O preço do feijão
não cabe no poema.
O preço do arroz
não cabe no poema.
O preço do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema
o gás
a luz
o telefone
a sonegação do leite
da carne
do açúcar
do pão.
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome.
Sua vida fechada em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerilha seu dia de aço e carvão
nas oficinas escuras.
- Por que o poema senhores,
está fechado: "NÃO HÁ VAGAS".
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço.
O poema senhores,
não fede
nem cheira.
Ferreira Gullar, escritor maranhense
genial!! está en español? si no, haré el esfuerzo de traducirlo. merece ser leído en otras lenguas.
ResponderExcluirsaludos Celeste! espero que sigas bien!
ëxcelente, este é um texto que se remete aos funcionários públicos, onde se explicita a dura realidade em que vive a maioria das pessoas!!!muito bom, ao nosso mestre FERREIRA GULLAR, Parabéns.
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