A crônica de
hoje é para apresentar uma ilustre visitante que chegou a nossa cidade.
Pontualidade britânica. Disse que viria sexta-feira, dia vinte e três de
setembro às seis horas e seis minutos e cumpriu.
Mandou aviso ao
poder judiciário, ao poder executivo e legislativo. Anunciou ao departamento de
polícia civil e militar, tiro de guerra e guarda municipal. Enviou mensagem ao
Jornal Valença Agora e a emissora de rádio Rio Una FM 87,9.
O número de malas que trouxe foi suficiente para
comportar noventa vestidos. Um para cada dia em que permanecerá na cidade.
Detesta repetir roupa. Um repertório diferente a cada manhã. Dizem os antigos
acostumados a vê-la que mudou muito. Deve ser influência de La niña,
acrescentou um sábio da cidade. E isso foi suficiente para que alguns
céticos-que convivem entre nós - cogitasse que seria uma péssima idéia a sua
vinda. Entretanto uma revista de renome acostumada a fazer sérias revelações,
anunciou que justamente no momento em que ela desembarcou tanto o hemisfério
sul quanto o hemisfério norte receberam a mesma quantidade de energia solar.
Não importa o que digam contra ela. Existem muito mais adjetivos em seu louvor:
encantadora, iluminada, perfumada, elegante, alegre.
Quando a
vislumbramos esta manhã, trajava elegante e refinado vestido de flores, que
fora bordado por sua mãe. Incrível! Acredite ou não prefere andar descalço. De
preferência pelos campos e praias. E se tem sol, melhor.
Todas as
crianças em idade escolar ficaram felizes em revê-la É bela demais! Vem de uma
descendência em que todas são divinamente privilegiadas pela boniteza. Poetas,
músicos, pintores, já lhe renderam homenagem. Até os pássaros cantam em seu
louvor quando ela passa.
Eu a conheço de
longas primaveras.
E você, já a
viu?
E você, sabe o
nome dela?
Esta manhã, a
cidade de Valença Bahia amanheceu muito, muito mais bonita. Tudo por que ela
chegou. Não vem de agora essas visitas. E foram tão bem acolhidas que os
antigos em sua homenagem trocaram a designação “fazer aniversario” por:
“Completar uma nova primavera”
Eu escuto e nada
falo.
Mas a PRIMA
VERA, jura que é verdade.
Celeste Martinez, escritora e apresentadora do Alacazum palavras para entreter