Crônica cotidiana de Celeste Martinez
Descia a ladeira do Porto, na calçada que dá acesso a casa lotérica.
Encontro um rapaz, que frequenta sempre o rodízio dos Martinez . Sua
fisionomia familiar. É um destes jovens estudantes. Não sei o nome
dele. Ao vêr-me, saudou e ganhamos caminho juntos. O diálogo, avançou
fluente. Não tenho certeza se o debate filosófico partiu do momento em
que ele perguntou como eu estava ou se fui eu que ao perguntar ele
respondeu com uma palavra xis. Foi esta palavra que proporcionou o “Galope à beira - mar”.
Fé, resiliência, coragem, resistência, preguiça, estudar, trabalhar, fome, etc.
Tem que ter fé. Mais fé que esperança. Ele disse.
E por quê?
Por que a fé remove montanhas.
E a esperança, é capaz de voar.
Esperança, é liquída. Poética. Dúbia.
A fé, na unidade da língua portuguesa, é tão condensada que é capaz de abrir uma clareira, uma fenda.
E a resiliência não soa como conformismo?
Não.
Por quê?
Resiliência tem um pouco de resistência e perseverança.
Conformismo não flui com a água. Conformismo é o maior dos paradeiros. Não vai a lugar nenhum.
Hummm!
Falou-me que passou quarenta dias e quarenta noites a pão e água desde que chegou a Valença, Bahia vindo de São Paulo.
E você, resistiu. Eu disse.
Foi.
Isso não é resiliência?
È? Sim. Não sei.
Eu sou preguiçoso. Ele disse.
Por quê?
Não gosto de estudar. Aprendo tudo na sala de aula.
E isso é preguiça?
É.
Sou capaz de viver a vida inteira com as poucas coisas que tenho, sem desejar mais nada.
A isso, eu chamo, transcendência.
Aqui, é o meu trabalho. Ele disse.
Despedimo-nos.
Ele estava precisando falar com alguém. Por isso me acompanhou.
Quantos jovens, neste instante se sentiriam mais jovens se encontrassem ao longo do caminho alguém que escutasse ?
Mesmo que no breve diálogo, cortado pela pressa, não se diga tudo do que se tem guardado mas que fique o sentimento de ter escutado.
Fé, resiliência, coragem, resistência, preguiça, estudar, trabalhar, fome, etc.
Tem que ter fé. Mais fé que esperança. Ele disse.
E por quê?
Por que a fé remove montanhas.
E a esperança, é capaz de voar.
Esperança, é liquída. Poética. Dúbia.
A fé, na unidade da língua portuguesa, é tão condensada que é capaz de abrir uma clareira, uma fenda.
E a resiliência não soa como conformismo?
Não.
Por quê?
Resiliência tem um pouco de resistência e perseverança.
Conformismo não flui com a água. Conformismo é o maior dos paradeiros. Não vai a lugar nenhum.
Hummm!
Falou-me que passou quarenta dias e quarenta noites a pão e água desde que chegou a Valença, Bahia vindo de São Paulo.
E você, resistiu. Eu disse.
Foi.
Isso não é resiliência?
È? Sim. Não sei.
Eu sou preguiçoso. Ele disse.
Por quê?
Não gosto de estudar. Aprendo tudo na sala de aula.
E isso é preguiça?
É.
Sou capaz de viver a vida inteira com as poucas coisas que tenho, sem desejar mais nada.
A isso, eu chamo, transcendência.
Aqui, é o meu trabalho. Ele disse.
Despedimo-nos.
Ele estava precisando falar com alguém. Por isso me acompanhou.
Quantos jovens, neste instante se sentiriam mais jovens se encontrassem ao longo do caminho alguém que escutasse ?
Mesmo que no breve diálogo, cortado pela pressa, não se diga tudo do que se tem guardado mas que fique o sentimento de ter escutado.
Valença, Bahia, 7 de junho de 2017
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