Na 144° edição do programa radiofõnico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER informamos sobre a expressão popular: Pau-de-arara.
A expressão "pau-de-arara" designa os caminhões que transportavam retirantes nordestinos. Os que, em grupo, fugiam da seca e se iam ao Sul. Dois ilustres representantes dessas levas são o próprio presidente Lula e a deputada Luiza Erundina.
Na origem, "pau-de-arara" é o cabo usado para transportar aves, como a arara. As pernas dos bichos são amarradas e, entre elas, uma trave apoiada nos ombros dos transportadores. Por analogia, os caminhões que conduzem nordestinos para o Sul ficaram conhecidos como paus-de-arara porque os migrantes vêm agarrados nas varas da armação da carroceria, em situação parecida à das aves. Com o tempo, a palavra passou a denominar o próprio migrante.
Além do transporte de migrantes, os paus-de-arara também levam romeiros, grande parte para Juazeiro do Norte, no Ceará. Lá vão agradecer ou pedir graças ao padre Cícero, o Padim Ciço, adorado como santo.
No tempo do regime militar, o pau-de-arara foi método de tortura usado contra presos. Nele, o indivíduo, com pés e mãos amarrados, é erguido por um pau que passa entre suas pernas e braços. Imobilizado, é espancado e fica à mercê do torturador, que promove sessões de afogamento simulado, choques elétricos e outras monstruosidades.
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