O Arnesto nos convidô
Pr'um samba
Ele mora no Brás
Nós fumos
Não encontremos ninguém
Nóis vortemos
Cuma baita duma reiva
Da outra vez
Nós num vai mais
Nós num semos tatu!...
O Arnesto nos convidô
Pr'um samba
Ele mora no Brás
Nós fumos
Não encontremos ninguém
Nós vortemos
Cuma baita duma reiva
Da outra vez
Nós num vai mais...
N'outro dia encontremos
"Cá" Arnesto
Que pidiu descurpa
Mas nós não aceitemos
Isso não se faz Arnesto
Nós não se importa
Mas você devia
Ter punhado um recado
Na porta...
Anssim:
"Ói turma
Num deu pá esperar
Não faz már
Há de ver que isso
E não tem importância
É, mas Arnesto se arretô
Da outra vez
Nós esticar essa cara
Que ocê vai ver
Como é que ocê
Vai entrar bem
Aqui cum nós"
Samba do Arnesto é de autoria de Adoniran Barbosa (o mais paulistano dos compositores). Esta música foi censurada na época da ditadura militar no Brasil. Adoniran usava em suas canções o jeito coloquial de falar dos paulistanos. Quando em 1973 o artista decidiu lançar um álbum com várias canções já gravadas na década de 50 inesperadamente cinco das suas canções foram vetadas entre elas "Samba do Arnesto" (assim escrito antes) conforme letra acima descrita. A censura só permitiria se ele regravasse cantando da seguinte maneira: "Ficamos com uma baita de uma raiva. Em outra vez não vamos mais" ou seja não respeitando o coloquial de falar dos paulistanos ressaltado na composição.
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