quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
108° ediçaõ do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
Nando Reis
Mariene de Castro
Outras informações, visite:
http://www.releituras.com/joaoubaldo_bio.asp
A Raiz de Mandioca da Viúva Monção
João Ubaldo Ribeiro
Todo mundo sabe que a terra aqui em Itaparica é fertilíssima, uma coisa que só vendo para acreditar. Bem verdade que costumava ser ainda mais fértil, mas isso era no tempo em que não havia televisão, de maneira que o pessoal contava histórias sobre proezas agrícolas e a coisa aumentava um pouco. Quase não temos mais bons mentirosos em Itaparica, a não ser do tipo desagradável existente em toda parte, o mentiroso político, o fariseu, essas personagens de rotina mesmo. Os outros, os bons, foram liquidados pela concorrência da tevê: hoje o pessoal fica em casa e, mentira por mentira, as dos comerciais do governo já satisfazem a quem quer dar umas risadinhas.
Lembro bem dos coentros de Lamartine. Isso foi no tempo em que Lamartine era rapazinho - e já estava velho quando o conheci, há mais de trinta e cinco anos, por aí vocês vêem quanto tempo que não faz. Os coentros de Lamartine, ele exagerou na adubagem, foi isso. Naquele tempo, não se podia exagerar na adubagem, porque a terra ainda estava muito impetuosa, muito moça, quase virgem, negócio mesmo de o sujeito se arriscar a ver raiz crescer no dedo, se enfiasse o dedo nela um tempinho. Mas ele exagerou no Salitre do Chile Especial e foi o que se viu: cada pé de coentro que dava para um homem se esconder atrás. Coisa que, aliás, ele chegou a fazer, numa certa oportunidade. Estava fugindo de dona Naninha, então noiva dele, por causa de uma transgressão da mocidade qualquer, e aí se escondeu dela atrás do pé de coentro. E ela não viu nada, sendo bem possível que tivesse pensado que errara de caminho e, em vez de à horta do noivo, tivesse chegado a um bananal.
Esse Salitre do Chile Especial, por sinal, nunca mais ele usou, porque as plantas ítaparicanas tratadas com ele eram um transtorno. Quem quer que já tenha tentado vender um molho de coentro com as folhas do tamanho de palhas de coqueiro compreenderá bem o problema de Lamartine. Se a natureza fez as folhas de coentro daquele tamaninho, é porque quis que elas fossem assim. Que fez então Lamartine? Pegou o resto do saco do salitre e jogou nos fundos de um quarto do quintal, cômodo abandonado que ele só usava para depositar umas tralhas velhas mesmo.
Mal lembrava ele que, neste nosso clima, as plantas muitas vezes crescem sem ajuda de ninguém. Há casos e mais casos de gente que enricou vendendo melancia do quintal sem nunca ter plantado melancia. Assim também são a abóbora, a flor que se chama boa-noite, a mamona, os capins e assim por diante. Pois muito bem, um belo dia Lamartine vai passando pelo quintal e nota que as paredes daquele quarto estão como que rachando, mostrando fendas para além do reboco. Que diabo seria aquilo?
A porta era dessas que abrem para dentro. Ele foi buscar a chave, girou-a, empurrou a porta e nada. Forçou com o ombro, deu pontapé e nada. Mandou chamar um caboclo forte que trabalhava com ele, o caboclo veio, meteu também o ombro na porta, a porta nada. Assim já era demais. Lamartine se aborreceu, mandou buscar um machado, tacou o machado no meio da porta. Uma machadada,duas machadadas, três machadadas e — zás! - sai uma lasca de madeira da porta, acompanhada de — adivinhem o quê? — Exatamente. De uma talhada de abóbora. A desgraçada da aboboreira que estava nascendo, toda encorucujadinha no canto do quarto, se cevou no adubo e aí deu uma abóbora que cresceu, cresceu, cresceu, até chegar àquele despropósito, quase destruindo o quarto todo e dando um prejuízo enorme.
Hoje em dia, não estamos mais como no tempo de Lamartine, mas a terra ainda é bastante fértil. E, felizmente, os praticantes da agricultura e do criatório, embora em pequeníssimo número, se comparado à pujança de outrora, de vez em quando nos surpreendem com novos feitos. Meu primo Zé de Neco mesmo, que não fuma, não bebe e só diz palavrão em último caso, pai de família apontado como exemplo em toda a cidade, merecia uma reportagem. Se o Nordeste não fosse discriminado, meu primo Zé de Neco teria uma bela reportagem. Uma não, duas pelo menos, pelo menos uns dois fantásticos da televisão. Como disse Armando de Lalá, num repentismo desses que vêm à cabeça dos poetas sem mais nem mais:
Fica os fantásticos filmando americano
E ninguém mais não admira o itaparicano!"
Zé cria galo de briga e não poupa sacrifícios para o aprimoramento genético de seu plantel. Para que o galo de briga tenha os baixos instintos indispensáveis ao exercício de sua profissão, é necessário que venha de linhagens inaceitáveis em qualquer família decente. Como, por exemplo, ser raceado com urubu. Pois Zé vai atrás do urubu, pega o urubu e força o casamento com as galinhas de briga dele. Como também força casamentos com mutuns, gaviões, o que pintar - o que interessa é um galo bom. Objetarão os que acham isto impossível, pelas leis da biologia. Respondo que tentem objetar a Zé pessoalmente, para ver se, apesar de já estar chegando aos 60, ele ainda não é bom de capoeira. Ele não aprecia ser chamado de mentiroso.
Tanto assim que lhes passo como verdade verdadeira o conselho que ele deu a todo proprietário de jardim ou areazinha onde possa plantar. O conselho é o seguinte: arranje uma manaíba, enfie lá e esqueça. Manaíba é o nome dado a uma raiz de mandioca que se usa para reprodução, uma espécie de muda, ou semente.
— Mas pra que é que eu quero um pé de mandioca no quintal, Zé?
— O que é que eu falei? Eu disse "plante uma manaíba e esqueça".
É pra esquecer.
— Mas, se é pra esquecer, pior ainda.
— É porque você não sabe do caso da Viúva Monção.
— A Viúva Monção?
— Você não conheceu, não foi de seu tempo aqui. Mas a Viúva Monção plantou uma manaíba de aipim na horta dela, esqueceu e, quando foi limpar o terreno, tirou uma macaxera de sessenta e quatro quilos!
— Como é que foi, Zé?
— Um aipim de sessenta e quatro quilos! Sessenta e quatro quilos! Agora, imagine isso aí, jardim por jardim, quintal por quintal. Não havia mais o problema da fome.
— Não sei não, Zé. Se tirassem a patente dessa manaíba da Viúva Monção, iam fundar a Mandiocabrás, criar o imposto sobre produtos da manaíba e exportar a manaíba toda.
— Isso é verdade. E, porque gringo não come aipim, iam acabar não deixando ninguém plantar aipim. Não, esqueça. Nunca houve esse aipim de sessenta e quatro quilos, da Viúva Monção.
— Mas você falou...
— Isso é porque a pessoa esquece que existe governo e aí vai fantasiando umas bobagens. Mas depois lembra que existe governo e aí lembra que uma mandioca dessas havia de ser ilegal, visto a falta de comida até hoje ter sido o programa de governo do governo.
— Zé — disse eu —, você devia ser ministro.
— Deus me livre — disse ele. — Eu sou contra a fome.
Texto extraído do livro "Arte e Ciência de Roubar Galinhas", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 63.
Minha Terra
Banda Black Rio
Na 108° edição do ALACAZUM
Na 108° edição do ALACAZUM contamos com a participação da poetiza valenciana Alana Magalhães que nos brindou com belos poemas de sua autoria e de outro poeta, contamos ainda com as presenças de Gabrie Santos, Ana Rita Magalhães e Daisy Carmem Pinheiro, estes atuantes na área cênica. Além do descontraido bate papo abordando do teatro a pequenas curiosidades do cotidiano, apreciamos fragmentos de textos que foram previamente planejados pelo Gabriel Santos sem esquecer a participação do público, tão importante para o sucesso do ALACAZUM.
Riachão
Na 108° edição do ALACAZUM após leitura do texto contido no livro: Tratado Descritivo do Brasil em 1587 do escritor português Gabriel Soares escutamos a música: Retrato da Bahia na interpretação do Clementino Rodrigues o popularmente conhecido "Riachão" que nasceu na Língua de Vaca, no bairro do Gracia, em Salvador, a 14 de novembro de 1921 e até hoje mora no mesmo bairro.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Tratado Descritivo do Brasil em 1587
Em que se declara como Francisco Pereira Coutinho foi povoar a Bahia de Todos os Santos e os trabalhos que nisso teve.
Livro: Tratado Descritivo do Brasil em 1587 de Gabriel Soares de Sousa
O Teatro Mágico
Amadurência
Composição: Fernando Anitelli
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Broto Legal
Paulo Mendes Campos
Paulo Mendes Campos nasceu a 28 de fevereiro de 1922, em Belo Horizonte - MG, filho do médico e escritor Mário Mendes Campos e de D. Maria José de Lima Campos. Começou seus estudos na capital mineira, prosseguiu em Cachoeira do Campo (onde o padre professor de Português lhe vaticinou: "Você ainda será escritor") e terminou em São João del Rei.
Ser Brotinho - Paulo Mendes Campos
Ser brotinho não é viver em um píncaro azulado: é muito mais! Ser brotinho é sorrir bastante dos homens e rir interminavelmente das mulheres, rir como se o ridículo, visível ou invisível, provocasse uma tosse de riso irresistível.
Ser brotinho é não usar pintura alguma, às vezes, e ficar de cara lambida, os cabelos desarrumados como se ventasse forte, o corpo todo apagado dentro de um vestido tão de propósito sem graça, mas lançando fogo pelos olhos. Ser brotinho é lançar fogo pelos olhos.
É viver a tarde inteira, em uma atitude esquemática, a contemplar o teto, só para poder contar depois que ficou a tarde inteira olhando para cima, sem pensar em nada. É passar um dia todo descalça no apartamento da amiga comendo comida de lata e cortar o dedo. Ser brotinho é ainda possuir vitrola própria e perambular pelas ruas do bairro com um ar sonso-vagaroso, abraçada a uma porção de elepês coloridos. É dizer a palavra feia precisamente no instante em que essa palavra se faz imprescindível e tão inteligente e natural. É também falar legal e bárbaro com um timbre tão por cima das vãs agitações humanas, uma inflexão tão certa de que tudo neste mundo passa depressa e não tem a menor importância.
Ser brotinho é poder usar óculos como se fosse enfeite, como um adjetivo para o rosto e para o espírito. É esvaziar o sentido das coisas que transbordam de sentido, mas é também dar sentido de repente ao vácuo absoluto. É aguardar com paciência e frieza o momento exato de vingar-se da má amiga. É ter a bolsa cheia de pedacinhos de papel, recados que os anacolutos tornam misteriosos, anotações criptográficas sobre o tributo da natureza feminina, uma cédula de dois cruzeiros com uma sentença hermética escrita a batom, toda uma biografia esparsa que pode ser atirada de súbito ao vento que passa. Ser brotinho é a inclinação do momento.
É telefonar muito, estendida no chão. É querer ser rapaz de vez em quando só para vaguear sozinha de madrugada pelas ruas da cidade. Achar muito bonito um homem muito feio; achar tão simpática uma senhora tão antipática. É fumar quase um maço de cigarros na sacada do apartamento, pensando coisas brancas, pretas, vermelhas, amarelas.
Ser brotinho é comparar o amigo do pai a um pincel de barba, e a gente vai ver está certo: o amigo do pai parece um pincel de barba. É sentir uma vontade doida de tomar banho de mar de noite e sem roupa, completamente. É ficar eufórica à vista de uma cascata. Falar inglês sem saber verbos irregulares. É ter comprado na feira um vestidinho gozado e bacanérrimo.
É ainda ser brotinho chegar em casa ensopada de chuva, úmida camélia, e dizer para a mãe que veio andando devagar para molhar-se mais. É ter saído um dia com uma rosa vermelha na mão, e todo mundo pensou com piedade que ela era uma louca varrida. É ir sempre ao cinema mas com um jeito de quem não espera mais nada desta vida. É ter uma vez bebido dois gins, quatro uísques, cinco taças de champanha e uma de cinzano sem sentir nada, mas ter outra vez bebido só um cálice de vinho do Porto e ter dado um vexame modelo grande. É o dom de falar sobre futebol e política como se o presente fosse passado, e vice-versa.
Ser brotinho é atravessar de ponta a ponta o salão da festa com uma indiferença mortal pelas mulheres presentes e ausentes. Ter estudado ballet e desistido, apesar de tantos telefonemas de Madame Saint-Quentin. Ter trazido para casa um gatinho magro que miava de fome e ter aberto uma lata de salmão para o coitado. Mas o bichinho comeu o salmão e morreu. É ficar pasmada no escuro da varanda sem contar para ninguém a miserável traição. Amanhecer chorando, anoitecer dançando. É manter o ritmo na melodia dissonante. Usar o mais caro perfume de blusa grossa e blue-jeans. Ter horror de gente morta, ladrão dentro de casa, fantasmas e baratas. Ter compaixão de um só mendigo entre todos os outros mendigos da Terra. Permanecer apaixonada a eternidade de um mês por um violinista estrangeiro de quinta ordem. Eventualmente, ser brotinho é como se não fosse, sentindo-se quase a cair do galho, de tão amadurecida em todo o seu ser. É fazer marcação cerrada sobre a presunção incomensurável dos homens. Tomar uma pose, ora de soneto moderno, ora de minueto, sem que se dissipe a unidade essencial. É policiar parentes, amigos, mestres e mestras com um ar songamonga de quem nada vê, nada ouve, nada fala.
Ser brotinho é adorar. Adorar o impossível. Ser brotinho é detestar. Detestar o possível. É acordar ao meio-dia com uma cara horrível, comer somente e lentamente uma fruta meio verde, e ficar de pijama telefonando até a hora do jantar, e não jantar, e ir devorar um sanduíche americano na esquina, tão estranha é a vida sobre a Terra.
O que você precisa saber para fazer um planeta melhor
ÁGUA: Ela até cai do céu, mas é um recurso esgotável e raro em muitos lugares do mundo. Se, em apenas cinco minutos, você escovar os dentes com a torneira escancarada, 12 litros de água potável serão desperdiçados.
ENERGIA ELÉTRICA: O consumo cada vez maior requer a construção de mais usinas hidrelétricas e mais florestas vão desaparecer para dar lugar a elas. O simples gesto de desligar as luzes dos ambientes, quando estiverem vazios, pode ajudar a evitar isso.
COMBUSTÍVEIS: A queima dos fósseis, como o diesel e a gasolina, é a maior responsável pela emissão de gases do aquecimento global. Segundo o urbanista e ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner, “nas grandes cidades são produzidos 75% de todo o CO2 jogado na atmosfera”. Pense nisso antes de entrar no carro só para ir à padaria da esquina.
Lampirônicos
Chapeuzinho Amarelo
Averrhoa carambola
sábado, 27 de dezembro de 2008
ALACAZUM PREMIADO NO CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008
O Diário Oficial da União desta segunda-feira, dia 22 de dezembro, publicou a lista com os nomes das 516 iniciativas de todo o país selecionadas no Concurso Pontos de Leitura 2008 - Edição Machado de Assis, desenvolvido pelo Ministério da Cultura (MinC), por meio da Coordenação Geral de Livro e Leitura (CGLL). A relação dos nomes está contida na Portaria nº 92, assinada pelo ministro Juca Ferreira (Seção 1, páginas 105 a 110 do DOU). Do total de projetos aprovados, 300 são de Pessoas Jurídicas e 216 de Pessoas Físicas.
Os estados que tiveram o maior número de iniciativas classificadas foram: São Paulo (84 iniciativas), Minas Gerais (59), Rio de Janeiro (47), Ceará (43), Bahia (40), Pernambuco (31), Rio Grande do Sul (29), Rio Grande do Norte (19), Espírito Santo (17), Alagoas (16), Paraíba (16), Pará (14), Maranhão (12) e Paraná (11). O Distrito Federal apresentou 15 iniciativas, das quais 11 foram selecionadas.
Nesta primeira edição do Concurso, foram inscritos 702 projetos de fortalecimento, fomento e estímulo à leitura, desenvolvidos em diferentes comunidades do Brasil. Do total de inscrições, 472 originaram-se de Pessoas Jurídicas e 230 de Pessoas Físicas.
Os 26 estados da federação, além do Distrito Federal, participaram do edital do MinC e todos eles tiveram trabalhos selecionados. O concurso foi instituído no âmbito do Programa Mais Cultura, por meio de portaria assinada pelo ministro Juca Ferreira (Portaria n° 60, de 23/9/2008), publicada no Diário Oficial do dia 25 de setembro.
A lista com os nomes dos selecionados se apresenta no Diário Oficial da União em ordem decrescente de classificação. A análise e a seleção dos projetos aconteceram nos dias 4 e 5 de dezembro, em Brasília, na CGLL.
O maior número de trabalhos inscritos veio da região Sudeste (39% - 274 inscrições), seguindo-se o Nordeste (35% - 245), Sul (12% - 81), Norte (7% - 50) e Centro-Oeste (7% - 49). São Paulo teve 119 inscrições efetivadas; Minas Gerais, 81; Rio de Janeiro, 57; Bahia, 55; Ceará, 50; Rio Grande do Sul, 44; Pernambuco, 42; Espírito Santo, 24; Paraíba, 23; Alagoas, 19; Rio Grande do Norte, 19; Santa Catarina, 17; Paraná, 17; Pará, 17; e Maranhão, 14.
Em 2009, cada um dos responsáveis pelas iniciativas vencedoras receberá um kit formado por 500 livros, mobiliário básico e computador, no valor unitário de R$ 20 mil.
Foram vários os critérios observados para a escolha das iniciativas, como, por exemplo, os locais de realização das ações, que prioritariamente deveriam ocorrer nos municípios atendidos pelo Programa Territórios da Cidadania, nas áreas do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e outros lugares prioritários do Programa Mais Cultura. Ações que democratizam o acesso ao livro também fizeram parte da lista dos critérios de avaliação.
Os trabalhos selecionados incentivam a prática da leitura em locais como Pontos de Cultura, hospitais, presídios, associações comunitárias, residências e outros lugares, conforme mencionado em um dos itens da portaria que o instituiu.
Veja a relação das iniciativas aprovadas no Concurso Pontos de Leitura 2008 - Edição Machado de Assis.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
107° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
Na 107° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, cujo tema foi o Natal, contamos com a presença do prefeito Ramiro José Campelo de Queiroz, Coral Cantores de Cristo da Paroquia do Sagrado Coração de Jesus da cidade de Valença-Bahia, Rozinete Negrão e Solange Lacerda que finalizou a 107° edição do ALACAZUM com a leitura de um belíssimo texto, logo em seguida apreciamos a divina música: Jesus Alegria dos Homens de J.S. Bach. O ALACAZUM agradece a todos que participaram desta programação, inclusive o Gilson Cícero, técnico em gravação da Rádio Clube de Valença AM, professor Dário Guimarães e Luciano Nogueira por acreditarem na proposta do ALACAZUM. A todos os nossos ouvintes-leitores e internautas. ALACAZUM PARA VOCÊ!
107° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
Na 107° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, revivemos algumas informações sobre o Natal ofertadas na edição do ano anterior do ALACAZUM. Confira:
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Quadro: Nomes das Ruas da Cidade de Valença-Bahia
Foi com a visita do senhor Ramiro José Campelo de Queiroz, parceiro cultural do ALACAZUM e candidato a prefeito eleito nestas eleições 2008 na cidade de Valença-Bahia, que se iniciou o quadro: Nomes das ruas da cidade de Valença-Bahia. O senhor Ramiro Campelo que nos contagia com seu entusiasmo nestas manhãs dominicais ALACAZUM, no dia 21 de dezembro de 2008, brindou o ouvinte-leitor ALACAZUM com calendários e réguas através de um belo desafio: Quem acertasse os nomes oficiais das seguintes ruas da cidade de Valença. Foram estas as ruas com seus nomes tradicionais: Calçadão, Rua da Cadeia e Rua do Hospital. Segue pelo resumo sobre a história de cada uma delas.
O Nome das Ruas
(...) "As ruas é que punham outrora a si próprias os seus nomes. Via Sacra era onde estavam os santuários, onde desfilavam os cortejos triunfais, Main Street é a rua principal; como a avenida Central ou avenida Beira-Mar já dizem logo o que são... Broadway é rua larga... e nós crismamos nossas ruas largas... rua Direita, não reta, como querem os levianos, dizendo que são tortas, mas ruas diretas... Às vezes explicitamente. Na Bahia havia rua Direita do Palácio, rua Direita do Colégio isto é, rua direta ao Palácio do governo, rua direta ao Colégio dos Padres Jesuítas. No rio a rua Direita é torta, mas é direta à Sé, que era a matriz, no Castelo, e a Misericórdia, de um lado, do outro a São Bento, no outro extremo."
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Siderações
Para as Estrelas de cristais gelados
As ânsias e os desejos vão subindo,
Galgando azuis e siderais noivados,
De nuvens brancas a amplidão vestindo.
Num cortejo de cânticos alados
Os arcanjos, as cítaras ferindo,
Passam, das vestes nos troféus prateados,
As asas de ouro finamente abrindo...
Dos étereos turíbulos de neve
Claro incenso aromal, límpido e leve,
Ondas nevoentas de Visões levanta...
E as ânsias e os desejos infinitos
Vão com os arcanjos formulando ritos
De Eternidade que nos Astros canta...
Cruz e Sousa
Solaris
Na 107° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, após leitura de alguns textos, escutamos a banda estadunidense de metal progressivo,Canvas Solaris.
‘Don Casmurro’ em espanhol
O livro de Machado de Assis Dom Casmurro teve nova versão em espanhol lançada durante a Cúpula Social do Mercosul no dia 14 de dezembro, em Salvador. A versão, que integra o marco do centenário da morte do escritor brasileiro, foi iniciativa do Ministério da Cultura, Academia Brasileira de Letras, Fundação Alexandre de Gusmão, Ministério das Relações Exteriores e Secretaria-Geral da Presidência da República.
Fonte:http://www.cultura.gov.br/site/2008/12/15/don-casmurro-em-espanhol/
Boletim PNLL - Edição nº 134 – 15 a 21/12/2008
O Alienista, de Machado de Assis
“As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr.Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.—A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo.Dito isso, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas. Aos quarenta anos casou com D.Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele, caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas,—únicas dignas da preocupação de um sábio, D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo,agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.”
Britânicos mentem sobre livros que leram
Como parte da programação pelo ano nacional da leitura na Grã-Bretanha, foi realizada uma pesquisa com 1.543 britânicos onde se revela que 46% dos homens e 33% das mulheres mentem sobre os livros que haviam lido para “impressionar amigos e parceiros em potencial”. Um número ainda maior quando se considera apenas os adolescentes entrevistados: 74% admitiram ter fingido ler algo para impressionar o grupo ou como uma arma na conquista. A reportagem da BBC Brasil sobre o estudo informa também, segundo os participantes, quais as leituras que mais atrairiam homens e mulheres. Os mais indicados para impressionar uma mulher seriam a autobiografia de Nelson Mandela, Long Walk to Freedom; Shakespeare; livros de receitas; poesia e letras de música. Já os homens se interessariam por mulheres que lêem sites de notícias; Shakespeare; letras de música; livros de receitas e poesia.
Projeto utiliza triciclos para fomentar a leitura
O projeto Tricicloteca: uma viagem de leitura do povo ribeirinho às margens do rio Amazonas é formado por bibliotecas circulantes com o uso de triciclos, um meio de transporte muito conhecido pela comunidade ribeirinha de Parintins (AM). Integrante do Eixo 1 do PNLL (Democratização do Acesso), a iniciativa coloca aproximadamente 20 triciclos às margens do rio Amazonas à espera dos passageiros dos barcos, com moradores da zona rural e de outras comunidades. Os passageiros que se utilizam do triciclo para continuar viagem têm acesso à leitura durante o trajeto pela cidade.
A ENERGIA QUE VEM DA CHUVA:
Quando se fala de novas alternativas de energia sempre surgem na cabeça a eólica e a solar. Existem várias outras, mas alguém já pensou na chuva como fonte de energia? E ainda para carregar lâmpadas dentro de um guarda-chuva?
O designer Sang-Kyun Park desenvolveu um guarda-chuva com lâmpadas LED que são abastecidas pela energia que as gotas provocam quando atingem o tecido do produto. Park usou uma membrana feita de poli(fluoreto de vinilideno) (PDVF, na sigla em inglês), que produz energia cinética provocada pelo choque das gotas. Quanto mais forte a chuva, mais energia se terá e mais clara as lâmpadas ficarão.
O site Inhabitat ainda foi mais longe e lembrou de uma pesquisa realizada pelo Georgia Institute of Technology
Georgia Institute of Technology que desenvolveu um tecido que gerava energia apenas pelo movimento ou pelo contato com uma brisa ou vento. O grande problema, porém, era que o tecido se degradava quando em contato com a água (se você pegasse uma chuva, por exemplo, sua camiseta perdia toda a força).
Para ver mais imagens da descoberta, confira a página da Yanko Design. Está aí mais uma fonte de energia renovável para se pesquisar!
RADIONOVELA - EMISSÃO DO DIA 14 DE DEZEMBRO
O comunicador Sérgio Teixeira, do programa radiofônico Radionovela direto de Lisboa-Portugal envia a seguinte mensagem eletrônica:
Na emissão do passado Domingo, dia 14 de Dezembro, continuámos com o passatempo que irá oferecer no dia 21 de Dezembro um pacote de dez CDs com dez emissões diferentes do Radionovela. Apurámos assim, mais um finalista. Recordámos ainda as novelas O Rei do Gado, Tu e Eu, Mulheres de Areia, Todo o Tempo do Mondo, entre outras.
Ouve aqui a emissão do dia 14 de Novembro de 2008. http://www.zshare.net/audio/529138068f9d820b/
Para fazer o download do ficheiro mp3 carrega aqui.http://www.zshare.net/download/529138068f9d820b/
Radionovela: http://www.radionovela.com.pt/
Aos domingos das 20 às 21 horas (hora de Portugal)
Popular Fm 90.9MHZ ou em http://www.popularfm.com/
domingo, 21 de dezembro de 2008
Coral Cantores de Cristo
Mensagens da Rozinete Negrão
Na 107° edição do ALACAZUM Palavras para entreter, que foi ao ar no dia 21 de dezembro de 2008, contamos com a honrosa presença da Rozinete Negrão, presidenta do Clube AABB da cidade de Valença Bahia, que nos brindou com belas mensagens. "Árvores de Amigos" e "A lição da Borboleta". Leia a seguir. Valeu Rozinete!
ALACAZUM PARA VOCÊ!
Árvores de Amigos
Desejo a você, folha da minha árvore, Paz, Amor, Luz, Sucesso, Saúde, Prosperidade...
A Lição da Borboleta
- "Um dia, uma pequena abertura apareceu numcasulo;
- um homem sentou e observou a borboletapor várias horas,
- conforme ela se esforçavapara fazer com que seu corpo passasse atravésdaquele pequeno buraco.
- Então pareceu que ela havia parado de fazerqualquer progresso.
- Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia,
- e não conseguia ir mais.
- Então o homem decidiu ajudar a borboleta:
- ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo.
- A borboleta então saiu facilmente.
- Mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas.
- O homem continuou a observá-la,
- porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e se esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar a tempo.
- Nada aconteceu!
- Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vidarastejando com um corpo murcho e asas encolhidas.
- Ela nunca foi capaz de voar!
- O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia,
- era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo pelo qual Deus fazia com que o fluído do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de forma que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.
- Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida.
- Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos,
- ele nos deixaria aleijados.
- Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido.
- Nós nunca poderíamos voar.
- Eu pedi forças...e Deus deu-me dificuldades para fazer-me forte.
- Eu pedi sabedoria...e Deus deu-me problemas para resolver
- Eu pedi prosperidade...e Deus deu-me cérebro e músculos para trabalhar.
- Eu pedi coragem...e Deus deu-me obstáculos para superar.
- Eu pedi amor...e Deus deu-me pessoas com problemas para ajudar.
- Eu pedi favores...e Deus deu-me oportunidades.
"Eu não recebi nada do que pedi...mas eu recebi tudo de que precisava".
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
106° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
Na 106° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 14 de dezembro de 2008, contamos com a presença mais uma vez do senhor Ramiro José Campelo de Queiroz, parceiro cultural do ALACAZUM e candidato a prefeito eleito nestas eleições 2008 na cidade de Valença-Bahia e também a presença do futuro secretário de Saúde o senhor Alexandre Aquino que nos brindou com importantes informações na área da saúde e projetos que serão desenvolvidos no município de Valença que beneficiarão toda região do Baixo Sul. Além de celebres presenças, escutamos as entrevistas do Padre Josival da Paroquia do Sagrado Coração de Jesus, Kleber Rozenberg do Núcleo Espírita Razão e Consciência- NERC, Mãe Bárbara do terreiro Caxuté em Cajaiba, falando sobre este momento do Natal. Homenageamos a professora Ricardina Conceição Viana, pessoa da cidade de Valença-Bahia que cultiva a arte de armar presépios a muitos anos. Desfrutamos da boa música, belos textos e declamações poéticas na interpretação de Celeste Martinez. A produção do programa radiofônico ALACAZUM e ediçaõ das matérias, fica a cargo do Gugui Martinez. A participação do público têm aumentado a cada programa o que demonstra a importância do projeto cultural ALACAZUM para a cidade e região, sem esquecer o público internacional. Obrigada pelo carinho e até o próximo domingo com mais palavras para entreter.
João da Cruz e Sousa
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Violões que Choram...
Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
bocas murmurejantes de lamento.
Sutis palpitações à luz da lua
anseio dos momentos mais saudosos,
quando lá choram na deserta rua
as cordas vivas dos violões chorosos.
RECEITA DE MOQUECA COM BiRIBiRI
Na 106° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER contamos com a presença do senhor Ramiro José Campelo de Queiroz, parceiro cultural do ALACAZUM e candidato a prefeito eleito nestas eleições 2008 na cidade de Valença- Bahia. A presença do senhor Ramiro nas manhãs do ALACAZUM são repletas de novidades. Desta vez como contribuição da culinária regional, ensinou como fazer uma moqueca utilizando o fruto do biribiri. Segue receita:
Dê preferência a uma panela de barro. Cubra-a com folhas de coentro largo, folhas de tomate ou de cacau, as mais verdinhas que encontrar. As folhas de tomante dão um aroma especial a comida. Eleja o marisco de seu gosto: camarão, siri, lagosta, sururu, carangueijo, etc. Disponha sobre a panela e temperando a gosto. Utilize leite de coco. O toque do biribiri está justamente para substituir o limão. Disponha rodelas de tomates e também rodelas de biribiri sobre o marisco. Leve ao fogo brando. Após cozimento sirva com arroz, banana da prata, feijão, uma cervejinha bem gelada... A pimenta não pode faltar e a farinha que é tradição de todo Nordestino. Bom Apetite!
Boletim PNLL - Edição nº 133 – 08 a 14/12/2008 / Dicas de leitura
A Normalista, de Adolfo Ferreira Caminha
"João Maciel da Mata Gadelha, conhecido em Fortaleza por João da Mata, habitava, há anos, no Trilho, uma casinhola de porta e janela, cor de açafrão, com a frente encardida pela fuligem das locomotivas que diariamente cruzavam defronte, e de onde se avistava a Estação da linha férrea de Baturité. Era amanuense, amigado, e gostava de jogar víspora em família aos domingos.Nessa noite estavam reunidas as pessoas do costume. Ao centro da sala, em torno de uma mesa coberta com um pano xadrez, à luz parca de um candeeiro de louça esfumado, em forma de abajur, corriam os olhos sobre as velhas coleções desbotadas, enquanto uma voz fina de mulher flauteava arrastando as sílabas numa cadência morosa: — Vin...te e quatro! Sessen...ta e nove!... Cinqüen...ta e seis!...Havia um silêncio morno e concentrado em que destacava o rolar abafado das pedras no saquinho da baeta verde.A sala era estreita, sem teto, chão de tijolo, com duas portas para o interior da casa, paredes escorridas pedindo uma caiação geral. À direita, defronte da janela, dormia um velho piano de aspecto pobre, encimado por um espelho não menos gasto. O resto da mobília compunha-se de algumas cadeiras, um sofá entre as duas portas do fundo, a mesa do centro, e uma espécie de console, colocada à esquerda, onde pousavam dois jarros com flores artificiais."Leia o texto na íntegra
Carrilhões, de Murilo Araújo
"Ora afinal que vale a vida?... o mundo?— Quando, com riso desdenhoso e largo,combateste e venceste, o riso, ao fundoera talvez... era decerto amargo!
Forte! Agora sorri no teu letargofinal, com um riso plácido e profundomelhor que o riso desdenhoso e largo!Pois afinal que vale a vida?... o mundo?
Tão nobre, não sofreste entre mesquinhos?Não tinha abrolhos numa grande partedas palmas que colheste nos caminhos?
As rosas do triunfo na tua artesó agora são limpas dos espinhospara forrar-te o sono e coroar-te!"Leia o texto na íntegra
Artigo discute a cultura lúdica na biblioteca
Um artigo de Flávio Paiva, publicado no Diário do Nordeste no último dia 27 de novembro, discute a questão da cultura lúdica nas bibliotecas e o espaço do livro na educação. O autor defende a dinamização de acervos com a literatura infantil, onde "a biblioteca precisa significar espaço de tempo livre onde a criança possa exercitar a imaginação". No decorrer do artigo, Paiva ainda relata que a promoção da leitura e a democratização do livro é um dos focos do governo do Ceará, que recentemente desenvolveu a Bienal Internacional do Livro.
Brasil e Argentina firmam parceria na área cultural
Buscando um maior intercâmbio cultural, Brasil e Argentina aprovaram no último dia 2 o Programa Executivo Cultural, que apresenta as diretrizes de ambos os governos e temas dos Ministérios da Cultura. Segundo registra o site do MinC, o "governo argentino também demonstrou interesse em conhecer melhor as experiências brasileiras nas áreas de fomento e incentivo à cultura, museus, livro, leitura e bibliotecas". O Programa Executivo divide-se em 68 artigos, organizados nas seções: Preâmbulo; Disposições Gerais; Artes Visuais; Música; Artes Cênicas e Performáticas; Audiovisual; Livro, Leitura e Literatura; Cooperação entre Bibliotecas, Arquivos e Pesquisadores da Área Cultural; Capacitação de Agentes Públicos; Mecanismos de Incentivo à Cultura; Diversidade Cultural; Direitos Autorais e Direitos Conexos; Preservação e Salvaguarda de Bens Culturais e Cooperação na Área de Museus; Esforços Conjuntos no Âmbito do Mercosul Cultural; e Disposições Finais.
O que escutamos?
Dinah Silveira de Queiroz
O GATO QUE NÃO SONHA MAIS
Li uma excelente reportagem sobre sonhos, onde conheci a história do gato que não sonhava. Ele houvera sido estudado; um eletroencefalograma, atado à cabeça, havia demonstrado que os gatos sonham como qualquer um de nós. Aliás, muita vez vi cachorros sonharem rosnando, grunhindo ou simplesmente levando sustos, como se atravessassem pesadelos. Mas jamais vi um gato sonhador. Este, todavia, sonhava e muito. Então, foi-lhe feita uma experiência neste mundo dos homens que se crêem, mesmo, os reis da criação, bem se alimentam de seres vivos e, quando querem fazer experimentos, lançam mãos de vidas pequeninas com se fossem deuses.
O cientista pegou o gato sonhador, fez “queimar” a zona cerebral, onde deveria estar a sede dos sonhos do bichano. E o gato curou-se da pequena intervenção. Não sonhou mais nunca, mas ficou um tanto perturbado, embora dormisse normalmente. Caçava acordado borboletas invisíveis, ou então tinha olhos bem abertos, e fantasiava ratos impossíveis. Absolutamente acordado parecia normal, sob outros aspectos, pois atendia pelo nome e continuava a ser um bichano afetivo e sensível. Três meses depois, o gato morreu. Os cientistas falaram em lesões nas glândulas supra-renais. E aí se propunha a questão: existe um elemento “físico” de depuração do organismo no sonho? Muitos médicos asseguram que sim. Que o sonho normal se torna necessário para que desatem todas estas vivências guardadas e sofridas num rebentar de aventuras que são o recado de nosso subconsciente à nossa consciência adormecida. Talvez sonhe a cronista, de menos. E por isso faça seus romances, exatamente como o gato que caçava borboletas invisíveis. Talvez a ficção seja mesmo, como querem o nosso sonho acordado e aquele gatinho patético, sacrificado pela ciência, fique um símbolo dos doidos mansos que sonham acordados e passam adiante as suas histórias... Ou crônicas.
Dinah Silveira de Queiroz
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
POR QUÊ PAPAI NOEL VESTE VERMELHO E BRANCO?
O que escutamos?
Uma Religião da Natureza
As religiões afro-brasileiras, à semelhança das culturas tradicionais africanas que lhes deram origem, giram em torno da noção de natureza, vista não como algo romântico, mas como uma coisa concreta. Isso transparece através da idéia de que todos os seres vivos são constituídos de terra, terra que se desdobra em vários momentos: no chão que pisamos, na pele que reveste os ossos, enfim, em tudo que cobre, contorna e modela. A terra é o princípio, tudo se começa com ela e termina também, razão pela qual os ancestrais são identificados com ela.Os orixás dos nagôs, os nikise dos bantus e os voduns dos daomeanos ao lado de ancestrais indígenas têem a terra como uma grande referência. Acredita-se que os ancestrais moram na terra ao lado de outros que são a própria terra, como o vodun Ajunsum, o nikise Kavungo e o orixá Obaluaiyê.
Extraído do Livro: Nossa Raízes Africanas - Organização Vilson Caetano de Sousa Júnior
Este fragmento: As religiões de matrizes africanas no Brasil Vilson Caetano de Sousa Júnior- Antropólogo, Doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Professor da Universidade do Estado da Bahia onde é lider do Grupo de Pesquisa Gestão da Informação, Memória e História.