirvo de água
Mas se a fonte secar você se acaba
Você vai, você vem, você não me larga


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Na 189° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 189° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 19 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, cujo tema foi Atlântida, o continente submerso, apreciamos a simbolica versão de uma lenda a respeito desta cidade desaparecida. Será verdade que existiu?

A lenda da Atlântida
Conta-se que houve em tempos um continente imenso no meio do oceano Atlântico chamado Atlântida. Era um lugar magnífico: tinha belíssimas paisagens, clima suave, grandes bosques, árvores gigantescas, planícies muito férteis, que às vezes até davam duas ou mais colheitas por ano, e animais mansos, cheios de saúde e força. Os seus habitantes eram os Atlantes, que tinham uma enorme civilização, mesmo quase perfeita e muito rica: os palácios e templos eram todos cobertos com ouro e outros metais preciosos como o marfim, a prata e o estanho. Havia jardins, ginásios, estádios... todos eles ricamente decorados, e ainda portos de grandes dimensões e muito concorridos.
As suas jóias eram feitas com um metal mais valioso que o ouro e que só eles conheciam __ o oricalco. Houve uma época em que o rei da Atlântida dominou várias ilhas em redor, uma boa parte da Europa e parte do Norte de África. Só não conquistou mais porque foi derrotado pelos gregos de Atenas.
Os deuses, vendo tanta riqueza e beleza, ficaram cheios de inveja e, por isso, desencadearam um terramoto tão violento que afundou o continente numa só noite. Mas parecia que esta terra era mesmo mágica, pois ela não se afundou por completo: os cumes das montanhas mais altas ficaram à tona da água formando nove ilhas, tão belas quanto a terra submersa __ o arquipélago dos Açores.
Alguns Atlantes sobreviveram à catástrofe fugindo a tempo e foram para todas as direcções, deixando descendentes pelos quatro cantos do mundo. São todos muito belos e inteligentes e, embora ignorem a sua origem, sentem um desejo inexplicável de voltar à sua pátria.
Há quem diga que antes da Atlântida ir ao fundo, tinham descoberto o segredo da juventude eterna, mas depois do cataclismo, os que sobreviveram esqueceram-se ou não o sabiam, e esse conhecimento ficou lá bem no fundo do mar.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Namor,o príncipe submarino

Na 189° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 19 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, cujo tema foi ATLÂNTIDA, a cidade submersa recordamos o desenho Namor, O Príncipe Submarino, é um personagem da Marvel criado em 1939 pelo desenhista Bill Everett, e por isso um dos personagens da Marvel mais antigos. Um dos primeiros anti-heróis dos quadrinhos.Sua namorada era a Lady Dorma, conhecida por aparecer na série de TV de 1966. Um de seus inimigos era Attuma (antigo vilão do Homem-Gigante).

ATLÂNDIDA





O caminho para a Atlântida
é de terra ou de luar?
é de linho, lã ou vento
o chão que devo pisar?
Parto agora para a Atlântida,
por estradas que invento,
passo perto de Pasárgada,
cruzo fronteiras no céu
e descubro que a Atlântida
fica na esquina de mim.



ROSEANA MURRAY

Dica de Leitura


Na 189° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 19 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, cujo tema foi ATLÂNTIDA, oferecemos como dica de leitura o livro: Timeu e Critias ou a Atlãntida de Platão.

Symphony X

Na 189° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 19 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM apreciamos algumas músicas do Álbum The New Mythology Suite, 5º álbum da banda de Metal Progressivo estadunidense Symphony X, totalmente conceituado ao povo de Atlântida.





Symphony X é uma banda americana de metal progressivo formada em Nova Jérsei em 1994 pelo guitarrista Michael Romeo. Seus álbuns Paradise Lost (2007) e V: The New Mythology Suite (2000) ganharam tamanha atenção da comunidade do metal, sendo considerada uma das melhores bandas do mundo atualmente.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Desafio Musical

Na 189° edição do programa radifônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 19 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM oferecemos como desafio musical a música: Que queres tu de mim na interpretação de Altemar Dutra.

Início da carreira


Iniciou sua carreira na Rádio Difusora de Colatina, no Espírito Santo, localidade para onde sua família havia se mudado, cantando uma música de Francisco Alves. Antes de completar sua maioridade, seguiu para o Rio de Janeiro, levando uma carta de apresentação para o compositor Jair Amorim, que o encaminhou a amigos do meio artístico. Tentou a sorte como crooner em boates e casas de espetáculos.

Primeiro disco


Gravou seu primeiro disco na Tiger, com "Saudade que vem" (Oldemar Magalhães e Célio Ferreira) e "Somente uma vez" (Luís Mergulhão e Roberto Moreira). Por volta de 1963, foi levado por Jair Amorim para o programa Boleros Dentro da Noite, na Rádio Mundial, e no mesmo ano Joãozinho, do Trio Irakitan, levou-o para a Odeon, onde foi contratado. Logo atingiu os primeiros lugares nas paradas de sucesso com Tudo de mim (Evaldo Gouveia e Jair Amorim), tornando-se conhecido em todo o Brasil.


Carreira internacional


Em 1964 gravou com grande sucesso Que queres tu de mim, O trovador, Sentimental demais e Somos iguais (todas de Evaldo Gouveia e Jair Amorim). Destacou-se também na América Latina, fazendo apresentações em vários países e gravando um LP com Lucho Gatica: El bolero se canta así. Com suas versões em espanhol, chegou a vender mais de 500 mil cópias na América Latina. Depois de ter dominado as paradas de sucesso locais, a partir de 1969 passou a conquistar fãs de origem latina nos EUA. Em pouco tempo tornou-se um dos mais populares cantores estrangeiros nos EUA. Apresentava um show para a comunidade latino-americana, no clube noturno "El Continente", em Nova Iorque, quando faleceu aos 43 anos, de derrame cerebral.


Foi casado com a cantora Marta Mendonça, tendo dois filhos, Deusa Dutra e Altemar Dutra Júnior, este também a seguir carreira artística.

Fonte: Wikipédia

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Universitários da UFRB -curso de Artes Visuais com Ênfase em Multimeios,selecionados em Evento Nacional


São Carlos, 20 de Setembro de 2010.

À Amaury de Freitas Silva e Estevan Martinez

Universidade Federal de São Carlos realiza, de 7 a 12 de outubro deste ano, a quarta edição do
CONTATO - Festival Multimídia de Rádio, TV, Cinema e Arte Eletrônica. O evento reúne atores culturais de todo o País na cidade de São Carlos, interior de São Paulo, em atividades gratuitas. A meta é realizar debates, oficinas e apresentações artístico-culturais que fomentem um novo espaço de discussão e reflexão fora das grandes capitais.

Tendo sido selecionados pelo chamamento ¨CONTATO Universitário 2010¨ a UFSCar convida Amaury de Freitas Silva e Estevan Martinez a integrarem a programação do quarto Festival Contato com a vídeo performance ¨Universitários Fazendo Sexo¨, solicitamos a presença dos responsáveis a partir do dia 4 de outubro deste ano para preparação da obra e extendemos o convite à toda a comunidade acadêmica da UFRB para que venham prestigiar o Festival CONTATO.

Em 2010 o CONTATO passa a integrar a Associação Brasileira de Festivais Independentes
www.abrafin.com.br. Neste ano também, o festival busca consolidar um modelo de gestão sustentável, solidária e colaborativa entre órgãos públicos, instituições privadas e sociedade civil. A proposta da gestão 2.0 (uma analogia com a web 2.0) é construir o festival juntamente com as pessoas e organizações da cidade e região fazendo do CONTATO mais catalizador do que proponente de suas ações. Esse novo modelo de gestão nada mais é que um reflexo dos anseios do festival, que desde sua primeira edição busca colocar em contato as mais diversas formas de expressão e as pessoas envolvidas nesse processo: Artistas, Pesquisadores, Produtores, Jornalistas e Público.

Assumindo o 4° CONTATO como um espaço permeável, onde o fluxo corre em infinitos sentidos,
gostaríamos de convidá-los a ocupar e contribuir com a construção deste novo território. A participação de comunicadores, pesquisadores, artistas, realizadores e colaboradores é fundamental para que os objetivos do Festival sejam atingidos, numa estrutura colaborativa que nos faz ter certeza que o resultado deste encontro será algo maior do que apenas a soma das partes.

Contamos com sua participação.
Atenciosamente,

Ricardo Rodrigues
Diretor Geral do Festival CONTATO
CONFIRA A VINHETA OFICIAL DA TERCEIRA EDIÇÃO
@festivalcontato
festivalcontato@ufscar.br
www.festivalcontato.wordpress.com
http://www.contato.ufscar.br/

4° CONTATO – Festival Multimidia de Radio, TV, Cinema e Arte Eletronica
7 a 12 de outubro de 2010
São Carlos – SP
(16) 33518782

Projeto de estudantes de Artes Visuais com Ênfase em Multimeios da UFRB selecionado em evento nacional


Seg, 20 de Setembro de 2010 13:16


O projeto "Universitários fazendo sexo" - vídeo performance, dos estudantes Amauri de Freitas Silva e Estevan José de Q. Martinez, do curso de Artes Visuais com Ênfase em Multimeios, foi selecionado para o 4º CONTATO - Festival Multimídia de Rádio, TV, Cinema e Arte Eletrônica. O evento é um projeto da Universidade Federal de São Carlos que fomenta o cenário cultural de São Carlos e região central do Estado de São Paulo e busca desenvolver integração em torno de atividades artístico-culturais. O CONTATO é composto por apresentações gratuitas de música, cinema e instalações de arte eletrônica; atividades de formação e aperfeiçoamento de profissionais nas áreas abrangidas e debates amplos sobre as temáticas abordadas. Maiores informações no site .


ATLÂNTIDA

A história antiga da humanidade em grande parte se constitui um enigma, enigma esse devido à ignorância das pessoas que a escreveram e dataram certos eventos. Podemos perceber isto tendo em vista, por exemplo, o que dizem a respeito da esfinge, pois atualmente estudos provam que ela data de 12.000 a.C. a 10.500 a.C., enquanto que a história que divulgam datam-na de apenas de 4.000 a.C.
Uma outra indagação que deve ser feita diz respeito à distribuição de pirâmides no mundo. Elas são encontradas não somente no Egito, mas também na China e na América Central, mostrando a interligação dessas culturas no passado. O que interliga todas essas civilizações antigas? A única resposta que melhor responde a essas perguntas, e outras a respeito do mundo antigo, é a existência da Atlântida.
A primeira fonte de informação que chegou ao mundo moderno é sem dúvida os escritos de Platão. Foi ele quem primeiro falou da existência de uma ilha então submersa à qual foi dado o nome de Atlântida. Platão tomou conhecimento da Atlântida através de Sólon, que, por sua vez lhe foi referido por pelos sacerdotes egípcios, num dos templos da cidade egípcia de Saís.
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Na verdade a Atlântida data de pelo menos 100.000 a.C., então constituindo não uma ilha e sim um imenso continente que se estendia desde a Groelândia até o Norte do Brasil. Sabe-se que os atlantes chegaram a conviver com os lemúrios, que viviam num continente no Oceano Pacifico aproximadamente onde hoje se situa o Continente Australiano. Naquele continente Atlante havia muitos terremotos e vulcões e foi isto a causa de duas das três destruições que acabaram por submergi-lo . A terceira destruição não foi determinada por causas naturais. Na primeira destruição, em torno de 50.000a.C. várias ilhas que ficavam junto do continente atlante afundaram, como também a parte norte do continente que ficava próximo a Groelândia, em decorrência da ação dos vulcões e terremotos. A segunda destruição, motivada pela mudança do eixo da Terra, ocorreu em torno de 28.000 a.C., quando grande parte do continente afundou, restando algumas ilhas, das quais uma que conectava o continente Atlante à América do Norte. E a terceira foi exatamente esta onde floresceu a civilização citada por Platão e que por fim foi extinta, em uma só noite, afundando-se no mar restando apenas as partes mais elevadas que hoje corresponde aos Açores descrita por Platão.

Para se estudar bem a Atlântida deve-se considerar que esse nome diz respeito a três civilizações distintas, pois em cada uma das destruições os que restaram tiveram que recomeçar tudo do início.

Atlântida 100.000 a.C. a 50.000 a.C.

Sobre a Atlântida antes da primeira destruição (antes de 50.000 a.C.) pouco se sabe. Diz-se haver sido colonizada pelos lemurios que haviam fugido do continente onde habitavam, também sujeito a cataclismos imensos, quando então se estabeleceram correntes migratórias fugitivas das destruições que ocorriam na Lemúria, algumas delas dirigiram-se para o Sul Atlântida.


Estes primeiros Atlantes julgavam a si pelo caráter e não pelo que tinham e viviam em harmonia com a natureza. Pode-se dizer que 50% de suas vidas era voltada ao espiritual e os outros 50% para o lado prático, vida material. Possuíam grandes poderes mentais o que lhes conferia domínio da mente sobre o corpo. Eles faziam coisas impressionantes com os seus corpos. Assim viveram por muito tempo até que, em decorrência da proximidade do sul da Atlântida com o Continente Africano, várias tribos agressivas africanas dirigiram-se para a Atlântida forçando os Lemurios estabelecidos na Atlântida a se deslocarem cada vez mais para o norte do continente atlante. Com o transcorrer do tempo os genes dos dois grupos foram se misturando.


Em 52.000 a.C. os Atlantes começaram a sofrer com ataques de animais ferozes, o que os fizeram aumentar seus conhecimentos em armas, motivando um avanço tecnológico na Atlântida. Novos métodos de agricultura foram implementados, a educação expandiu, e conseqüentemente bens materiais começaram a assumir um grande valor na vida das pessoas, que começaram a ficar cada vez mais materialistas e conseqüentemente os valores psíquicos e espirituais foram decaindo. Uma das conseqüências foi que a maioria dos atlantes foi perdendo a capacidade de clarividência e suas habilidades intuitivas por falta de treinamento e uso, a ponto de começarem a desacreditar na mencionadas habilidades.


Edgar Cayce afirma que dois grupos diversos tiveram grande poder nessa época, um deles chamados de "Os Filhos de Belial". Estes trabalhavam pelo prazer, tinham grandes posses, mas eram espiritualmente imorais. Um outro grupo chamado de "As Crianças da Lei Um", era constituído por pessoas que invocavam o amor e praticavam a reza e a meditação juntas, esperando promover o conhecimento divino. Eles se chamavam "As Crianças da Lei Um" porque acreditavam em Uma Religião, Um Estado, Uma Casa e Um Deus, ou melhor, que Tudo é Um. Logo após essa divisão da civilização atlante, foi que ocorreu a primeira destruição da Atlântida, ocasião em que grande número de imensos vulcões entraram em erupção. Então uma parte do povo foi para a África onde o clima era muito favorável e possuíam muitos animais que podiam servir como fonte de alimentação. Ali os descendentes dos atlantes viveram bem e se tornaram caçadores. A outra parte direcionou-se para a América do Sul onde se estabeleceu na região onde hoje é a Bacia Amazônica. Biologicamente os atlantes do grupo que foi para a América do Sul começaram a se degenerar por só se alimentarem de carne pensando que com isso iriam obter a força do animal, quando na verdade o que aconteceu foi uma progressiva perda das habilidades psíquicas. Assim viveram os descendentes atlantes até que encontraram um povo chamado Ohlm, remanescentes dos descendentes da Lemúria, que os acolheram e ensinaram-lhes novas técnicas de mineração e agricultura.


As duas partes que fugiram da Atlântida floresceram muito mais do que aquela que permanecera no continente, pois em decorrência da tremenda destruição os remanescentes praticamente passaram a viver como animais vivendo nas montanhas durante 4.000 anos, após o que começaram a estabelecer uma nova civilização.

Atlântida 48.000 a.C. a 28.000 a.C.

Os atlantes que estabeleceram uma nova civilização na Atlântida começaram de forma muito parecida com o inicio da colonização que os Lemurios fizeram na Atlântida. Eles se voltaram a trabalhar com a natureza e nisso passaram milhares de anos, mas com o avanço cientifico e tecnológico também começaram a ficar cada vez mais agressivos, materialistas e decadentes. Os tecnocratas viviam interessados em bens materiais e desrespeitando a religião. A mulher se tornou objeto do prazer; crimes e assassinatos prevaleciam, os sacerdotes e sacerdotisas praticavam o sacrifício humano. Os atlantes se tornaram uma civilização guerreira. Alguns artistas atlantes insatisfeitos fugiram para costa da Espanha e para o sudoeste da França, onde até hoje se vêem algumas de suas artes esculpidas nas cavernas. Em 28.000 a.C. com a mudança do eixo da Terra, os vulcões novamente entraram em grande atividade acabando por acarretar o fim da segunda civilização atlante. Com isso novamente os atlantes fugiram para as Antilhas, Yucatã, e para a América do Sul.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Atlântida 28.000a.C. a 12.500 a.C.

Esta foi a civilização atlante que foi descrita por Platão.


Mais uma vez tudo se repetiu, os que ficaram recomeçaram tudo novamente, recriando as cidades que haviam sido destruídas, mas inicialmente não tentando cometer os mesmos erros da florescente civilização passada. Eles unificaram a ciência com o desenvolvimento espiritual a fim de haver um melhor controle sobre o desenvolvimento social.


Começaram a trabalhar com as Forças da Natureza, tinham conhecimento das hoje chamadas linhas de Hartman e linhas Ley, que cruzam toda a Terra, algo que posteriormente veio a ser muito utilizado pelos celtas que construíram os menires e outras edificações em pedra. Vale salientar que eles acabaram por possuir um alto conhecimento sobre a ciência dos cristais, que usavam para múltiplos fins, mas basicamente como grandes potencializadores energéticos, e fonte de registro de informações, devido a grande potência que o cristal tem de gravar as coisas.
Os Atlantes tinham grande conhecimento da engenharia genética, o que os levou a tentar criar “raças puras”, raças que não possuíssem nenhum defeito. Esse pensamento persistiu até o século XX a ser uma das bases do nazismo.


Os Atlantes detinham grandes conhecimentos sobre as pirâmides, há quem diga que elas foram edificadas a partir desta civilização e que eram usadas como grandes condutores e receptores de energia sideral, o que, entre outros efeitos, fazia com que uma pessoa que se encontrasse dentro delas, especialmente a Grande Pirâmide, entrava em estado alterado de consciência quando então o sentido de espaço-tempo se alterava totalmente.


É certo que os habitantes da Atlântida possuíam um certo desenvolvimento das faculdades psíquicas, entre as quais a telepatia, embora que muito aquém do nível atingido pelos habitantes da primeira civilização.


Construíram aeroplanos, mas nada muito desenvolvido, algo que se assemelharia mais ao que é hoje é conhecido como “asa delta”. Isto tem sido confirmado através de gravuras em certos hieróglifos egípcios e maias.


Também em certa fase do seu desenvolvimento os atlantes foram grandes conhecedores da energia lunar, tanto que faziam experiências muito precisas de conformidade com a fase da Lua. A par disto foram grandes conhecedores da astronomia em geral.


Na verdade os atlantes detiveram grandes poderes, mas como o poder denigre o caráter daquele que nã o está devidamente preparado para possuí-lo, então a civilização começou a ruir. Eles começaram a separar o desenvolvimento espiritual do desenvolvimento científico. Sabedores da manipulação dos gens eles desenvolveram a engenharia genética especialmente visando criar raças puras. Isto ainda hoje se faz sentir em muitos povos através de sistemas de castas, de raça eleita ou de raça ariana pura. Em busca do aperfeiçoamento racial, como é da natureza humana o querer sempre mais os cientistas atlantes tentaram desenvolver certos sentidos humanos mediante gens de espécies animais detentoras de determinadas capacidades. Tentaram que a raça tivesse a acuidade visual da águia, e assim combinaram gens deste animal com gens humano; aprimorar o olfato através de gens de lobos, e assim por diante. Mas na verdade o que aconteceu foi o pior, aqueles experimentos não deram certo e ao invés de aperfeiçoarem seus sentidos acabaram criando bestas-feras, onde algumas são encontradas na mitologia grega e em outras mitologias e lendas. Ainda no campo da engenharia genética criaram algumas doenças que ainda hoje assolam a humanidade.


A moral começou a ruir rapidamente e o materialismo começou a crescer. Começaram a guerrear. Entre estas foi citada uma que houve com a Grécia, da qual esta foi vitoriosa. Enganam-se os que pensam que a Grécia vem de 2 000 a.C. Ela é muito mais velha do que o Egito e isto foi afirmado a Sólon pelo sacerdote de Sais. Muitos atlantes partiram para onde hoje é a Grécia e com o uso a tecnologia que detinham se fizeram passar por deuses dando origem assim a mitologia grega, ou seja, constituindo-se nos deuses do Olimpio.


Por último os atlantes começaram a fazer experimentos com displicência de forma totalmente irresponsável com cristais e como conseqüência acabaram canalizando uma força cósmica, que denominaram de "Vril", sob as quais não tiveram condições de controla-la, resultando disso a destruição final da Atlântida, que submergiu em uma noite. Para acreditar que um continente tenha submergido em uma noite não é muito fácil, mas temos que ver que a tecnologia deles eram muito mais avançadas do que a nossa, e que o poder do cristal é muito maior do que imaginamos, pois se formos vê os cristais estão em tudo com o avanço tecnológico, um computador é formado basicamente de cristais e o laser é feito a parti de cristais. Mas antes da catástrofe final os Sábios e Sacerdotes atlantes, juntamente com muitos seguidores, cientes do que adviria daquela ciência desenfreada e conseqüentemente que os dias daquela civilização estavam contados, partiram de lá, foram para vários pontos do mundo, mas principalmente para três regiões distintas: O nordeste da África onde deram origem a civilização egípcia; para América Central, onde deram origem a Civilização Maia; e para o noroeste da Europa, onde bem mais tarde na Bretanha deram origem à Civilização Celta.


A corrente que deu origem a civilização egípcia inicialmente teve muito cuidado com a transmissão dos ensinamentos científicos a fim de evitar que a ciência fora de controle pudesse vir a reeditar a catástrofe anterior. Para o exercício desse controle eles criaram as “Escolas de Mistérios”, onde os ensinamentos eram velados, somente sendo transmitidos às pessoas que primeiramente passassem por rigorosos testes de fidelidade.


Os atlantes levaram com eles grandes conhecimentos sobre construção de pirâmides, e sobre a utilização prática de cristais, assim como conhecimentos elevados de outros ramos científicos, como matemática, geometria, etc. Pesquisas recentes datam a Esfinge de Gizé sendo de no mínimo 10.000 a.C. e não 4.000a.C. como a egiptologia clássica afirma. Edgar Cayce afirmou que embaixo da esfinge existe uma sala na qual estão guardados documentos sobre a Atlântida, atualmente já encontraram uma porta que leva para uma sala que fica abaixo da esfinge, mas ainda não entraram nela. A Ordem Hermética afirma a existência não de uma sala, mas sim de doze.


A corrente que deu origem a civilização maia, foi muito parecida com a corrente que deu origem a civilização egípcia. Quando os atlantes que migraram para a Península de Yucatã antes do afundamento final do continente, eles encontraram lá povos que tinham culturas parecidas com a deles, o que não é de admirar, pois na verdade lá foi um dos pontos para onde já haviam migrado atlantes fugitivos da segunda destruição.


Também os integrantes da corrente que se direcionou para o Noroeste da Europa, e que deu origem mais tarde aos celtas, tiveram muito cuidado com a transmissão do conhecimento em geral. Em vez de optarem para o ensino controlado pelas “Escolas de Mistérios” como acontecera no Egito, eles optaram por crescer o mínimo possível tecnologicamente, mas dando ênfase especialmente os conhecimentos sobre as Forças da Natureza, sobre as energias telúricas, sobres os princípios que regem o desenvolvimento da produtividade da terra. Conheciam bem a ciência dos cristais, e da magia, mas devido ao medo de fazerem mau uso dessas ciências eles somente utilizavam-nos, mas no sentido do desenvolvimento da agricultura, da produtividade dos animais de criação, etc.


Atualmente as pessoas vêem a Atlântida como uma lenda fascinante, como algo que mesmo datando de longa data ainda assim continua prendendo tanto a atenção das pessoas. Indaga-se do porquê de tanto fascínio? Acontece que ao se analisar a história antiga da humanidade vê-se que há uma lacuna, um hiato, que falta uma peça que complete toda essa história. Muitos estudiosos tentam esconder a verdade com medo de ter que reescrever toda a história antiga, rever conceitos oficialmente aceitos. Mas eles não explicam como foram construídas as pirâmides, como existiram inúmeros artefatos e achados arqueológicos encontrados na Ásia, África e América e inter-relacionados. O como foram construídos as pirâmides e outros monumentos até hoje é um enigma. Os menires encontrados na Europa, as obras megalíticas existentes em vários pontos da terra, os desenhos e figuras representativas de aparelhos e até mesmo de técnicas avançadas de várias ciências, os autores oficiais não dão qualquer explicação plausível.


Os historiadores não acreditam que um continente possa haver afundado em uma noite, mas eles esquecem que aquela civilização foi muito mais avançada que a nossa. Foram encontradas, na década de 60, ruínas de uma civilização no fundo do mar perto dos Açores, onde foram encontrados vestígios de colunas gregas e até mesmo um barco fenício. Atualmente foram encontradas ruínas de uma civilização que também afundou perto da China.


As pessoas têm que se conscientizar de que em todas as civilizações em que a moral ruiu, ela começou a se extinguir, e atualmente vemos isso na nossa civilização, e o que é pior, na nossa civilização ela tem abrangência mundial, logo se ela rui, vai decair todo o mundo. Então o mais importante nessa história da Atlântida não é o acreditar que ela existiu e sim aprender a lição para nós não enveredemos pelo mesmo caminho, repetindo o que lá aconteceu.

FRAGMENTOS DO LIVRO TIMEU E CRÍTIAS OU ATLÂNTIDA DE PLATÃO

Na 189° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 19 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, o tema foi: Atlântida o continente desaparecido.



FRAGMENTOS DO LIVRO TIMEU E CRÍTIAS OU ATLÂNTIDA DE PLATÃO



Crítias: Então, ouça Sócrates, esta estranha narrativa que, no entanto, certamente é verdadeira, bem como Sólon, que contou a história, e que foi o mais sábio entre os sete sábios. Ele era parente e grande amigo de meu avô, Drópidas, como ele mesmo disse em muitos de seus poemas; e Drópidas disse a Crítias, meu pai, que lembrava e nos contava sobre uma antiga e maravilhosa atuação dos atenienses que caiu no esquecimento, ao longo do tempo e da destruição da Raça Humana, e uma, em particular, que era a maior de todas as Raças, e o relato do que se passou será um testemunho adequado da nossa gratidão a vocês...

Sócrates: Muito bom! E o quê é essa antiga e famosa proeza da qual Crítias falou e que não é mera lenda mas uma ação histórica do Estado Ateniense recontada por Sólon!

Crítias: Eu vou contar uma velha história do mundo que ouvi de homem já bastante idoso; Crítias, na época, tinha quase noventa anos e eu dez anos de idade. Era o "dia de Apaturia", também chamado "dia de registro na juventude" [entrada na adolescência] no qual, de acordo com o costume, nossos pais conferiam-nos prêmios pela declamação de poemas e muitos de nós cantavam poemas de Sólon, que eram novidades naquele tempo. Um de nossa tribo, talvez porque fosse sua real opinião, ou talvez porque quisesse agradar Crítias, disse que na sua opinião [dele] Sólon não era apenas o mais sábio dos homens, porém era também o mais nobre dos poetas. O velho homem, eu me lembro bem, iluminou-se diante disso e falou, sorrindo: "Sim, Amynander, se Sólon tivesse, apenas, como outros poetas, feito da poesia o negócio de sua vida e tivesse completado o relato que trouxe com ele do Egito e não se sentisse compelido, em razão de fatos e perturbações que ele encontrou [instabilidade política] quando voltou a este país, empenhando-se, então, em atender a outras tarefas, [se tivesse escrito o poema sobre a coisas fabulosas que aprendeu no Egito] na minha opinião ele teria sido um poeta tão famoso quanto Homero ou Hesíodo.

E sobre o quê era este poema, Crítias? perguntou alguém.

Sobre a mais grandiosa ação já empreendida pelos atenienses e que deveria ser muito famosa mas o tempo e a destruição completa dos atores desse drama impediram que história chegasse até nós.

"Conte-nos", disse outra pessoa, "conte-nos a história toda e de quem Sólon ouviu essa tradição".

E ele começou: "No Delta Egípcio, o rio Nilo se divide, existe um certo distrito que é chamado Saís, e uma grande cidade do distrito, também chamada Saís, e essa é a cidade na qual nasceu o rei Amasis. Ali os cidadãos têm uma divindade fundadora: os egípcios a chamam de Neith mas eles dizem que é a mesma chamada pelos atenienses de "Atena". Os cidadãos desta cidade gostam muito dos atenienses e dizem que, de alguma forma, se relacionam com o povo de Atenas."Sólon, levado por Thrither [um sacerdote egípcio], foi recebido com grandes honras e perguntou aos sacerdotes qual dos mestres era o mais sábios em antiguidades [história antiga]; Sólon descobriu que nem ele nem qualquer outro heleno sabiam qualquer coisa de real valor sobre os tempos antigos.Em uma ocasião, quando estavam falando de antiguidades, ele [Sólon] começou a discorrer sobre coisas de outros tempos quando nossa parte do mundo, o Phoroneus, que é chamado "o primeiro", e sobre Níobe e depois sobre o Dilúvio; falou sobre a vida de Deucalião e Pirra e traçou a genealogia de seus descendentes, a linha do tempo, as datas dos eventos aos quais se referia.

Thereupon, um dos sacerdotes, que era muito velho, disse:

"Oh, Sólon, Sólon, vocês helenos são como crianças e não há homens velhos entre os helenos." – Diante disso, disse Sólon: "O que você quer dizer com isso?"

– Quero dizer o que disse; que em termos de mentalidade vocês são muito jovens. Não há entre vocês idéias ancoradas em ciências antigas ou antigas tradições; e eu lhes dizer a razão disso: aconteceram e novamente acontecerão muitas destruições da raça humana deflagradas por muitas causas. Existe uma estória que vocês devem ter preservado, sobre Faetonte, o filho de Hélios, que sem saber conduzir os cavalos, tomou a carruagem de seu pai para percorrer o caminho que Hélios fazia todos os dias e provocou um grande desastre, queimando tudo na face da Terra.Hoje, isso é uma expressão em forma de mito, mas, de fato, significa o declínio dos corpos que se movem em torno da Terra e nos céus; uma conflagração recorrente, que acontece em longos intervalos de tempo; quando isso acontece, aqueles que vivem nas montanhas e em outros lugares secos, estão mais sujeitos à destruição do que aqueles que vivem à margem dos rios, dos lagos ou do mar. Mas, por outro lado, quando os deuses purgam a terra pela água [e não pelo fogo, como Faetonte],então os pastores, os montanheses, são os sobreviventes e perecem os que vivem nas cidades, próximos aos rios e fontes, a beira-mar; são levados pelas enchentes, submergem no oceano. Mas nesse país, nem nesse tempo nem em qualquer outro a água veio do alto sobre os campos, tendo sempre a tendência de vir de baixo, razão pela qual as coisas preservadas aqui são as mais antigas.O fato é que a Raça Humana, a população, cresce em certas épocas e decresce em outras e o que sempre aconteceu em seu país e no nosso ou em qualquer outra região da qual tenhamos conhecimento, todos os feitos grandes e nobres ou qualquer outro evento memorável, tudo o que tem sido escrito sobre os acontecimentos do passado, está preservado em nossos templos. Enquanto vocês [gregos] e outras nações mantêm escrituras e somente estes registros que interessam ao estado, no momento presente, ignoram que a pestilência [a catástrofe] pode estar vindo dos céus para dizimar todos e deixar apenas aqueles dentre vocês que são destituídos das letras e da educação e assim, deste modo, vocês têm de começar tudo novamente, como crianças, sem nada saber do aconteceu nos tempos mais antigos, entre nós [o Egito] e entre vocês mesmos [gregos].As genealogias de vocês, gregos, que você Sólon nos tem contado, são relatos de crianças porque, em primeiro lugar, vocês se lembram de um dilúvio apenas, quando existiram muitos deles; em segundo lugar, vocês ignoram que habitaram em sua terra os homens da mais nobre e bela raça que jamais existiu, raça da qual você e seu povo são os descendentes. Isso é desconhecido por vocês porque muitas gerações de sobreviventes da destruição morreram sem deixar qualquer vestígio. Houve um tempo, Sólon, antes do maior dilúvio de todos, quando a cidade que hoje é Atenas era a primeira nas guerras e proeminente pela excelência de suas leis, pelos feitos notáveis, pela constituição magnífica de seus cidadãos.Maravilhado, Sólon queria saber mais sobre aquela raça e aquele tempo.

"Todos vocês são bem-vindos para ouvir sobre eles, Sólon" – disse o sacerdote – "por você mesmo, pela cidade e, sobretudo, pela glória da deusa que é protetora e civilizadora [educadora] de ambas as cidades [Atenas e Saís]. Ela fundou sua cidade mil anos antes da nossa, recebendo da Terra e Efaistos a semente de sua raça; e depois, fundou a nossa, um fato que está preservado em nossos registros sagrados como acontecido há oito mil anos atrás, como ensinaram os cidadãos de nove mil anos atrás. Eu informarei brevemente a você sobre suas leis e a nobreza de seus feitos conforme as escrituras sagradas deles mesmos. Se você comparar estas leis com as suas próprias verá muitas das nossas leis são contrapartida das suas.Existe uma casta de sacerdotes, que é separada de todas as outras; depois vêm os artesãos, que exercem suas muitas artes e não se misturam com as outras castas; e também existe a classe dos pastores e dos caçadores bem como a dos agricultores. Você observará que os guerreiros no Egito são separados de outras classes e são comandados pela lei da guerra e são equipados com escudos e lanças e a deusa fala primeiro entre vocês, e então, aos países asiáticos e nós, entre os asiáticos, fomos os primeiros a adotar essas leis.Sabiamente, você notará o cuidado da lei com o mais puro, buscando e compreendendo toda ordem de coisas, da profecia, a medicina e todos os elementos necessários à vida humana e todo tipo de conhecimento relacionado. Essa ordem de coisas foi estabelecida pela deusa e dada a vocês quando estabeleceram sua cidade; e ela escolheu este lugar da Terra, onde você nasceu, porque ali viu o arranjo harmonioso das estações e viu que aquela terra produziria os mais sábios dos homens.A deusa, que amava a guerra e a sabedoria escolheu aqueles que seriam semelhantes a ela mesma; e ali vocês se estabeleceram com suas leis, que ainda são as melhores, e excedem toda a raça humana nesta virtude e eram os filhos e os discípulos dos deuses. Grandes e maravilhosos feitos de seu Estado foram registrados em nossa história mas um deles supera a todos em grandeza e valor. Foi quando uma força muito poderosa e agressiva levantou-se contra a Europa e Ásia mas sua cidade pôs um fim ao terror.Esta força veio do oceano Atlântico, naqueles dias em que o Atlântico era navegável; e existia uma ilha situada em frente ao estreito [estreito de Gibraltar] que vocês denominam Colunas de Hércules. A ilha era maior que a Líbia e a Ásia juntas e era o caminho para outras ilhas através das quais era possível atravessar e chegar ao outro lado do continente que era cercado pelo verdadeiro oceano [passando do Mediterrâneo ao Atlântico]. O mar interior do estreito de Hércules (Gibraltar) era apenas um porto com uma entrada estreita; do outro lado, era o verdadeiro mar e a terra, ali, podia verdadeiramente ser chamada de "continente".

________Estreito de Gibraltar, ponto de referência na localização do continente-ilha submerso chamado de Atlantis ou Atlântida, segundo Platão. Ligando o mar Mediterrâneo ao oceano Atlântico, a passagem de Gibraltar teria sido aberta pelo mitológico herói grego Hércules e suas margens são as "colunas de Hércules", a última fronteira do mundo para os navegadores do Mediterrâneo na antiguidade clássica.________

Então, na ilha de Atlantis existiu um grande e maravilhoso império, que tinha leis vigentes em toda a "ilha-continente" e em muitas outras além de partes da Líbia, "dentro" das colunas de Hércules tão distantes do Egito e da Europa quanto do Tirreno [parte ocidental do mar Mediterrâneo]. O vasto poder [de Atlantis] empenhou-se, então, em subjugar de um só golpe nosso país e os seus [as cidades-estado gregas] e toda a terra nos limites do estreito; e então, Sólon, seu país [Atenas] brilhou à frente de todos, na excelência de sua virtude e força, por sua bravura e perícia militar; [Atenas] liderou os helenos; e quando não havia esperança de trégua, quando compelida a estar sozinha, submetida a um grande perigo, Atenas derrotou e triunfou sobre os invasores e manteve à salvo da escravidão aqueles que ainda não tinham sido subjugados e libertou todos os outros que habitavam os limites de Hércules [área do mediterrâneo, estreito de Gibraltar]. Posteriormente aconteceram terremotos violentos e inundações e em apenas um dia e uma noite de tempestades (chuvas) Atlântida e todo o seu povo foram tragados pelo oceano. Esta é a razão pela qual naquela parte, o mar é inavegável, intransponível, porque está saturado de lama.

E eu gostaria de invocar Mnemosine (Memória) porque parte significativa do que tenho para contar depende do favor da deusa das recordações, para que possa recontar tudo o que disseram os sacerdotes e que Sólon trouxe consigo. Deixem-me começar observando que, os nove mil anos que mencionei são um resumo dos anos que tinham se passado desde o começo da guerra entre os que habitavam para além das coluna de Hércules e aqueles que habitavam "dentro" do estreito. De um lado os combatentes da cidade de Atenas e seus aliados; do outro, os reis da Ilhas de Atlantis, que outrora tinham sob seu poder um território maior que a Líbia e a Ásia; território que desapareceu entre tremores de terra e maremotos que tornaram o Atlântico praticamente inacessível. A história se desenrola e entram em cena numerosas tribos bárbaras e Helenos que existiam então. Mas devo ainda descrever os Atenienses tal como eram naqueles dias e seus inimigos e ainda o poder e a forma de governo de cada um. Comecemos pelos atenienses...Muitos grandes dilúvios aconteceram durante aqueles nove mil anos... Os deuses repartiram entre si toda a Terra em diferentes porções. Ergueram templos, fizeram sacrifícios. Poseidon recebeu a ilha de Atlantis; o deus tinha filhos com uma mortal e instalou, mulher e filhos, em uma parte da ilha; na costa, voltada para o oceano, existia uma planície muito fértil. Próximo, no centro da ilha, havia uma montanha não muito alta. Nesta montanha habitavam os primeiros mortais deste país: um casal, ele chamado Evanor e ela Leucipa. Tinham uma única filha, Cleito.Quando a donzela se tornou mulher, seus pais morreram e foi por ela que Poseidon se apaixonou e teve filhos com ela. Ela morava na montanha da planície, que foi cercada de canais circulares e concêntricos, alternando faixas de terra e água. Havia três faixas de água e duas de terra... [Os filhos]... eram cinco pares de gêmeos varões. Atlantis foi dividida em dez regiões: o mais velho do primeiro par, chamado Atlas, ficou com a ilha-colina onde morava sua mãe, que era um lugar magnífico e nomeado de Atlantic [Atlântica ou Atlântida]; e Atlas ficou sendo o rei de todo império. Os outros irmãos foram feitos príncipes por Poseidon. Eles governariam todos os homens. O gêmeo de Atlas, Gades ou Gaderius, ficou com terras interiores das colunas de Hércules.O segundo par de gêmeos eram Ampheres e Evaernon; o terceiro, Mneseus e Autochthon [Autóctone]; o quarto par de gêmeos, Elasipo e Mestor; e o quinto, Azaes e Diaprepes. Todos estes e seus descendentes foram governantes de numerosas ilhas em mar aberto e também já foi dito que eles migraram para lugares distantes das colunas de Hércules, muito além do Tirreno e do Egito.Atlas tinha, então, uma família numerosa e honrada e seus descendentes mantiveram o reino por muitas gerações e detinham muitas riquezas, tantas quantas jamais foram possuídas por outros reis e potentados. Muitas especiarias eram trazidas de países estrangeiros mas a ilha era auto-suficiente e fornecia tudo que era necessário a uma vida confortável. O subsolo possuía minerais e um precioso metal do qual hoje só resta o nome: orichalcum.Também havia florestas abundantes de onde se extraía a madeira e campos que alimentavam pessoas e animais domésticos e selvagens. Havia um grande número de elefantes na ilha Atlântica e outros variados tipos de animais, de lagos e montanhas, rios e planícies. [Os atlânticos possuíam também deliciosas] ... fragrâncias, perfumes, extraídos de raízes, ervas, flores e frutas. [Havia pomares ... e templos, palácios, portos, docas.[Ainda na ilha]... os palácios no interior da cidadela eram construídos com um templo, dedicado a Cleito e Poseidon no centro, extremamente inacessível e rodeado de ouro; foi o lugar onde nasceram os dez príncipes e onde eram realizados rituais anuais... Todo o exterior do templo era coberto de prata, e os pináculos [torres] de ouro. O interior do templo era de mármore decorado com ouro, prata e orichalcum... estátuas de ouro, como a do próprio deus [Poseidon] em sua carruagem de seis cavalos alados, cercado de Nereidas e golfinhos... Do lado de fora, rodeando o templo, havia vinte estátuas de ouro, representando os príncipes e suas mulheres... Havia fontes de água quente e fria... Havia muitos templos dedicados a muitos deuses... jardins e lugares para o laser. Alguns somente para os homens... [e havia haras, pistas para cavalos]... As docas estavam sempre repletas de naus trirremes e armazéns por onde circulavam mercadores de todo o mundo...

― O TEXTO DE PLATÃO TERMINA ABRUPTAMENTE

sábado, 18 de setembro de 2010

Na 188° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETRER

Na 188° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 12 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM apreciamos os versos do poeta Rodrigo Garcia Lopes.



Rodrigo Garcia Lopes nasceu em Londrina (Paraná, Brasil), a 2 de outubro de 1965. Formado em Jornalismo, em 1984-85 viajou pela Europa e, na volta, publicou a página literária "Leitura" e as revistas "Hã". Trabalhou em jornais e veículos literários em São Paulo ("Ilustrada") e Curitiba ("Nicolau"). De 1990 a 1992 viveu nos Estados Unidos, onde realizou mestrado na Arizona State University com tese sobre os romances de William S. Burroughs. Neste período, também reuniu material para seu livro de 19 entrevistas com escritores e artistas (como John Ashbery, William Burroughs, Marjorie Perloff, Allen Ginsberg, Nam June Paik, Charles Bernstein and John Cage). O livro, "Vozes & Visões: Panorama da Arte e Cultura Norte-Americanas Hoje" foi publicado pela Iluminuras em 1996. Em seu retorno, lançou "Solarium", que reúne sua produção poética desde 1984. Em 1996 publicou a tradução das "Illuminations" de Rimbaud (também pela editora Iluminuras). No ano passado lançou seu segundo livro de poemas, "visibilia" (Rio de Janeiro: Sette Letras). Ao longo destes anos traduziu, entre outros, a poesia de Ezra Pound, Sylvia Plath, William Carlos Williams, Robert Creeley, Gertrude Stein, Laura Riding, Gary Snyder, Charles Bukowski, John Ashbery, Jim Morrison, e Samuel Beckett. Em 1998 foi curador da exposição "Olhares", do fotógrafo nipo-brasileiro Haruo Ohara, que participou da Bienal Internacional de Fotografia, em Curitiba. Atualmente prepara tese de doutorado sobre a poesia de Laura (Riding) Jackson e realiza performances de poesia & música pelo Brasil. Vive na ilha de Florianópolis, onde prepara novo livro de poemas.

Stanzas in meditation

Folhas negras caem, rufam em profusão. O vento encrespa a água. Tempo, enruga
faces. Um vale revela
canyons, grutas:
em silêncio, exploramos o interior
destas montanhas: uma chuva fina, estranha,
começa a cair
e súbito dissipa-
o ruído áspero
de uma vespa.
Este é o céu, claro, como metal. E aquilo,
a fumaça abandonada por um trem, talvez. Flores
se dissolvem nos olhos, e nos debruçamos sobre velhas lendas
conferindo as pegadas de um animal desconhecido
A trilha termina num riacho
A água se surpreende com este vento todo
que vem do Oeste
e que agita a sinfonia das árvores.
Neblina nítida, colinas, um vapor neste espelho.
Num ponto qualquer da paisagem captamos
seus olhos verdes, mudos, fixos na relva úmida
Um animal e você contemplam do mirante
este milagre
a baía vazia
-a areia do dia exibindo sua rasante-
rochedos e distâncias, como antes,
animada pelas danças do vento
fazendo desta ausência
presenças manifestas em tudo:
chuva
que desaba
entre os olhos
abertos
da serpente.
Um flash
de luz
entre os bambus
:
o silêncio do sonho
traduzindo
uma imagem-movimento
que se desfaz
entre a verdade dos instantes.





Rodrigo Garcia Lopes
Para Henry David Thoreua

Alguns fatos de 1965

Miss Brasil 1965- foi a 12° edição do concurso miss Brasil realizada em 3 de julho de 1965no ginásio do Maracanãzinho, Rio de Janeiro. A miss Brasil 1964, Angela Tereza Reis Vasconcelos, do Paraná, corou Maria Raquel de Andrade, da Guanabara. A vencedora representou o Brasil no Miss Universo 1965. A segunda colocada representou o Brasil no miss internacional 1965. A terceira colocada representou o Brasil no miss Mundo 1965. O concurso foi transmitido pela Tv Tupi. A edição de 1965 foi marcada pela decepção das 40 mil pessoas presentes no Maracañazinho pelo fato de a favorita ao título, Marilena Oliveira, do Mato Grosso, ter ficado em quarto lugar. O público vaiou por 10 minutos.



Taça Brasil de futebol 1965- foi a 7° edição organizada pela Confederação Brasileira de Deportos (CBD) a fim de indicar o campeão brasileiro de futebol 1965. O Santos, consagrou-se campeão pela quinta vez consecutiva após vencer os dois jogos da final contra o Vasco.


16 de fevereiro de 1965- a sonda espacial Venera chega ao planeta Marte.


26 de abril de 1965- a Tv Globo é inaugurada operando através do canal 4 do Rio de Janeiro.


24 de fevereiro de 1965- os Beatles começam seu segundo filme, intitulado "Help"

12 desetembro de 1812: nascimento de Ãngelo Muniz da SIlva Ferraz

Na 188°edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 12 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, informamos sobre a data de nascimento de Ãngelo Muniz da Silva Ferraz, ocorrido no dia 12 de setembro de 1812, na cidade de Valença Bahia. Magistrado. Deputado pela primeira vez em 1843. Reeleito em 1845. Senador por três vezes. Presidente do Rio Grande do Sul em 1857. Conselheiro do estado em 1866. Ministro da Fazenda e presidente do Conselho 1858. Ministro de guerra (1865-1866). Barão de Uruguaiana. Faleceu no dia 18 de janeiro de1867, na cidade de Petropolis, Rio de Janeiro.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

"Escribir en Español"

María Marta García Negroni

É com grata satisfação que apresento esta reportagem exibida na revista ñ, de Clarín, Argentina sobre a professora García Negroni que tive a honra de conhecer quando da minha passagem pela Universidade de Buenos Aires _UBA, Argentina quando iniciei o curso Analise do Discurso, pela Faculdade de Filosofia e Letras. Os adjetivos seriam muitos para pormenorizar esta mulher de elevado intelecto e simplicidade. Com arquivos de informações que embelezam qualquer paisagem de quem deseja conhecer as veredas do Discurso. Um dia retornarei a Buenos Aires e desfrutarei mais uma vez de tão belas palestras.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

En busca de la lengua precisa

Esta é uma reportagem que tenho a honra de apresentar aos amigos, retirada da revista Ñ do Clarín, a pessoa citada: María Marta García Negroni tive a honra de conhecer quando estive na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires- Argentina.

María Marta García Negroni presenta aquí una nueva edición de su manual "Escribir en español", para expertos y para lectores no especializados.

Por: Carolina Tosi

Ezra Pound sostenía que los buenos escritores eran aquellos que conservaban la eficiencia del lenguaje y construían un discurso preciso, claro y legible. Sin dudas, este principio puede extenderse y aplicarse a los autores de cualquier tipo de texto, sea ficcional o no. En efecto, para lograr una adecuada expresión en lengua escrita en las diferentes manifestaciones de la comunicación humana es necesario ofrecer claridad y precisión. Pero, como es sabido, esta no es una tarea para nada sencilla, y los problemas de redacción pueden aparecer en diferentes niveles, ya sea asociados a cuestiones normativas y gramaticales, ya sea relacionados con la organización global del texto ­relativa a su coherencia, cohesión y adecuación­. En este sentido, los materiales de consulta, como los diccionarios, las gramáticas y los manuales de estilo, son los aliados incondicionales para quienes, expertos o no en la redacción de textos, aspiran a una expresión más apropiada. Pero además, en la actualidad, la consulta de estos materiales resulta imprescindible, a raíz de las diferentes actualizaciones que se han producido en los últimos años en la gramática y la normativa de la lengua.

En este contexto, Escribir en español. Claves para una corrección de estilo , el reciente manual de estilo escrito por María Marta García Negroni, que se presenta el miércoles 22 a las 18.30 en el Instituto de Lingüística de la Facultad de Filosofía y Letras (UBA), 25 de Mayo 217, es una obra de consulta necesaria y fundamental por diferentes razones. Por un lado, exhibe los diversos aspectos normativos que rigen el uso de la lengua escrita atendiendo a las últimas normativas de las Academias Americanas de la Lengua y de la Real Academia Española.

Por otro lado, la gramática presentada no se reduce a un listado de normas prescriptivas que se deben cumplir automáticamente, sino que, por el contrario, García Negroni se ocupa de poner en evidencia el sistema de las regularidades lingüísticas con el objetivo de que los lectores reflexionen sobre las recomendaciones normativas que las sostienen. Según la autora, Escribir en español pretende asistir a los lectores en la búsqueda y el reconocimiento de las múltiples posibilidades expresivas de que disponen y de ofrecerles claves para una corrección de estilo, teniendo en cuenta que no existe una única versión "correcta" de un texto.

La primera parte del libro presenta aspectos relacionados con la ortografía. Allí, se explican las reglas de ortografía y de acentuación, el uso lingüístico y no lingüístico de los signos de puntuación, las letras mayúsculas, minúsculas y las tipografías especiales. Por ejemplo, se exponen las palabras con doble acentuación como "cardiaco/cardíaco" o "elite/élite" y se explica la ortografía de ciertos parónimos que suelen traer confusiones, como las formas "porque", "por qué", "porqué" y "por que". En los capítulos que siguen, se describen las diferentes clases de palabras en forma detallada y se incluyen explicaciones sobre su empleo. La última parte, que puede considerarse la más innovadora, trata cuestiones de léxico (impropiedades, faltas de precisión, combinaciones contradictorias, neologismos innecesarios, problemas de registro, vulgarismos).

Por ejemplo, se exponen las formas extranjerizantes que tienen que ser evitadas debido a que existen palabras en español con similar significado, como "solicitar una beca" en vez de "aplicar una beca", o "archivo adjunto" en lugar de "attachment". Además, se incluyen listas de siglas, abreviaturas, extranjerismos aceptados (como el uso de marketing o de software o de sex-appeal), neologismos por acortamientos (como "depre" o "narco"), préstamos (como "emoticón" o "muyahidín"), y latinismos de uso frecuente, etc.

Finalmente, en el último capítulo, se desarrollan aspectos relacionados con la presentación de textos científico-académicos. Allí, se aborda la incorporación de citas y su valor argumentativo, así como las formas de incluir la bibliografía y demás elementos paratextuales.

Es así como, desde una perspectiva abierta y renovada, García Negroni plantea el placer por el uso de la lengua y logra abrir el juego a todos aquellos que buscan mejorar su escritura. En esta entrevista habla acerca de ello y, además, de la importancia del español en la actualidad.

-¿Para quiénes está destinado "Escribir en español"?
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-Está pensado para todos aquellos que estén interesados en el uso cuidado de la lengua escrita. El manual puede ser utilizado tanto por expertos como por lectores no especializados, ya que ofrece herramientas que facilitan su consulta. Por un lado, en las entradas del índice analítico, aparecen las categorías gramaticales tratadas en el texto, pero también palabras, giros o expresiones que remiten a esas categorías, lo cual permite una búsqueda ágil y los temas pueden ser fácilmente localizables. Por otro lado, cada capítulo se cierra con actividades para ejercitar los distintos temas abordados (con sus respectivas respuestas) y con bibliografía complementaria.

Por estas particularidades, considero que si bien el manual tiene como lectores privilegiados a correctores y editores (de hecho yo me desempeño como profesora titular de la cátedra de Corrección de Estilo de la Facultad de Filosofía y Letras), también puede resultar una herramienta eficaz y útil para periodistas, docentes de todos los niveles, traductores, estudiantes de grado y posgrado que busquen resolver dudas y mejorar su expresión escrita así como para estudiantes de español como segunda lengua.

-Ultimamente ha crecido la tendencia a aprender español como lengua extranjera. ¿Cuál cree que ha sido la razón?
­-
El español es, después del chino mandarín, la lengua más hablada del mundo por la cantidad de hablantes que la tienen como lengua materna (algo más de 400 millones de personas). Se afirma que existen además alrededor de 23 millones de hablantes no nativos de español. En este sentido, puede sostenerse que el español constituye una lengua en expansión. Probablemente, una de las motivaciones para el estudio del español como segunda lengua en países como Estados Unidos se relacione con la cantidad de habitantes de origen hispano y con la posibilidad para los hispanos bilingües de acceder a puestos de trabajo con salarios más altos. Por otra parte, el hecho de que el español sea la tercera lengua en Internet (con la posibilidad que ella ofrece de participación en redes sociales, por ejemplo) también contribuye a aumentar el interés que despierta nuestra lengua en el mundo.

-¿Cuál es el valor del español como idioma vehicular?
­
-En realidad, el inglés es desde hace ya mucho tiempo, tanto por motivos socioeconómicos como políticos, la lengua vehicular o lengua franca utilizada para la comunicación entre hablantes multilingües. Sin embargo, y dada la importante posición en el mundo del español (por la cantidad de hablantes nativos y de hablantes que lo tienen como segunda lengua), resulta esperable que pueda constituirse en poco tiempo en idioma vehicular en las relaciones internacionales y en particular en las relaciones empresariales y culturales. De todos modos, y tal como se suele afirmar, el valor económico del español, que se relaciona precisamente con esta última posibilidad, dependerá del prestigio social y económico que la lengua adquiera sobre todo en Estados Unidos.

-¿Cuáles serían las tres claves para lograr una adecuada expresión en la lengua escrita?
­
-Para escribir, no sólo es necesario tener buenas ideas o una historia atractiva o interesante para contar. Es deseable además que la prosa con la que exponemos esas ideas o contamos esa historia sea clara, precisa y evocadora. Clara, para evitar ambigüedades en las que el lector quede perdido y le impidan seguir con facilidad el hilo del texto. Precisa, porque los estiramientos y las faltas de justeza o de exactitud en el empleo de los términos atentan contra el interés que el texto puede despertar.

Evocadora, porque en las palabras que utilizamos deben resonar los ecos de los discursos en los que antes ellas vivieron.

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Jovem Guarda

Na 188° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 12 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, informamos sobre o ano de 1965 e apresentamos alguns fatos ocorridos no Brasil e no mundo, principalmente um jornal: Folha da cidade, confeccionado na cidade de Valença Bahia, onde apresentava um artigo referente a morte do médico Rafael Trocolli. Também falamos do movimento Jovem Guarda.

Jovem Guarda foi um movimento surgido na segunda metade da década de 60, que mesclava música, comportamento e moda. Surgiu com um programa televisivo brasileiro exibido pela Rede Record, a partir de 1965. Ao contrário de muitos movimentos que surgiram na mesma época, a Jovem Guarda não possuía cunho político.


Os integrantes do movimento foram influenciados pelo Rock and Roll da década de 50 e 60 e pela precursora do rock no país, Celly Campello. Com isso, faziam uma variação nacional do rock, batizada no país de "Iê-Iê-Iê"(expressão surgida em 1964, quando os Beatles lançaram o filme "A Hard Day's Night", batizado no Brasil de "Os Reis do Iê-Iê-Iê"), com letras românticas e descontraídas, voltada para o público jovem. A maioria de seus participantes teve como inspiração o rock da década de 50/60, comandado por cantores como Elvis Presley e bandas como os Beatles.


A expressão Jovem Guarda começou a ser usada com a estréia do programa de auditório que tinha esse nome, na TV Record, em 1965. Foi tirada de um discurso de Lenin, onde dizia "O futuro pertence à jovem guarda porque a velha está ultrapassada". Foi comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa que apresentavam ao público os principais artistas ligados ao movimento. O programa tornou-se popular e impulsionou o lançamento de roupas e acessórios. O movimento foi identificado como do público jovem, porém, agradou pessoas de todas as idades.

Surgiram vários outros programas no mesmo estilo, assim como vários artistas(hoje esquecidos, em sua grande maioria, pela mídia) obscuros, que incluíam a Psicodelia, a Soul Music e o Rock'N'Roll no Iê-Iê-Iê. Muitos consideram o fim do movimento juntamente com o fim do programa, em 1968, mas podemos dizer que se estendeu até meados de 1970.


Entre os artistas do movimento destacaram-se Celly Campelo, Roberto Carlos, Erasmo Carlos,Wanderléa, Vanusa, Eduardo Araújo, Silvinha, Martinha, Arthurzinho, Ronnie Cord, Ronnie Von, Paulo Sérgio, Wanderley Cardoso,Bobby di Carlo, Jerry Adriani, Rosemary, Leno e Lilian, Demétrius, Os Vips, Waldirene, Diana (cantora), Sérgio Reis, Sérgio Murilo, Trio Esperança, Ed Wilson, Evaldo Braga e as bandas, Os Incríveis, Renato e Seus Blue Caps, Golden Boys e The Fevers. Entre os principais sucessos estão "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno"; "Festa de Arromba"; "Pare o Casamento"; "Garota do Roberto"; "Biquíni de Bolinha Amarelinha"; "Meu Bem"; "Eu Daria a Minha Vida"; "O Bom"; "Roda Gigante"; "Rua Augusta"; "Namoradinha de um Amigo Meu"; "Ternura"; "O Caderninho"; "Tijolinho"; "Feche os Olhos"; "A Festa do Bolinha"; "O Bom Rapaz" e "Menina Linda". A partir dos anos de 1990, regravações da Jovem Guarda feitas por outros grupos fizeram sucesso entre os adolescentes.

O mundo de 1965 a 1975 na visão de Arnaldo Jabor e Sérgio Meckler

Na 188° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 12 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, apreciamos o seguinte texto:



O mundo de 1965 a 1975 na visão de Arnaldo Jabor e Sérgio Meckler


Não são as décadas que nos transformam; são os fatos. Eles vão cavando buracos no tempo e criando caminhos que não podemos prever. Há épocas lentas, épocas em correria, há épocas de altos e baixos, há épocas sangrentas, épocas eufóricas, há épocas que parecem ataques epiléticos da história. Há épocas sujas, épocas limpas, mas para onde nos levam os fatos históricos? Antigamente, achávamos que os fatos nos levariam para um futuro harmônico, que a vida era uma linha reta que nos marcava desde os macacos até o paraíso cristão ou o paraíso socialista ou mais recentemente ao paraíso do fim da história do capitalismo.


Hoje estamos mais desiludos, pois nossa época parece um labirinto de boas e más notícias, uma teia do Homem Aranha, um deserto do Iraque de idéias, um vazio cérebro de Bush, um futuro cheio de terrores como nos piores pesadelos de ficção cientifica. Antes, sonhávamos com o futuro; hoje temos pavor de que ele chegue. Pode ser que mude nosso terror, se houver algo com que nos iludamos, uma volta ao bom senso na política do mundo. Aí, talvez, vivamos de novo com esperança, como vivíamos quando a TV Globo foi fundada.


Em 1965, o mundo não era muito melhor do que hoje, só que não tínhamos consciência disso. Os dez anos de 65 a 75 foram um túnel que se estreitou pouco a pouco, da liberdade para a desesperança.


No Brasil o golpe militar de 64 ainda não tinha assumido sua face feroz do ato número 5. Ainda tínhamos o simpático ET que era o Castello Branco, feio por fora, mas um sujeito legal por dentro. Depois dele, o autoritarismo se fechou, chegando até a ditadura feroz do AI-5 em 68.


Este ritmo de mudanças foi semelhante aos anos de 65 até 75, a passagem da esperança para a progressiva desilusão de que a felicidade bateria um dia em nossa porta. Na década de 60 ainda se comemorava a paz depois da guerra mundial, com euforia democrática movida pela prosperidade do capitalismo.


O mundo era dos jovens, era o oásis do pós-guerra. Havia já o Vietnã, Cuba invadida, mas o clima das cabeças era de alegria. As saias curtas, as pernas de fora, as pílulas anticoncepcionais fazendo o sexo livre, a revolução gráfica desenhando um mundo ideal junto com a publicidade. Havia um clima de ousadia, de fé, com a crença de que tudo era fácil de resolver, de que era simples fazer revoluções, que o socialismo viria dançando de Cuba, de que os Beatles e os Rolling Stones nos libertariam para sempre da caretice. Até a revolução cultural chinesa em 66 nos parecia uma maravilhosa novidade jovem. Não sabíamos ainda dos crimes e dos cadáveres.


Os líderes do sonho começaram a morrer. Guevara saiu de Cuba em busca da utopia e foi denunciado pelos próprios camponeses na Bolívia e morreu como um Cristo desmoralizado na selva.


O estudante Edson Luis foi assassinado em março de 68 e começou o processo que acabou no AI-5. Logo depois Martin Luther King foi assassinado nos Estados Unidos. A direita começava a retomar seus pontos perdidos. Em maio de 68 o mundo explodiu. O mundo todo. Desde a rebelião dos estudantes na França até o campus de Kent nos Estados Unidos. E começamos a entender que o buraco do mundo era mais embaixo, que não bastavam palavras de ordem e boas idéias para vencer o conservadorismo.


As boas novas sempre vinham anuladas por um desastre qualquer. A chegada do homem a Lua, um dos grandes momentos da história humana, foi ao mesmo tempo em que Sharon Tate, mulher de Polanski, grávida, foi morta a punhaladas por um bando de hippies enlouquecidos. A paz, o amor e a flor foram virando rancor, medo, ódio. Logo depois o festival de Woodstock tentou manter viva a esperança, mas ela já estava ferida de morte.


Aqui, a guerrilha urbana conseguiu seu maior gol, o rapto do embaixador americano Elbrick, igual ao milésimo gol de Pelé que entrou no dia 19 de novembro de 69, junto também com a chegada do Médici ao poder, com sua cara de vampiro radical, enquanto o Marighela morria em São Paulo. Tudo ao mesmo tempo.


E assim fomos seguindo até o fim de 75, com um progressivo fechamento da esperança, com os fatos ficando menores, menos históricos e mais episódicos, com as tragédias virando chanchadas e as alegrias caindo em melancolia. Era como se a grande História estivesse cercada, impedida, e só as pequenas bobagens pudessem acontecer, prenunciando um período futuro de inanidades, de irrelevâncias. Tivemos apenas uma grande alegria sob a sombra vampírica de Médici: a Copa do Mundo de 70. Fora isso, só bode.


Ao menos, fomos ficando famintos de liberdade que só chegou 10 anos depois dessa década que se fechou em outubro de 75 com o enforcamento do jornalista Vladimir Herzog, na ponta de um cinto, caído de uma janela no DOI CODI de São Paulo.


Nesses 10 anos, de 65 a 75, fomos do sonho ao pesadelo, e fomos aprendendo que sem democracia não há vida.


http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL694617-15605,00.html

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Desafio Musical: Ternura com Wanderlea

Na 188° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 12 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, cujo tema: 1965, um retorno ao tempo, apreciamos como desafio musical a música: " Ternura"na interpretação de Wanderlea, nascida em Governador Valadares, Minas Gerais no dia 05 de junho de 1946. Tornou-se famosa durante a Jovem Guarda com o apelido de "Ternurinha".Fez um grande sucesso na época juntamente com seus amigos Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Trabalhou como atriz principal na película brasileira "Juventude e Ternura" (1968), direção de Aurélio Teixeira, bem como contracenou com Roberto Carlos e Erasmo Carlos em "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa" (1968) de Roberto Farias entre outros filmes.

BG: Coisas -Ganga Zumba


Na 188° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 12 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, apreciamos como BG a música: Coisas- Ganga Zumba de Moacir Santos arranjador, maestro, compositor e multi-instrumentista brasileiro, nascido em Serra Talhada no dia 11 de julho de 1926 e falecido em Pasadena no dia 18 de julho de 2006. O seu primeiro disco intitula-se "Coisas", lançado em 1965 pela gravadora Forma. Já morando nos Estados unidos lançou os discos The Maestro (1972), Saudade (1974) e Carnival of the Spirits (1975) pelo selo Blue Note, e Opus 3 Nº 1 (1978) pelo selo Discovery.
Suas mais conhecidas composições são "Coisa n. 5", "Menino Travesso", "Triste de Quem", "Se Você Disser que Sim" (com Vinicius de Moraes) e "Nanã" (com Mário Teles). O BG escolhido foi para contextualizar o tema desta edição: 1965, um retorno no tempo.

Jorge Wanderley


JORGE WANDERLEY
(1938-1999)

Um admirável poeta. Um grande tradutor. Um pernambucano erudito, como muitos de sua terra prodigiosa de história e de letras. Doutor em Letras e mestre em poesia... Seus livros continuam sendo lidos com interesse de descoberta e fascínio.

Dados pessoais e mais poemas de autor estão num verdadeiro relicário:

» www.palavrarte.com/Equipe/ajwanderley.htm

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Esses chopes dourados

Verdes bandejas de ágata, meus olhos amarelos
caminham para mim pela milésima vez
enquanto estou cercado por brancos azulejos
e amparado por uma toalha de quadros.
No útero deste bar vou me elevando
e saio da noite cheia de ruídos
para a manhã do mar
onde tudo é sal, impossível alquimia
disfarçada num domingo.


Amável,
esta manhã me aturde, manhã de equívocos
onde um sábado, belíssima ave negra de olho aceso
cai nas muralhas do sol como um herói melancólico
enquanto o mar abre o sorriso de dentes brancos
lavados na areia alvura.


Caminho para o sol que me atrai mecanicamente
-Vou te decifrar domingo;
diante de mim tua esfinge se enche de pudor.

quando a geração de meu pai
batia na minha
a minha achava que era normal
que a geração de cima
só podia educar a de baixo
batendo

quando a minha geração batia na de vocês
ainda não sabia que estava errado
mas a geração de vocês já sabia
e cresceu odiando a geração de cima

aí chegou esta hora
em que todas as gerações já sabem de tudo
e é péssimo
ter pertencido à geração do meio

tendo errado quando apanhou da de cima
e errado quando bateu na de baixo

e sabendo que apesar de amaldiçoados
éramos todos inocentes


Jorge Wanderley

I Festival MPB 1965

Na 188° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 12 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio CLube de Valença 650 KHZ AM, oferecemos como tema, um retorno ao ano de 1965. O pretexto para esta investida foi um jornal obtido pelo ALACAZUM desta data, confeccionado na cidade de Valença-Bahia, ofertado pela ouvinte-leitora Lorenza Trocolli, onde além da nota de falecimento do seu avó, o médico Rafael Trocolli, retratava o perfil da cidade naquela epoca. A música que escutamos na abertura do programa, foi "Arrastão".

I Festival de Música Popular Brasileira

  • Local: Guarujá, São Paulo
  • Data: Abril 1965
  • Classificação:
1º Lugar: Arrastão( Edu Lobo e Vinicius de Moraes) - Intérprete: Elis Regina
2º Lugar: Valsa do Amor Que Não Vem (Baden Powell e Vinicius de Moraes) - Intérprete: Elizete Cardoso

ARRASTÃO

Eh! tem jangada no mar
Eh! eh! eh! Hoje tem arrastão
Eh! Todo mundo pescar
Chega de sombra e João Jô viu


Olha o arrastão entrando no mar sem fim
É meu irmão me traz Iemanjá prá mim
Olha o arrastão entrando no mar sem fim
É meu irmão me traz Iemanjá prá mim


Minha Santa Bárbara me abençoai
Quero me casar com Janaína
Eh! Puxa bem devagar
Eh! eh! eh! Já vem vindo o arrastão
Eh! É a rainha do mar
Vem, vem na rede João prá mim


Valha-me meu Nosso Senhor do Bonfim
Nunca, jamais se viu tanto peixe assim
Valha-me meu Nosso Senhor do Bonfim
Nunca, jamais se viu tanto peixe assim

Na 187° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 187° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 05 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio CLube de Valença 650 KZH AM desfrutamos as fábulas de Monteiro Lobato, retirado do livro: Sítio do Pica Pau Amarelo em homenagem aos 4 anos do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER cumpridos no dia 03 de setembro. Muitos ouvintes-leitores ALACAZUM entram no ar para parabenizar pela data e pelo sucesso, inclusive recebemos um belíssimo cartão enviado pela professora Aleísa Magalhães, exaltando o trabalho que estamos realizando com intuito de tornar o Brasil um país de leitores. Nós, do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER agradecemos ao apoio do povo, a colaboração dos parceiros culturais que estão conosco e a Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM. ALACAZUM PARA VOCÊ!

sábado, 11 de setembro de 2010

A gralha enfeitada com penas de pavão

Na 187° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 05 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, apreciamos a seguinte fábula de Monteiro Lobato, retirado do livro: Sítio do Pica Pau Amarelo.


Como os pavões andassem em época de muda, uma gralha teve a ideia de aproveitar as penas caídas.
-Enfeito-me com ests penas e viro pavão!
Disse e fez. Ornamentou-se com as lindas penas de olhos azuis e saiu pavoneando por ali a fora, rumo ao terreiro das gralhas, na certeza de produzir um maravilhoso efeito.
Mas o trunfo lhe saiu às avessas. As gralhas perceberam o embuste, riram-se dela e enxotaram-na à força de bicadas.
Corria assim dali, dirigiu-se ao terreiro dos pavões pensando lá consigo:
-Fui tola. Desde que tenho penas de pavão, pavã sou e só entre pavões poderei viver.
Mau cálculo. No terreiro dos pavões coisa igual lhe aconteceu. Os pavões de verdade reconheceram o pavão de mentira e também a correram de lá sem dó.
E a pobre tola, bicada e esfolada, ficou sozinha no mundo. Deixou de ser gralha e não chegou a ser pavão, conseguindo apenas o ódio de umas e o desprezo de utros.

Amigos: lé com lé, cré com cré.