terça-feira, 30 de junho de 2009

Dicas de leitura



Memórias da Rua do Ouvidor, de Joaquim Manuel de Macedo

"Como a atual Rua do Ouvidor, tão soberba e vaidosa que é, teve a sua origem em um desvio, chamando-se primitivamente Desvio do Mar, e começando então (de 1568 a 1572) do ponto em que fazia ângulo com a Rua Direita, neste tempo com uma só linha de casas e à beira do mar. Como em 1590, pouco mais ou menos, o Desvio do Mar recebeu a denominação de Rua de Aleixo Manoel, sendo ignorada a origem dessa denominação; o autor destas Memórias recorre a uns velhos manuscritos que servem em casos de aperto, e acha neles a tradição de Aleixo Manoel, cirurgião de todos e barbeiro só de fidalgos; começa a referi-la, mas suspende-a no momento em que vai entrar em cena a heroína, que é mameluca, jovem e linda, e deixa os leitores a esperar por ele sete dias."


Fonte: Boletim PNLL n° 161 de 22 a 28 de junho de 2009

O que escutamos na 134° edição ALACAZUM

Na 134° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 28 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, escutamos as seguintes músicas:


Bg Manhã de junho - Luiz Gonzaga
Bg- Bachianas Brasileiras- Iamandú Costa
Astor Piazzola- Inverno Porteño
Michael Jackson- I' ill be there
Ana Josefina Tellechea- aquarela (Toquinho)

Quadro: Tim tim a nossa saúde!

Na 134° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, que foi ao ar no dia 28 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz Am informamos sobre a importância da água e o sexto capítulo da declaração universal dos direitos da água.


Em 22 de março de 1992 a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o "Dia Mundial da Água", publicando um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água".


6.- A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.



Fonte: jardimdeflores.com.br

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Boletim PNLL (plano nacional do livro e leitura) edição nº 161 - 22 a 28/06/2009


Buenos Aires: Capital mundial do livro 2011


A Unesco, braço da ONU que é voltado para educação, ciência e cultura, elegeu Buenos Aires como a capital mundial do livro para o ano de 2011. De acordo com o site da Unesco Brasil, a capital argentina foi selecionada "em função da qualidade e variedade do programa apresentado em sua candidatura e da estratégia consolidada na qual ele se baseia". Agora, os argentinos têm a responsabilidade de organizar, daqui a dois anos, o Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais, comemorado em 23 de abril.

Debate sobre políticas do livro e da leitura na Argentina


A Argentina está organizando a Primera Jornada de Debate de Políticas acerca del Libro y la Lectura, que ocorrerá no dia 7 de julho na Biblioteca Nacional, em Buenos Aires. O evento tem como principal objetivo levar a atenção às áreas que necessitam de políticas mais efetivas, discutindo os eixos Políticas para "Democratización del acceso al libro", "Políticas de Promoción de la Lectura" e "Políticas y Producción Editorial". As inscrições são gratuitas e os interessados devem enviar e-mail para culturalij@editoriallabohemia.com. Para mais informações, clique aqui.

Fonte: Boletim PNLL nº 161 - 22 a 28/06/2009

Livro e leitura na América Latina


Os responsáveis pelos planos nacionais de leitura participam de uma rede - a Red Regional de Responsables de Políticas y Planes Nacionales de Lectura (RedPlanes) - na qual há uma troca constante de informações, visando desenvolver estratégias que melhore a realidade leitora nos países na América Latina. E todos eles se reúnem esta semana, do dia 22 a 26, em Santiago, no Chile, para o III Encontro do RedPlanes. Além de gestores, também participam escritores e pesquisadores como Ezequiel Theodoro, Jesús Martin Barbero, Luis Fernando Sarmiento. José Castilho Marques Neto, secretário executivo do PNLL, falará dos avanços e das perspectivas em relação às políticas públicas do livro e da leitura no Brasil.

Fonte Boletim Pnll nº 161 - 22 a 28/06/2009

Fundo Setorial Pró-Leitura


No último dia 16 de junho, na Câmara dos Deputados, foi debatida a implantação do Fundo Setorial Pró-Leitura (FSPL) em audiência pública, convocada pela Frente Parlamentar Mista da Leitura. O FSPL irá concretizar o compromisso assumido em 2004 pelo mercado livreiro de oferecer a contrapartida à desoneração do PIS-COFINS, isentando as editoras e demais negócios do livro do pagamento de impostos. Segundo o site da Frente Parlamentar da Leitura, as entidades do livro presentes (CBL, Snel e Abrelivros), ratificaram o compromisso, mas pediram um prazo maior de implementação. Já o MinC "defende que não há mais o que esperar, pois de 2004 a 2007 o faturamento bruto do setor foi da ordem de R$ 10 bilhões e que R$ 100 milhões (1%) já deixaram de ser arrecadados e aplicados em ações públicas de incentivo à leitura".

Fonte: Boletim PNLL nº 161 - 22 a 28/06/2009

Fundo Setorial Pró-Leitura 2


Participaram da audiência o secretário executivo de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (MinC), Alfredo Manevy; o diretor de Políticas de Educação de Jovens e Adultos do Ministério da Educação, Jorge Teles; a secretária de Articulação Institucional do MinC, Silvana Meireles; o diretor Nacional do Livro e Leitura do MinC, Fabiano dos Santos; o secretário executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), José Castilho Marques Neto; o presidente da Associação Brasileira dos Editores de Livro (Abrelivros), Jorge Yunes; a presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Sônia Machado Jardim; e a presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Rosely Boschini.

Fonte: Boletim PNLL n°161 - 22 a 28/06/2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Na 133° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 133° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 21 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, versamos sobre o tema das festas juninas, para isso nos apropriamos do livro: Bazar do Folclore do escritor paulistano Ricardo Azevedo, oferecemos dicas ecológicas, dicas de cinema, dicas de leitura, informações do Boletim Pnll (plano nacional do livro e leitura), embalando o desafio musical a música: Chuva de verão na versão do cantor brasileiro José Augusto. Músicas de qualidade a cargo do nosso produtor Gugui Martinez. A audiência continua crescendo com belíssimos depoimentos do ouvinte-leitor a respeito da proposta cultural desenvolvida pelo ALACAZUM nestes quase 3 anos de luta e resistência. Agradecemos a todos e até o próximo domingo com mais palavras para entreter.


ALACAZUM PARA VOCÊ!

Quadras populares

Quadras populares lidas na 133° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, que foi ao ar no dia 21 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM.
Dá-me as pétalas de fogo
Dessa boca pequenina,
Vem com teu riso, formosa,
Vem com teu beijo, divina!

Tenho frio e não diviso
Luz na treva em que me vejo:
Dá-me o clarão de teu riso,
Dá-me o fogo de teu beijo!

Ó tu, que tornas radiosa
Minha alma que a dor domina,
Só com teu riso, formosa,
Só com teu beijo, divina!

Transforma num paraíso
O inferno de meu desejo,
Formosa, vem com teu riso,
Divina, vem com teu beijo!


Fonte: Cantadores de Leonardo Mota

O vaqueiro que não sabia mentir

Conto : “O vaqueiro que não sabia mentir” de Ricardo Azevedo, retirado do livro: Bazar do folclore e que foi lido na 133° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, que foi ao ar no dia 21 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM.


Era uma vez um fazendeiro muito rico. O fazendeiro tinha dois orgulhos. Primeiro, seu boi Barroso, o maior, o mais forte, o mais bonito, o animal mais valioso de toda a região. Segundo, um vaqueiro que trabalhava na fazenda. O moço era de confiança. O moço não sabia mentir.

O fazendeiro costumava dizer:

- Por esse eu ponho a mão no fogo! Esse só mente pra mim no dia de São Nunca!

O povo caçoava:

- Todo mundo mente! Vai esperando. Um dia esse vaqueiro ainda lhe passa a perna!

Mas o fazendeiro discordava:
-Não tem como! Confio nele demais. Tanto é verdade que deixo meu boi de estimação na mão dele. Só aquele moço pra cuidar do boi Barroso, o meu bichinho adorado, aquela jóia cheia de carne, que muge, tem dois chifres e quatro patas.

Um dia, o fazendeiro vizinho, um sujeito malvado e invejoso, resolveu acabar com aquela história. Foi visitar o outro e veio come essa:

-Quer valer quanto? Aposto um saco cheio de dinheiro como faço aquele moço safado contar uma mentira da grossa.

O fazendeiro não pensou duas vezes:

-Tá apostado! – disse, estendendo a mão para selar o compromisso.

Mas o tal vizinho tinha uma idéia na cabeça. Voltou para sua fazenda e já foi chamando a filha. A moça era uma flor de tão linda.

-Você vai me ajudar a fazer aquele danado mentir.

E contou qual era o plano. A moça ficou assustada:

-Pai! Isso eu não faço não!

O fazendeiro não era de brincadeiras. Mandou a filha fazer e pronto. A moça gritou:

- Não vou!

O fazendeiro insistiu. E a moça:

-Não quero!

Mas aquele fazendeiro era mau. Tanto falou, tanto fez, tanto bateu, tanto maltratou que a filha, no fim, não teve jeito.

E assim foi.

Um dia, o vaqueiro que não sabia mentir estava longe, no pasto, tomando conta do boi Barroso, quando a moça apareceu.

Veio toda cheirosa, usando um vestido de flores do campo.

O vaqueiro achou a moça muito bonita.

-Vaqueiro, preciso falar com você!

E a moça, fazendo o que o pai tinha mandado, disse que gostava do moço.

O vaqueiro estranhou.

- A gente nem se conhece!

A moça chegou perto. Naquele dia, os dois só conversaram.
Passou o tempo.

A moça apareceu de novo. Veio toda cheirosa, usando um vestido de conchas do mar.

O vaqueiro achou a moça muito linda.

-Vaqueiro, preciso falar com você!

E a moça, fazendo o que o pai tinha mandado, disse que não conseguia tirar o moço da cabeça.

O vaqueiro ficou sem jeito, mas gostou.

A moça chegou mais perto. Naquele dia, os dois se abraçaram.

Passou o tempo.

A moça apareceu de novo. Veio toda cheirosa, usando um vestido de estrelas do céu.

O vaqueiro achou a moça mais linha do que tudo.

- Vaqueiro, preciso falar com você!

E a moça, fazendo o que o pai tinha mandado, disse que queria namorar o moço.

O vaqueiro já estava apaixonado pela moça.

Naquele dia, os dois namoraram o dia inteiro.

Na despedida, fazendo o que o pai tinha mandado, a moça pediu:

-Agora quero uma prova de amor!

Os olhos do vaqueiro brilharam.

-Por você moça, eu faço tudo!

A filha do fazendeiro segurou o moço pelos ombros:

-Então mate o boi Barroso!

O rapaz estremeceu.

- Mas o Barroso vale ouro! – disse ele. – É o maior, o mais forte, o mais bonito, o mais valioso animal de toda a região. Peça outra coisa, moça bonita! Peça tudo, menos isso!

Mas a moça só queria saber do boi.

-O boi Barroso é o xodó do meu patrão!- gritou o vaqueiro.

A moça por dentro chorava. Mas por fora ficou firme:

- É por isso mesmo! – disse ela. – Essa vai ser a prova de seu amor!

O moço examinou a moça e balançou a cabeça. Depois, puxou a peixeira da cinta e matou o boi Barroso ali mesmo.

A moça foi embora. Chegou em casa chorando. Contou tudo para o pai.

O malvado caiu na gargalhada. No outro dia, foi visitar a fazenda do vizinho, Já chegou caçoando:

-Cadê meu saco de dinheiro?

O outro não entendeu:

-Como é que é isso?

E o recém-chegado:

-Vim cobrar minha aposta, ué!

O fazendeiro estranhou.

-Cobrar a troco de quê?

E o malvado:

-Pois chame o tal vaqueiro de sua confiança.

O fazendeiro mandou chamar. O moço veio de cabeça baixa e chapéu na mão.

O fazendeiro malvado só ria:

- Diga a ele, vaqueiro. Conte que fim levou o famoso boi Barroso.

O fazendeiro malvado achava que o vaqueiro que não sabia mentir dessa vez ia mentir, mas o vaqueiro, puxando uma viola, cantou:


EU ESTAVA NO MEU CANTO
UMA FLOR SAIU NO CHÃO
CRESCEU E FEZ UM PEDIDO
QUE RASGOU MEU CORAÇÃO

PEDIU QUE EU MATASSE O BOI
AQUELE BOI FABULOSO
AQUELE BICHO JEITOSO
O FAMOSO BOI BARROSO


EU DISSE QUE NÃO PODIA
ELA DISSE QUE QUERIA
EU DISSE EU NÃO DEVIA
ELA FEZ QUE NÃO ME OUVIA

E DISSE MAIS, MEU SENHOR.
VEIO PRA PERTO E FALOU
QUERIA SENTIR FIRMEZA
CERTEZA DO MEU AMOR


EU AMAVA DE VERDADE,
SENTIA AMOR PRA VALER
MAS SE O AMOR É INVISIVEL
O QUE É QUE EU POSSO FAZER?
PRA PROVAR QUE ELE EXISTIA
MOSTRAR QUE TAMANHO TINHA
COMETI UMA MALDADE
FOI CRIME, FOI CULPA MINHA


EU MATEI O BOI BARROSO
AQUELE BOI AMOROSO
AQUELE BICHO MANHOSO
AQUELE BOI PRECIOSO

FIZ LOUCURA AQUELA HORA
POR ESTAR APAIXONADO
SE ERREI, EU PAGO AGORA
MEREÇO SER CASTIGADO!



O dono do boi ficou louco da vida:

-Mataram meu boi Barroso!

O vizinho ficou de queixo caído:

-O danado não mentiu!

Foi quando surgiu a moça. Veio toda cheirosa, usando um vestido branco. Pediu a palavra. Disse que estava arrependida, Chorou. Contou a verdade. Gritou. Disse que tinha feito tudo obrigada pelo pai.

Ao ouvir isso, o vaqueiro que não sabia mentir ficou tristonho.

Mas a moça continuou.

Confessou que tanto veio, tanto foi, que acabou gostando do vaqueiro. Disse que agora estava apaixonada e queria casar com ele.

E assim acabou essa história.

O fazendeiro malva do pagou a aposta e foi expulso da fazenda, prometendo deixar sua filha casar com o vaqueiro.

O dono do boi Barroso acabou perdoando o rapaz, reconheceu seu valou e ainda deu a ele, de presente de casamento, o saco de dinheiro ganho na aposta.

O vaqueiro que não sabia mentir e a moça bonita se casaram logo depois numa festança que durou muitos dias e muitas noites.


Livro: Bazar do folclore de Ricardo Azevedo



O que escutamos na 133° edição do ALACAZUM

Na 133° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 21 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, escutamos as seguintes músicas:


BG Luiz Gonzaga- Tá ruço
BG Luiz Gonzaga- Baile na Roça
Inverno Porteño com Astor Piazzola
Inverno de Vivaldi
Petrônio Gomes (dobrado) Filarmônicas do reconcavo
Chuvas de verão José Augusto
Zé Ramalho- mistérios da meia noite
Gilberto Gil- Só quero um xodó
Falamansa- Tempos de Paz

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Quadro: a hora do conto




Conto : “O Lobisomem” de Ricardo Azevedo, retirado do livro: Bazar do folclore e que foi lido na 133° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, que foi ao ar no dia 21 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM.

Quando, num lugar, aparece um homem magro e abatido, caladão, sempre olhando torto, com sobrancelhas grossas e orelhas compridas, é melhor ficar esperto: o tal sujeito pode ser o lobisomem.

Toda meia-noite, de quinta para sexta-feira, o homem que vira Lobisomem desaparece, vai para uma encruzilhada deserta, tira a roupa, a qual costuma deixar virada do avesso, e fica se esfregando no chão, em cima de estrume de vaca ou cavalo, até se transformar no homem-cachorro.

Depois, parte alucinado uivando pela noite adentro, visitando sempre sete cemitérios. Essa viagem louca pela escuridão chama-se fadário. É o fado. É o destino. É o castigo que ele precisa cumprir.

Quando o primeiro galo da manhã canta, o cachorrão do diabo vira gente de novo, veste a roupa e volta para casa exausto. No dia seguinte, está ainda mais magro, murcho e desanimado.

Ninguém sabe de onde vem esse monstrengo vira-lata cabeludo.

Muitos dizem que toda pessoa que cometeu um crime medonho, quando se casa, se por acaso tiver sete filhas, o filho seguinte, nascendo homem, vira Lobisomem.
Se isso for verdade, o Lobisomem é sempre filho do crime, da culpa, de uma coisa muito errada que um dia aconteceu.

Quem já viu afirma que é um animal escuro, cabeludo, do tamanho de um bezerro, com orelhas enormes, parecidas com as asas de um morcego.
Outros dizem que é um bicho estranho, metade homem, metade cachorro, que aparece soltando fumaça pelo nariz.

Tem gente que jura que, da cintura para cima, o Lobisomem é uma espécie de homem-cachorro, com focinho e cara peluda, mas, da cintura para baixo, ele parece mais um porco, com rabinho enrolado e tudo.
Uma coisa é certa: nenhum Lobisomem gosta de ser o que é. Ser Lobisomem é uma sina, uma força, um destino que ele simplesmente não consegue evitar. Por isso vive tristonho e cabisbaixo.

Outra coisa: todo Lobisomem de verdade aprecia sal puro e, pior, adora comer cocô de galinha! Por essa razão, quem vira Lobisomem tem sempre os dentes sujos e um bafo capaz de assustar qualquer nariz.

Tem cada história de Lobisomem que dá medo.

Lá em Rio do Antonio, perto de Caculé, interior da Bahia, vivia uma mulher, grávida de sete meses. Certa noite, o marido chegou dizendo que precisava sair com ela. Era noite de lua cheia. O homem queria passear. A moça estranhou, mas foi. Quando deu meia-noite, os dois chegaram e a uma encruzilhada. Então o marido botou a mão na cabeça. Lembrou que precisava fazer não sei o que lá, que ia embora, que era só um minutinho. A mulher ficou esperando sozinha. De repente, a coitada sentiu um cheiro forte de enxofre. Um cachorrão preto do tamanho de um burro, de orelhas imensas e dois olhos cheios de fogo saiu do mato soltando fumaça pelo focinho. Mesmo barriguda, a moça voou, correu e trepou numa árvore bem alta. A infeliz vestia um xale de lã vermelha. Contam que o monstro não conseguiu morder sua perna mas arrancou um pedaço do xale. O tempo passou. Quando o galo cantou, a coisa sumiu e, logo depois, o marido chegou. Veio suado. Parecia cansado. Pediu desculpas. Os dois foram para casa. No outro dia, a moça acordou cedo. O marido ao lado roncando. A mulher olhou bem para ele e quase desmaiou. O sujeito dormia de boca aberta. Entre os dentes amarelos havia um monte de lã vermelha. O lobisomem era ele mesmo!

Para afastar o home-cachorro dizem que vale a pena desenhar uma estrela de seis pontas, chamada também de Sino Salamão ou Signo de Salomão, na porta da casa.

Outra coisa que funciona, se por acaso o cachorro danado aparecer, é fechar os olhos, esconder os dentes e as unhas da mão, e rezar assim:



SÃO ROMÃO ESTÁ EM ROMA
A CABEÇA EM PORTUGAL
DEUS ME LIVRE, DEUS ME GUARDE
DO CÃO BRAVO, CÃO MALVADO
QUE VEM VINDO ME DANAR.
SÃO ROMÃO SEJAI COMIGO
PARA SEMPRE DO MEU LADO
PARA SEMPRE MEU AMIGO.



Para acabar com a sina desse monstrengo tem um jeito: primeiro, seguir o magrela esquisito até a encruzilhada; segundo, esperar o sujeito virar monstro e sumir no mundo; terceiro trocar suas roupas por roupas novas, compradas na loja, nunca usadas antes. Dizem que quando o lobisomem vira homem de novo, se vestir roupa nova, perde o encanto na hora.

Quem conseguir enfiar uma faca de prata no coração do lobisomem ou acertar um tiro com bala lambuzada de cera de vela de igreja também acaba com o fadário do cachorrão, que assim volta a ter uma vida normal como todo mundo.

Mas o mais importante é o seguinte: esse monstro covarde, em geral, só ataca três tipos de pessoas: mulher esperando filho, criança pequena que não consegue se defender e gente velha.
É por isso que o Lobisomem assusta tanto.

por isso que ninguém aceita o lobisomem.

Matar uma mulher ou um bebezinho que ainda nem nasceu é acabar com a esperança de que a vida vai continuar.

Acabar com as crianças pequenas é matar a possibilidade do futuro. Toda criança um dia vai crescer e tomar conta do mundo. No dia que não existir mais gente miúda, a humanidade simplesmente vai desaparecer. Quem no futuro vai tomar conta do mundo em que vivemos?

Por outro lado, acabar com os velhos é acabar com a história. Só as pessoas velhas viram o passado com os próprios olhos, sabem das coisas que aconteceram faz tempo, sabem das experiências que deram certo e das outras que é preciso evitar. Sem a memória dos mais velhos, a humanidade estaria condenada a ficar patinando, sempre repetindo e repetindo os mesmos erros.

Essa é a verdade verdadeira sobre o lobisomem: esse monstrengo covarde e cruel, metade bicho, metade gente, é o retrato do mal.
E o mal é tudo aquilo que vem para destruir a permanência, a alegria e o sonho do homem na terra.


Ricardo Azevedo

Quadras populares

Na 133° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, que foi ao ar no dia 21 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, trabalhamos com o tema das festas juninas e para isso nos apropriamos do livro: Bazar do Folclore do escritor paulistano Ricardo Azevedo.

Quadras populares
Também chamadas de versos populares, as quadrinhas são poemas de quatro linhas. Têm ritmo e podem ser recitadas ou cantadas. Como o final da segunda linha sempre rima com o da quarta, fica fácil decorar.

Você me mandou cantar
Pensando que eu não sabia
Pois eu sou que nem cigarra
Canto sempre todo dia.


Fonte: Bazar do folclore de Ricardo Azevedo
Ministério da Educação FNDE Biblioteca da Escola

Trava-línguas

Trava-línguas
Brincadeira com as palavras

O tempo perguntou pro tempo
Qual é o tempo que o tempo tem.
O tempo respondeu pro tempo que
Não tem tempo de dizer pro tempo
Que o tempo do tempo
É o tempo que o tempo tem.


Fonte: Bazar do folclore de Ricardo Azevedo
Ministério da Educação FNDE Biblioteca da Escola

Quadro: Tim tim a nossa saúde!

Na 133° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, informamos sobre a declaração universal dos direitos da água, fazendo a leitura do capítulo de número quinto que embala o quadro: Tim tim a nossa saúde! quando refletimos sobre a importância da água para os seres vivos.


Em 22 de março de 1992 a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o "Dia Mundial da Água", publicando um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água".


5.-A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Dica de cinema

Na 133° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 21 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, oferecemos como dica de cinema o filme: "O grão" produção brasileira do Diretor Petrus Cariry, gênero drama. O filme ganhou o prêmio de Melhor Filme, no Festival de Viña del Mar.- Ganhou 3 prêmios no Festival do Paraná, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Nanego Lira) e Melhor Edição. Marcou a estréia de Petrus Cariry como diretor de longa-metragem.


Dica de Leitura

Antonio Carlos de Oliveira Barreto[Antonio Barreto]

Na 133° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 21 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, oferecemos como dica de leitura o livro: Novo acordo ortográfico em versos de cordel do Antonio Barreto

Foi lançado na Biblioteca Pública Thales de Azevedo -Salvador-Bahia, o folheto de Cordel sobre novo acordo ortográfico da língua portuguesa do cordelista Antonio Barreto.

Embora o novo acordo esteja em vigor desde janeiro, muita gente ainda tem dúvida para escrever no novo estilo. Pensando nisso, a Fundação Pedro Calmon/Secult promoveu este lançamento com a intenção de proporcionar aos estudantes e público em geral a oportunidade de ampliar seus conhecimentos de forma dinâmica, através das Letras em Cordel. O professor Antônio Barreto salienta que os leitores não terão dificuldade de entender as novas mudanças, após participar dessa aula interativa.

“Explico quais as mudanças que ocorreram na língua portuguesa, como se este cordel fosse uma gramática, mas de forma leve e de fácil entendimento”. Agora, como disse Barreto, “é a sua vez/ Largue o MSN /Como o cordelista fez! / Siga em frente e pesquise / E a todos logo avise: / Melhorei meu Português!”.

Antonio Barreto - Nasceu nas caatingas do sertão baiano, de Santa Bárbara/Bahia-Brasil. Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para evoluir espiritualmente. Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira.Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia. Tem vários trabalhos em jornais, revistas e antologias, tendo publicado aproximadamente 100 folhetos de cordel abordando temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos. Em novembro de 2008, o autor lançou um Cordel em homenagem à quase bicentenária Biblioteca Pública do Estado (198 anos).

Valor do Cordel: R$2,00 (dois reais)

Informações: (71) 3116 -5895 / 3116-5891

Mais informações: ASCOM Fundação Pedro Calmon: (71) 3116-6918 / 6676

Fonte:http://www.fpc.ba.gov.br/noticias.asp?id=433


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Dicas ecológicas

Na cidade de São Paulo, seis em cada dez automóveis circulam com uma só pessoa. Isso significa mais trânsito, poluição e gastos. Compartilhar o carro alivia o bolso, o pulmão e as ruas.

O chuveiro elétrico consome de 25% a 35% da energia gasta em uma casa. Se você reduzir o tempo de banho de 12 para 6 minutos, vai gerar uma economia de eletricidade suficiente para acender uma lâmpada de 100 Watts por 7 horas.

O consumo desenfreado é outro vilão do meio ambiente. Segundo a americana Annie Leonard, especialista em saúde ambiental e autora do filme The Story of Stuff (algo como a história das coisas), 99% dos produtos consumidos nos Estados Unidos são jogados fora seis meses depois da compra.

Fonte: Planeta Sustentável


Boletim PNLL (plano nacional do livro e leitura) n° 160 de 15 a 21 de junho de 2009

Feiras na América Latina


Os meses de julho e de agosto vão abrigar três feiras internacionais na América Latina. A feira internacional da Guatemala, que ocorre de 24 de julho a 2 de agosto, tem em sua programação um Congresso de Educação, o III Simpósio Internacional de Literatura Infantil e Promoção da Leitura e a Conferência Internacional sobre os Direitos Humanos, além de cursos práticos de capacitação para livreiros e bibliotecários. A Feira Internacional de Lima (Peru) terá o Brasil como país homenageado no evento que vai de 24 de julho a 3 de agosto, reservando um estante de 200m² para o país. Já a feira de Bogotá (Colômbia) vai de 12 a 23 de agosto e terá seminário, conferências, mesas-redondas, lançamentos, entre outras atividades.

Nenhuma cidade brasileira sem biblioteca



Passou para outubro o prazo com o qual o Ministério da Cultura trabalha para zerar o número de cidades brasileiras que ainda não contam com os serviços de uma biblioteca pública. A expectativa é que o Dia do Livro, 29 de outubro, possa ser marcado com esta importante conquista. Se sua cidade não estiver na relação disponível neste link e não possuir biblioteca pública municipal, envie um email para biblioteca@cultura.gov.br.

Fonte: Boletim PNLL n° 160 de 15 a 21 de junho de 2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Na 132° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 132° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 14 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, concluimos o tema: " Astronomia", visitando mais uma vez o livro: "Viagem ao Céu" de Monteiro Lobato; contamos com a presença do ouvinte-leitor Gabriel de Almeida e da sua tia Ana Magali (parceira cultural do ALACAZUM). A produção e seleção musical sempre a cargo de Gugui Martinez. Agradecemos a audiência e aguardamos você no próximo domingo com mais palavras para entreter.

ALACAZUM PARA VOCÊ!

Poema da amante

Este poema da Adalgisa Nery foi lido na 132° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 14 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM.

Eu te amo
Antes e depois de todos os acontecimentos
Na profunda imensidade do vazio
E a cada lágrima dos meus pensamentos.

Eu te amo
Em todos os ventos que cantam,
Em todas as sombras que choram,
Na extensão infinita do tempo
Até a região onde os silêncios moram.

Eu te amo
Em todas as transformações da vida,
Em todos os caminhos do medo,
Na angústia da vontade perdida
E na dor que se veste em segredo.

Eu te amo
Em tudo que estás presente,
No olhar dos astros que te alcançam
Em tudo que ainda estás ausente.

Eu te amo
Desde a criação das águas,desde a idéia do fogo
E antes do primeiro riso e da primeira mágoa.

Eu te amo perdidamente
Desde a grande nebulosa
Até depois que o universo cair sobre mim
Suavemente.
Adalgisa Nery

O céu de noite


O Texto: “O céu de noite” de Monteiro Lobato, lido na 132° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 14 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM.

Pedrinho não tirava os olhos das estrelas da Constelação do Centauro.
-Por que, vovó, deram o nome de Centauro àquelas estrelas? Que relação há entre elas e os monstros meio cavalos e meio homens da mitologia grega?
Dona Benta assoprou.
- Ah, meu filho, os astrônomos, que são homens de muita imaginação, acharam que uma linha ligando todas as estrelas desse grupo lembra a forma dum Centauro.
-Mas lembra realmente?
-Olhe e decida por si mesmo – e Dona Benta indicou as primeiras estrelas da Constelação do Centauro. Pedrinho ligou-as com uma linha imaginária e não viu formar-se centauro nenhum.
- Estou vendo, vovó, que os astrônomos possuem ainda mais imaginação do que a Emília.
- E assim são as linhas que você tirar de todas as outras constelações – continuou Dona Benta. – Umas dão uma vaga idéias de qualquer coisa; outras, só com muita força de imaginação lembram as coisas indicadas pelo nome. Temos ali ( e o seu dedo apontava ) a Constelação do Pavão. E temos aquela ali que é a do Tucano... Ah, meus filhos, não há nada mais poético do que a astronomia, ou ciência dos astros! Está aí uma aventura que vocês podem realizar um dia; um passeio pelas constelações!... Que lindo! Podiam começar pela Estrela Polar, que nós não vemos daqui mas que para as criaturas humanas é a mais importante.
-Por que, vovó?
-Porque foi a bússola das mais antigas civilizações. Os egípicios, os babilônios, os chineses, os hindus, todos os velhos povos ao norte do equador, guiavam-se por essa estrela, que está sempre visível e marca o pólo. Fica bem em cima do Pólo Norte. E perto dela ficam duas constelações muito célebres, a Ursa Menor e a Ursa Maior.
-Por que têm esses nomes?- quis saber Narizinho.
- Porque os mais antigos astrônomos lhe deram esses nomes. Não podiam dar o nome de Tucano ou qualquer bicho das zonas quentes, próximas do equador. Deram-lhe o nome do animal que gosta de viver nos gelos – o urso polar. Por essa estrela se guiavam os navegantes do norte, no tempo em que não havia a bússola. Depois da bússola os navegantes dispensaram as estrelas – a agulhinha da bússola está sempre voltada para o norte.
- E as outras constelações?
-Ah, meu filho, há tantas... E inúmeras designadas por meio de nomes de animais, como as do Escorpião, do Leão, do Cavalo, do Carneiro, dos Peixes, do Cisne, da Lebre, da Hidra, do Corvo, do Peixe Voador, da Abelha, da Ave do Paraíso, da Girafa, da Raposa, do Lagarto, da Rena, do Gato...
- E a tal cabeleira de Berenice, que a senhora falou tanto outro dia? – quis saber Pedrinho.
-Ah, essa constelação tem um nome muito romântico. Trata-se duma historia meio compridinha.
- Conte, conte – pediram todos- e Dona Benta contou a história dos cabelos da princesa Berenice, esposa de Ptolomeu Evergete, rei do Egito.
- Este Ptolomeu – disse ela – havia partido à frente duma expedição guerreira contra a Síria; e tomada de medo, Berenice fez à deusa Vênus a promessa de cortar a sua linda cebeleira e depositá-la no templo da deusa, caso Evergete voltasse vivo e vitorioso. Ora, o rei voltou vivo e vitorioso e a rainha cumpriu o voto: cortou os cabelos e depositou-os no templo da deusa. Mas aconteceu uma coisa inesperada: no dia seguinte a cabeleira havia desaparecido do templo!... E vai então, um astrônomo da ilha de Samos, que acabava de descobrir no céu uma nova constelação, mandou dizer ao rei que a cabeleira de Berenice estava lá: eram as sete estrelas que ele havia descoberto entre as constelações do Leão e de Arturus – e deste esse tempo o grupo das sete estrelas passou a ser conhecido sob o poético nome de Cabeleira de Berenice.
- Que lindo! –exclamou a menina.
-Quando eu tiver uma gatinha, vou botar-lhe o nome de Berenice.
-Há constelações de nomes ainda mais curiosos – continuou Dona Benta- como a da Coroa, da Lira, da Flecha, do Altar, da Balança, do Relógio, do Telescópio, da Oficina Tipográfica, etc. E hão as de nome poético, como essa da Cabeleira de Berenice, a da Pomba de Noé, a dos Cães de Caça, a da Harpa de Jorge, a do Buril do Gravador, a do Escudo de Sobieski, a do Coração de Carlos II, a da Cabeça de Medusa, a do Homem Ajoelhado, etc. E há a de Sírio ou de Cão Maior, onde aparece a mais bela estrela do nosso céu, afastadíssima de nós. Imaginem que Sírio está a mais de 81 trilhões de Km de distância – isto é, a 540 mil vezes a distância entre a Terra e o Sol...
- E qual é a distância entre a Terra e o Sol?
-É de mais de 150 milhões de quilômetros. Sírio está tão longe de nós que sua luz gasta quase 9 anos para chegar até aqui – e no entanto a velocidade da luz é uma coisa louca. Vamos ver quem sabe qual é a velocidade da luz. Eu já contei.
Pedrinho lembrava-se
- É de 300 mil quilômetros por segundo – disse ele.
- Por segundo? – admirou-se Narizinho. – Então enquanto eu pisco os olhos a luz vai daqui até... até... Trezentos mil quilômetros é daqui até onde, vovó?
-É fora deste nosso mundinho, menina, porque você bem sabe que só com 40 mil quilômetros a gente já dá a volta em redor da Terra.
- Então quer dizer que, enquanto eu abro e fecho os olhos, a luz faz 7 vezes e meia a volta da Terra?
- Isso mesmo.
-Puxa! Já é ser apressadinha...
- É que a luz tem botas de 300 mil léguas – lembrou Emília. – Imaginem o coitadinho do Pequeno Polegar, com suas botinhas de 7 léguas, apostando corrida com a luz! Enquanto ele dava um passo, a luz dava 7...
- Sete o que Emília?
- Sete voltas em redor da terra. Maior danada não pode existir.


Viagem ao céu

Texto: “Viagem ao céu” de Monteiro Lobato, lido na 132° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 14 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM.
A negra sentiu um calafrio. Se a maioria tinha decidido que estavam na Lua, então estavam mesmo na Lua. E isso de estar na Lua parecia-lhe um enorme perigo. A única coisa que tia Nastácia sabia da Lua era que lá morava São Jorge a cavalo, sempre ocupado em espetar na sua lança o dragão. Com São Jorge, que era um santo, ela poderia arranjar-se. Mas que fazer com o dragão? E a pobre negra pôs-se a tremer.
- Meu Deus! Suspirou ela.- Tudo é possível neste mundo...
- Como sabe? – perguntou Emília espevitadamente. – Se você nunca esteve neste mundo, como sabe que nele tudo é possível?
- Quando eu digo este mundo, falo do meu mundo, do mundo onde nasci e sempre morei- explicou a preta.
- Bom. Se você se refere ao mundo em que nasceu e sempre morou, deve dizer naquele mundo, porque este mundo é a lua, e neste mundo da lua não sabemos se tudo é possível.
Enquanto Emília argumentava com a preta, Pedrinho afastou-se para examinar a paisagem. Sim, tudo exatamente como Dona Benta dissera. Aparentemente, nada de água e, portanto, nada de vegetação e vida animal como na Terra. Sem água não há vida. Todas as vidas são filhas da água. E o número de crateras não tinha fim.
Pedrinho ia levando o burro pelo cabresto e com ele trocava impressões.
- Se não há água neste astro, então também não há capim –dizia o pobre animal. – Não haver capim!... Que absurdo! O capim é o maior encanto da natureza. É uma coisa que me comove mais que um poema.
- E qual é a sua opinião, burro, sobre a formação da Lua? Há várias hipóteses.
- Sim. Uns sábios acham que a Lua foi um pedaço da Terra que se desprendeu no tempo em que a terra ainda estava incandescente. Outros acham que o planeta Saturno foi vítima duma tremenda explosão causada pelo choque dum astro errante. Fragmentos de Saturno ficaram soltos no céu, atraídos por este ou aquele astro. Um dos fragmentos foi atraído pela Terra e ficou a girar em seu redor.
- E sabe que tamanho tem a Lua?
- O volume da Lua é 49 vezes menor que o da Terra. A superfície é 13 vezes menor. A superfície da Lua é de 38 milhões de quilômetros quadrados.- mais que a superfícies da Rússia, dos Estados Unidos e do Brasil somadas.
Pedrinho admirou-se da ciência do burro. Não havia lido astronomia nenhuma e estava mais afiado que ele, que era um Flammarionzinho... Mas não querendo ficar atrás, disse:
-Pois eu também sei uma coisa da Lua que quer ver se é certa. O peso de tudo aqui é mais de seis vezes menor que lá na Terra. Um quilo lá na Terra pesa aqui 154 gramas. Eu, por exemplo, que lá em casa peso 46 quilos, aqui devo pesar 7 quilos! É pena não termos uma balança para verificar isso.
-Há um jeito- lembrou o burro.- Dê um pulo e veja se pula seis vezes mais longe que lá no sítio.
Pedrinho achou excelente a idéia. Os melhores pulos que ele havia dado no sítio foram: pulo de altura, 1 metro e 20; e de distância, 5 metros. Se ali na Lua ele pulasse 6 vezes e pouco mais longe que no sítio, então estavam certos os cálculos dos astrônomos.
Pedrinho amarrou o burro numa ponta de pedra, marcou um lugar no chão, deu uma carreira e pulou – e foi parar exatamente a 33 metros de distância, mais de 6 vezes o seu pulo recorde lá no sítio! E no pulo de altura alcançou mais de 8 metros. Um assombro!
Depois de feitas as medições, Pedrinho ficou radiante.
- É verdade, sim! – gritou ele- Aqui na Lua eu pulo melhor que qualquer gafanhoto da Terra. – e começou a brincar de pular. Deu vinte pulos de altura; e depois em cinco pulos chegou ao ponto onde estavam os outros – uma distância total de 165 metros.
- Que é isso, Pedrinho?- exclamou a menina. – Virou pulga?
-Aqui toda gente vira pulga- respondeu ele.- Experimente pular. Veja que gostosura.
Narizinho pulou e viu que estava levíssima. Emília também pulou como um grilo. E ainda estavam entretidos naquele pula-pula, quando tia Nastácia apareceu, muito aflita, com a pacuera batendo.
- Um bufo!- exclamou a pobre preta, toda sem fôlego.- Ouvi um bufo! Há de ser do dragão...
Pedrinho riu-se.
-Dragão nada, boba. Isso de dragão é lenda. Como poderia um dragão vir da Terra até aqui, se na Terra não há dragões? Tudo é fábula. E se acaso pudesse um dragão vir da Terra até aqui, como viver num astro que não tem água nem vegetação? Isso de dragão na Lua não passa de caraminhola de negra velha....
Apesar dessas palavras, novo bufo soou. Todos voltaram-se na direção do som e com o maior dos assombros viram sair de dentro duma das crateras a monstruosa cabeça do dragão de São Jorge.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O livro da sua vida

Na 132° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, informamos sobre o livro que mais marcou a vida do presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva.


Esta Noite a Liberdade

Dominique Lapierre e Larry Collins - Diffel


Este continua a ser o livro mais marcante da vida do presidente Lula: Esta Noite a Liberdade. A obra trata sobre a Independência da Índia e a trajetória do líder pacifista Gandhi. Publicado no Brasil pela Diffel e Bertrand Brasil, dois selos do Grupo Record, o livro está fora de catálogo, mas ainda pode ser encontrados nos sebos.



terça-feira, 16 de junho de 2009

Quadro: Tim tim, a nossa saúde!

Na 132° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, informamos sobre a declaração universal dos direitos da água, fazendo a leitura do capítulo de número quatro, embalando o quadro: Tim tim a nossa saúde! quando refletimos sobre a importância da água para os seres vivos.

Em 22 de março de 1992 a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o "Dia Mundial da Água", publicando um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água".

4.- O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Fonte:http://www.planetaorganico.com.br/aguadir.htm

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Na 132° edição do ALACAZUM presença do Gabriel de Almeida

No domingo dia 04 de junho de 2009 (131° edição) quando exploramos o tema: "Astronomia", visitando o livro: "Viagem ao Céu" do Monteiro Lobato e oferecendo vários desafios sobre este tema, o garoto Gabriel de Almeida, foi o grande destaque deste dia, por ter ligado várias vezes para o programa respondendo corretamente os questionamentos, graças a isto a produção do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER resolveu convidá-lo para participar desta edição de n° 132, que aconteceu no dia 14 de junho de 2009. O Gabriel de Almeida tem 8 anos de idade, se diz um colecionador. E é realmente! Trouxe várias revistas e contribuiu bastante nesta manhã literária. O ALACAZUM agradece a participação e colaboração do Gabriel de Almeida e também da visita de tua tia, a professora Ana Magali, grande incentivadora, divulgadora, admiradora e parceira cultural (MAX MOTOS) do ALACAZUM.
Gabriel de Almeida em um de seus momentos de leitura na 132° edição do ALACAZUM

Gabriel de Almeida conversando com Celeste Martinez (apresentadora do ALACAZUM)


Celeste Martinez (apresentadora do ALACAZUM) e a professora Ana Magali (tia do Gabriel de Almeida) que ofereceu um belo par de sandálias para serem sorteadas.


Registro fotográfico: Horacio Martinez

Boletim PNLL n° 159 de 08 a 14 de junho de 2009

Entrevista
Rosely Boschini, presidente da Câmara Brasileira do Livro

Fundada em 1946, a Câmara Brasileira do Livro reúne editores e livreiros com o intuito de debater problemas do setor e buscar forma de atuação conjunta e organizada. Organizar congressos editoriais, eventos, prêmios e feiras nacionais e internacionais do livro, como o consagrado prêmio Jabuti. E quem preside a instituição hoje é Rosely Boschini que, após trabalhar como arquiteta por 10 anos, foi seduzida pela paixão aos livros e construiu sua carreira profissional no mercado editorial. Ela fala nesta entrevista ao PNLL sobre os projetos da CBL para o livro e a leitura no Brasil.Clique aqui para ler na íntegra a entrevista exclusiva.

Google vai entrar no mercado de e-books


Até o final de 2009, o Google quer competir com a Amazon na venda e-books. De acordo com o jornal português Última Hora, o conhecido buscador da internet irá permitir aos editores definir o preço do livro, interferindo apenas se achar que os valores são muito altos. Já a sua concorrente paga aos editores para poder vender os livros e define o valor que deseja cobrar, possibilitando preços menores.

Fonte: Boletim PNLL n° 159 de 08 a 14 de junho de 2009

Bibliotecas em todo Brasil

O Ministério da Cultura tem a meta de marcar 2009 como o ano em que foi zerado o número de cidades brasileiras sem bibliotecas. Além de equipar as cidades que ainda não possuem tal espaço de leitura com kits contendo 2,5 mil livros e equipamentos, o programa está modernizando as já existentes. Se sua cidade não estiver na relação disponível neste link e não possuir biblioteca pública municipal, envie um email para biblioteca@cultura.go v.br.

Fonte: Boletim PNLL n° 159 de 08 a 14 de junho de 2009

Agenda Internacional ALACAZUM

Recebemos correspondência eletrônica do comunicador português Sérgio Teixeira que diz o seguinte:

Na emissão do passado Domingo, dia 7 de Junho, ouvimos as vozes de Moreira da Silva, Rita Lee, Viviane, Marcus Viana, Adriano Correia de Oliveira, Léo Jaime, Fagner entre outros...
Ouve aqui a emissão do dia 12 de Junho de 2009
http://www.zshare.net/audio/61362299ba686e6c/


RADIONOVELA - http://www.radionovela.com.pt/

Aos Domingos das 20h às 21h POPULAR FM 90.9MHz (Lisboa) ou em http://www.popularfm.com/

Dia da mata atlântica


Ela protege uma das mais ricas biodiversidades do mundo, oferece locais de beleza cênica sem igual, contribui com o fornecimento de água para mais da metade da população brasileira e na regulação do clima de algumas das maiores cidades do país. É impossível falar da Mata Atlântica, uma das florestas mais exuberantes do mundo, sem usar superlativos para dimensionar sua importância e evidenciar sua urgente proteção. Restam apenas 7% do bioma em seu estado natural e 60% dos animais ameaçados de extinção do país dependem desse ambiente para sobreviver.Nesta quarta-feira, 27, comemora-se o Dia da Mata Atlântica. A data marca a necessidade de barrar o desmatamento, recuperar o que foi degradado, ampliar o número de áreas protegidas, públicas e privadas, e melhorar a gestão daquelas que já existem. Os principais núcleos de resistência da floresta são as áreas já protegidas, ou seja, parques públicos e reservas particulares criados por lei. No estado de São Paulo, especialistas iniciam em junho testes em três parques estaduais, Intervales, Serra do Mar e Itinguçu, para, de um lado, controlar e prevenir o impacto da visitação e, de outro, melhorar as condições para que as unidades de conservação possam melhor receber as pessoas que queiram conhecer e proteger a Mata Atlântica. A ação será desenvolvida em parceria entre WWF-Brasil e Fundação Florestal.



Leia esta e outras matérias

Fonte:WWF-Brasil / Adriana Mattoso

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Na 131° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 131° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 4 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, visitamos novamente o livro: "Viagem ao Céu" de Monteiro Lobato; contamos com a presença da poetiza valenciana Keylla Santos; dos jovens Ícaro Santos, Bruno Santos, Ana Josefina Tellechea, João Rocha que nos brindou com música ao vivo de excelente qualidade, ainda a presença de Iana Garcia que registrou o momento e pode ser acessado no You Tube. No quadro do Sorteio concorrendo à tradicional caixa de chocolate, a pergunta foi a seguinte: Qual o livro que marcou a sua vida? O ouvinte-leitor ALACAZUM participou e contribiu com dicas de leituras das mais diversificadas. A produção sempre a cargo de Gugui Martinez. Agradecemos a audiência e aguardamos você no próximo domingo com mais palavras para entreter.

ALACAZUM PARA VOCÊ!

Você

Você é um diluimento
de pitangas
jamelões
e jaboticabas
Matizes avermelhadas
Tinturas mescladas na paleta virtual
Penetrável tintura
Será você diluimento de cores?
Estas vermelhas cores que pintam as
Eugenias uniflora
As Myrcias cauliflora
E as Syzygium cumini?
Da vitrine em que te vejo:
cores frias
cinzas e nostálgicas
contudo nos sinais gráficos que fincas sobre a tela
Há valas de lavas
Brasas
Brasivas palavras
Estatactites incandescentes
Que apunhalam meus sentidos
retirando
gotas escarlates de silêncio
cântaros transbordantes de poemas
gotas escarlates de poemas
cântaros transbordantes de silêncio
poemas escarlates de silêncio
transbordantes gotas
cântaros poemas
escarlates
dores


Celeste Martinez
Maio/junho de 2009

Folhablu divulga o ALACAZUM


Nas ondas da leitura com a Rádio Clube de Valença
No dia 3 de setembro de 2006 entrou no ar pela Rádio Clube de Valença (650 kHz AM), na Bahia, o programa Alacazum Palavras para Entreter, idealizado e apresentado pela pedagoga Celeste Maria de Queiroz Martinez. Um programa de variedades com enfoque na difusão literária, com indicações de obras e leitura de textos ao vivo.Reconhecido pelo governo federal como Ponto de Leitura no Brasil, o projeto é uma ação de fomento à prática leitora que utiliza o rádio como veículo de inclusão social. Alacazum é transmitido aos domingos, das 11h às 12h, e sua programação é constituída de pequenos quadros: indicação de obras, leitura de textos de gêneros variados, além de blocos temáticos sobre ecologia, cinema, expressões populares; agenda cultural itinerante, entrevistas, enquetes e música.Veiculado para todo o Estado da Bahia, o programa tem um público bem variado: crianças, adolescentes, jovens, adultos e terceira idade, mas principalmente jovens estudantes entre 19 e 24 anos, que, além de tomarem gosto pelos livros, passam a ter consciência da importância da cultura, da prática da cidadania e da inclusão social no meio em que vivem.O Alacazum Palavras para Entreter, que integra o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), busca contemplar a população que, pela falta de tempo e de oportunidades, não tem acesso aos livros. E os motivos são variados: faltam bibliotecas, projetos pedagógicos nas escolas, hábito dentro da família, programas dos governos estaduais, municipais e federal.Sem ajuda oficial, desbravadores como Celeste Martinez ganham o apoio de comerciantes, empresários e da comunidade local. Como a Strega Spagetteria, Max Motos, Granart, Construart, Supermercado e Casa de Carne da Bolívia, A lojinha Confecções e São Lucas motos. Além da parceria com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), campus XV Valença, e Faculdade de Ciências Educacionais (Face).

Por João Augusto
Da Brasil que Lê Agência de Notícias


Fale conoscoMSN: msn@folhablu.com.br
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Na 131° edição do ALACAZUM, visita da poetiza Keylla Santos

Celeste Martinez (apresentadora do ALACAZUM) e a poetiza Keylla Santos



Na 131° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 7 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, contamos mais uma vez com a participação da jovem poetiza Keylla Santos que nos brindou com poemas inéditos de sua autoria.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Viagem ao céu I

Na 131° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 7 de junho de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, fizemos a leitura do livro: Viagem ao céu do Monteiro Lobato em homenagem ao Ano Internacional da Astronomia.

Daquela brincadeira do telescópio nasceu uma idéia – a maior idéia que jamais houve no mundo: uma viagem ao céu! A coisa parecia impossível, mas era simplicíssima, porque ainda restava no bolso de Pedrinho um pouco daquele pó de pirlimpimpim que o Peninha lhe dera na viagem ao País das Fábulas. A quantia existente bastava para levar seis pessoas.
- O bom seria irmos todos – propôs a menina. – Todos menos vovó, coitada. Sofreu tanto lá com o Pássaro Roca, que bem merece um bom descanso-de-lagarto.
-Mas tia Nastácia não há de querer ir – lembrou Pedrinho. – É a maior das medrosas.
- Pois levemo-la à força – sugeriu Emília.
- Como?
- Muito fácil. Ninguém lhe diz nada dos nossos projetos. Na hora de partir, Narizinho faz cara de santa e lhe dá uma pitada do pó dizendo que é rapé. Ela adora rapé...
- Não está mal pensado – disse Pedrinho. – E o burro falante? Vai ou fica?
- Vai. –decidiu Narizinho. – Vamos ter muita necessidade dele na Lua. E se lá vive o cavalo de São Jorge, pode muito bem viver um burro.
Tudo muito bem assentado puseram-se a cuidar dos preparativos. Dessa vez Emília não pensou em levar a sua canastrinha. Levou outra coisa – uma coisa que ninguém pôde descobrir o que era. Um “bilongue” pequenininho, embrulhado em papel de seda e amarrado com um fio de lã cor-de-rosa. Narizinho insistiu em saber o que era.
- Não digo, não! – respondeu a boneca. – Se eu disser vocês caçoam. É uma idéia muito boa que eu tive...
No dia seguinte, bem cedo, levantaram-se na ponta dos pés e saíram para o terreiro, enquanto Narizinho se dirigia ao quarto de tia Nastácia. Tinha de enganá-la, mas como? Pensou, pensou e afinal, resolveu-se.
- Tia Nastácia! – gritou do lado de fora da janela. – Venha ver que manhã linda está fazendo!
A negra estranhou a novidade. Levantarem-se cedo assim não era comum, e ainda menos Narizinho convidá-la para “ver a manhã”, uma coisa tão à-toa para uma negra que se levanta sempre às cinco horas. Mas foi ao terreiro ver o que era, com aqueles resmungos de sempre. Lá encontrou todos reunidos em redor do Burro Falante e a cochicharem baixinho:
-Hum! Temos novidade – murmurou a preta consigo, já na desconfiança.
-Qual é a “peça” de hoje, Pedrinho?
- Nada, boba! Que peça havia de ser?
É que nos deu na cabeça levantarmos muito cedo para assistirmos ao nascer do sol e agora estamos brincando de espirrar com este rapé que arranjei na cidade.
- Rapé? Rapé? – repetiu a preta, que era doidinha por uma pitada de rapé. – Será daquele que o Coronel Teodorico, compadre de Dona Benta usa?
O Coronel Teodorico, fazendeiro vizinho de Dona Benta, aparecia por lá de vez em quando a visitá-la. Era compadre de Dona Benta, homem dos bem antigos, dos que até rapé ainda tomam. O tal rapé não passa de fumo torrado e moído; quem o aspira pelo nariz espirra – e parece que o gosto é esse: espirrar... Napoleão foi um grande tomador de rapé. Hoje pouca gente usa tal coisa, só os homens muito carrancas e conservadores como aquele compadre de Dona Benta.
- Pois quero experimentar, sim- disse a negra. – O coronel chupa esse rapé com tanto gosto que sempre tive desejo de ver se a marca é boa. – e assim falando tomou o pó que o menino lhe apresentava e sem desconfiança nenhuma aspirou-o. Assim que a negra fez isso, os outros fizeram o mesmo, inclusive o burro e... Mais nada! Veio aquele fiunnn no ouvido, e depois a tonteira própria do pó de pirlimpimpim, e todos perderam a consciência. Estavam voando pelo espaço com a velocidade quase da luz.

Continua na página seguinte

Viagem ao céu II

Súbito, perceberam que haviam chegado. Começaram a abrir os olhos. No começo nada viram. Tudo muito embaralhado. Por fim as coisas se foram aclarando e puderam olhar em torno. Estavam numa terra esquisitíssima, sem gente, sem vida, toda cheia de picos de montanhas em forma de crateras de vulcões extintos. Todos haviam voltado a si, menos Nastácia. A pobre negra, que pela primeira vez naquele dia aspirava o pó de pirlimpimpim, estava escarrapachada no chão, com os olhos arregaladíssimos – mas sem ver nem sentir coisa nenhuma.
-Temos de esperar que ela acorde- disse Pedrinho. – Parece que a boba tomou dose dupla...
Esperaram alguns minutos, até que a negra começou a dar mostras de estar voltando a si. Passou a mão pela cara, esfregou os olhos e, correndo-os em torno, disse com voz sumdia:
- Que será que me aconteceu? Amode que caí num poço...
- Não caiu nada, bobona. Você está conosco num astro qualquer no céu.
- No céu?!... – repetiu a preta, arregalando ainda mais os olhos. – Deixem de pulha. Para que enganar uma pobre velha como eu?
- Não estamos enganando ninguém, Nastácia - disse Pedrinho. – Estamos, sim, no céu, num astro que ainda não sabemos qual é.
O assombro da negra foi tamanho que não achou palavra para dizer. Nem o seu célebre “Credo”! ela murmurou.Quedou-se imóvel onde estava, a olhar ora para um, ora para outro, de boca entreaberta.
- Eu acho que isto aqui é o Sol- declarou Emília. – Apenas estou estranhando não ver nenhuma floresta de raios.
- O disparate está de bom tamanho! – caçoou Pedrinho. – Não sabe que o Sol é mais quente que todos os fogos e que se estivéssemos no Sol já estávamos torrados até o fundo da alma? Pelo que vovó nos explicou isto está com cara de ser a Lua – mas não tenho certeza. De longe é muito fácil conhecer a Lua- aquele queijo que passeia no céu. Mas de perto é dificílimo. O melhor é mandarmos o Dr. Livingstone a um astro próximo para de lá nos dizer se isto é mesmo a Lua ou o que é.
Uma pequena dose do pó de pirlimpimpim foi enfiada no nariz do antigo Visconde, o qual imediatamente se sumiu no espaço. Emília deixou passar uns segundos e gritou para o ar:
- É a lua ou não, Doutor Livingstone?
Mas nada de resposta. A distância devia ser muito grande, de modo que a vozinha rouca do Dr. Livingstone não podia chegar até eles.
- Que asneira fizemos! –exclamou Pedrinho. – Devíamos ter pensado nisso – que era impossível que a vozinha do Visconde pudesse varar a imensidão do espaço. Além disso- para onde será que ele se dirigiu? Em que astro foi parar? Há milhões e milhões de astros por essa imensidade a fora...
-Milhões e milhões Pedrinho? Não acha meio muito?- duvidou a menina.
- Pois é o que dizem os astrônomos. O espaço é infinito. Sabe o que é ser infinito? É não ter fim, nunca, nunca, nunca. Quem sair voando em linha reta por essa imensidade não volta jamais ao mesmo ponto. Fica a voar eternamente.
Emília interrompeu-o:
-Achei um jeito de resolver o caso de saber que astro é este. Basta fazermos uma votação. Se a maioria votar que isto é a Lua, fica sendo a Lua. É assim que os homens lá na Terra decidem a escolha dos presidentes: pela contagem dos narizes.
Não havendo outro meio de saírem daquela incerteza, fizeram a votação. Pedrinho foi tomando os votos.
-Você, Narizinho?
-Lua.
-E você, Emília?
-Luíssima!
-Eu, Pedrinho, também Lua. E você tia Nastácia?
A negra, ainda tonta, olhou para o menino com expressão idiotizada e respondeu:
-Para mim, nós estamos na Terra mesmo; e tudo que está acontecendo não passa de um sonho de fadas.
-Três narizes a favor da Lua e um a favor da Terra!- gritou Pedrinho-
A lua ganhou. Estamos na Lua. Viva a Lua.

Música ao vivo na 131° edição do ALACAZUM


Da esquerda para direita: João Rocha; Ícaro Santos; Gugui Martinez (blusa verde); Celeste Martinez, Bruno Santos e Ana J. Tellechea na 131° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER.



segunda-feira, 8 de junho de 2009

Alacazum palavras para entreter mais uma vez divulgado no Boletim PNLL

Promover a inclusão social e estimular a leitura por meio do rádio é a proposta de Alacazum: Palavras para Entender, ação que integra o Eixo 3 (Valorização do Livro e da Leitura) do PNLL. Todos os domingos, das 9 h às 12h, um programa radiofônico é transmitido para os moradores de Valença, na Bahia. Dividido em pequenos quadros, ele alterna entretenimento com indicação de obras, leitura de textos diversificados e informações de cinema, música e ecologia.

Fonte:Boletim PNLL nº 158 – 01 a 07/06/2009

Vencedores do 14º FNLIJ

O Programa Permanente de Estímulo à Leitura/Livro Meu foi o vencedor do 14º Concurso FNLIJ/Petrobras - Os Melhores Programas de Incentivo à Leitura junto a Crianças e Jovens. O projeto é desenvolvido pela Secretaria Municipal da Cultura de Caxias do Sul (RS) e integra o Eixo 3 (Valorização do Livro e da Leitura) do PNLL. Em segundo lugar ficou o Programa Expedição da Associação Vaga Lume, que integra o Eixo 1 (Democratização do Acesso) e que é voltado ao público da região Norte. Em terceiro, o Fazendo Minha História, que está implantando bibliotecas em abrigos de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Maranhão.

Fonte:Boletim PNLL nº 158 – 01 a 07/06/2009


Bibliotecas em todas as cidades do Brasil

O Ministério da Cultura tem a meta de marcar 2009 como o ano em que foi zerado o número de cidades brasileiras sem bibliotecas. Além de equipar as cidades que ainda não possuem tal espaço de leitura com kits contendo 2,5 mil livros e equipamentos, o programa está modernizando as já existentes. Se o seu município não tiver biblioteca municipal e não estiver nesta lista, envie um email para biblioteca@cultura.gov.br.

Fonte:Boletim PNLL nº 158 – 01 a 07/06/2009

Eficiência na escolha de obras do PNLD será premiada

As secretarias estaduais, municipais e as escolas públicas que tiverem maior participação e mais rapidamente registrarem a opção de livros do PNLD 2010 serão premiados pelo concurso Escolha Premiada. De acordo com o portal do MEC, o objetivo é evitar o congestionamento do sistema para registro de opções na última semana do prazo, já que neste ano todo processo se dará pela internet. Os vencedores receberão "certificados e 52 acervos completos do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), com 559 obras cada um - cerca de 30 mil livros". O período de indicação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2010 vai de 8 a 28 de junho.

Fonte:Boletim PNLL nº 158 – 01 a 07/06/2009

Maior acesso de cegos a livros é proposto pelo Brasil

O Brasil apresentou, no último dia 26, proposta à Organização Mundial de Propriedade Intelectual para que seja feito um acordo internacional que possibilite maior acesso de cegos a livros. A ideia é de que os direitos autorais sobre essas obras não sejam cobrados, permitindo uma edição a custos mais baixos. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, "o Brasil quer agora é que os direitos autorais de um livro sejam suspensos para permitir que associações de cegos ou mesmo editoras publiquem o livro em uma versão acessível".


Fonte:Boletim PNLL nº 158 – 01 a 07/06/2009

XII Encontro Regional do Proler Vale do Rio Grande

Estão abertas até o dia 10 de junho as inscrições para o XII Encontro Regional do Proler Vale do Rio Grande e o I Fórum Regional sobre Políticas Públicas para o Livro e a Leitura. As atividades ocorrem de 16 a 18 de junho, tendo como tema Políticas Públicas para o Livro e a Leitura: caminhos para a formação de leitores. Para mais informações, clique aqui ou ligue (34) 3318-0706 / 0762.

Fonte:Boletim PNLL nº 158 – 01 a 07/06/2009

Decreto para institucionalizar os programas do livro

O Ministério da Educação pretende institucionalizar, por meio de um Decreto Presidencial, seus programas de livro didático. A intenção, conforme registra o portal do FNDE, é "consolidar estas conquistas, esclarecer os interessados sobre os requisitos, condições de participação e procedimentos dos programas, orientar estados e municípios e oferecer à sociedade publicidade e transparência em relação aos programas". Para ter acesso à minuta de Decreto que dispõe sobre os programas de material didático executados no âmbito do MEC, clique aqui.

Fonte: Boletim PNLL nº 158 – 01 a 07/06/2009

sábado, 6 de junho de 2009

Na 130° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 13o° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 31 de maio de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, fizemos homenagem a Astronomia, porque 2009 é o Ano Internacional da Astronomia, para isto nos baseamos no Livro: 'Viagem ao Céu" de Monteiro Lobato, fizemos a leitura do poema: Sete poemas de Myriam Fraga, poeta bahiana; no desafio musical trabalhamos com a música:"Noite cheia de estrelas" na interpretação do cantor Evaldo Braga, dica ecologia, informações do Boletim PNLL, muita alegria e participação popular. A produção sempre a cargo do Gugui Martinez. Agradecemos o carinho e respeito do ouvinte-leitor ALACAZUM e de nossos parceiros culturais. Até o próximo domingo com mais palavras para entreter.

ALACAZUM PARA VOCÊ!

Sete poemas

Poema lido na 130° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVARS PARA ENTRETER, que foi ao ar no dia 31 de maio de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM.
VI
Como posso, Poeta,
Decifrar-te
Se és sempre a incerteza,
A dissonante
Face dupla do amor,
Sombria e clara?
E como maldizer
O sofrimento
Se ao martírio de amar
Me fiz constante,
Companheira da dor,
Irmã do engano?
Como posso, meu Poeta,
Nesta hora,
Desvendar em silêncio
Teus segredos
Inventando entrelinhas
Na escritura
Vacilante e indecisa
De teus dedos?
Como posso falar
Do desespero
Se a força do desejo
Em tua boca
É um delírio de pragas
E de beijos,
Se a angústia de perder
O que me mata
Faz-me a vida odiar
Mais do que a morte,
Pois que ao perder-te
Perco mais que a vida,
Perco o sonho, a memória,
A fantasia...
E este gosto de viver
Como quem morre.
Myriam Fraga

O telescópio

Fragmento da história “Viagem ao céu” de Monteiro Lobato, contada na 130° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 31 de maio de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, em homenagem ao Ano Internacional da Astronomia.



Por longo tempo lá ficaram na varanda ouvindo as histórias do céu. Dona Benta parecia um Camilo Flammarion de saia. Esse Flammarion foi um sábio francês que escreveu livros lindos e explicativos. “Quem não entender o que esse homem conta”- costumava dizer Dona Benta, “é melhor que desista de tudo. Seus livros são poemas de sabedoria, claríssimos como água”.
Quem mais se interessou por aqueles estudos foi Pedrinho. Sonhou a noite inteira com astros e no dia seguinte pulou da cama com uma idéia na cabeça: construir um telescópio! “Que é afinal de contas um telescópio?”- refletiu ele. ‘Um canudo com uns tantos vidros de aumento dentro. Esses vidros aumentam o tamanho dos astros, de modo que eles parecem ficar mais próximos- foi como disse vovó.

E logo depois do café da manhã tratou de construir um telescópio.Canudos havia no mato em quantidade – nas moitas de taquara; e vidros de aumento havia no binóculo da vovó. Pedrinho serrou os canudos necessários, de grossuras bem calculadas, de modo que uns se encaixassem nos outros, colocou lá dentro as lentes do binóculo de Dona Benta e fez uma armação de pau onde aquilo pudesse ser manobrado com facilidade, ora apontando para este lado, ora para aquele.

Enquanto ia construindo o telescópio, dava aos outros, reunidos em redor dele, amostras da sua ciência.
- O telescópio saiu da luneta astronômica inventada por aquele italiano antigo, o tal Galileu. Um danando! Inventou também o termômetro e mais coisas.

- Mas telescópio é invenção que até eu invento- disse Emília. – É só cortar canudos de taquara e grudar uns monóculos dentro...

Pedrinho ia respondendo sem interromper o serviço.

-Parece fácil, e é fácil hoje que a coisa já está sabida. Mas o mundo passou milhões de anos sem conhecer este meio tão simples de ver ao longe, até que Galileu o inventou. Também para tomar a temperatura das coisas nada mais simples do que fazer um termômetro- um pouco de mercúrio dentro dum tubinho de vidro, mas foi preciso que Galileu o inventasse. Tudo na vida são “ovos de Colombo”

Depois de pronto o telescópio, houve discussão quanto ao astro que veriam primeiro.

-Eu acho que o primeiro tem que ser o Sol, que é o pai de todos- disse Narizinho.

-E eu acho que deve ser a Grande Ursa, porque é um bicho raro – propôs Emília.

Pedrinho riu-se com superioridade.

-A Grande Ursa não pode, boba, porque fica nos céus do Norte. Estes céus aqui são os céus do Sul. E o senhor que acha, Dr. Livingstone? – perguntou ele ao Visconde.

O Dr. Livingstone respondeu batendo na bibliazinha.

-Deus fez por último as estrelas, como diz aqui no Gênesis, mas Cristo disse que os últimos serão os primeiros. Logo, temos de começar pelas estrelas.

Todos se admiraram daquela sabedoria, mas Pedrinho não se contentou.Quis também consultar tia Nastácia lá na cozinha.

- E você, tia Nastácia, que acha?- perguntou-lhe.

A negra que acabava de matar um frango, foi de opinião que o bonito seria começar pela Lua, “onde São Jorge vive toda a vida matando um dragão com sua lança”.

O céu de noite


Fragmento da história “Viagem ao céu” de Monteiro Lobato, contada na 130° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 31 de maio de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 Khz AM, em homenagem ao Ano Internacional da Astronomia.


Estava um céu lindo, transparente como cristal. O assanhamento do brilho das estrelas parecia os olhos dos meninos quando viam a bandeja de doces que o Coronel Teodorico mandava no dia dos anos de Dona Benta. Antes de levantarem a toalha da bandeja os olhos de todos ali no sítio ficavam como as estrelas daquela noite.

Dona Benta tomou fôlego e falou apontando para o céu:

-Olhem lá aquelas quatro formando uma cruz! É a constelação do Cruzeiro do Sul. Constelação quer dizer um grupo de estrelas. Esta Constelação do Cruzeiro é a de maior importância para os povos que vivem do equador para o sul, como nós. Tem a mesma importância da célebre Constelação da Ursa Maior para os povos que vivem ao norte do equador, como os europeus e norte-americanos. O Cruzeiro do Sul é o nosso relógio noturno. No dia 15 de maio de cada ano essa constelação fica bem a prumo sobre as nossas cabeças, como o sol ao meio-dia, e então sabemos que são exatamente 9 horas da noite.

- Que engraçado!- exclamou Pedrinho- Estamos em fins de abril. Logo chegaremos ao 15 de maio – e eu vou acertar o nosso relógio da sala de jantar pelo Cruzeiro do Sul. Que beleza hein, vovó?

-Sim, meu filho. Saber é realmente uma beleza. Uma isquinha de ciência que você aprendeu e já ficou tão contente. Imagine quando virar um verdadeiro astrônomo, como o Flammarion!

-Aí, então, ele fica com cara de bobo, a rir o dia inteiro, só de gosto da ciência que tem lá por dentro- disse Emília.

Dona Benta achou graça e continuou a falar do Cruzeiro.

-As quatro estrelas do Cruzeiro- disse ela- são designadas por meio de letras gregas. Gama é a estrela no topo da cruz; Alfa é a do pé da cruz; Beta e Delta formam os braços.

- Mas por que essas estrelas são tão importantes?- quis saber Pedrinho.

- Por causa da disposição regular em forma de cruz, disposição que as torna de fácil encontro no céu. Num instante a gente corre os olhos e encontra o Cruzeiro. Encontrar as outras constelações já é mais difícil –exige prática; mas o Cruzeiro até a boba da tia Nastácia descobre no céu. Não há por aqui caboclo da roça, nem há negro da África, nem atorrante da Argentina, nem gaúcho do Uruguai, nem índio de todas as repúblicas da América do Sul, nem selvagem australiano, nem negro do Congo, Moçambique ou Hotentótia, nem bôer da Colônia do Cabo, nem Papua da Nova Guiné, que não conheça o Cruzeiro.

-Então Robinson Crusoé também via o Cruzeiro, vovó! – lembrou Pedrinho. – A ilha dele era a de Juan Fernandez, que fica ao sul do equador, perto das costas do Chile.

- Exatamente meu filho. Quantas vezes Robinson e o seu bom índio Sexta-feira não estiveram, como nós agora, a olhar para as quatro estrelas do Cruzeiro!

-Estou vendo-as- disse Narizinho.

-Duas estrelas maiores e duas menores...

-Sim, as maiores são a Alfa e a Gama e são também das mais brilhantes dos céus do sul.

- E qual é a mais brilhante de todas, vovó?

-Aqui nos céus do sul é uma das Constelações do Centauro, que fica logo do lado do Cruzeiro.

-Qual é ela? – perguntou Pedrinho.

Dona Benta riscou o céu com o dedo, dizendo:

- Se você tirar uma linha que toque na Delta e na Beta do Cruzeiro e a prolongar nesta direção ( e o dedo de Dona Benta ia riscando), essa linha vai encontrar duas estrelas na Constelação do Centauro- e pronto! Você terá achado a Constelação do Centauro, que é das maiores dos céus do sul. E nessa Constelação a estrela Alfa é uma das mais conhecidas de todas. É a terceira em brilho de todo o céu e uma das mais próximas de nós.

-E aquela mancha negra que estou vendo lá? – perguntou a menina, apontando.

-Pois aquilo é o célebre Saco de Carvão da Via Látea. Repare na beleza da Via látea, que fica atrás do Cruzeiro.Em certo ponto escurece. Isso quer dizer que naquele ponto há uma nebulosa escura que tapa as estrelas – e por isso recebeu o nome de Saco de Carvão.

Pedrinho não tirava os olhos das estrelas da Constelação do Centauro.

Dica de leitura: O meu pé de laranja lima

A dica que leitura que o programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER ofereceu nesta 130° edição foi o livro: O meu pé de laranja lima de José Mauro de Vasconcelos. É um documentário social e um estudo psicologico. Já dizia Euclides Marques Andrade " um estudo psicológico que soa como uma canção, onde há intensa realidade e, por isso mesmo, ternura e amor" O livr: O meu pé de laranja lima foi traduzido para vários idiomas. É u m clássico da literatura brasileira. Vale visitar o livro que pode ser encontrado na Biblioteca Pública Municipal da cidade de Valença-Bahia.

Esclarecimento

A reportagem feita pelo site Brasil que lê - Agência de Notícias, foi baseado em informações do ano passado. Atualmente os parceiros culturais do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER são:

STREGA SPAHETTERIA - a mais antiga casa de massas em Morro de São Paulo
SÃO LUCAS- revendedor das motos Kasinski
MAX MOTOS
GRANART- marmoraria e vidraçaria
CONSTRUARTE - construir um gesto que passa pelas suas mãos
SUPERMERCADO E CASA DE CARNE DA BOLÍVIA
A LOJINHA CONFECÇÕES - essa loja é moda

O que escutamos na 130° edição do ALACAZUM

Na 130° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 31 de maio de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650Khz AM, escutamos as seguintes músicas:

Noite cheia de estrelas -Evaldo Braga
O céu- Marisa Monte
Estrelas- Mariene de Castro
Enquanto houver sol -Titãs
Bg- perdidos no espaço
Bg- jornada nas estrelas
Bg Bachianas Brasileiras com Yamnadú Costa

quinta-feira, 4 de junho de 2009

ALACAZUM DESTAQUE NO SITE BRASIL QUE LÊ - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS


O site Brasil que Lê- Agência de notícias no dia 02 de junho de 2009, publicou o texto abaixo, enaltecendo o programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER por seu trabalho de incentivo a prática leitora no território de cidadania do Baixo Sul utilizando o rádio como veículo de inclusão social. O ALACAZUM agradece ao jornalista João Augusto e toda equipe do site pelo reconhecimento público. ALACAZUM PARA VOCÊ! Segue o texto:

Nas ondas da leitura com a Rádio Clube de Valença

"No dia 3 de setembro de 2006, entrou no ar, pela Rádio Clube de Valença (650 khz AM), na Bahia, o programa Alacazum Palavras para Entreter, idealizado e apresentado pela pedagoga Celeste Maria de Queiroz Martinez. Um programa de variedades com enfoque na difusão literária, com indicações de obras e leitura de textos ao vivo.


Reconhecido pelo governo federal como Ponto de Leitura no Brasil, o projeto é uma ação de fomento à prática leitora que utiliza o rádio como veículo de inclusão social. Semanalmente, Alacazum é transmitido aos domingos, das 11h às 12h, e sua programação é constituída de pequenos quadros: indicação de obras, leitura de textos de gêneros variados, além de blocos temáticos sobre ecologia, cinema, expressões populares; agenda cultural itinerante, entrevistas, enquetes e música.


Veiculado para todo o estado da Bahia, o programa tem um público bem variado: crianças, adolescentes, jovens, adultos e terceira idade, mas principalmente jovens estudantes entre 19 a 24 anos, que, além de tomarem gosto pelos livros, passam a ter consciência da importância da cultura, da prática da cidadania, da inclusão social no meio em que vivem.


O Alacazum Palavras para Entreter, que integra o Programa Nacional do Livro e Leitura (PNLL), busca contemplar a população que, pela falta de tempo e de oportunidades, não tem acesso aos livros. E os motivos são variados: faltam bibliotecas, projetos pedagógicos nas escolas, hábito dentro da família, programas dos governos estaduais, municipais e federal.


Sem ajuda oficial, desbravadores como Celeste Maria de Queiroz Martinez ganham o apoio de comerciantes, empresários e da comunidade local. Como o Horti Fruti do Vado, a Panificadora Sophia, Água Mineral Natural Indaiá, Distribuidora Butano, Lancha Rápida Marolas, Strega Spagheteria, Restaurante Comida Caseira, Maxxmídias, Biolabor; Una Car Motos, Curso Pré-vestibular Exemplo, Sport Ciclo e Clínica de Saúde e Estética Santé Belle. Além da parceria com a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus XV Valença, e Faculdade de Ciências Educacionais (FACE)."


Para entrar em contato com a coordenação do programa, o e-mail é: alacazum@hotmail.com. Se você quer saber um pouco mais sobre o Alacazum Palavras para Entreter, visite o site: http://www.alacazum.blogspot.com/.



(Reprodução autorizada mediante citação da 'Brasil que Lê - Agência de Notícias')Contato: agencia@brasilquele.com.br