Na 263° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 15 de abril de 2012 das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos na abertura do programa, Lendas e Fábulas da África, de Rogério Andrade Barbosa, e ilustrações de Ciça Fittipaldi.
A mosca prudente
O avô Ussumane se sentou ao redor das crianças para contar a história da boa noite.
Como sempre fez um breve silêncio e começou:
-Hoje vou contar a história da mosca prudente:
Certo dia, a mosca, em sua vagareza pousou em cima do mais alto pedaço de lenha juntado pelos lenhadores. Acontece que este tronco não era áspero mais brilhante, suave e macio. Foi então que se deu conta que estava em cima de uma serpente. Com seu peculiar zumbido, acordou a cobra e disse:
- Escute, dona víbora, saía logo daqui porque alguém pode matá-la!
A serpente acato o conselho da mosca e afastou-se indo esconder-se no buraco de um rato. Ao vê-la, sentiu um frio de medo, congelando os seus bigodes e escapou pela saída de emergência.
Tão louco que ia, tropeçou com a pata em um faisão muito orgulhoso. Que também gritou ( talvez de dor ).
Tanto alvoroço acordou o macaco que dormia em um galho de árvore. De tão assustado caiu sobre a cabeça de um elefante.
O tranquilo elefante, assustado saiu trotando. Pisando tudo que encontrava. Até que teve a má sorte de pisar o ninho do pássaro Nietie.
O Nietié é uma ave de plumas vermelhas como o fogo.
Furioso cuspiu faíscas, incendiando a planície. Entretanto essa série de desastres não terminou. Pois um veado que passava, queimou as patas e saiu disparado até o rio para refrescar-se. Na pressa, esqueceu de algo que fazia sempre. Avisar, que se dirigia ao rio, para que as mulheres da aldeia, que ali se banhavam, tivesse tempo de vestir-se.
De modo, que estas mulheres, indignadas foram reclamar ao chefe da aldeia.
O chefe, furioso, mandou chamar o veado. Exigia explicação. O veado, como bom discípulo botou a culpa no pássaro. Que também teve que comparecer. E se defendeu acusando o elefante. A partir daí, todos os animais envolvidos, tiveram que se apresentar diante do chefe, para explicação.
Cada um, em seu depoimento, botou a culpa no outro. Até que chegou a vez da mosca. Olhou para trás. Não encontrou ninguém a quem culpar. Respirou fundo e assumiu a culpa por tantos desastres provocado. Isso sim, por ser prudente em querer salvar a cobra. Então os sábios se reuniram, colocaram na balança os prós e os contra e decidiram inocentar a mosca. E hoje, ela vive zumbindo em nossos narizes de tanta ingratidão. Principalmente quado sai o sol.
O avô Ussumane, bocejou e levantando-se com dificuldade disse:
- Isso é tudo crianças! Que durmam bem!
-Boa noite, avô! responderam em coro.
E as crianças foram dormir com as cabeças cheias de imagens para sonhar.
Traduzido do espanhol para o português por Celeste Martinez