sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Na 317° edição do Alacazum palavras para entreter

Na 317° edição do Alacazum palavras para entreter que foi ao ar no dia 8 de setembro de 2013, das 8 às 9 h da manhã de domingo, transmissão ao vivo Rio Una FM 87,9 apreciamos a crônica da escritora, apresentadora Celeste Martinez em homenagem à professora Aleísa Magalhães que presenteou Lírio para a festa de comemoração dos 7 anos do Alacazum palavras para entreter.


O lírio. O Alacazum palavras para entreter.

Para a amiga professora , Aleísa Magalhães

Quando abri a porta do estúdio da Rio Una FM, naquela manhã, domingo Alacazum, primeiro de setembro de 2013, me deparo, pousado sobre a mesa elegante Lírio, acomodado em vaso cuidadosamente envolto em papel branco e enlaçado com largas fitas cor amarelo, lilás e cinza.  Três hastes em ascensão firmavam-se sobre a diminuta área de terra do recipiente.  Cálices, por desabrochar em flor, agrupados, perfaziam o total de oito. Sendo duas hastes abrigo para três separadamente e a outra apenas dois. Um deles, sutilmente, entreabria-se, como espreitando o momento propício para despir perfume. Aos pés de imponente flor, o correspondente envelope anunciava meu nome.

 Quem seria o remetente que preservou na memória uma data tão importante para mim?

Quem dentre muitos teria despertado a alegria dos abraços floridos?

 De imediato busco o desconhecido, a desconhecida. Mas o que vejo, causa-me emoção. Enxergo-te Aleísa Magalhães. Amiga, professora, ouvinte-leitora Alacazum, Mnemosine em festa. Lembro de outros cartões flores oferecidos. Fico feliz.  E durante os 60 minutos - duração do programa - o lírio manteve-se calado. Aguardava.

 Aguardava?

 Sim. Que eu o abraçasse e levasse para minha casa. Entretanto o levei para Pizzaria, desejava que todos que por ali passassem enxergassem sua beleza. Posicionei-o sobre o balcão. De vez em quando eu o olhava e ele verdeamarelorosadamente transpirava feniletilamina que ao meu olfato transcendia em tranqüilidade e bem-estar.  Em Alegria. À medida que a noite envelhecia, ele, o lírio, da família Liliaceae me ofertava sua intima essência. Aproximava-se de mim com cumplicidade, que senti seu hálito junto a minha boca. Absorvi esta divina substância que tão brevemente despertando-me, desaparecia. Pouco mais das 23 h quando retornava para casa. Resolvi levá-lo comigo. Pousei-o no espaço aberto da varanda, para que aspirasse ao frescor da madrugada. Intensificava-se o cheiro nesta hora. Deitei-me contando lírio ao invés de carneirinhos. E a manhã do dia 2 de setembro de 2013 nasceu repleta de amor eterno. O presente ofertado pela amiga professora Aleísa Magalhães para brindar os sete anos de comemoração do Alacazum, me acordou sorrindo perfume. Seis sépalas reunidas em forma de cálice, contornadas de cor branco  e vivo cor de rosa, intensificado de  vermelho, desabrochara. Neste momento, eu e Lilium comungávamos a beleza, a pureza e a inocência. Elevei o pensamento a este ser sensível chamada Aleísa Magalhães e agradeci silenciosamente pelo divino presente. De oito botões firmados em suas três hastes, um abriu sua indumentária e ofertou-me seu aroma adocicado e envolvente. Pensei: ainda restam sete e olhei o calendário, quiçá para o outro domingo eu escreva uma nova crônica. Sorri. No meu sorriso estava implícita a certeza. Forte e marcante certeza de quem acredita nos livros, nos lírios, nos números, nas cores, nos aromas, nos seres, humanos seres humanos.

Celeste Martinez. Valença, 2 de setembro de 2013

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