A canção foi inicialmente creditada a Julinho da Adelaide, pseudônimo criado pelo compositor carioca para escapar da censores da ditadura militar brasileira - como ocorreu com as letras de Apesar de você e Cálice. Em torno de Jorge Maravilha existe uma bem difundida lenda de que tenha sido feita para Ernesto Geisel e a filha do ex-ditador, uma grande fê de Buarque - especialmente ao verso "Você não gosta de mim, mas sua filha gosta". Mas na verdade, segundo o próprio Chico, o verso irônico e a música referiam-se a uma situação vivida por ele durante o regime militar no país. Em uma declaração para a Folha de São Paulo, em 1977, o cantor deu o seguinte veredicto: "Aconteceu de eu ser detido por agentes de segurança (do Dops), e no elevador o cara pedir autógrafo para a filha dele. Claro que não era o delegado, mas aquele contínuo de delegado". Chico confirmou essa versão em entrevista para o Correio Braziliense, em 1999.
A canção nunca foi lançada em disco oficial de Chico Buarque, mas foi gravada para o álbum-duplo "O Banquete dos Mendigos", idealizado e dirigido por Jards Macalé e gravado ao vivo no dia 10 de dezembro de 1973 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em show de comemoração dos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Entre os artistas participantes estava Chico que, além de Jorge Maravilha, também interpretou as canções Pesadelo (de Mauricio Tapajós e Paulo César Pinheiro), Quando o Carnaval Chegar e Bom conselho, de autoria própria.
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