![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvusZBPjAq3i3Bhk8133KVTNpKWnyShPaAZI_q_I8dLoFxLJfeA2Be55d32_WHEHvUIZQGsrgtwpfwCMm25gqmga1oRTzPQpsqiQQsvtJD0QtvTPG15xyZvAsNXDut4qB68t5u9RI_qb8/s320/lirios.jpg)
(Lírios-Vicent Van Gogh,1889)
Certa madrugada fria
irei de cabelos soltos
ver como crescem os lírios.
Quero saber como crescem
simples e belos – perfeitos! –
ao abandono dos campos.
Antes que o sol apareça,
neblina rompe neblina
com vestes brancas, irei.
Irei no maior sigilo
para que ninguém perceba
contendo a respiração.
Sobre a terra muito fria
dobrando meus frios joelhos
farei perguntas à terra.
Depois de ouvir-lhe o segredo
deitada por entre os lírios
adormecerei tranqüila.
Henriqueta Lisboa
Fonte: Lisboa, H. 2001. Melhores poemas. SP, Global. Poema originalmente publicado em 1945.
Nenhum comentário:
Postar um comentário