domingo, 22 de junho de 2014

Conto: Um Abraço, de Andressa Verena

Na 356° edição do Alacazum Palavras Para Entreter apresentação da escritora e locutora Celeste Martinez que foi ao ar no dia 22 de junho de 2014, transmissão ao vivo Rio Una FM 87,9, apresentamos o poeta cordelista Daniel Pereira, amigo de muitos anos que retorna à cidade com um novo livreto. O nosso encontro foi ao acaso na Pizzaria os Martinez e esta edição foi um improviso. Melhor improvisar e garatir a magia do re-encontro valorizando pessoas do povo que criam constantemente sem muitos recursos. O programa foi encantado. Aproveitamos para realizar a leitura do conto: Um abraço escrito pela jovem Andressa Verena, filha da professora Luz Andrea.

Um Abraço

Essa história se passa em um país lá no novo continente, chamado Brasil em uma pequena cidade do interior do estado de Minas Gerais que se chamava Serenopólis.

Vocês já devem imaginar por que era assim chamada essa cidade, pois por lá reinava a serenidade, os seus moradores, desde pessoas até os animais eram de paz, e todos tinham muita paciência e carinho por tudo que faziam.

Dona Francisca, mãe, ficara viúva recentemente, e agora sozinha com sua ainda pequena filha, procurava um lugar para viver melhor que na capital, pois desejava que a filha tivesse uma vida longe da poluição e do perigo. Procurava um lugar pacato e hospitaleiro, onde pudesse ter um quintal com brinquedos para sua pequena, uma praça para passear no fim da tarde e assim sua filha ter muitas amizades.

Ela pesquisou até que encontrou esse lugar, que dizia ser bem sereno e pacato. Então Dona Francisca resolveu se mudar para lá com sua pequena filha de apenas dois meses.

Retirou toda as suas economias e comprou uma casinha na pequena Serenopólis e lá foi viver com sua pequenina filha que se chamava Rita.
Rita era pequenina, tinha olhos grandes e pretos como duas maduras jabuticabas, a pequena cabeça coberto por fartos cachinhos dourados, era sem dúvida um bebê muito bonito e agitado.

Mas por alguma razão desconhecida, a pequenina Rita chorava o dia inteiro, de tanto que chorava avermelhava igualzinho a um tomate maduro, chorava que chorava até soluçar.

Para preocupação de sua mãe e angústia dos vizinhos por que devido ao choro incessante da Ritinha já não se podia, mas dormir sossegado. As senhoras mais velhas da cidade foram vê o que havia com aquela criancinha.

Sua mãe fazia de tudo para ela não chorar, mais não adiantava, aquele chororô fez a cidade virar de cabeça para baixo. O padeiro reclamava, o medico reclamava, o padre reclamava, pois já não podia rezar sua homilia. As senhoras reclamavam e até as outras crianças reclamavam daquela ladainha.

A única solução era mandar rezar uma missa para ver se solucionava o problema pois como ainda não era batizada podia ser mal assombrada a pobre Ritinha pelos pagõeszinhos que gostavam de brincar com essas criancinhas. E foi mandado rezar mas parecia que isso tinha irritado ainda mais a criança , que chorava mais alto ainda.

A pequena Rita foi levada ao médico que lhe passou um rémedio para gases.Poderia ser cólica. Mais o choro não parou. Foi chamada então a senhora benzendeira que rezou a menina de ventre caido e lhe mandou dá chá de erva doce e assim se passaram os dias, tudo que se sabia e podia imaginar foi tentado para fazer a menina parar de chorar, mais todas as soluções tentadas pela Dona Francisca e vizinhanças só fazia a filha chorar, chorar até avermelhar e soluçar.

Então quando sua mãe já cansada de tanta reclamação começou a chorar daqui pra lá e de lá pra cá com a filhinha nos braços a balançar então uma lágrima cai no rosto da Ritinha que de repente parou de chorar e com os olhinhos arregalados olhou para sua mãe com um pequeno sorriso, e com suas mãozinhas pequeninas agarrou a camisa de Dona Francisca e suspendeu seus pequenos braços como se fosse um abraço.

A mãe muito emocionada abraçou carinhosamente sua filha enquanto lhe cantava doces melodias. E pela primeira vez a Ritinha ri e serenav, a mãe e toda vizinhança entendeu que o que mais queria a pequena RIta era o aconchego e o sereno embalo de um abraço. Deste dia em diante a família foi muito feliz e a pequena cidade de Serenopólis pode voltar a serenar.

Moral: Ás vezes as soluções para um problema está em pequenos e simples gestos, como um carinhoso abraço.

Andressa Verena

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