![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijW9ojH7BWt3qErOq8PiyOuufMSe1TqbcdsPPJNDPasZI79h3hHb8HxzxO6BqPQCNusK6KE9-wonGozeP7k3yJs0xS0jOou-w_smTEAmUguqg-S1osuqIVagG3baagM6MXFpCrGbsHBYE/s320/vinicius.jpg)
Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.
Nenhum comentário:
Postar um comentário