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Levando suas experiências poéticas às últimas conseqüências, considerou esgotado esse caminho em 1961, e voltou-se para o movimento de cultura popular, integrando-se no CPC da UNE, de que era presidente quando sobreveio o golpe militar de 1964. A partir de 1962, a poesia de Gullar reflete a necessidade moral de lutar contra a injustiça social e a opressão. Ele recomeça sua experiência poética com poemas de cordel e, mais tarde, reelabora a sua linguagem até alcançar a complexidade dos poemas que constituem Dentro da noite veloz, editado em 1975. Em 1964, publica o ensaio Cultura posta em questão e, em 1969, Vanguarda e subdesenvolvimento, em que propõe um novo conceito de vanguarda estética.
Forçado a exilar-se do Brasil em 1971, escreve em 1975, em Buenos Aires, o seu livro de maior repercussão, Poema sujo, publicado em 1976 e considerado por Vinicius de Moraes "o mais importante poema escrito em qualquer língua nas últimas décadas": Para Otto Maria Carpeaux, "Poema sujo... é a encarnação da saudade daquele que está infelizmente longe de nós, geograficamente, e tão perto de nós como está perto dele, na imaginação do poeta, o Brasil que lhe inspirou esses versos. Poema sujo mereceria ser chamado "Poema nacional" ; porque encarna todas as experiências, vitórias, derrotas e esperanças da vida do homem brasileiro. É o Brasil mesmo, em versos "sujos" e, portanto, sinceros".
(do livro Muitas Vozes - José Olympio Editora.)
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