quinta-feira, 18 de julho de 2013

Zambiapunga, de Maria Cláudia Rodrigues

Na 308° edição do Alacazum palavras para entreter que foi ao ar  no dia 7 de julho de 2013, das 8 às 9 h da manhã de domingo, transmissão ao vivo Rio Uma FM 87,9 cujo tema: Todos cantam sua terra também vou cantar a minha” baseado nos versos de Casimiro de Abreu, apreciamos a leitura da poesia: Zambiapunga de Maria Cláudia Rodrigues, contido no livro: Novos Valencianos,  organizada por Araken Vaz Galvão.

Zambiapunga

Do instrumento da lavoura, o som
Do papel de seda, as cores
Da noite de Todos os Santos, o zunido.

Lá vem o cortejo...

Hipnotizador, psicodélico, surreal.
O demônio abre alas para o grande acontecimento
Onde o luto não é permitido
E sim, o colorido do arco-íris.

Na batida do tambor o coração estremece.
No uivar dos búzios o som que se propaga ao vento.
Na junção do ferro, couro e cores.

O Zambiapunga pulsa.

A meia noite de 31 de outubro,
Desperta do sono no mundo dos mortos
Trazendo alegria aos mortais
E paz para os espíritos que vagam.

Oh, oh, tahna, tahna, tahna, tahna, oh, oh,

A careta não assusta
Pois o colorido alegra
A música entorpece
O coração de quem vê o Zambiapunga pulsa em ritmo frenético.

Ver o Zambiapunga passar
E beber da água da cultura popular
Onde o som, o ritmo, a dança
Tudo em perfeita harmonia.
Feito por mãos, braços e coração.
Do povo que tanto ama a cultura genuína de sua terra.

Maria Cláudia Rodrigues

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