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Ó Cristos de ouro, de marfim, de prata,
Cristos ideais, serenos, luminosos,
Ensanguentados Cristos dolorosos,
Cuja cabeça a dor a luz retrata.
Ó Cristos de altivez intemerata,
Ó Cristos de metais estrepitosos
Que gritam como os tigres venenosos
Do desejo carnal que enerva e mata.
Cristos de pedra, de madeira e barro...
Ó Cristo humano, estético, bizarro,
Amortalhado nas fatais injúrias...
Na rija cruz aspérrima pregado
Canta o Cristo de bronze do pecado
Ri o Cristo de bronze das luxúrias!...
Cruz e Sousa
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