Na 254° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 5 de fevereiro de 2012 das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 desfrutamos da leitura de Sérgio Vaz.
Jornal da Amargura
Neste sábado pela manhã, a tropa de elite do mau humor, fortemente armada, conseguiu prender o poeta Augusto, 44, que estava sorrindo, sem autorização, deliberadamente em maus uma manhã terrivelmente ensolada.
Acusado de idiota, o poeta foi enquadrado na lei n° 777, denominada "Tristeza não tem fim" e imediatamente levado ao Departamento das Caras Amarradas, no Centro das Mágoas, em São Paulo.
O poeta Augusto tinha acabado de acordar e saiu para uma pequena caminhada, cheio de alegria, conforme testemunhas, e começou a sorrir parta todos que estavam em sentido contrário, literalmente. Aí foi abordado por uma viatura que fazia ronda no local.
Antes de fugir, trocou olhares sem maldades com a tropa do mau humor e saiu em disparada pela Rua Esperança. Depois da perseguição com disparos de insultos de grosso calibre (não por parte do poeta, que fique bem claro), ele foi preso em flagrante, ainda com duas ou três risadas que iria usar mais tarde.
Ao ser interrogado, Augusto não entregou quem lhe havia fornecido a alegria, e ainda revelou, de forma risonha e irônica, que ele era o dono da boca.
O mau humor confirmou sua prisão temporária por 30 dias, e que no final da tarde o poeta seria transferido para o presidio de solidão máxima, enquanto aguarda o julgamento.
O secretário-geral das mesquinharias, coronel José Bicudo Guerra, 98, informou em entrevista coletiva que o governo vai investir pesado na luta contra o bom humor, e que dentro de dois ou três anos, vai erradicar a alegria do país.
Da redação: Pessoinha da Cruz Pesada.
Sérgio Vaz é poeta e fundador da Cooperifa
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