Dicas de Leitura
A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo
"Bravo! exclamou Filipe, entrando e despindo a casaca, que pendurou em um cabide velho. Bravo!... interessante cena! mas certo que desonrosa fora para casa de um estudante de Medicina e já no sexto ano, a não valer-lhe o adágio antigo: - o hábito não faz o monge.- Temos discurso!... atenção!... ordem!... gritaram a um tempo três vozes.- Coisa célebre! acrescentou Leopoldo. Filipe sempre se torna orador depois do jantar...- E dá-lhe para fazer epigramas, disse Fabrício.- Naturalmente, acudiu Leopoldo, que, por dono da casa, maior quinhão houvera no cumprimento do recém-chegado; naturalmente. Bocage, quando tomava carraspana, descompunha os médicos."
"Penso na bruma além-além... No coloda neve - de uma neve eternamente friasonharia em silêncio... e a alvorada-do-polono meu sonho de paz esplenderia. E por que temeria o céu plúmbeo de morte?E por que temeria o gelo em penedia? Não: já sofri sereno outro frio mais forte:certa voz... certo olhar e certo adeus, um dia... Penso na bruma além-além, no coloda neve - de uma neve eternamente fria...Oh o inverno sem-fim dos defuntos, num soloonde a cal como neve choveria!"
Leia outras poesias de Murilo Araújo
Nenhum comentário:
Postar um comentário