Dicas de leitura
Et Ccelum et Virtus, de Antero de Quental
“Dizem profetas, que esse céu perscrutam,Que, às noites, entre as trevas condensadas,Se tem visto brilhar ígneas espadas,Como d’anjos hostis que entre si lutam...E dizem que, na orla do infinito,Entre os astros, se vê errar sem tinoUm espectro que traz fulgor divino,Como o vulto d’um deus triste e proscrito...Entre os sóis passa o espectro gemebundo,Murmurando morramos! Aos sóis vivos,E empana o brilho aos astros primitivosDe sua boca o alento moribundo...Onde passou dez-se silêncio e escuro.Seu manto sepulcral varre os espaços,E arrasta, entre os celestes estilhaços,A crença antiga e os germens do futuro!Ó crença antiga! ó velho firmamento!Como as almas vacilam e baqueiam!E as lúcidas plêiades volteiam,Como a poeira que levanta o vento!”
As Cartas de Amabed, de Voltaire
“De tal forma já me familiarizei com a língua chinesa, conforme os teus sábios conselhos, que leio com proveito os seus cinco Kings, que me parecem igualar-se em antigüidade ao nosso Xasta, de que és intérprete, às sentenças do primeiro Zoroastro e aos livros do egípcio Thaut.Afigura-se a minh'alma, que sempre se abre diante de ti, que esses escritos e esses cultos nada tomaram uns dos outros: pois somos os únicos a quem Brama, confidente do Eterno, ensinou a rebelião das criaturas celestes, o perdão que o Eterno lhes concede e a formação do homem; os outros nada disseram, ao que me parece, dessas coisas sublimes.
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