sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Na 241° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER


Luz alheia

Não sou
tua estrela guia

Algum cometa
desvia olhares,
alguma noite
é mais escura,
algum céu
é leviano.

Não sou
teu porto seguro.

Algum farol
seduz a proa,
alguma gaivota
voa à-toa,
algum vento
é fugaz.

Carine Araújo

Vem da cidade serrana de Muritiba. Lugar aprazível pelo seu clima, sua história, sua gente.
Terra onde as Filarmônicas enchem as ruas com seus dobrados; terra de pessoas devotas de Nosso Senhor do Bonfim que, em janeiro, embalsa a cidade com muita água de cheiro nesse Recôncavo Baiano.
Carine, como todos os muritibanos, aprendeu desde cedo a respeitar um certo Castro Alves, poeta e filho ilustre daquela terra, quiçá de todas elas.
Em 2004, com a performance Mãe África foi selecionada para a Bienal do Recôncavo, recitando ao som ancestral do rum, rum pi, rum lé o poema Vozes d’África, do poeta e mestre conterrâneo.
Estreou a sua pena aos 13 anos de idade quando venceu o 1º Concurso de Poesia do CECA, escola da região.
Mas o poeta não se faz por concursos ou prêmios, se faz talvez pela quase maldição de querer traduzir o Eu, o Outro, o Ser e as Coisas, o Nada.
Eis os versos de Carine Araújo, palavras riscadas no papel dessa filopoesia que traz Idéias sobre Si e sobre o Mundo.
Versos que traduzem uma admiração incomensurável pela vida, um amor inefável pela Literatura e uma vontade ímpar de compartilhar as alegrias e as angústias da arte de Ser Poeta.

Fábio Batista Pereira
Historiador e músico

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