Crônica cotidiana de Celeste Martinez
Adentrei ao dito cujo Banco.
Ainda imperava a greve dos vigilantes da Bahia.
Banco entupido de insatisfações.
Que fila escolher?
Pergunta a um, a outra.
Posiciono-me.
Uma mulher, tonta, a procura de outra pessoa, para aliviar a sua pressa. Que apresentava-se mais apressada do que todas as pressas juntas. Pergunta:
- Você vai fazer depósito?
A resposta que ouviu foi negativa mais mesmo assim insistiu para que esta lhe ajudasse. Não sabia fazer depósito.
- Impossível, estou na fila de saque.
A pessoa, muito gentilmente, sugeriu que ela se posicionasse na fila de depósito e quando chegasse mais próximo, ajudaria.
Esta não escutou, ficou a perambular de um lado para outro.
Rodou, rodou e novamente, aproximou-se e disse:
- Cadê, o homem que estava aqui?
A mulher não sabia o que responder. Eu tão pouco. E esta:
- É que eu pedi para ele guardar o lugar para mim.
Moral da História: Guardar lugar em fila de Banco é tão confiável quanto a honestidade de “ alguns”.
O espaço de tempo entre a construção do breve relato, até alcançar o terceiro lugar na fila do caixa eletrônico, foi suficiente para emparelhar meu corpo com outra pessoa muito conhecida do meu rol de amizades, chega a ser parente.
- Olá, Dona Ana! Disse.
Ela balançou a cabeça afirmativamente. Não era uma Ana qualquer. Para estimular entrosamento e por que tinha feito amizade com a pessoa que ocupava a fila à minha frente, perguntei-lhe:
- Você, conheçe Dona Ana?
A mulher também balançou a cabeça confirmando.
- Ana, das Castanholas . Frisei.
A Ana, sorriu, satisfeita.
- Mais antes de ser Ana das Castanholas. Era, Ana dos Montes. Relatei com convicção por que sabia da história que me fora contada pela mesma. Ela continuava calada, estava compenetrada na ação que lhe levou ao Banco. Esboçava sim, a todo instante aquele sorriso fraquinho.
- Entre a Ana das Castanholas e a Ana dos Montes existe um longo trajeto. Há que descer dos Montes. E só Dona Ana sabe o caminho. Eu disse.
Ela, desta vez, esboçou um amplo sorriso de um lado a outro no rosto. Mais continuava calada.
A amiga, dos poucos instantes, escutava atentamente as minhas palavras, foi quando soltou, olhando para mim:
- E você, é a senhora Martinez!
- Como sabe? Perguntei-lhe
- Pelo programa de rádio.
- Não tem mais. Eu disse.
E ela:
- Eu também não escuto mais rádio.
O diálogo, encerrou-se alí. Ana, segiu para o caixa eletrônico a minha direita e a recém formada amiga, segiu para o caixa logo em frente. Enquanto eu...
Ainda imperava a greve dos vigilantes da Bahia.
Banco entupido de insatisfações.
Que fila escolher?
Pergunta a um, a outra.
Posiciono-me.
Uma mulher, tonta, a procura de outra pessoa, para aliviar a sua pressa. Que apresentava-se mais apressada do que todas as pressas juntas. Pergunta:
- Você vai fazer depósito?
A resposta que ouviu foi negativa mais mesmo assim insistiu para que esta lhe ajudasse. Não sabia fazer depósito.
- Impossível, estou na fila de saque.
A pessoa, muito gentilmente, sugeriu que ela se posicionasse na fila de depósito e quando chegasse mais próximo, ajudaria.
Esta não escutou, ficou a perambular de um lado para outro.
Rodou, rodou e novamente, aproximou-se e disse:
- Cadê, o homem que estava aqui?
A mulher não sabia o que responder. Eu tão pouco. E esta:
- É que eu pedi para ele guardar o lugar para mim.
Moral da História: Guardar lugar em fila de Banco é tão confiável quanto a honestidade de “ alguns”.
O espaço de tempo entre a construção do breve relato, até alcançar o terceiro lugar na fila do caixa eletrônico, foi suficiente para emparelhar meu corpo com outra pessoa muito conhecida do meu rol de amizades, chega a ser parente.
- Olá, Dona Ana! Disse.
Ela balançou a cabeça afirmativamente. Não era uma Ana qualquer. Para estimular entrosamento e por que tinha feito amizade com a pessoa que ocupava a fila à minha frente, perguntei-lhe:
- Você, conheçe Dona Ana?
A mulher também balançou a cabeça confirmando.
- Ana, das Castanholas . Frisei.
A Ana, sorriu, satisfeita.
- Mais antes de ser Ana das Castanholas. Era, Ana dos Montes. Relatei com convicção por que sabia da história que me fora contada pela mesma. Ela continuava calada, estava compenetrada na ação que lhe levou ao Banco. Esboçava sim, a todo instante aquele sorriso fraquinho.
- Entre a Ana das Castanholas e a Ana dos Montes existe um longo trajeto. Há que descer dos Montes. E só Dona Ana sabe o caminho. Eu disse.
Ela, desta vez, esboçou um amplo sorriso de um lado a outro no rosto. Mais continuava calada.
A amiga, dos poucos instantes, escutava atentamente as minhas palavras, foi quando soltou, olhando para mim:
- E você, é a senhora Martinez!
- Como sabe? Perguntei-lhe
- Pelo programa de rádio.
- Não tem mais. Eu disse.
E ela:
- Eu também não escuto mais rádio.
O diálogo, encerrou-se alí. Ana, segiu para o caixa eletrônico a minha direita e a recém formada amiga, segiu para o caixa logo em frente. Enquanto eu...
Valença, Bahia, 5 de junho de 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário