segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Soneto: Alma minha gentil que te partiste

Este soneto foi lido na 143° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 30 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Vale~ça 650 Khz AM, quando falamos sobre: Antítese


Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Luis Vaz de Camões

Os Glaciais

Na 143° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER informamos sobre os glaciais na Argentina.

A terra do Glacial Perito Moreno alberga mais gigantes de gelo, lagos deslumbrantes, o célebre Fitz Roy e amplas costas de mar turquesa. Sulcada pelos ventos, sua paisagem imensa e selvagem convida à descoberta.


A província constitui o extremo continental sul da República Argentina, na região patagônica. Insere-se de forma de cunha, recebendo a influência de duas massas extremamente importantes: a Atlântica e a Pacífica. Divisa ao norte com a província de Chubut; ao oeste com Chile, ao sul com Chile e o Estreito de Magalhães e ao leste com o Oceano Atlântico.


A superfície total é de 243.943 Km2. É a segunda província em extensão depois de Buenos Aires. Sua capital é a cidade de Río Gallegos. Outras cidades importantes são Río Turbio, Puerto San Julián, El Calafate e Caleta Olivia, para mencionar algumas.

A Universidade Nacional da Patagônia Austral tem sede nas cidades de Río Gallegos, Caleta Olivia, San Julián e Río Turbio. Com mais de 30 cursos de graduação e pós-graduação, ano a ano aumenta a quantidade de estudantes que a elegem.Suas terras albergam um dos ícones do turismo na Argentina, o Glacial Perito Moreno, visitado a cada ano por turistas de todo o mundo. Porém, este gigante de gelo não é seu único atrativo: lagos deslumbrantes, mais e mais glaciais, picos montanhosos, covas com mãos milenares, um bosque petrificado, a estepe patagônica, chácaras e estâncias, praias com alcantilados e o oceano azul mais turquesa que se possa imaginar.

Fonte:http://www.pt.argentina.ar/_pt/turismo/C1410-santa-cruz-a-patagonia-infinita.php

Dica de Leitura: O monstro e outros contos de Humberto de Campos


Na 143° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 30 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, oferecemos como dica de leitura o livro: O monstro e outros contos de Humberto de Campos que pode ser acessado no seguinte endereço eletrônico:


Neste endereço eletrônico você usufruir da leitura do livro: o monstro e outros contos de Humberto de Campos além de outros títulos.

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=7539




Boletim PNLL nº 170 - 24 a 30/08/2009‏


Fundo Pró-leitura avança


Na última terça-feira, o Ministro Juca Ferreira recebeu presidentes e representantes das entidades do setor produtivo do livro para ouvir sugestões do setor a respeito da minuta do Projeto de Lei encaminhada pelo MinC e que cria o Fundo Setorial do Livro e Leitura (FSLL) - Fundo Pró-Leitura. Na reunião, o ministro, a secretária de Articulação Institucional, Silvana Meirelles e o diretor de Livro e Leitura, Fabiano dos Santos, reafirmaram a firme decisão do governo, o que envolve além do MinC e do MEC, o Ministério da Fazenda, em fazer tramitar o mais rápido possível o PL de forma que até o final do ano ele seja aprovado pelo Congresso Nacional, passando a vigorar em 2010. O Ministro e seus assessores se mostraram acessíveis para ouvir as ponderações do setor produtivo e em breve se pronunciarão oficialmente sobre as propostas recebidas.




Fundo Pró-leitura II


O secretário executivo do PNLL, José Castilho Marques Neto, que acompanha e auxilia na articulação deste debate entre a sociedade e o governo, espera que as partes cheguem rapidamente a uma conclusão positiva para o desenvolvimento dos quatro eixos do Plano: "O estabelecimento do Fundo é uma condição indispensável para converter o PNLL em Política de Estado, objetivo maior da sociedade civil e do governo que, juntos, criaram o Plano em 2006. Com a consolidação dos quatro eixos do PNLL, que após três anos é referência no mundo ibero-americano, a criação do fundo poderá financiar as ações em prol da leitura de maneira permanente e é a garantia material de que há um futuro promissor para a conquista de novos leitores. Ou seja, garantia de que o Brasil poderá aspirar, de fato, a ser um país de cidadãos plenos, exercendo seu direito à leitura."

sábado, 29 de agosto de 2009

Na 142° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 142° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 23 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM falamos sobre o cinema Western e apreciamos algumas das mais belas trilhas sonoras relacionadas ao tema. Agradecemos a audiência e aguardamos você no próximo domingo com mais palavras para entreter.

ALACAZUM PARA VOCÊ!

Eldorado


Alegre e elegante,
Um cavaleiro galante,
Sob brilho de sol e sombra
Viajara um montão
Cantando uma canção
Em busca do Eldorado.
Logo ele ficou idoso
O cavaleiro corajoso
E caiu no peito uma sombra
Quando ele não achou
Nenhum pedaço de chão
Parecido com o Eldorado.
E, enquanto seu poder
Já o deixava à mercê
Cruzou uma peregrina sombra.
"Sombra", disse primeiro,"
Qual será o paradeiro
Dessa terra do Eldorado?"
"Sobre as Montanhas
Da Lua,
Pelo Vale da Sombra,
"Cavalgue, cavalgue, sem medo"
Respondeu a sombra em segredo"
Se você busca o Eldorado!"
Edgar Allan Poe(*Boston, 19/01/1809 – †Baltimore, 07/10/1849)
Tradução: Rodrigo Garcia Lopes

O que significa o termo Velho oeste, oeste selvagem ou faroeste?

Velho oeste, Oeste selvagem ou faroeste (em inglês: old west, wild west ou far west), são os termos com que se denomina popularmente o período e episódios históricos que tiveram lugar no século XIX durante a expansão da fronteira dos Estados Unidos da América para a costa Oceano Pacífico. Embora a colonização do território tenha começado no século XVI com a chegada dos europeus, o objetivo de alcançar a costa oeste deveu-se principalmente à iniciativa governamental do presidente Thomas Jefferson, depois da Compra da Luisiana em 1803. A expansão da fronteira foi considerada como uma oportunidade de riqueza e progresso. Esta incessante e prolongada migração de gentes para o oeste deslocou culturas ancestrais e oprimiu minorias étnicas de ameríndios. Em contraste, o período suscitou importantes avanços na indústria, comunicações e agricultura, à custa em vários casos de uma intensa exploração dos recursos humanos e naturais. Estes eventos históricos, origem de um mito nacional nos Estados Unidos, têm sido recreados por diversas manifestações de arte. No cinema, o género designa-se western e narra historias de cowboys, pioneiros, ameríndios, garimpeiros, empresários, etc. Histórias de gentes de variada condição que empreenderam a aventura do oeste com a esperança de alcançar o êxito pessoal mas que acabaram muitas vezes confrontados com a justiça ou com a fatalidade do destino. Os estudos actuais consideram que por trás desta mistificação esconde-se uma realidade complexa e que há a tendência de reconsiderar o papel de todos os actores que participaram naquela conjuntura social, económica e cultural que foi a fronteira dos EUA no século XIX.




Fonte: Wikipédia

E o cinema faroeste ou Western?

O início do cinema western como conhecido hoje em dia foi em 1903, com o filme de aproximadamente dez minutos chamado “Grande Roubo do Trem” (The Great Train Robbery). Antes do filme todo material produzido sobre o Oeste era constituído basicamente por documentários. O filme foi um grande sucesso na época de seu lançamento. Elementos que, posteriormente, seriam presentes nos westerns marcam presença no filme; roubo de trem, trocas de tiros e bandidos fugindo a cavalo. Relatos da época dizem que a audiência vibrava com as cenas de tiroteios, principalmente quando as armas eram apontadas para o público, o que causava um certo receio por parte de alguns. Com o tempo os faroestes foram se adaptando até que assumiram a forma consagrada do cinema western. Os anos dourados do western norte-americano, foram durante os trabalhos de dois dos principais diretores do gênero, John Ford e Howard Hawks. John Ford, considerado por muitos o maior diretor de westerns de todos os tempos, contribuiu com obras como No Tempo das Diligências (Stagecoach), Paixão dos Fortes (My Darling Clementine) e também Rastros de Ódio (The Searchers).






Fonte: Wikipédia

O que divulgava os filmes de faroeste ou Western, qual a ideologia implicita?

O faroeste, tido como um dos únicos gêneros cinematográficos genuinamente americanos, passa através de seu discurso elementos que apóiam o american way of life. Também, dependendo do contexto histórico da produção de cada um, noções e ideologias, uma vez que o auge da produção dos westerns foi durante a guerra fria, mais precisamente entre as décadas de 40 e 70. Sabendo disso, nos parece óbvio que sejam encontrados elementos contra o comunismo e com apoio claro ao capitalismo e colonialismo norte-americano. As exceções neste caso são os Spaghetti Westerns, que graças à sua origem européia acaba por se afastar dos objetivos de domesticação presente nos filmes americanos. Mas não sendo isentos de tentativas de transmissão de ideais. O que é sabido sobre o cinema faroeste é que todo ele se apóia em uma fórmula consagrada, que veio a ser, de certa forma, repetida de forma quase exaustivamente através da história. Essa fórmula, como dito anteriormente, tem uma finalidade comercial e também política. No entanto toda a fórmula não corresponde à realidade do século XIX, nos quais os faroestes são ambientados. Com tudo isso, o western não é apenas uma mera representação cinematográfica, e sim uma forma de expressão social e política. A simples denominação de western se refere ao Ocidente e sua forma civilizatória, em contraposição ao Oriente.

Fonte: Wikipédia

Paisagens

Nos filmes de western predominam dois tipos de ambientação: o do Oeste selvagem e o do Oeste da passagem para o século XX. Nessa segunda abordagem, pode ser citado o famoso e cultuado “Meu ódio será tua herança”_ no Brasil), no qual aparecem algumas tecnologias em seu início, como os primeiros carros, telégrafos, locomotivas e até aeroplanos. Em Butch Cassidy, Paul Newman experimenta uma bicicleta numa cena famosa. É comum a escolha dessa segunda ambientação por parte dos diretores e artistas, com o sentido de se fazer uma analogia ao fim do apogeu do western como gênero cinematográfico; ou mesmo o de alguns dos próprios artistas.
A ideia que daria origem aos westerns do tipo Oeste selvagem tem, talvez, o seu mais remoto precedente com os espectáculos sobre o wild west ("oeste selvagem") protagonizados por Buffalo Bill, a partir de 1883.


As paisagens são elementos de extrema importância nas películas de faroeste. É impossível acharmos um filme do gênero que não conte com uma cena em que não apareçam homens cavalgando por um deserto enorme. A paisagem é algo intrínseco ao Oeste americano. Durante o período de colonização fotógrafos e pintores reproduziam as paisagens áridas da região. Nos filmes toda a vastidão significa mais do que apenas um deserto. O amplo espaço desocupado simboliza na tela o mundo não civilizado, o mundo selvagem que aguarda a chegada da civilização. O mundo não civilizado e ocupado por nativos também não-civilizados. A idéia antagônica ao espaço aberto são as cidades, casas ou ranchos. Ao contrário da vastidão presente nas paisagens, o espaço é limitado, passa uma noção de fim. Opondo as duas idéias, temos de um lado, nas paisagens abertas, a idéia ilusória de liberdade e selvageria em oposição ao controle e comprometimento da vida em sociedade. O símbolo da casa aparece sempre para representar a família, o lar - novamente em oposição à vastidão externa - tendo como objetivo mostrar a paz e alegria que podem ser proporcionados por esta estrutura que é uma das bases do american way of life. É no antagonismo passado por essas duas idéias que se estabelece a base dos faroestes, sempre mostrando esta diferença da vida dita civilizada e da vida selvagem, caótica, fora de controle. Em alguns casos a paisagem serve como contexto para a animalização do homem. Por exemplo, no início do filme “Os Abutres Têm Fome”, no qual o filme começa com uma paisagem e takes de animais, até que temos um take do protagonista cavalgando pela mesma paisagem. Com isso o diretor nos passa a idéia de que o próprio homem é também um animal, quando exposto a este território aberto.

Fonte: Wikipédia

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O Herói


John Wayne

Ele sempre chega no momento certo para salvar a todos. Ele é correto, leva uma vida regrada, respeita a lei, a bandeira, mulheres e crianças; veste-se com roupas brancas e seu cavalo, que é seu melhor amigo, também é branco; solta palavras e tiros com o mesmo cuidado, luta sempre por justiça e não busca ganho pessoal.


Além disso ele é sempre um homem branco, anglo-saxão e protestante, o que remete à idéia do WASP (White, Anglo-Saxan, Protestant) que é a idéia do homem norte americano. Com uma análise um pouco mais profunda sobre o exterior do Herói, percebemos claramente um pouco do preconceito presente nos 'westerns'.


O Herói muitas vezes é alguém solitário, pode até ter uma família, mas nem sempre está com ela. A família costuma ser algo mais distante como um irmão ou irmã; é mais difícil que tenha uma esposa e filhos dos quais precise cuidar. É assim que os filmes nos apresentam a idéia do individualismo presente na sociedade Ocidental; a idéia da família é importante, mas não para o Herói; pessoas simples, os coadjuvantes, sim, esses constituem uma família. Entretanto o Herói passa a maior parte de seu tempo sozinho, lutando pela justiça e por tudo que ele acredita.

Fonte: Wikipédia

O Vilão



Imagem:Victor John Mature no filme: My Darling Clementine ( "Paixão dos fortes")

Do mesmo modo que o herói possui características que possibilitam sua fácil identificação, o vilão também é estereotipado. Ele costuma ser a personificação do mal, veste-se de preto, cavalga um cavalo preto e está predestinado a morrer. Costuma ter fala mansa e ser mulherengo; preocupa-se apenas com ganhos pessoais e tem uma capacidade de destruição enorme.


A questão racial e religiosa já é mais aberta quando se trata do vilão. Ele pode ser um homem branco, negro ou índio. Em muitos filmes o inimigo principal são os indígenas; o conflito entre homens brancos é praticamente inexistente, havendo apenas brigas entre os civilizados e os nativos selvagens.


Mais uma vez a diferença encontra-se nos Spaghetti Westerns, se o herói fica com traços mais próximos das características vilanescas, o mesmo acontece com o vilão, que não é mais a "personificação do mal". Com isso, somado ao comportamento não tão correto do herói, os dois perfis ficam cada vez mais próximos, transformando a identificação de quem é o herói e quem é vilão, muitas vezes, apenas decidido pela abordagem dada pelo diretor em cima das duas figuras.
O cinema western conta com uma característica interessante. Quando se trata de códigos de ética ou moral, mesmo o vilão os respeitam. Os homens, sejam de boa ou má índole, infringem leis sem nenhum peso aparente na consciência, - matam, roubam - porém nunca veremos nos faroestes um homem atirando pelas costas de outro. Os duelos são o meio de se lidar com um mal entendido, e eles são sempre, de certa forma, regrados e éticos.

Fonte: Wikipédia

As Mulheres


Joan Crawford no filme Johnny Guitar (1953)

A imagem feminina nos faroestes é sempre passada de duas formas. Ela pode ser dançarina, prostituta, estar sempre disposta a divertir os homens. O principal cenário em que elas aparecem são os Saloons, elemento corriqueiro nos westerns. Sua imagem não é passada como alguém de grande valor.


A outra possibilidade de mulher é a esposa ideal. Sempre ao lado do pioneiro, ela toma conta dos filhos, eventualmente cuida do rancho quando seu marido sai. É a imagem perfeita e desejada de uma esposa na época de produção dos faroestes. Com esta apresentação da imagem feminina, o ideal familiar é reforçado. Já que a mulher não serve apenas como objeto de desejo e uso para homem, mas sim como um alguém que está lá para apoiar e ajudar com que o homem civilizado cumpra sua missão de colonizar.

Fonte: Wikipédia

É a partir de então que surgem filmes como Johnny Guitar (1953), de Nicholas Ray, em que a mulher sai da condição de passividade e subordinação ao homem, atingido atributos de personagem ativo. A personagem Vienna, dona de um saloon interpretada por Joan Crawford, possui qualidades e defeitos, sendo ambígua como os personagens masculinos. A mulher deixa a condição de “pura”, e não mais assiste passivamente aos conflitos dos homens, mas age em sua própria defesa e sai em busca de seus objetivos.


As cidades


As cidades são compostas, geralmente, de apenas uma avenida principal onde se destacam o saloon (local de jogatina, álcool e, eventualmente, prostituição), e a cadeia, onde reside o xerife. A tecnologia da época aparece frequentemente a fazer contraponto às cidades jovens, sem outra lei que não a da força e das armas. Assim, o telégrafo (constantemente vandalizado por grupos de bandidos ou pelos índios), a locomotiva, e mesmo a imprensa aparecem como elementos que prenunciam a chegada da civilização e da ordem, e simbolizando a transitoridade do estilo de vida quase selvagem da fronteira ocidental. A crença no Destino Manifesto, pelo qual a posse do continente, do Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, estava destinado, pela providência divina, aos Estados Unidos, é frequente entre as personagens que procuram o Oeste em busca de um futuro glorioso, movidos por ideais patriótico.

Fonte: Wikipédia

As perseguições e as viagens



  • As perseguições e os confrontos físicos dramáticos, em género de duelo, são as técnicas mais utilizadas para ressaltar o ingrediente básico da ideia de perigo eminente, numa sociedade onde os riscos se sucedem diariamente e onde a violência parece ser a única forma de garantir a segurança.


A ideia de viagem é uma constante: os vaqueiros atravessam longas extensões de território com o gado; as diligências cortam as estradas ermas, parando em algumas parcas estalagens; as caravanas percorrem as planícies inóspitas e, às vezes, há um forte a marcar a presença militar dos colonizadores.



É basicamente apenas com estes elementos que alguns dos mais afamados filmes se criaram. Em termos narrativos, as histórias costumam ser lineares, sem grandes enredos, com uma moralidade bem definida (como sempre, o bem tem de vencer de uma forma ou de outra). Como pano de fundo, a paisagem é marcada por grandes espaços abertos, como os de Monument Valley, que se tornaram emblemáticos e quase que se podem assumir como a personagem principal do filme. As personagens dos westerns identificam-se, de resto, com estes espaços e com a relação entre a terra e o céu aberto.



Outro elemento frequente é o do conflito entre os colonizadores brancos e os povos indígenas.


O próprio género do western inclui em si vários sub-géneros, como o western épico e outro onde a acção e os tiroteios se sucedem de uma forma irracional, os musicais, o drama, a tragédia e mesmo, algumas comédias e paródias. Os elementos básicos do western clássico foram depois repensados, criticados e postos em causa por filmes que podem ser considerados como fazendo parte do western revisionista.


Os cowboys e os pistoleiros costumam ter sempre um papel importante nestes filmes - o que é notório na forma popular como estes filmes são designados na língua portuguesa. Lutas com índios são também frequentes, ocupando estes, de uma forma geral, o papel de uma ameaça; os westerns "revisionistas" pretenderam, depois, tratar de forma mais benévola o papel dos povos indígenas, passando estes a tomar o lugar de "bons da fita".


Nos anos 70 surgiram vários exemplares dessa corrente: Little Big Man (O pequeno grande homem, no Brasil), que mostra o anteriormente herói cultuado General Custer como um homem ambicioso e desequilibrado); A Man Called Horse (Um homem chamado cavalo, no Brasil), o primeiro de uma trilogia com o ator inglês Richard Harris; e Soldier Blue (Quando é preciso ser homem, no Brasil), de 1970, com Candice Bergen, que mostra cenas chocantes de um massacre de índios.



Outros temas recorrentes são as jornadas pelo Oeste americano, ou os ataques de grupos mais ou menos organizados de bandidos que aterrorizam as pequenas cidades nascentes, como acontece em The Magnificent Seven (Os sete magníficos, em Portugal, e Sete homens e um destino, no Brasil).



Fonte: Wikipédia

Literatura





A literatura sobre o Oeste é um género literário onde os diálogos são, em termos gerais, mas não obrigatoriamente, curtos; onde a acção ocupa a maior parte da história, sem grandes descrições e a paisagem costuma ser apelativa e espectacular. É também um género que facilmente pode ser adaptado a um meio de expressão visual. Os filmes western, cuja acção se situa em locais remotos e selvagens da Califórnia, Arizona, Utah, Colorado ou do Wyoming, desde cedo deram um lugar especial à paisagem como uma presença física que por vezes se sobrepõe aos próprios actores no papel de personagem principal.



Se, nos Estados Unidos, podemos considerar "The Virginian", de Owen Wister (1902) como o primeiro romance deste género, a verdade é que o escritor alemão Karl May já escrevia histórias deste teor desde 1876. May teve, aliás, uma influência determinante no emigrante alemão Carl Laemmle, que fundaria a Universal Pictures. Até mesmo James Fenimore Cooper, autor de The Last of the Mohicans (O Último dos Moicanos, de 1826) terá sido profundamente influenciado pelo escritor alemão.


Os temas universais do western também já eram conhecidos na Inglaterra desde o século XIX, quando Conan Doyle escreveu sua primeira história de Sherlock Holmes, Um estudo em vermelho, em 1887. Na segunda parte desse livro, ele conta a vida de mórmons no continente norte-americano, com todos os elementos de um bom conto sobre o Oeste de fins do século XIX.
O western já existia, portanto, antes do advento do cinema, consubstanciado num género literário distinto. Pode-se ainda referir alguns autores como Zane Grey, Louis L'Amour e Elmore Leonard.


A cultura popular mundial, hoje em dia muito influenciada pela cultura norte-americana em virtude da globalização, costuma preferir e valorizar a cultura da honra, em oposição à cultura do direito e da lei. Os westerns retratam uma sociedade onde o indivíduo é valorizado pela luta que estabelece com o seu meio e onde os códigos de honra (não atirar pelas costas, por exemplo) se sobrepõem à lei e onde se estabelece uma hierarquia social assente na reputação granjeada através de actos de violência ou através da generosidade criadora de dependência nas relações humana.


Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um sonho no sonho de Edgar Allan Poe

Salvador Dalí

Este beijo em tua fronte deponho!

Vou partir.

E bem pode, quem parte,francamente aqui vir confessar-te

que bastante razão tinhas, quando

comparaste meus dias a um sonho.

Se a esperança se vai, esvoaçando,

que me importa se é noite ou se é dia...

ente real ou visão fugidia?

De maneira qualquer fugiria.

O que vejo, o que sou e suponho

não é mais do que um sonho num sonho.

Fico em meio ao clamor, que se alteia

de uma praia, que a vaga tortura.

Minha mão grãos de areia segura

com bem força, que é de ouro essa areia.

São tão poucos! Mas, fogem-me, pelos

dedos, para a profunda água escura.

Os meus olhos se inundam de pranto.

Oh! meu Deus!

E não posso retê-los,

se os aperto na mão, tanto e tanto?

Ah! meu Deus!

E não posso salvar

um ao menos da fúria do mar?

O que vejo, o que sou e suponho

será apenas um sonho num sonho?


Extraído de: Edgar Allan Poe Obras Completas - Nova Aguillar Editora


Quadro: A hora do Brinde

Este quadro do ALACAZUM tem como finalidade estimular o consumo de água e conscientizar de sua importância e preservação para a sobrevivência dos seres vivos neste planeta terra.Alguns dados importantes:


Divisão da água no mundo
97,5% - Salgada
2,5% - geleiras e reservas subterrâneas
0, 007% - doce de fácil acesso

Divisão de água no Brasil

O Brasil detém de 11,6% da água doce superficial do mundo
Os 70% da água disponível para uso estão localizados na região Amazônica
Os 30% restantes distribuem-se desigualmente pelo País para atender 93% da população.

Disponibilidade da água no mundo: regiões críticas

África: Saara - 9.000.000 km²
Ásia: Arábia- 225.500 km²
Chile: Atacama- 78.268 Km²
11 países da África e 9 do oriente Médio já não têm acesso à água limpa
A situação também é critica no México, Hungria, Índia, China e Tailândia

Doenças associadas à água

Causada por ingestão: Disenteria, febre tifóide, hepatite, poliomielite, cólera
Causadas por contato: leptospirose, esquistossomose
Causadas por insetos, tendo a água como meio de procriação: malária, febre amarela, dengue

Dica de Leitura: Literatura de bolso Western





Na 142° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 23 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, oferecemos como dica de leitura: Literatura de Bolso cujo tema é Western

O que escutamos na 142° edição do ALACAZUM

Na 142° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 23 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM escutamos as seguintes músicas:


BG The Good The Bad The Ugly
I´m an old Cowhand - tributo a Roy Rogers
Django Luis Bacalov
Johnny Guitar -V. Young- The LondoN Starlight Orchestra
A fistful of dollars- Enio Morricone
Tema do seriado Daniel Boone
Rio Bravo D.Tiomkin - The LondoN Starlight Orchestra
The Alamo

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Desafio Musical: Daniel Boone

Personagens
Daniel Boone - Fess Parker
Yadkin (1964-65) - Albert Salmi
Mingo (1964-68) - Ed Ames
Rebecca Boone - Patricia Blair
Jemima Boone (1964-66) - Veronica Cartwright
Israel Boone - Darby Hinton
Cincinnatus - Dal McKennon
Jericho Jones (1965-66) - Robert Logan
Gideão (1968-69) - Don Pedro Colley
Gabe Cooper (1969-70) - Roosevelt Grier
Josh Clements (1968-70) - Jimmy Dean

Este seriado clássico foi produzido entre 1964 e 1970 e tinha os seguinte personagens: Daniel Boone, Rebecca sua esposa, seus flhos Jemima e Israel e o índio Mingo. Também havia o velho taberneiro Sincinatus e Abbe, um escravo alforriado. A história da série é baseada em um personagem real que desbravou a região do Kentucky e estabeleceu-se por lá, criando uma pequena colônia que recebeu o nome de Boonesborough. No início da série, Boone tinha um amigo índio inseparável, Mingo. Com a saída do ator Ed Ames (Mingo) da série, o personagem foi substituído por outro índio chamado Gideão (Dom Pedro Colley).


Fess Parker, o ator que interpretou Daniel Boone nessa série, virou lenda viva na região do Kentucky e por lá pode-se ver placas pelas estradas relatando feitos de Daniel Boone.


A série foi produzida pela Twenty Century-Fox para o canal NBC e ficou no ar até agosto de 1970. No Brasil a série foi apresentada nos anos 70 pela rede Globo no período matutino.

Fonte:http://www.mofolandia.com.br/mofolandia_nova/danielboone.htm

Dica de cinema: The Alamo


Na 142° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 23 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, oferecemos como dica de cinema o filme: The Alamo.



Sinopse: O filme é baseado na história real de uma pequena missão católica, durante a guerra pela independência do Texas. O Alamo foi sitiado pelas forças do ditador mexicano Santa Anna, em 1836 e defendido durante 13 dias por um grupo de rebeldes texanos, liderados pelo coronel Davy Crockett, ao lado de Sam Houston, William B. Travis e pouco menos de trezentos outros soldados de nacionalidades diversas.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Salão Regional de Artes Visuais da Bahia em Juazeiro







Na fotografia: Márcio Meireles (Secretario de Cultura da Bahia) e Violeta Martinez



Violeta Martinez recebendo o prêmio pela performance: " Cerca Elétrica" realizada no Salão Regional de Artes Visuais em Juazeiro-Bahia em 2009. Violeta é estudante de cinema na Universidade Federal do Recôncavo Bahiano e fazia o quadro a sétima arte do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER. Parabéns Vi, pelo sucesso! Um belíssimo caminho de glória! ALACAZUM PARA VOCÊ!

Crédito das fotografias:
Cecilio Bastos
Jornalista(74) 8812-5174


Performance: Cerca Elétrica de Violeta Martinez







Esta performance foi apresentada no Salão Regional de Artes Visuais em Juazeiro-Bahia e obteve Menção Especial.

Crédito das fotografias:

Cecilio Bastos
Jornalista(74) 8812-5174

Manhattan: o paraíso do lixo

Na 142° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 23 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650Khz AM informamos sobre o lixo conforme repostagem abaixo:




Para mudar a mentalidade e os hábitos dos novaiorquinos – cada habitante produz cerca de 3k de lixo sólido por dia – os freegans promovem workshops de conserto de bicicletas, de plantação de horta, de reciclagem de plásticos, de corte e costura e, também, trash tours.

Navegando na contramão do consumismo desenfreado contemporâneo, os freegans (junção da palavra inglesa free ou livre e vegan – pessoas que recusam alimentos derivados de animais) têm pavor de dinheiro: trocam o emprego formal por trabalhos voluntários, vivem em prédios abandonados e lutam ferrenhamente pela morte do capitalismo, pela proteção ambiental e pelo fim da tortura aos animais.

Fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/conteudo_485216.shtml


Como reaproveitar os componentes de um micro

Na 142° edição do programa radiofõnico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 23 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz Am informamos sobre o reaproveitamento dos componentes de um micro conforme reportagem descrita abaixo:


O lixo eletrônico é um dos grandes problemas da atualidade. Segundo dados do Greenpeace, por ano, são produzidos até 50 milhões de toneladas desse tipo de dejeto no mundo inteiro. E o volume vem crescendo em 5% ao ano na Europa. A questão principal não é a só que esse lixo ocupe muito espaço, o grande perigo é que a maior parte dos aparelhos eletrônicos usa em sua fabricação metais tóxicos, como mercúrio, chumbo e cádmio. "Quando um computador vai para o aterro sanitário, essas substâncias reagem com as águas da chuva e contaminam os afluentes e o solo", alerta Tereza Cristina Carvalho, diretora do Centro de Computação Eletrônica da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Centro de Descarte e Reciclagem de Lixo Eletrônico da instituição.

A princípio, todos os componentes do microcomputador e do monitor podem ser reciclados. Até mesmo as substâncias tóxicas, como o chumbo, são reaproveitadas na confecção de novos produtos, como pigmentos e pisos cerâmicos. "A ideia é que, além de evitar que o metal contamine o solo, ele volte para a linha de produção. Assim, não é preciso tirar mais minérios da natureza", afirma Tereza Carvalho. Porém, no Brasil, ainda é muito difícil conseguir reciclar um aparelho inteiro. O que acontece é que, em geral, as empresas são especializadas na reutilização de apenas um tipo de material, como placas, plástico ou metais. Assim, quando uma máquina chega a esses lugares, o que interessa é aproveitado e o restante tem destinação incerta. É por isso que a USP está implantando o primeiro centro público de reciclagem de lixo eletrônico, que deve entrar em funcionamento em agosto. Lá, a equipe vai fazer a separação dos materiais e destiná-los para as empresas especializadas, fazendo com que nada seja descartado. "Existe uma falta de consciência sobre esse assunto, mas temos de pensar que, só em 2008, foram vendidos 12 milhões de computadores e que, daqui a cinco anos, eles vão virar sucata", diz a professora.

No Brasil, a questão da destinação de aparelhos elétricos começou a ser discutida só agora, com um projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo e que prevê que os fabricantes, importadores e comerciantes sejam responsáveis por recolher e destinar o lixo eletrônico. Porém, Tereza Carvalho explica que a iniciativa é válida, mas não resolve o problema, já que trata apenas de computadores, monitores e produtos magnetizados. Sistemas de rede e parques de telefonia ficaram de fora. "Na Europa, que está bem avançada no assunto, desde 2002, existem leis que obrigam os fabricantes a se responsabilizar por todos os eletrônicos produzidos. Além disso, só podem ser fabricados micros verdes", diz a professora. Para um computador ser considerado verde, ele precisa ter um sistema de economia de energia, ser produzido dentro de padrões de gestão ambiental e não ter chumbo em sua composição. No Brasil, algumas marcas já oferecem essa opção, mas o mercado ainda é muito pequeno. "É muito importante divulgar o problema e alertar os consumidores para, primeiro, nunca darem aparelhos velhos aos sucateiros, que só vão retirar as partes que podem vender, o resto jogam fora. O ideal é que os usuários deveriam comprar apenas micros verdes. Se houver a demanda, todas as empresas vão ter que se adequar", finaliza Tereza Carvalho.

Fonte:http://revistaescola.abril.uol.com.br/ciencias/fundamentos/como-funciona-reciclagem-computadores-477630.shtml

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Enquete

Na passada semana o ALACAZUM lançou uma enquete neste blog cuja pergunta foi a seguinte: O que é a"Canção dos Nibelungos"?


Oferecemos 3 opções:

1- Prece dos povos sumérios

2-Filme produzido por Steven Spilberg

3-Epopéia medieval escrita por volta do ano 1.200


25% dos internautas optaram pela prece dos povos sumérios; outros 25% por filme produzido por Steven Spilberg e 50% Epopéia medieval escrita por volta do ano 1.200. Parabéns aos que fizeram essa opção.



Segundo o site: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4534248,00.html a "Canção dos Nibelungos" é declarada patrimônio da humanidade" Leia reportagem na íntegra.

Boletim PNLL nº 169 - 17 a 23/08/2009‏


Favoritos



Johann Wolfgang von Goethe (1749 - 1832)



"Poetas não podem calar-se,

Querem às turbas mostrar-se.

Há de haver louvores, censuras!

Quem vai confessar-se em prosa?

Mas abrimo-nos sob rosa

No calmo bosque das musas.

Quanto errei, quanto vivi,

Quanto aspirei e sofri,

Só flores num ramo - aí estão;

E a velhice e a juventude,

E o erro e a virtude

Ficam bem numa canção."

Poema Aos leitores Amigos, de Goethe



Biografia em português
Biografia em inglês
Goethean Science Site
Matéria especial da Deutsche Welle (em português)
Obras
Fausto (em português)
Página de Goethe no projeto Gutenberg
Obras de Goethe em alemão
Egmont (em inglês)
Les Affinités Électives (em francês)
I dolori del giovane Werther (italiano)
Algunas Poesías (em espanhol)
Os Sofrimentos do Jovem Werther (em português)
Poemas de Goethe em diversos idiomas
Conversations with Goethe (em inglês)
Multimídia
Faust, eine deutsche Volkssage: adaptação cinematográfica de 1926 feita por F. W. Murnau - filme na íntegra
Jussi Björling canta trecho da ópera Fausto, de Gounod
Trecho da Sinfonia Fausto, de Liszt, com Daniel Barenboim
Maria Callas canta D'amour L'ardente Flamm da obra La Damnation de Faust, de Berlioz
Abertura de Egmont, música escrita por Beethoven para acompanhar a peça de Goethe, com Karajan e a Filarmônica de Berlim
Trecho de Movimento em Falso, filme de Wim Wenders baseado em Goethe
Programa da BBC dedicado a Goethe (em inglês)

Bibliotecas em todo Brasil

O Ministério da Cultura tem a meta de marcar 2009 como o ano em que foi zerado o número de cidades brasileiras sem bibliotecas. Além de equipar as cidades que ainda não possuem tal espaço de leitura com kits contendo 2,5 mil livros e equipamentos, o programa está modernizando as já existentes. Se sua cidade não estiver na relação disponível neste link e não possuir biblioteca pública municipal, envie um e-mail para biblioteca@cultura.gov.br .

Fonte: Boletim PNLL nº 169 - 17 a 23/08/2009‏

sábado, 22 de agosto de 2009

Na 141° edição do programa ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 141° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM cujo tema foi: Gêneros Literários" privilegiando a fábula, o conto e a crônica, contamos com a ilustre visita da poetiza Luiza Alves do Nascimento que nos brindou belos poemas de sua autoria em um bate papo agradável. Oferecemos também dicas ecológicas, dica de leitura e tudo regado com a bela música (produção do Gugui Martinez). Contamos também com a participação popular que a cada domingo evolui. O ALACAZUM agradece a audiência e te aguardamos no próximo domingo com mais PALAVRAS PARA ENTRETER.

ALACAZUM PARA VOCÊ!

Que este amor não me cegue nem me siga

Na 141° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, realizamos a leitura do poema: "Que este amor não me cegue nem me siga' de Hilda Hilst




Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua de estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.

Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas.
E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena.
E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.

Que este amor só me veja de partida.
Crédito da imagem retirado do blog baurosachoque.blogspot.com

Quadro: A Hora da Fábula

Na 141° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio CLube de Valença 650 Khz AM, realizamos a leitura da seguinte fábula. Antes convém relembrar o significado da palavra: "Fábula"




Narrativa alegórica que transmite uma mensagem indireta, por meio de comparação ou analogia. Originária do grego parabole, significa narrativa curta ou apólogo, muitas vezes erroneamente definida também como fábula. Sua característica é ser protagonizada por seres humanos e possuir sempre uma razão moral que pode ser tanto implicita como explícita. Ao longo dos tempos vem sendo utilizada para ilustrar lições de ética por vias simbólicas ou indiretas.



O Sapo e o Escorpião


Certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio. O escorpião vinha fazer um pedido:

"Sapinho, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?"
O sapo respondeu:
"Só se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralizado e vou afundar."
Disse o escorpião:
"Isso é ridículo! Se eu o picasse, ambos afundaríamos."
Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio. No meio do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo. Atingido pelo veneno, e já começando a afundar, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou:
"Por quê? Por quê?"
E o escorpião respondeu:
"Por que sou um escorpião e essa é a minha natureza."

Fonte:www.amigosdolivro.com.br

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Paz: " Atitude de Mudança" da poetiza Luiza Alves do Nascimento


Na 141° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, contamos com a presença da poetiza Luiza Alves do Nascimento que nos brindou com seus belos poemas.

PAZ "ATITUDE DE MUDANÇA"(LUIZA ALVES DO NASCIMENTO)

SENTIMENTO LINDO
QUE VEM DA ALMA
E ENVOLVE O CORAÇÃO
UM ESCUDO CONTRA O MAl
UM PÁSSARO QUE VOA
SIMBOLIZANDO LIBERTAÇÃO...
AURORA DO DIA
ESPERANÇA DE VIDA
AMOR E EMOÇÃO
FELICIDADE ESPIRITUAL
CONQUISTADA EM ORAÇÃO...
TRANQUILIDADE DA MANHÃ
DESCANSO DOS QUE MORREM
ALEGRIA DOS QUE VIVEM
AMANDO E PENSANDO
O MELHOR PARA TODOS
SEM DISTINÇÃO!

Quadro: A Hora da Crônica


Celeste Martinez (apresentadora do ALACAZUM com o livro: Páginas escolhidas ( do professor Adroaldo Ribeiro Costa)200 crônicas e dois contos- Seleção, organização e introdução de Aramis Ribeiro Costa.

Na 141° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM fizemos a leitura da crônica: O homem, o gato e o curió do professor Adroaldo Ribeiro Costa.




Chegou a decisão do ruidoso e importante caso do homem que matou o gato que matou o curió. Vamos recordá-lo, que essas coisas devem ficar gravadas na memória das gerações. E até é pena que não reine por estas paragens o grande sultão Shariar, porque então seriam escritas em letras de ouro as várias peripécias desta história, que, sem nenhuma dúvida, mereceria figurar entre as obras-primas das Mil e uma noites. Ouvi, pois, oh vós todos, antes que a madrugada acabe.
Era uma vez um homem que tinha um curió. Tinha-o na gaiola e gostava de ouvir os seus trinados. Homem mau, não percebia que aquele era um canto triste de prisioneiro que deseja ardentemente a liberdade. No seu egoísmo, o homem julgava que o curió cantava por prazer, para alegrar as horas do dono. Infeliz! Nunca havia recitado na infância” O pássaro cativo” de Olavo Bilac.
Na mesma casa morava o gato. Gato vagabundo que passava os dias a dormir em quanta almofada encontrava à disposição, e saía às noites para serenatas incômodas pelos telhados da vizinhança.
O bandido do felino não tinha ocupação certa nem trabalho remunerado. Vivia de biscates. Sobras de comida, espinhas de peixe, baratas e camundongos. Mas, estes últimos andavam vasqueiros. Treinados por dolorosa experiência, não saíam dos buracos antes de cuidadosa inspeção pelo ambiente, que lhes dava a segurança da ausência do inimigo mortal.
De sorte que o gato andava triste. Sim, porque as espinhas de peixe também rareavam. O dono da casa, e, consequentemente, do curió, não estava em condições de servir à mesa petisco tão custoso. E, premido pelas circunstâncias, ia progressivamente diminuindo a quantidade de alimento comprado. O que resultava, inevitavelmente, na diminuição progressiva das sobras. Vejam, pois, a situação angustiosa em que se parava o salafrário do gato: camundongos ariscos, espinhas ausentes, sobras microscópicas...
Começou a ficar triste o gato vagabundo. Os olhos grandes abriam-se de vez em quando, e olhavam sem ver o que ia em sua volta, porque toda a atenção estava para o problema intimo:
- Que é que vou comer?
Foi numa dessas horas em que o curió, lá da gaiola, onde o prendera o egoísmo humano, abriu o bico. Cantava o infeliz, seu canto de dor.
O gato abriu os olhos, agora para ver. Para ver o curió. E viu. Viu e ficou a olha-lo fixamente, uma idéia a tomar-lhe conta do juízo.
O curió percebeu a atenção do ouvinte. E desdobrou-se em cantos, refletindo, lá com suas penas:
-Eis ai um de bom coração. Ouve-me com atenção tão religiosa que, por certo, há de compreender a minha mensagem. E há de ajudar-me.
Desse momento em diante, o curió cantou mais do que nunca. Trinados e mais trinados saíam de sua garganta privilegiada, para gozo do homem que comentava com os amigos:
-Meu curió está no ponto! Canta que é um danado”
Mal sabia que a letra daquela música era um libelo contra ele. Porque o curió cantava simplesmente isto:
-Vem, amigo! Liberta-me! Tu és meu único aliado! Vem, liberta-me!...
E o gato olhava. E ouvia. E pensava. Pensava esta coisa tremenda:
-Este curió deve ser gostoso como diabo!
Assim se passaram, não dez anos como quer o bolero, mas dez dias. O curió cantando, o homem encantado, e o gato esfaimado. Até que, no undécimo dia, o gato foi chegando de mansinho para a gaiola do curió. Chegou bem perto e disse com voz de gato inocente:
-Você quer que eu lhe tire daì?
- Quero sim- disse o curió aos trinados.
- Então, ajude-me. Vou afastar os arames da gaiola. Você sai, entra na minha boca, onde ficará escondido. Aí eu vou para fora, longe da vista do homem malvado abro a boca, e você sai...
O curió saltitou de contentamento. E tudo saiu segundo os planos, Tudo, menos o curió que não saiu da boca do gato. Foi nessa hora, justamente que o homem chegou. Num instante, apanhou todo o quadro, compreendeu o que se havia passado, e não contou conversa:levado aos cumes da ira, apunhalou o gato curioricida!
O caso apaixonou a opinião pública.Durante semanas e meses não se falava em outra coisa. Fundaram-se partidos políticos e clubes de futebol, com os nomes dos heróis da trágica história, houve até comícios inflamados que reuniram multidões, e os quais não faltaram sopapos, correrias e amabilidades policiais.
Os adeptos do curió argumentavam:
- A justiça foi feita! O homem que matou o gato deve ser absorvido porque puniu o matador de um dos mais meigos passarinhos de nossa matas. É um herói” É o próprio Vingador”
E logo apareceu quem sugerisse a idéia da construção de um monumento ao Vingador do Curió”.Saiu uma lista que arrecadou algumas centenas de cruzeiros. O monumento não saiu. Mas, saiu uma bruta farra.
Enquanto isso, os adeptos do gato, protestaram:
- É preciso enforcar esse bárbaro gaticida” Que fez, afinal, o pobre felino? Prestou dois benefícios de uma dentada só: aliviou a própria fome e libertou o curió! Porque a morte é a grande e definitiva libertação.
Só o homem não teve adeptos, por que ainda não foi fundada uma Sociedade Protetora dos Homens.
Eletrizantes mesmo, todavia foram os debates na sessão de julgamento do memorável pleito, como se pode ver deste trecho do cintilante debate, colhido taquigraficamente pela nossa reportagem. A transcrição é literal e absolutamente fiel.
ACUSAÇÃO- este homem é um criminoso. Não tinha o direito de matar o gato.
DEFESA – e o gato tinha o direito de matar o curió?
ACUASAÇÃO- as situações são perfeitamente diferentes, meu caro colega.
DEFESA- por que diferente? Um curió tem tanto direito à vida quanto um gato.
ACUSAÇÃO- sim, mas o gato matou o curió para comer, e o homem matou o gato por vingança.
DEFESA- então V. Exa. Esta acusando o homem não pelo crime de haver morto o gato, mas pelo fato de não o haver comido.
ACUSAÇÃO- perdão. Não estou afirmando tal. Seria incapaz de aconselhar que se comesse gato.
DEFESA – e por que?
ACUSAÇÃO- por causa do puxamento.
DEFESA- V. Exa. Com esse argumento, está não só injuriando os gatos como ofendendo os asmáticos.
ACUSAÇÃO- ora essa; Então V. Exa. Acha que se deveria comer os asmáticos?
DEFESA- não acho tal. Acho é que V.Exa. não tem o direito de pedir a condenação do homem, só por que não comeu o gato.
ACUSAÇÃO- V.Exa. esta usando sofismas... Meu pensamento é que o homem matou por vigança
DEFESA- não foi. O gaticídio foi um ato de justiça.
ACUSAÇÃO- justiça?
DEFESA- sim senhor. Afinal depois da violenta repressão ao ato criminoso, é possível que cessem os curioricidios.
ACUSAÇÃO- ora ai esta V.Exa com pieguices. Desde o principio do mundo,c urió existiu para ser comido por gato.
DEFESA- perdão. Curió existe para deliciar-nos com seu canto mavioso...
ACUSAÇÃO- nesse caso V.Exa. não acha uma violência um crime, prender um curió numa gaiola?
DEFESA- agora uso o argumento de V.Exa: isso há desde o principio do mundo.
ACUSAÇÃO: Mas, o que há desde o principio do mundo é morte de gato a facadas.
Por ai foram, nesse debate brilhante. Por fim, o home foi condenado, à pena mínima. Terá de pagar cem cruzeiros de multa. Pagar a quem? Naturalmente à viúva do gato, uma gata de comportamento suspeito que vive pelas vizinhanças. E, com esse dinheiro, ela poderá mandar os filhos à escola. Por onde se vê que os franceses têm razão quando dizem que em todo mal há sempre um bem....



Retirado do livro:Páginas escolhidas ( do professor Adroaldo Ribeiro Costa)200 crônicas e dois contos- Seleção, organização e introdução de Aramis Ribeiro Costa.






Coco de Nicuri



Na 141° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER informamos sobre o coco de nicuri.

Você sabia que o coco de nicuri também é conhecido pelo nome de alicuri, arícui, aricuri, butiá, butiazeiro, cabeçudo, coco-cabeçudo, coqueiro aracuri, coqueiro-dicori, licurizeiro, etc?

Crédito da imagem:http://terreiroir.blogspot.com/2008_11_01_archive.html

O que escutamos na 141° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 141° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de agosto de 2009 transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, escutamos as seguintes trilhas sonoras:


BG I´too late com Charles Kynard

Ozzy Osbourne

La revancha del tango com Gotan Project

O lobo com Pitty

A cantiga do sapo de Alceu Valença

Ya Yo Gakk com Steve Vai

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Caxixi

Na 141° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM informamos sobre o termo: caxixi

Você sabia que o termo "caxixi" é utilizado para designar cerâmica de pequena dimensão produzida para servir de brinquedo infantil?

Existe também "A Feira dos Caxixis" que é uma feira de cerâmica – popular, onde se vende variedade de louça-de-barro.
Realiza-se todos os anos na histórica cidade de Nazaré, no Recôncavo Sul do Estado da Bahia, durante a Semana Santa.


Foto de Roque Medeiros 1285

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Quadro: A Hora do Conto


Na 141° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de agosto de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM realizamos a leitura do conto: A máscara da morte Rubra de Edgar Allan Poe.


DURANTE muito tempo devastara a "Morte Rubra" aquele país. Jamais se vira peste tão
fatal e tão terrível. O sangue era a sua encarnação e o seu sinete: a vermelhidão e o
horror do sangue. Aparecia com agudas dores e súbitas vertigens, seguindo-se profusa
sangueira pelos poros e a decomposição. Manchas escarlates no corpo e sobretudo no
rosto da vítima eram o anátema da peste, que a privava do auxílio e da simpatia de seus
semelhantes. E toda a erupção progresso e término da doença não duravam mais de meia
hora.


Mas o Príncipe Próspero era feliz, destemido e sagaz. Quando seus domínios se viram
despovoados da metade de seus habitantes mandou chamar à sua presença um milheiro
de amigos sadios e joviais dentre os cavalheiros e damas de sua corte, retirando-se com
eles, em total reclusão, para uma de suas abadias fortificadas. Era um edifício vasto e
magnífico, criação de príncipes de gosto excêntrico, embora majestoso. Cercava-o forte e
elevada muralha com portas de ferro. Logo que entraram, os cortesãos trouxeram fornos e
pesados martelos para rebitar os ferrolhos. Tinham resolvido não proporcionar meios de
entrada ou saída aos súbitos impulsos de desespero dos de fora ou ao frenesi dos de
dentro.


A abadia estava fartamente provida. Com tais precauções, podiam os cortesãos desafiar o
contágio. Que o mundo exterior se arranjasse por si. Enquanto isso, de nada valia nele
pensar, ou afligir por sua causa. Providenciara o príncipe para que não faltassem
diversões. Havia jograis, improvisadores, bailarinos. músicos. Havia beleza e havia vinho.
Lá dentro, tudo isso e segurança. Lá fora a "Morte Rubra".Foi quase ao término do quinto
ou sexto mês de sua reclusão enquanto a peste raivava mais furiosamente lá fora, que o
Príncipe Próspero ofereceu a seus mil amigos um baile de máscaras da mais
extraordinária magnificência.


Que voluptuosa cena a daquela mascarada! Mas antes descrevamos os salões em que ela
se desenrolava. Era uma série imperial de sete salões. Em muitos palácios, contudo, tais
sucessões de salas formavam uma longa e reta perspectiva quando as portas se abrem de
par em par não havendo quase obstáculo à perfeita visão de todo o conjunto . Aqui, o
caso era bastante diverso, coisa aliás de esperar do amor do duque pelo fantástico. Os
aposentos estavam tão irregularmente dispostos que a visão abrangia pouco mais de um
de cada vez. De vinte ou de trinta em trinta jardas havia uma curva aguda e, a cada
curva, uma nova impressão.A direita e à esquerda, no meio de cada parede, uma enorme
e estreita janela gótica abria-se para um corredor fechado que acompanhava as voltas do
conjunto. Essas janelas eram providas de vitrais, variava de acordo com o tom dominante
das decorações do aposento para onde se abriam. O da extremidade oriental, por exemplo
era azul, e de azul vivo eram suas janelas. O segundo tinha ornamentos e tapeçarias
purpúreos, e purpúreas eram as vidraças. O terceiro era todo verde, e verdes eram
também as esquadrias das janelas. O quarto estava mobiliado e iluminado com
laranjada. O quinto era branco, e o sexto, roxo. O sétimo o estava totalmente coberto de
tapeçarias de veludo preto, que pendiam do teto e pelas paredes, caindo em pesadas
dobras um tapete do mesmo material e da mesma cor. Mas somente nesta sala a cor das
janelas não correspondia à das decorações. As vidraças ali, eram escarlates, da cor de
sangue vivo.


Ora, em nenhum daqueles sete salões havia qualquer lâmpada ou candelabro em meio à
profusão de ornamentos dourados que se espalhavam por todos os cantos ou pendiam do
forro. Luz de espécie alguma emanava de lâmpada ou vela, dentro da série de salas. Mas,
nos corredores que acompanhavam a perspectiva, erguia-se em frente de cada janela,
uma pesada trípode com um braseiro que projetava seus raios pelos vitrais coloridos e
assim iluminava deslumbrantemente a sala, produzindo numerosos aspectos vistosos e
fantásticos. Na sala negra, porém, o efeito do clarão dava sobre as negras cortinas,
através das vidraças tintas de .sangue, era extremamente lívido e dava uma aparência tão
estranha às fisionomias dos que entravam que poucos eram os bastante ousados para
nela penetrar.


Era também nesse salão que se erguia, encostado à parede que dava para oeste, um
gigantesco relógio de ébano. O pêndulo oscilava para lá e para cá, com um tique-taque
vagaroso, pesado, monótono. E quando o ponteiro dos minutos concluía o circuito do
mostrador e a hora ia soar, emanava dos pulmões de bronze do relógio um som claro,
elevado, agudo e excessivamente musical, enfático e característico que, de hora em hora,
os músicos da orquestra viam-se forçados a parar por instantes a execução da musica
para ouvir-lhe o som: e dessa forma, obrigatoriamente, cessavam os dançarinos suas
evoluções e toda a alegre companhia sentia-se por instantes, perturbada. E enquanto os
carrilhões do relógio ainda soavam, observava-se que os mais alegres tornavam-se
pálidos e os mais idosos e serenos passavam as mãos pela fronte, como se em confuso
devaneio ou meditação. Mas quando os ecos cessavam por completo, leves risadas
imediatamente contagiavam a reunião; os músicos olhavam uns para os outros e sorriam
de seu próprio nervoso e loucura, fazendo votos sussurrados, uns aos outros para que o
próximo carrilhoar do relógio não produzisse idêntica emoção. E, no entanto, passados os
sessenta minutos ( que abarcam três mil e seiscentos segundos do Tempo que voa), ou de
novo outro carrilhoar do relógio, e de novo se viam a mesma perturbação, o mesmo
tremor, as mesmas atitudes meditativas a despeito, porém, de tudo isso, que esplêndida e
magnífica folia.


O duque tinha gostos característicos. Sabia escolher cores e efeitos. Desprezava os
ornamentos apenas em moda. Seus desenhos muito audazes e vivos, e suas concepções
esplendiam com um lustre bárbaro. Muita gente o julgava louco. Mas seus cortesãos
achavam que não. Era preciso ouvi-lo, vê-lo e tocá-lo, para se estar certo que ele não o
era.


Por ocasião dessa grande festa, dirigira ele próprio, em grande parte, os mutáveis adornos
dos sete salões e fora o seu próprio gosto orientador que escolhera as fantasias. Mas não
havia dúvidas de que eram grotescas. Havia muito brilho, muito esplendor, na coisa
berrante e fantástica - muito disso que depois se viu no Hernani. Havia formas
arabescas, com membros e adornos desproporcionados.


Havia concepções delirantes, como criações de louco; havia muito de belo e muito de
atrevido, de esquisito, algo de terrível e pouco do que poderia causar aversão. Na
realidade, uma multidão de sonhos deslizava para lá e para cá nas sete salas. E estes
sonhos giravam de um canto para outro, tomando a cor das salas, e fazendo a música
extravagante da orquestra parecer o eco de seus passos.


Mas logo soava o relógio de ébano que se erguia na parede de veludo. E então, durante
um instante, tudo parava e tudo silenciava exceto a voz do relógio. Os sonhos paravam,
como que gelados. Os ecos do carrilhão, porém, morriam - haviam durado apenas um
instante -, e uma leve gargalhada, mal contida, acompanhava os ecos que morriam. E
logo depois a música explodia, e os sonhos reviviam e rodopiavam mais alegremente do
que dantes, tingiam da cor das janelas multicoloridas, através das quais se filtravam ,os
luminosos raios das trípodes.


Mas então nenhum dos mascarados se aventurava até a sala que, entre as sete, mais ao
ocidente se encontrava, porque a noite estava declinando e ali dimanava luz mais
vermelha através das vidraças sangüineas, e o negrol dos panejamentos tenebrosos
apavorava. E, para aqueles cujos pés pisavam o tapete negro, do relógio de ébano ali perto
provinha rumor abafado, mais solenemente enfático do que o que alcançava os ouvidos
de quem se comprazia nas alegrias dos outros aposentos mais distantes.
Mas esses outros aposentos estavam densamente apinhados e palpitava febrilmente o
coração da vida. E a folia continuou a rodopiar, até que afinal o relógio começou a soar a
meia-noite. E, então a música parou, como já disse; e aquietaram-se as evoluções dos
dançarinos; e, como dantes, houve uma perturbadora parada de tudo. Mas agora o
carrilhão do relógio teria de bater doze pancadas. E por isso aconteceu talvez que maior
número de pensamentos, e mais demoradamente, se inserisse nas meditações daqueles
que, entre os que se divertiam, meditavam. E por isso talvez aconteceu também que,
antes de silenciarem por completo os derradeiros ecos da última pancada, muitos foram
os indivíduos, em meio a multidão, que puderam certificar-se da presença de um vulto
mascarado que até então não havia chamado a atenção de ninguém, tendo-se espalhado,
aos cochichos, a notícia dessa nova presença elevou-se imediatamente dentre a turba um
burburinho ou murmúrio que exprimia desaprovação e surpresa a princípio e, terror,
horror e náusea.


Numa assembléia de fantasmas, tal como a descrevi, bem se pode supor que tal agitação
não podia ter sido causada por aparência vulgar. Na verdade, a licença carnavalesca da
noite quase ilimitada; mas o vulto em questão excedia o próprio Herodes em
extravagância e ia além dos limites indecisos de decência exigidos pelo próprio príncipe.
Há no coração dos mais levianos fibras que não podem ser tocadas sem emoção. Mesmo
para os mais divertidos, para quem a vida e a morte são idênticos brinquedos assuntos
com os quais não se pode brincar. Todos os presentes de fato, pareciam agora sentir
profundamente que nos trajes e atitudes do estranho não havia finura nem conveniência.
Era alto e lívido, e envolvia-se, da cabeça aos pés, em mortalhas tumulares. A máscara
que ocultava o rosto era tão de modo a quase representar a fisionomia de um cadáver
enrijecido que a observação acurada teria dificuldade em perceber o engano. E, contudo,
tudo isso poderia tolerar-se, se não mesmo aprovar-se, pelos loucos foliões, não tivesse o
mascarado ido ao de figurar o tipo da "Morte Rubra". Seu traje estava salpicado de
sangue, e a ampla testa, assim como toda a face, borrifada de rendas placas escarlates.
Quando os olhos do Príncipe Próspero caíram sobre aquela imagem espectral (que, em
movimentos lentos e solenes, como se quisesse representar mais completamente seu
papel, rodopiava aqui e ali entre os dançarmos), viram-no ser tomado de convulsões, a
princípio um forte tremor de pânico ou repugnância, para logo depois enrubescer-se de
raiva.


-Quem ousa - perguntou ele, roucamente, aos cortesãos que o cercavam -, quem ousa
insultar-nos com tão blasfema pilhéria? Agarrem-no e desmascarem-no, para podermos
conhecer quem teremos de enforcar, ao amanhecer, no alto das ameias!
Ao pronunciar estas palavras achava-se o Príncipe Próspero no salão dourado e azul, do
lado do poente. Elas atravessaram todas as sete salas, alta e claramente, pois o príncipe
era um homem ousado e robusto e a música havia silenciado a um gesto de sua mão.
Era no salão azul que se achava o príncipe, tendo ao lado um grupo de cortesãos pálidos.
Logo que ele falou, houve um leve movimento de investida por parte daquele grupo na
direção do intruso que, no momento, se encontrava quase ao alcance da mão, em
passadas firmes e decididas, mais se aproximava do príncipe. Mas em virtude de um
indefinível terror que a todos os presentes causara o louco atrevimento do mascarado,
não se achou que ousasse estender a mão para agarrá-lo. De modo que.sem impecilho,
passou a uma jarda do príncipe, e, enquanto toda a assembléia, como movida por um só
impulso, recuava do centro das salas para as paredes, seguiu ele seu caminho sem deterse
com os mesmos passos solenes e medidos que o haviam distinguido, do salão azul ao
salão purpúreo, do púrpuro ao verde, do verde ao alaranjado, deste ao branco e até o
roxo, sem que um movimento de decisão se fizesse para detê-lo.


Foi então, porém, que o Príncipe Próspero, enlouquecido de vergonha de sua própria e
momentânea covardia, correu precipitadamente através das seis salas, sem que ninguém
o seguisse, pois um terror mortal de todos se apossara. Brandia um punhal
desembanhado e se aproximara, com rápida impetuosidade, a poucos passos do vulto que
se retirava, quando este último, tendo alcançado a extremidade do salão de veludo,
voltou-se subitamente e arrostou seu perseguidor. Ouviu-se um grito agudo e o punhal
caiu, cintilante sobre o negro tapete, onde, logo, instantaneamente, tombou mortalmente
abatido o Príncipe Próspero. Então, recorrendo a coragem selvagem do desespero,
numerosos foliões lançaram-se sem demora no lúgubre aposento, e, agarrando o
mascarado, cujo alto vulto permanecia ereto e imóvel dentro da sombra do relógio de
ébano, pararam, arfantes de indizível pavor, ao sentir que nenhuma forma tangível se
encontrava sob a mortalha e por trás da mascara cadavérica, quando as seguraram com
violenta rudeza.


E foi então que reconheceram estar ali presente a "Morte Rubra". Ali penetrara, como um
ladrão noturno. E um a um, foram todos os foliões, nos salões da orgia, orvalhados de
sangue, morrendo na mesma posição desesperada de sua queda. E a vida do relógio de
ébano se extinguiu com a do último dos foliões. E as chamas das trípodes expiraram. E o
ilimitado poder da Treva, da Ruína, e da "Morte Rubra" dominou tudo.

Crédito da imagem:http://cantopracaronte.blogspot.com/2007/07/mscara-da-morte-rubra.html