Reconhecido pelo governo federal como Ponto de Leitura no Brasil, passando a fazer parte da Rede Biblioteca Viva.Integra o Programa Nacional do Livro e Leitura (PNLL)conforme publicação no Diário Oficial da União, portaria n° 92 de 18 de dezembro de 2008.Por um País de leitores cidadãos!
terça-feira, 29 de julho de 2014
Quadro: Despertando os Sentidos
segunda-feira, 28 de julho de 2014
Clasificados Poéticos da Roseana Murray
Na 361° edição do
Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e
locutora Celeste Martinez, que foi ao ar no dia 27 de julho de 2014,
das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, apreciamos
Classificados Poéticos da Roseana Murray
Perdi maleta cheia
de nuvens e de flores
Maleta onde eu
carregava
todos os meus amores
embrulhados
em neblina.
Perdi essa maleta em
alguma esquina
e algum sonho
e desde então eu
ando tristonho
sem saber onde pôr
as mãos
Se andando pelas
ruas
você encontrar a
tal maleta
Por favor me avise
em pensamento
que eu largo tudo e
vou correndo.
Roseana Murray
Poesia de Celeste Martinez
Na 361° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e locutora Celeste Martinez, que foi ao ar dia 27 de julho de 2014, das 8 às 9 h transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, apreciamos a poesia de Celeste Martinez.
Pegue este fio
e siga esta linha.
Não transforme nada.
Não processe nada.
Não transgrida o raciocínio. Siga.
É tão denso e fatal
o tempo de embarque que é impossível pensar
tudo de vez.
Por isso
siga,
veja,
prossiga.
O momento é este fio e sua vida é uma linha.
O lobo caluniado
Na 361° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e locutora Celeste Martinez, que foi ao ar no dia 27 de julho de 2014 das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, apreciamos a leitura: O lobo caluniado.
O lobo caluniado
A floresta era meu lugar. Eu morava lá e cuidava dela. Tentava mantê-la limpa e em ordem. Num dia ensolarado, enquanto estava retirando o lixo que um campista havia deixado, eu ouvi uns passos. Pulei atrás de uma árvore e vi uma menininha meio feia descendo o caminho e carregando uma cesta. Logo desconfiei dessa menininha porque estava vestida de maneira tão estranha - toda de vermelho e com a cabeça coberta de tal forma que parecia não querer que alguém soubesse quem era. Claro que parei para verificar quais eram suas intenções. Perguntei quem era, aonde ia, de onde vinha. Ela me contou uma história mal contada, de que ia para a casa da avó com uma cesta de comida. Parecia ser uma pessoa honesta, mas acontece que ela estava na minha floresta e, de fato, parecia meio suspeita com essa roupa estranha que vestia. Então, resolvi lhe dar uma lição para mostrar como era séria essa história de se pavonear pela floresta sem ser anunciada e vestida dessa maneira.
Deixei-a seguir seu caminho, mas logo corri na frente para chegar na casa de sua avó. Quando vi aquela velha senhora simpática, eu lhe expliquei meu problema e ela concordou que sua neta precisava aprender uma lição. Escondeu-se debaixo da cama, esperando que eu a chamasse quando fosse necessário.
Quando a menina chegou, eu a convidei para ir ao quarto onde eu estava. Eu estava na cama, vestido como sua avó. A menina entrou toda corada e disse alguma coisa malcriada sobre minhas grandes orelhas. Já havia sido insultado antes, tentei então aproveitar suas palavras, sugerindo que minhas grandes orelhas me ajudariam a ouvir melhor. O que eu quis dizer é que gostava dela e queria dar maior atenção ao que ela dizia. Mas, aí, ela fez mais uma gozação, dizendo que meus olhos eram esbugalhados. Agora, você pode entender o que eu estava começando a sentir por aquela menina. Com essa fachada tão bonita, ela escondia era uma pessoa muito desagradável. Mas resolvi lhe dizer que meus olhos grandes me ajudavam a vê-la melhor.
O insulto seguinte realmente me atingiu. Eu tenho um problema com esses meus dentes muito grandes. E essa menina fez uma malcriação a respeito deles. Sei que deveria me controlar, mas pulei da cama e rosnei dizendo que meus dentes me ajudariam a comê-la melhor.
Agora, vejam bem, nenhum lobo nunca comeria uma menininha, todo mundo sabe disso, mas essa menina maluca começou a correr pela casa gritando e eu correndo atrás dela tentando acalmá-la. Eu já tinha tirado a roupa da vovó, mas isso parecia piorar as coisas. Até que, de repente, a porta se abriu com um estrondo e um lenhador grandalhão estava lá de pé comseu machado. Eu o olhei e vi que estava em apuros. Havia uma janela aberta perto de mim e pulei fora.
Gostaria de dizer que esse foi o fim da história. Mas acontece que aquela vovó nunca contou o meu lado da história. Logo se espalhou o boato de que eu era um lobo mesquinho e chato. Todo mundo começou a se esquivar de mim. Não sei bem o que aconteceu com aquela menininha, mas eu não vivi feliz para sempre.
Lief Fearn. In " Direitos humanos no Brasil conferências para educadores" São Paulo, Editora & Artes Gráficas, 1986
Na 360° edição do Alacazum Palavras Para Entreter
Vídeo da leitura da crônica: O acorde final de Rubem Alves
Crônica: O acorde final de Rubem Alves
Celeste Martinez lendo a crônica: O acorde final de Rubem Alves
Na 360° edição do Alacazum Palavras Para Entreter apresentação da escritora e locutora Celeste Martinez, que foi ao ar no dia 20 de julho de 2014, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, apreciamos a leitura da crônica: O acorde final de Rubem Alves.
O acorde final
Eu havia colocado no
toca-discos aquele disco com poemas do Vinicius e do Drummond, disco
antigo, long-play – o perigo são os riscos que fazem a agulha
saltar, mas felizmente até ali tudo tinha estado lindo e bonito, sem
pulos e sem chiados, o próprio Vinicius, na sua voz rouca de uísque
e fumo, havia recitado os sonetos da separação, da despedida, do
amor total, dos olhos da amada. Chegara meu favorito, “O haver” -
o Vinicius percebia que a noite estava chegando e tratava então de
fazer um balanço de tudo o que fora feito e do que sobrara disso.
Assim, as estrofes começavam todas com uma mesma palavra, “Resta...”
- foi isso que sobrou.
Resta essa
capacidade de ternura, essa intimidade perfeira com o silêncio...
Resta essa vontade
de chorar diante da beleza, essa cólera cega em face da injustiça e
do mal-entendido...
Resta essa faculdade
incoercível de sonhar e essa pequenina luz indecifrável a que às
vezes os poetas tomam por esperança...
Começava, naquele
momento, a última quadra, e de tanta vezes lê-la e outras tantas
ouvi-la, eu já sabia de cor suas palavras, e as ia repetindo dentro
de mim, antecipando a última, que seria o fim, sabendo que tudo o
que é belo precisa terminar.
O pôr-do-sol é
belo porque suas cores são efêmeras, em poucos minutos não mais
existirão.
A sonata é bela
porque sua vida é curta, não dura mais que 20 minutos. Se a sonata
fosse uma música sem fim, é certo que seru lugar seria entre os
instrumentos de tortura do Diabo, no inferno.
Até o beijo... Que
amante suportaria um beijo que não terminasse nunca?
O poema também
tinha de morrer para que fosse perfeito, para que fosse belo e para
que eu tivesse saudades dele, depois do seu fim. Tudo o que fica
perfeito pede para morrer. Depois da morte do poema viria o silêncio
– o vazio. Nasceria então uma outra coisa em seu lugar: a saudade.
A saudade só floresce na ausência.
É na saudade que
nascem os deuses- eles existem para que o amado que se perdeu possa
retornar. Que a vida seja como o disco, que pode ser tocado quantas
vezes se desejar. Os deuses – nenhum amor tenho por eles, em si
mesmos. Eu os amo só por isso, pelo seu poder de trazer de volta
para que o abraço se repita. Divinos não são os deuses. Divino é
o reencontro.
A voz do Vinicius já
anunciava o fim. Ele passou a falar mais baixo.
E eu, na minha
cabeça, automaticamente me adiantei, recitando em silêncio o último
verso: “ sem saber que é a minha mais nova namorada”.
Foi então que, no
último momento, o imprevisto aconteceu: a agulha pulou para trás –
talvez tivesse achado o poema tão bonito que ser recusava a ser uma
cúmplice de seu fim, não aceitava sua morte, e ali ficou a voz
morta do Vinicius repentindo palavras sem sentido: “ sem saber que
é a minha mais nova...” , “ sem saber que é a minha mais
nova...”, “ sem saber que é minha mais nova...”.
Levantei-me do meu
lugar, fui até o toca-discos, e consumei o assassinato: empurrei
suavemente o braço com o meu dedo, e ajudei a beleza a morrer,
ajudei-a a ficar perfeita. Ela me agradeceu, disse o que precisava
dizer “ sem saber que é a minha mais nova namorada...” Depois
disso foi o silêncio.
Fiquei pensando se
aquilo não era uma parábola para a vida, a vida como uma obra de
arte, sonata, poema, dança. Já no primeiro momento, quando o
compositor ou o poeta ou o dançarino preparam sua obra, o último
momento já está em gestação. É bem possível que o último verso
do poema tenho sido o primeiro a ser escrito pelo Vinicius. A vida é
tecida como a teia de aranha: começa sempre do fim. Quando a vida
começa do fim, ela e sempre bela, por ser colorida com as cores do
crepúsculo.
Não, eu não
acredito que a vida biológica deva ser preservada a qualquer preço.
“Para todas as
coisas há o momento certo. Existe o tempo de nascer e o tempo de
morrer ( Eclesistes 3 1-2).
A vida não é uma
coisa biológica. A vida é uma entidade estética. Morta a
possibilidade de sentir alegria diante do belo, morre também a vida,
tal como Deus no-la deu – ainda que a parafenália dos médicos
continue a emitir seu bips e a produzir ziguezagues no vídeo.
A vida é como
aquela peça. É preciso terminar.
A morte é o último
acorde que diz: está completo. Tudo o que se completa deseja morrer.
Do livro: As
melhores crônicas de Rubem Alves
quarta-feira, 23 de julho de 2014
Vídeo do poema: O Cacto, de Cassiano Ricardo
A escritora e locutora Celeste Martinez, interpretando a poesia: O Cacto, de Cassiano Ricardo.
O Cacto, de Cassiano Ricardo
Na
360° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da
escritora e locutora Celeste Martinez, que foi ao ar no dia 20 de
julho de 2014, das 8 às 9 h transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM,
apreciamos a poesia: O cacto, de Cassiano Ricardo.
O
Cacto
Vamos,
todos, brincar de cacto
na
areia da nossa tristeza.
Uma
folha sobre outra,
em
caminho do céu intacto.
Uns
nos ombros dos outros,
um
braço a nascer de outro braço,
uma
folha sobre outra,
formaremos
um grande cacto.
De
cada braço, já no espaço,
nascerá
mais um braço, e deste
outros
braços, qual ramalhete
de
flores para um só abraço.
Filhos
da pedra e do pó,
fique
aqui embaixo o nosso orgulho,
pisado
sobre o pedregulho.
Formaremos,
num corpo só,
(
uma folha sobre outra
uma
folha sobre outra,
um
braço a nascer de outro braço)
a
nossa escada de Jacó.
Pra
quê torre de Babel
ou
o Empire State, compacto,
se,
uns nos ombros dos outros,
chegaremos
ao céu, num cacto?
Uma
folha sobre outra
e
já uma árvore de feridas
por
entre os anjos de azulejo
e
as borboletas repetidas.
Que
fique aqui embaixo a terra;
lá
de cima nós tiraremos
uma
grande fotografia
do
seu rosto de ouro e prata.
Pra
provar a Deus que a terra,
numa
fotografia exata,
não
é redonda, mas chata;
não
é redonda, mas chata.
Pra
provar, por B mais H
que
o homem, animal suicida,
já
sabe fabricar estrelas...
Se
é que Deus disto duvida.
Que
iríamos fabricar luas
(
se não fora, para Seu gáudio,
o
espião nos ter furtado a fórmula)
mais
bonitas do que as Suas.
Vamos,
todos, brincar de cacto,
uns
nos braços dos outros,
um
abraço a nascer de outro braço,
uma
folha sobre outra.
Vamos
subir, de folha em folha
mais
alto do que vai o avião.
Lá
onde os anjos jogam pedras
no
cão da constelação.
Que
outros usem avião a jacto
pra
uma viagem em linha reta:
nós,
filhos da planície abjeta,
subiremos
ao céu num cacto.
Uns
nos ombros dos outros,
injustiças
sobre injustiças
formaremos
um verde pacto...
Vamos,
todos, brincar de cacto.
Vamos,
todos, brincar de cacto
Na 359° edição do Alacazum Palavras Para Entreter
Horacio Martinez, convidado especial da 359° edição
Na 359° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e locutora Celeste Martinez, que foi ao ar no dia 13 de julho de 2014, das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, cujo tema: Final da Copa do Mundo 2014, contamos com a presença do artista visual, de nacionalidade argentina, Horacio Martinez, que falou um pouco sobre o futebol.
terça-feira, 15 de julho de 2014
Um argentino no Alacazum
Horacio Martinez - argentino, artista visual, na 359° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, que foi ao ar no dia 13 de julho de 2014, das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, cujo tema: Final da Copa do Mundo 2014.
Vídeo, do poema: Soneto futebolístico, de Glauco Mattoso
Celeste Martinez, interpreta o poema: Soneto Futebolístico, de Glauco Mattoso
Soneto Futebolístico, de Glauco Mattoso
Na 359° edição do
Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e
locutora Celeste Martinez, que foi ao ar no dia 13 de julho de 2014,
das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, cujo tema: Final
da Copa do Mundo 2014, tivemos como convidado, o artista visual
argentino Horacio Martinez, em um bate papo descontraído a respeito
de futebol. Na abertura do programa fizemos a leitura do texto: Soneto Futebolístico
de Glauco Mattoso.
Soneto Futebolístico
de Glauco Mattoso
Machismo é futebol
e amor aos pés.
São machos adorando
pés de machos,
e nesse mundo mágico
me acho
em meio aos fãs de
algum camisa dez.
Invejo os
massagistas dos Pelés
nps lúdicos
momentos de relaxo,
servindo-lhes de
chanca e de capacho,
levando a língua
ali, do chá no rés.
É lógico que um
cego como eu
não pode convocar o
titular
dum time brasileiro
ou europeu.
Contento-me em
chupar o polegar
do pé de quem ainda
não venceu
sequer a mais local
preliminar.
Do livro: Os cem
melhores poemas brasileiros do século
O Anjo das Pernas Tortas, de Vinicius de Moraes
Na 359° edição do
Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e
locutora Celeste Martinez, que foi ao ar no dia 13 de julho de 2014,
das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, cujo tema: Final
da Copa do Mundo 2014, tivemos como convidado, o artista visual
argentino Horacio Martinez, em um bate papo descontraído a respeito
de futebol. Na abertura do programa fizemos a leitura do texto: O
anjo das pernas tortas, de Vinicius de Moraes.
O Anjo das Pernas
Tortas – A Flávio Porto
A um passe de Didi,
Garrincha avança
Colado o couro aos
pés, o olhar atento
Dribla um, dribla
dois, depois descansa
Como a medir o lance
do momento.
Vem-lhe o
pressentimento; ele se lança
Mais rápido que o
próprio pensamento
Dribla mais um, mais
dois; a bola trança
Feliz, entre seu pés
– um pé de vento -
Num só transporte a
multidão contrita
Em ato de morte se
levanta e grita
Seu uníssono canto
de esperança.
Garrincha, o anjo,
escuta e atende : - Gooool!
É pura imagem: um G
que chuta um o
Dentro da meta, um L
. É pura dança!
Rio, 1962
Visto-me de Brasil, para torcer para a Argentina!
Na 359° edição do Alacazum Palavras para Entreter, cujo tema: Final da Copa do Mundo 2014, tendo como convidado o artista visual, argentino Horacio Martinez , a escritora e locutora Celeste Martinez, disse: Visto-me de Brasil, para torcer pela Argentina!
Poesia de Celeste Martinez
Celeste Martinez recitando o seu poema |
Na 359° edição do
Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e
locutora Celeste Martinez, que foi ao ar no dia 13 de julho de 2014,
das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, cujo tema: Final
da Copa do Mundo 2014, tivemos como convidado, o artista visual
argentino Horacio Martinez, em um bate papo descontraído a respeito
de futebol. Apreciamos a poesia da escritora Celeste Martinez, interpretada por ela mesma.
Bato a minha porta e
entro. Recolho-me ao quarto.
Perco as chaves.
Acendo as luzes do
pensamento
e em suas paredes
rabisco frases.
Dispo-me.
Visto-me de
invisibilidade
e em suas
entrelinhas traduzo-me
Neste amplo e
recolhido quarto
existem ESPELHOS
e as únicas janelas
existentes
são os meus olhos.
É noite nos poemas
tristes
e frio em minha
culpa por pensá-los
Caem folhas
corre o vento
desce a chuva sobre
as pedras das calçadas,
discorre o sol nas
cicatrizes dos corações,
passam homens,
super-homens.
Passam mulheres,
cuidado, frágeis
Passam querubins
passam sonhos
transbordantes
cântaros que se
derramam dentro do quarto.
Poesia de Celeste Martinez no livro: Valenciando - Antologia de escritores da cidade de Valença Bahia
Na 358° edição do Alacazum Palavras Para Entreter
Celeste Martinez- escritora e locutora do Alacazum Palavras Para Entreter
Na 358° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e locutora Celeste Martinez e que foi ao ar no dia 6 de julho de 2014, das 8 às 9 h transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, socializamos algumas informações do Jornal Valença Agora - parceiro cultural do Alacazum -
domingo, 13 de julho de 2014
Qual a sua dica de leitura?
Exemplar do livro: O meu pé de laranja lima de José Mauro de Vasconcelos, ofertado pelo amigo Vagne Reale e pela amiga Janine Peixoto
Na 358° edição do
Alacazum Palavras para Entreter, apresentação da escritora e
locutora Celeste Martinez e que foi ao ar no dia 6 de julho de 2014,
das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, ouvintes-leitores Alacazum sugeriram dicas de leituras.
Dica de Leitura: O menino do dedo verde de Maurice Druon
Na 358° edição do
Alacazum Palavras para Entreter, apresentação da escritora e
locutora Celeste Martinez e que foi ao ar no dia 6 de julho de 2014,
das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, ouvintes-leitores do Alacazum sugeriram dicas de leitura. Este exemplar exposto, é da minha biblioteca particular e tem 38 anos de existência.
Qual a sua dica de leitura?
Na 358° edição do
Alacazum Palavras para Entreter, apresentação da escritora e
locutora Celeste Martinez e que foi ao ar no dia 6 de julho de 2014,
das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, perguntamos ao ouvinte-leitor Alacazum qual a sua dica de leitura.
Crédito da imagem: Wikipédia
Pesquisas na internet
Na 358° edição do
Alacazum Palavras para Entreter, apresentação da escritora e
locutora Celeste Martinez e que foi ao ar no dia 6 de julho de 2014,
das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM , socializamos, informação a respeito do cuidado em se pesquisar, principalmente quando se utiliza os recursos da internet. A garota Eloah Rodrigues, que vive na cidade de Niterói, estudando sobre a vida do poeta inglês William Shakespeare, deparou-se com o quadro de informação, ilustrado acima. Existe um recurso da própria enciclopédia eletrônica que dá acesso ao arquivamento de novas informações descartando a que possivelmente esteja incorreta. Foi o que fez a Eloah.
Poesia: Mulheres, autoria de Celeste Martinez
A escritora Celeste Martinez declamando a sua poesia
Na 358° edição do
Alacazum Palavras para Entreter, apresentação da escritora e
locutora Celeste Martinez e que foi ao ar no dia 6 de julho de 2014,
das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, apreciamos a
poesia: Mulheres, autoria de Celeste Martinez.
domingo, 6 de julho de 2014
Na 357° edição do Alacazum Palavras Para Entreter
Fonte da imagem: Wikipédia
Nesta edição falamos um pouco sobre os antigos armazéns ou vendas como eram chamadas. Relembramos a venda do senhor Coroinha, na antiga rua da Taboca ( Duque de Caxias ) na cidade de Valença e a venda do Senhor João França no povoado de Gamboa do Morro de São Paulo- Cairu Bahia
Antigas garrafas de refrigerantes da marca Bilz
Antigas garrafas de refrigerantes da marca Bilz com tampas de porcelana, relatada no texto: O armazém do Barrio de Daniel Cheruna
O Arnazém do Barrio de Daniel Cheruna
Na 357° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e locutora Celeste Martinez, que foi ao ar no dia 29 de junho de 2014 das 8 às 9 h apreciamos o relato de Daniel Cheruna cujo tema armazém.
O
Armazém do Barrio de Daniel Cheruna
O
Armazém do Barrio, estava na esquina de minha casa ( Espanha e Risso
) . Pertencia a Henrique e Pepe Camarasa; o primeiro, muito formal,
porém simpático; o segundo mais robusto, não tão politicamente
correto e um pouco mais jovem. Viviam os dois solteiros na casa de
sua mãe já anciã. A casa que está em pé e sempre foi velha,
conserva ainda todos os atributos de quando foi construida.
Desabitada, resiste em abrigar seus queridos fantasmas, enfrentando
com valentia o transcursso do tempo.
O
enorme local que faz parte de uma construção maior, que inclui o
que foi a vivenda com seu enorme patio, estava destinado a duas
funções bem diferenciadas. Sobre a esquina propriamente dita, o
armazém; e com entrada sobre a rua Espanha, o depósito de bebidas
onde geralmente havia bicicletas encostadas sobre a parede, esperando
a saida de seus donos para levá-los de volta ao lar. As vezes
ziguezagueando mais que o prudente, embora as ruas de então não
oferecessem demasiado risco. Mais perigosas eram as situações que
costumavam apresentar-se na varanda quando alguma discurssão
começava dentro do boliche e devia continuar ao ar livre por decisão
de Pepe que tinha bem definido os limites da tolerância que não
podia transgredir-se para permitir a permanencia dos concorrentes.
Por algum motivo ele tinha este setor do negocio sobre sua
responsabilidade. Sabia que se tinha que fazer-se cargo da situação
aplicando sua autoridade e força bruta, não duvidaria um segundo em
tomar cartas no assunto. As regras eram claras; lá fora estava o
espaço público, porém ali dentro teriam que respeitar o lugar; do
contrario não se permitia pisar novamente. Mas nem todos os clientes
eram encrenqueiros, muitos tinham o “porre alegre” e as reuniões
tornavam-se verdadeiros entretenimentos. Se palpitava um clima
festivo e de camaradagem como em um clube de amigos, onde se falava
de tudo e se ria muito; As vezes a alegria se tornava tão
transbordante que era necessário moderar a situação para não
atrapalhar os clientes que do outro lado faziam suas compras diárias
em outro setor do armazem, atendido por Henrique que mantinha com
elegância um lápis na orelha direita, ferramenta fundamental de sua
atividade. Fazia as contas com numeros grandes e claros sobre uma
folha de papel cinza que logo cortaba com a mão e fazia a função
de fatura ou ticket. O mesmo papel que usava para enrolar a herva e
todos os produtos soltos que eram comuns naquela epoca, como o acuçar
moido ou em cubos ( que era a preferida de minha família porque
diziam que adocava mais ); produtos que envolvia com uma habilidade
incrivel, com bordas tipo as empanada que asegurava perfeitamente
sua borda.
Depois
da compra nunca faltava “la yapa” ( o caramelo ou alguma outra
cortesia da casa ) e o comentário do dia era imprescindivel antes ou
depois. Os dotes de comunicador social, fazia dele um experto em
varias questões mais principalmente àquelas relacionadas ao tempo.
A maioria fazia suas compras em cadernetas ( a negra com capa
plástica e folhas com linhas e duas colunas para as anotações).
Minha alegria consistia a cada tempo em comprar um alfajor e uma
bolita Bilz ( limonada efervercente que conservava seu nome de quando
tinha uma bolinha no gargalho para conservar seu lacre hermético)
Outra
função social muito importante que cumpria o negocio dos Camarasa
era seu telefone de caixão preso na parede da oficina ou deposito de
mercadorias onde entravamos, desprendia o auricular, girava varias
vezes a manivela fixada a direita do aparelho e dizia a operadora que
nos atendia com que numero queriamos comunicar.
Existia
outro na padaria em frente porem este era mais popular. Igualmente
não era muito a demanda já que muito poucos tinha linha telefonica
em suas casas para poder chamar-se; mas em muitos casos nos tirava de
apuros e eles jamais se mostravam aborrecidos por ter que
emprestar-los; inclusive deixando de atender alguém para guiar-nos
até o lugar exato. Para o qual era necessario levantar uma tabua de
madeira do mostrador e atravessar o setor do bar saudando atentamente
a quem ali estivesse. Tenho em minha mente os altos tetos, o reboco
de barro e os pisos de tijolo vermelho. As vitrines de madeira dura e
escura como os enormes mostradores e as estantes que cobriam
praticamente toda a parede, exibindo tanto comestivel como
caldeirões, baldes e bacias. Praticamente um armazém de ramo
geral. Do mesmo modo que conservo a recordação dos cheiros, mistura
de especieis com umidade que fazia único e reconhecivel o ambiente
mesmo com os olhos fechados. Os irmãos eram muito queridos. E eles
sabiam; por isso tinham aparentemente uma vida feliz. Sabiam que
estavam cumprindo uma importante missão para o seu bairro. Hoje,
podem descansar em paz, seguros de que, quem compartilhou essa etapa;
os recordaremos sempre e lhes estaremos infinitamente agradecidos por
tudo que nos deram.
Video de Celeste Martinez
Celeste Martinez - escritora e locutora do Alacazum Palavras Para Entreter - interpretando a crônica: O amor sem ar ou a quase morte do amor, de sua autoria.
Crônica: O amor sem ar ou a quase morte do amor de Celeste Martinez
Na 357° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e locutora Celeste Martinez, que foi ao ar no dia 29 de junho de 2014 das 8 às 9 h, transmissão ao vivo Rio Una FM 87,9, apreciamos a crônica: O amor sem ar ou a quase morte do amor, autoria de Celeste Martinez e que foi publicado no Jornal Valença Agora
Estavam
as quatro repousadas no coração do poeta quando uma delas, a
primeira,resolveu fugir. Andou, Andou, Aonde, Antes, Alguns, Amantes,
Admirados Almejavam Augusto a Aurora. Teria que seguir
esta sequência, consequência de sua primazia na coordenada alfabética.
Saiu em busca do inalcancável. Enquanto isso, no coração do poeta,
ouvia-se:
- Mor, mor, mor!
Seria a morte?
Seria a moral da história jamais escrita e tal corvo batia à porta?
Nada indagou este que escreve. Apenas sentiu o que sentia monossílabicamente:
- Mor, mor, mor!
Então a décima terceira letra do alfabeto, olhando em volta notou a falta da primeira. Gritou:
- Ó ò ó ó !
A décima quinta letra aturdida com o grito, sacudiou o companheiro ao lado dizendo:
- Acorda "erre".
- Rato roeu a roupa do rei de roma? - perguntou atônito -
- Não. O " a" fugiu.
- O que será de nós? O que será do amor?
- Precisamos encontrá-la. Disse a consoante. E entre "emes" ò ó" e "erres" elas seguiram. Que sentido teria morar em coração triste?
Mas como escapar da melancolia?
Aproveitaram o espirro do escritor: Atchimmmmmm!
E desceram pelas escadarias dos repetidos "emes".
Fora da aorta uma sílaba apenas: " Mor" - a quase morte do amor.
Porém desejava silabicamente encontrar o "ar" que respiravam mutuamente e retornar ao coração daquele que pinta com palavras a emoção.
De repente, ei-lo: substantivo masculino, primeira letra do nosso alfabeto, sentada na calçada, cabisbaixa tristonha.
- Olá, disse em uníssono o "eme", o "o" e o "erre".
E ao rever as letras juntas, o " a" falou:
- Amigas, quero abraçá-las!
E foi um tal de "a" abraçand o "o", abrançando o "eme", abraçando o "erre". Após seguiram as quatro, digo, seguiu a palabra ao encontro do poeta, que naquela manhã do dia cinco, acordou a prima Vera para esperá-las.
E o amor novamente acomodou-se no coração do poeta que tomado de súbita felicidade escreveu para alguém que muito ama:
Valença, cinco de setembro de 2012
Queri...
Bem, o que foi escrito não será aqui revelado. São coisas do amor. Saga de um triângulo amoroso entre o escritor, palaà sílaba "mor" que trocu o caminhao que conduz a morte pelo Ar do Amor.
Celeste martinez
sábado, 5 de julho de 2014
Escutamos: Meu Grito com Agnaldo Timóteo
Na 357° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e locutora Celeste Martinez e que foi ao ar no dia 29 de junho de 2014, falamos um pouco sobre armazéns e dedicamos a música: Meu grito, autoria de Roberto Carlos, interpretado pelo cantos Agnaldo Timóteo, à avó Dorinha, 94 anos.
Na 356° edição do Alacazum Palavras Para Entreter
A seca do Nordeste do poeta Daniel Pereira
Na 356° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e locutora Celeste Martinez e que foi ao ar no dia 22 de junho de 2014 das 8 às 9 h, contamos com a presença do poeta cordelista Daniel Pereira. O cordel " Os temperos da cachaça " foi apresentado e a condutora do programa, amiga de muitos anos do poeta reviveu os fragmentos do livreto: " A seca do Nordeste" que lhe foi ofertado a 30 anos pelo amigo cordelista.
A seca do Nordeste
Eu vou escrever uma história
Não sei se passo no teste
Mais o Pai da Criação
Que tem um poder celeste
Vai me ajudar a falar
Sobre a seca do Nordeste.
Jesus é tão Poderoso
É o Pai da Criação
Não vai deixar o sertanejo
Passar tanta privação
Breve ele manda chuva
Para molhar todo o sertão
Tudo aqui é sofrimento
As fazendas estão deserta
Sem água e sem comida
O gado tem a morte certa
Fome doença e pobresa
É só isto que nos resta.
A seca do Nordeste
Eu vou escrever uma história
Não sei se passo no teste
Mais o Pai da Criação
Que tem um poder celeste
Vai me ajudar a falar
Sobre a seca do Nordeste.
Jesus é tão Poderoso
É o Pai da Criação
Não vai deixar o sertanejo
Passar tanta privação
Breve ele manda chuva
Para molhar todo o sertão
Tudo aqui é sofrimento
As fazendas estão deserta
Sem água e sem comida
O gado tem a morte certa
Fome doença e pobresa
É só isto que nos resta.