terça-feira, 11 de abril de 2017

O Calçadão de Valença Bahia


A respeito da rua Governador Gonçalves, especificamente a faixa chamada: Calçadão, na cidade de Valença Bahia.


Estava comprando caquis e por sinal, belíssimos, quando uma conhecida, aproximou-se e sussurando em meu ouvido, disse: Eu não compro nada que se vende no Calçadão, pois não concordo com esta bagunça que aí está. Escutei-a e nada disse para evitar constrangimento e não deixei de comprar os frutos. Agora em casa, analisando o fato, em minha opinião, aquelas trabalhadoras e trabalhadores informais, que alí estão, não são os “culpados” pela desordem deste espaço urbano. Se alí estão, é com consentimento da gestão municipal. Deixar de comprar qualquer mercadoria, vendido por elas e eles não mudará a bagunça que se instalou naquele local, desde longas datas.



Valença, Bahia, 8 de abril de 2017 Celeste Martinez

Relato em uma bela manhã de verão



Manhã confortável de verão . Eu em um bairro nobre da cidade de Valença Ba indo para a minha fenomenal aula de inglês, quando escuto a voz de um homem em minha direção:
- Bom dia, escritora!
A rua estava deserta, mesmo assim olhei para todos os lados, para certificar-me se o rapaz estava falando com outra pessoa. Era para mim. Ele me chamou "escritora". Meu coração palpitou de alegria. Tudo que eu sempre sonhara escutar. Aproximei-me para saudá-lo e indagar de onde este me conhecia.
- Da Uneb Campus XV. Ele respondeu. E complementou: do sarau que fizeram lá.
- Você, não é daqui. Afirmei, confiada na fisionomia e os modos no falar e tratar.
- Sou de Jequié.
- Prazer falar com você, eu disse.
E este, entrando no carro, respondeu:
- Prazer foi meu, Celeste Martinez
Quando escutei o rapaz pronunciar meu nome, naquele momento, eu compreendi que a saudação ia além da cordialidade. Sim, eu sou a escritora, Celeste Martinez.

Valença, Ba 15 de fevereiro de 2017 11:51

Crônica de Celeste Martinez

Crônica de Celeste Martinez
Estava na Pizzaria Os Martinez, trabalhando. Aproximava-se a hora de encerrar o expediente quando chegou o senhor Benedito, da Bolívia, fã do Alacazum.
- Olá, dona Celeste.
- Boa noite, senhor Benedito. O que deseja?
- Parei para saudar a senhora.
- Obrigada.
- E aí, por que nunca mais eu te ouvi?
Estava se referindo ao programa de rádio Alacazum. Questão de micros segundos abstrair, apenas as palavras “nunca mais”. Tal o corvo de Poe. Para o senhor Benedito, duas semanas, digo dois domingos, de ausência do Alacazum equivalia ao “nunca mais “ . Uma angustia bateu às portas do meu coração. Eu teria que lhe participar. Dizer a verdade entretanto arrisquei por em prática a assertiva que diz: para cada pergunta uma nova pergunta.
- O senhor não sabe?
E para minha surpresa, ele responde:
- Claro que sei!
E deu uma pausa com a fala em tropeços.
- O que o senhor sabe, senhor Benedito?
Imediato:
- Que a senhora disse que não ia fazer mais o Alacazum naquela rádio.
Então alucinou-me a compreensão.
Qual a intenção daquele homem ao indagar-me algo que já sabia a resposta?
Ele não era uma pessoa ruim, contrário, demonstrava generosidade quando falava da mulher e filhos. Sempre que me visitava na Pizzaria, trocava figurinhas a respeito dos temas tratados no programa de rádio. Acrescentava informações. Exímio conhecedor da história da cidade de Valença Ba. Disse-me certa vez que foi com o Alacazum que ele conheceu um parente. Memória fantástica. Conta todos os detalhes. Quem ligou, quem deixou de ligar, quem fez falta. Ansiava ganhar a caixa de chocolate e ganhou. Noutras vezes lhe faltava o crédito no celular e ficava aflito. Finalmente prefiro dizer diante dos fatos que o senhor Benedito, da Bolívia, quer puxar conversa, prolongar o tempo. Que ele sofre com a solidão de não ter com quem falar. Porém, eu não posso ficar alimentando a esperança diante da realidade já consumada. Penso: tenho que lhe dizer de uma forma definitiva. E me escapa da boca a palavra:
- Acabou!
Pronto, saiu. De minha garganta como uma lança afiada direto para o coração daquele homem. Eu estava sentada e ele em pé quando notei o seu semblante se modificar, empalidecer. Movimentou a cabeça de um lado para o outro, cabisbaixo, passou as mãos pelos cabelos e soltou novamente o questionamento inesperado:
- E agora?
Ele não se conformava. Exigia de mim a resposta que eu não tinha. E eu, sem saber mais o que dizer por que já me sufocava a ansia por chorar, balbuciei palavras desconexas.
- Como é que se diz “ quem tem juízo obedece”?
Eu estava tentando me recordar do provérbio e este compreendeu perfeitamente o meu raciocinio e consertou:
- Manda quem pode. Obedece quem tem juízo.
- Pois é. Eu disse.
Foi aí que o silêncio abraçou nós dois. Os demais elementos em torno da pizzaria perderam a identifição enquanto seres inanimados. Naquele momento, era só eu e o senhor Benedito da Bolívia. E na inevitável razão de por quê existe a vida, o viver, o prosseguir, eu vi, em câmera lenta, o corpo de um ser humano, sair, devagarinho, cambaleante, para dentro da noite do “nunca mais “.
Valença, Bahia, 17 de fevereiro de 2017 00:52 Celeste Martinez

Agradecimento pelas mensagens ao dia do meu aniversário

Agradecimento
A gente quando nasce, recebe de presente um nome, uma família, uma religião, um clube, etc. , contudo, ninguém recebe de presente uma amiga ou amigo. Amiga e amigo, é um presente do nosso livre arbítrio. O mais extraordinário é que podemos eleger e a escolha está dentro dos preceitos das nossas convicções, das nossas afinidades. Quando criei o programa radiofônico Alacazum palavras para entreter, este me deu a oportunidade de conquistar amigas e amigos através das ondas do rádio. Foi fantástico a receptividade, a sintonia. Nos abraçavá-mos sem precisar da materialidade dos corpos naqueles 60 minutos mágicos de comunicação, diálogo. Por isso, sou feliz por ter “um milhão de amigas e amigos “, e que neste dia 30 de março de 2017, dia do meu aniversário; foi demonstrado primeiramente pelas amigas Márcia Gonçalves e Susana, que me ofertaram uma manhã inteira em suas companhias, demonstrado nas palavras de carinho, fixadas na minha página do facebook, nas janelas de diálogos, nas mensagens via telefone, demonstrado pela amiga Jéssica (que trabalha na Pizzaria Os Martinez ) que criou um mural com flores de palavras-antídotos; no abraço forte do Betinho Comandante em plena rua de Valença Ba, que soube através das ondas da Rádio Clube de Valença AM no programa do amigo Dorgival Lemos, que a amiga Cecé, anunciou por que sua avó Dona Alice Antonia Pereira – que vive no bairro do Tento e que fez parte do Alacazum por muitos anos , alegrando as manhãs de domingo com sua voz que dizia “ Parabéns para você meu amor, marquei a data no meu calendário. Desejo que você seja feliz, parabéns pelo seu aniversário. Hoje o dia é tão lindo e está sorrindo e um presente eu vou lhe dar. Eu vou lhe dar meu coração com a maior satisfação, vamos festejar “ aniversaria na mesma data que eu e principalmente na mensagem escrita pela filha Violeta Martinez quando disse: “ Hoje é dia dela! Ser humano mais que especial! Te amo mãe! E sua neta Dindi também! Vc é a grande referência que temos de grandeza, caráter, sensibilidade e amor! Feliz aniversário!”. Esta é a certeza de que não passamos inultimemte nesta geográfia. Diante de tão imensa expressão de amizade vindo de muitas partes do Brasil e exterior, penso que sou uma pessoa muito privilegiada em receber neste dia especial em minha vida muitas partículas de luz para iluminar o meu caminho e não desistir de viver. Obrigada.
Celeste Martinez, 30 de março de 2017 Valença Ba

Mensagem para o Alacazum palavras para entreter

Mensagem de um ouvinte-leitor, deixado na página virtual do Alacazum, em relação a retirada do programa do ar


"Todos nós nesse momento que te escrevo estamos bastantes triste com essa decisão do pessoal da rádio rio una f.m. tirar esse grande programa do ar e deixar esse vaco em nossos domingos de cada mês e durante o ano todo ainda não me acostumei com esse mal que me pegou de surpresa e se não fosse o conhecimento que tenho das mudanças dos tempos e tudo que estamos enfrentando talvez fosse parar no hospital mas vamos dar uma volta por cima de tudo isso nos aguardem."

Poema escrito pela professora Jamile Guerra

 Texto escrito pela prima Jamile Guerra para o meu aniversário, dia 30 de março de 2017 e publicado na página do Facebook

Para você, prima Celeste Martinez.
Casou-se com a POESIA, sua eterna companheira. Juntas varam noites, observam o amanhecer e o anoitecer, encantam-se com as plantas, com o mar, com o céu e com a beleza dos animais... indo mais além, observam incessantemente o Universo e toda a sua grandeza.
Uma transfere à outra, seus anseios, seus medos, suas decepções, angústias, a magia e o encantamento ao ver e admirar o BELO.
Para qualquer lugar que vá, a POESIA a acompanha, para onde,ou para o que quer que olhe, é a POESIA que ela vê. Ao observar cada pessoa ao seu redor, há sempre um toque de POESIA... e ao deitar ,com certeza ela, ( a POESIA),está lá, ao seu lado, descansando, invadindo seus sonhos, para que ao nascer do novo dia, elas possam, mais uma vez colocar as ALIANÇAS e juntas seguirem para a próxima jornada.
Ah ! Se todos os casamentos fossem assim: tão únicos e verdadeiros, regados à tanta cumplicidade, afetividade e fidelidade!!

Cé , seriam tantas as palavras que usaria para qualificá-la, mas apenas a POESIA seria capaz de descrevê-la com maior perfeição.
Feliz Aniversário!!