A apresentadora Celeste Martinez com o livro: O jovem Martin Luther King de Christy Whitman
‘Há cem anos, um grande americano, cuja sombra simbólica
aqui se projeta sobre nós, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse
importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de
escravos negros que haviam se consumido nas chamas da injustiça. Chegou como
uma alvorada para encerrar a longa noite de seus cativeiros.
Porém, passados cem anos, o negro ainda não é livre. Cem
anos depois, a vida do negro ainda é tristemente invalidada pelos grilhões da
segregação e cadeias da discriminação. Cem anos depois, o negro vive em uma
ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem
anos depois, o negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se
encontra exilado em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para
discutir essa vergonhosa condição.
De certo modo, nós
viemos à capital de nossa nação para cobrar um cheque. Quando os arquitetos de
nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da
Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a
qual todo americano seria seu herdeiro. Essa nota era uma promessa que todos os
homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos
os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade.
Hoje é obvio que aquela America não pagou essa nota
promissória. Em vez de honrar aquela obrigação sagrada, a America deu para o
povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com “ fundos
insuficientes”. Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é
falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de
oportunidades nesta nação. Assim, nós viemos trocar esse cheque, um cheque que
nos dará o direito de reclamar aas riquezas de liberdade e a segurança da
justiça. Nós também viemos para recordar a America dessa cruel urgência. Este
não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante
do gradualismo.
Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas
de democracia.
(... ) fragmento do discurso de Martin Luther King
Nenhum comentário:
Postar um comentário