quinta-feira, 29 de junho de 2017

Crônica cotidiana de Celeste Martinez

 Postada em minha página do Facebook, dia 7 de junho de 2017

Crônica cotidiana de Celeste Martinez


O Calçadão não é apenas lugar de passagem ou centro comercial onde todas as coisas são resolvidas. Alí, também é espaço para encontros.
Terça-Feira, chuvosa, 6 de junho de 2017, novamente deparo-me com colega de infância. Da mesma turma onde os nomes próprios e sobrenomes, foram guardados na memória como relíquias. Eu também sabia de cor o nome desta pessoa. Abraçamo-nos e levadas pela nostalgia, recuamos os corpos em uma das paredes de loja e iniciamos o bate papo que se tornou uma longa conversa. Histórias sem fim.
De repente quem eu vislumbro, vindo em minha direção?
Quem?
Quem?
Ela, a autêntica, dinâmica, corajosa, sorridente, competente, honesta, dedicada, delicada, inteligente, Maria de Lurdes. Personagem que eu inseri na minha crônica sobre o manjerição.
Lembra?
Pelo sorriso que trazia no rosto e pela menção em abrir os braços para o abraço, eu aspirei o ar como em um suspiro de alívio.
Ufa!
Após a publicação da crônica, vez em quando, batia na mente a advertência sobre aquele trechinho que dizia:
“Desde então, esta é a ducentésima vez que espio pela janela para averiguar a cara das pessoas que me visitam. Antes de abrir a porta, escondo a planta no quarto.”
Preocupava-me a reação das pessoas, principalmente Lurdes. Por mais que minha intenção seja sempre construtiva a gente não sabe o que nos aguarda.
Devo confessar que escrevi por expressão no uso das metáforas, eu não recebo ninguém em minha casa.
No entanto, a presença de Maria de Lurdes, naquele momento, contente e agradecendo, foi uma dádiva para o meu dia.
Graças, Maria de Lurdes, por ser compreensiva comigo quando escrevi a crônica sobre o manjerição.
Comentei o assunto com ela e esta entendeu perfeitamente. Estava ligada. Em sintonia desde os tempos do Alacazum.
Lurdes, é pura magia.
Apresentei-a a amiga de infância. As duas se cumprimentaram.
E daí a pouco, aproxima-se o sobrinho Vandic Coqueiro, acompanhado da esposa Dori. Assim que chegou, foi logo falando:
- E aí, tia, qual a crônica de hoje?
Rimos. Eu e Lurdes. O assunto agora são as crônicas.
A cidade está voltando a normalidade de pensar fluídos.
Precisamos de mais sorrisos e mais esperanças.
Queide?
Cadê?
Antes de nos afastarmos, Lurdes, em sua quinta essência, disse:
- Isso aqui junto, tudo isso, vai virar um bom caldo.
Virou. Uma crônica, com a essência do manjerição que plantei ontem.


Valença, Bahia, 6 de junho de 2017

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