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Líria Porto. Nasceu em Araguari, no Triângulo Mineiro, e mora em Belo Horizonte/MG. Professora, poeta, é autora do livro Borboletas Desfolhadas, editado em Portugal (2009), e de poemas publicados em vários sites e blogues, entre eles a revista Germina, Cronópios, Balaio Porreta. Faz parte de Dedo de moça — uma antologia das escritoras suicidas (São Paulo: Terracota Editora, 2009). Edita o blogue Tanto Mar e escreve no Putas Resolutas.
feria_dão
abriu e fechou o portão
varreu a porta da casa
pôs água na geladeira
deixou a louça lavada
e o moço
nada
deu voltas no quarteirão
contou as folhas das árvores
os ninhos dos passarinhos
os buracos na calçada
e o moço
nada
gastou sola de sapato
furou as meias que tinha
sentiu fome e cansaço
quebrou pratos na cozinha
e o moço
nada
bateu papo com o lixeiro
comeu feijão com farinha
tomou banho passou cheiro
vestiu roupa de domingo
e o moço
nada
a sua espera era rasa
larga e funda é a piscina.
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