![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ_yBGV_g76a69_WfcYZ4AmQw0FOgKezzVaT0t3KHmqq6dI8IprvxBmf6RKdi2H7fjvaWNc8sUyjbuR_rdvC8XEDiMn6jx3qjIB6xV8YyQ-7-7IQv4XQGv0m7SUtI3_N1QRCn8gWpYnCoT/s280/anivers%25C3%25A1rio-celeste+079.jpg)
Na 219° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia15 de maio de 2011, transmissão pela Rio Una FM 87,9 cujo tema: Dia Internacional da Família, apreciamos a poesia: Infância de Carlos Drummond de Andrade.
Infância
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé.
Comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da sensazala - e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé.
Comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da sensazala - e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
Carlos Drummond de Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário