O amor dos outros
é indiferente.
Só o da gente é especial,
fosforescente,
brilha no escuro.
O amor dos outros é tão pequeno,
nem vale a pena
pichar o muro.
Ninguém entende
o amor alheio;
não é bonito
e não é feio.
O amor dos outros
é tão efêmero!
Estão amando?
Fazendo gênero?
O amor dos outros
é muito pouco:
só o da gente,
direito ou torto,
alegre ou triste,
sereno ou louco,
lascivo ou puro,
céu ou inferno
- só o da gente será eterno.
Olha pro rosto
do amor alheio:
são só dois olhos,
nariz no meio,
cadê a boca?
Olha pra cara
do amor da gente:
que coisa louca!
Betty Vidigal
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