Século XXI
Andando pelas ruas cinzentas
Um velhinho pôs-se a pensar
Em frente a uma árvore seca
Que um dia foi cheia de vida
Sentindo o vento uivante
Fechou os olhos e se encontrou num túnel
Túnel qual o fez regressar à infância
Onde as crianças empinam pipas
Namorados deitados na grama
E velhinhos escutam seu radinho de pilha
Tudo ao redor da árvore verde
Pessoas sorrindo à toa
Adolescentes escutando músicas
inteligentes
Um céu limpo, tão limpo que parece um rio
E as estrelas à noite brilham como um
diamante
Tudo ao redor da árvore verde
O velhinho acorda
Olha ao redor
Com muita atenção,observa as pessoas
Onde as crianças brincam com celular
Namorados se agarram sem nenhuma
vergonha
E velhinhos se trancam em casa
Tudo ao redor da árvore cinza
Pessoas desesperadas
Adolescentes falam baixarias
Um céu tão preto que parece um
carvão
E é impossível ver as estrelas à
noite
Tudo ao redor da árvore cinza
O velhinho pensa
Mesmo sentindo nostalgia
à infância
Dá as costas à árvore cinza
Que um dia já foi verde
E volta a andar pelas ruas
cinzentas.
Flávio de Brito Silva
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