quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Na 246° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
Na 246° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 20 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 dando continuidade ao tema sobre Novembro Negro, apreciamos a poesia: Supremo desejo de Cruz e Sousa.
Supremo Desejo
Eternas, imortais origens vivas
Da luz, do Aroma, segredantes vozes
Do mar e luares de contemplativas,
Vagas visões volúpizas, velozes...
Aladas alegrias sugestivas
De asa radiante e branca de albornozes,
Tribos gloriosas, fúlgidas, altivas,
De condores e de águias e albatrozes.
Espiritualizai nos Astros louros,
Do sol entre os clarões imorredouros
Toda esta dor que na minh´alma clama...
Quero vê-la subir, ficar cantando
Na chama das Estrelas dardejando
Nas luminosas sensações da chama.
Cruz e Sousa
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terça-feira, 29 de novembro de 2011
O canto das três raças com Clara Nunes
Na 246° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 20 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 dando continuidade ao tema sobre Novembro Negro, apreciamos a música: Canto das três raças com Clara Nunes.
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terça-feira, 22 de novembro de 2011
Quase Doutor de Lima Barreto
Na 246° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 20 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 dando continuidade ao tema sobre Novembro Negro, apreciamos uma crônica do Lima Barreto intitulada: Quase Doutor.
A nossa instrução pública cada vez que é reformada, reserva para o observador surpresas admiráveis. Não há oito dias, fui apresentado a um moço, aí dos seus vinte e poucos anos, bem posto em roupas, anéis, gravatas, bengalas, etc. O meu amigo Seráfico Falcote, estudante, disse-me o amigo comum que nos pôs em relações mútuas.
O senhor Falcote logo nos convidou a tomar qualquer coisa e fomos os três a uma confeitaria. Ao sentar-se, assim falou o anfitrião:
- Caxero traz aí quarqué cosa de bebê e comê.
Pensei de mim para mim: esse moço foi criado na roça, por isso adquiriu esse modo feio de falar. Vieram as bebidas e ele disse ao nosso amigo:
-Não sabe Cunugunde: o véio tá i.
O nosso amigo comum respondeu:
- Deves então andar bem de dinheiros.
-Quá ele tá i nós não arranja nada. Quando escrevo é aquela certeza. De boca, não se cava... O véio óia óia e dá o fora.
Continuamos a beber e a comer alguns camarões e empadas. A conversa veio a cair sobre a guerra européia. O estudante era alemão dos quatro costados.
-Alamão, disse ele, vai vencer por uma força. Tão aqui, tão em Londres.
-Qual!
-Pois óie: eles toma Paris, atravessa o Sena e é um dia inguelês.
Fiquei surpreendido com tão furioso tipo de estudante. Ele olhou a garrafa de vermouth e observou:
-Francês, tem muita parte... Escreve de um jeito e fala de outro.
-Como?
-óie aqui: não está vermouth, como é que se diz "vermute"? Pra que tante parte?
Continuei estuporado e o meu amigo ou antes, o nosso amigo parecia não ter qualquer surpresa com tão famigerado estudante.
-Sabe, disse este, quase fui com o dotô Lauro.
-Por que não foi? perguntei
-Não posso andar por terra.
-Tem medo?
-Não. Mas óie que ele vai pro Mato Grosso e não gosto de andá pelo mato.
Esse estudante era a coisa mais preciosa que tinha encontrado na minha vida. Como era ilustrado! Como falava bem! Que magnífico deputado não iria dar? Um figurão para o partido da Rapadura.
O nosso amigo indagou dele em certo momento:
-Quando te formas?
-No ano que vem.
Caí das nuvens Este homem já tinha passado tantos exames e falava daquela forma e tinha tão firmes conhecimentos.
O nosso amigo indagou ainda:
- Tens tido boas notas?
- Tudo. Espero tirá a medáia.
Careta, 8.5.1915
A nossa instrução pública cada vez que é reformada, reserva para o observador surpresas admiráveis. Não há oito dias, fui apresentado a um moço, aí dos seus vinte e poucos anos, bem posto em roupas, anéis, gravatas, bengalas, etc. O meu amigo Seráfico Falcote, estudante, disse-me o amigo comum que nos pôs em relações mútuas.
O senhor Falcote logo nos convidou a tomar qualquer coisa e fomos os três a uma confeitaria. Ao sentar-se, assim falou o anfitrião:
- Caxero traz aí quarqué cosa de bebê e comê.
Pensei de mim para mim: esse moço foi criado na roça, por isso adquiriu esse modo feio de falar. Vieram as bebidas e ele disse ao nosso amigo:
-Não sabe Cunugunde: o véio tá i.
O nosso amigo comum respondeu:
- Deves então andar bem de dinheiros.
-Quá ele tá i nós não arranja nada. Quando escrevo é aquela certeza. De boca, não se cava... O véio óia óia e dá o fora.
Continuamos a beber e a comer alguns camarões e empadas. A conversa veio a cair sobre a guerra européia. O estudante era alemão dos quatro costados.
-Alamão, disse ele, vai vencer por uma força. Tão aqui, tão em Londres.
-Qual!
-Pois óie: eles toma Paris, atravessa o Sena e é um dia inguelês.
Fiquei surpreendido com tão furioso tipo de estudante. Ele olhou a garrafa de vermouth e observou:
-Francês, tem muita parte... Escreve de um jeito e fala de outro.
-Como?
-óie aqui: não está vermouth, como é que se diz "vermute"? Pra que tante parte?
Continuei estuporado e o meu amigo ou antes, o nosso amigo parecia não ter qualquer surpresa com tão famigerado estudante.
-Sabe, disse este, quase fui com o dotô Lauro.
-Por que não foi? perguntei
-Não posso andar por terra.
-Tem medo?
-Não. Mas óie que ele vai pro Mato Grosso e não gosto de andá pelo mato.
Esse estudante era a coisa mais preciosa que tinha encontrado na minha vida. Como era ilustrado! Como falava bem! Que magnífico deputado não iria dar? Um figurão para o partido da Rapadura.
O nosso amigo indagou dele em certo momento:
-Quando te formas?
-No ano que vem.
Caí das nuvens Este homem já tinha passado tantos exames e falava daquela forma e tinha tão firmes conhecimentos.
O nosso amigo indagou ainda:
- Tens tido boas notas?
- Tudo. Espero tirá a medáia.
Careta, 8.5.1915
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segunda-feira, 21 de novembro de 2011
20 de novembro: Dia da Consciência Negra
Na 246° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 20 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 , informamos sobre o Dia da Consciência Negra.
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Moacir Santos, Coisas n°04
Na 246° edição do programa radiofõnico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 20 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 dando continuidade ao tema: Novembro Negro, escutamos como BG a música de Moacir Santos, coisas 4, Ganga Zumba.
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sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Na 245° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
Na 245° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 13 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9, cujo tema: Preconceito, apreciamos como desafio musical: Se Jesus fosse um homem de cor na interpretação de Tony Tornado.
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A volta do negro em Movimento
Na 245° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 13 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9, cujo tema: Preconceito, informamos sobre Tony Tornado, materia retirada da revista Rolling Stone Brasil, n° 61 de outubro de 2011, cujo título: A volta do Negro em Movimento por Leonardo Fuhrmann.
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quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Solar dos Príncipes de Marcelino Freire
Na 245° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 13 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 cujo tema: Preconceito, apreciamos o conto: Solar dos Príncipes de Marcelino Freire contido no livro: Contos Negreiros.
Quatro negros e uma negra pararam na frente deste prédio.
A primeira mensagem do porteiro foi: " Meu Deus"! A segunda: "O que vocês querem"? ou "Qual o apartamento"? Ou "Por que ainda não consertaram o elevador de serviço?"
"Estamos fazendo um filme", respondemos.
Caroline argumentou: "Um documentário". Sei lá o que é isso, sei lá não sei. A gente mostra o documento de identidade de cada um e pronto.
"Estamos filmando".
Filmando? Ladrão é assim quando quer sequestrar. Acompanha o dia a dia, costumes, a que horas a vítima sai para trabalhar. O prédio tem gerente de banco, médico, advogado. Menos síndico. O síndico nunca está.
- De onde vocês são?
- Do morro do Pavão.
- Viemos gravar um longa-metragem.
- Metra o quê?
Metralhadora, cano longo, granada, os negros armados até a gengiva. Não disse? Vou correr. Nordestino é homem. Porteiro é homem ou não é homem? Caroline dialogou: " A ideia é entrar num apartamento do prédio, de supetão e filmar. fazer uma entrevista com o morador".
O porteiro: "Entrar num apartamento?".
O porteiro: "Não".
O pensamento: "Tô fodido".
A ideia foi minha, confesso. O pessoal vive subindo o morro para fazer filme. A gente abre as nossas portas, mostra as nossas panelas, merda.
Foi assim: comprei uma câmera de terceira mão, marcamos, ensaiamos uns dias. Imagens exclusivas, colhidas na vida da classe média.
Caroline: "Querido, por favor, meu amor". Caroline mostrou o microfone, de longe. Acenou com o batom, não sei.
Vou bem levar paulada de microfone? O microfone veio emprestado de um pai de santo, que patrocinou.
O porteiro apertou o apartamento 101, 102, 108. Foi mexendo em tudo que é andar. Estou sendo assaltado, pressionado, liguem para o 190, sei lá.
A graça era ninguém ser avisado. Perde-se a espontaneidade do depoimento. O condômino falar como é viver com carros na garagem, saldo, piscina, computador interligado. Dinheiro e sucesso. Festival de Brasília. Festival de Gramado. A gente fazendo exibição no telão da escola, no salão de festas do prédio.
Não.
A gente não só ouve samba. Não só ouve bala. Esse porteiro nem parece preto, deixando a gente preso do lado de fora. O morro tá lá aberto 24 horas. A gente dá as boas-vindas de peito aberto. Os malandrões entram, tocam no nosso passado. A gente se abre que nem passarinho manso. A gente desabafa que nem papagaio. A gente canta, rebola. A gente oferece a nossa coca-cola.
Não quer deixar a gente estrear a porra do porteiro. É foda. Domingo, hoje é domingo. A gente só quer saber como a família almiça. Se fazem a mesma festa que a nossa. Prato, feijoada, guardanapo. Caralho, não precisa o síndico. Escute só. A gente vai tirar a câmara do saco. A gente mostra que é da paz, que a gente só quer melhorar, assim, o nosso cartaz. Fazer cinema. Cinema. Veja Fernanda Montenegro, quase ganha o Oscar.
- Fernanda Montenegro não, aqui ela não mora.
E avisou: "Vou chamar a polícia"
A gente: "Chamar a polícia?"
Não tem quem goste de polícia. A gente não quer esse tipo de notícia. O esquema foi todo montado num puta dum sacrifício. Nicholson deixoou de ir vender churro. Caroline desistiu da boate. Eu deixei esposa, cadela e filho. Um longa não, é só um curta. Alegira de pobre é dura. Filma. O quê? Dei a ordem: filma.
Começamos a filmar tudo. Alguns moradores posando a cara na sacada. O trânsito que transita. A sirene da polícia. Hâ? A sirene da polícia. Todo filme tem sirene de polícia. E tiro. Muito tiro.
Em câmara violenta. Porra, Johnattan pulou o portão de ferro fundido. O porteiro trancou-se no vidro. Assutador. Apareceu gente de todo tipo. E a ideia não era essa. Tivemos que improvisar. Sem problema, tudo bem. Na edição a gente manda cortar.
Marcelino Freire. Contos Negreiros
Quatro negros e uma negra pararam na frente deste prédio.
A primeira mensagem do porteiro foi: " Meu Deus"! A segunda: "O que vocês querem"? ou "Qual o apartamento"? Ou "Por que ainda não consertaram o elevador de serviço?"
"Estamos fazendo um filme", respondemos.
Caroline argumentou: "Um documentário". Sei lá o que é isso, sei lá não sei. A gente mostra o documento de identidade de cada um e pronto.
"Estamos filmando".
Filmando? Ladrão é assim quando quer sequestrar. Acompanha o dia a dia, costumes, a que horas a vítima sai para trabalhar. O prédio tem gerente de banco, médico, advogado. Menos síndico. O síndico nunca está.
- De onde vocês são?
- Do morro do Pavão.
- Viemos gravar um longa-metragem.
- Metra o quê?
Metralhadora, cano longo, granada, os negros armados até a gengiva. Não disse? Vou correr. Nordestino é homem. Porteiro é homem ou não é homem? Caroline dialogou: " A ideia é entrar num apartamento do prédio, de supetão e filmar. fazer uma entrevista com o morador".
O porteiro: "Entrar num apartamento?".
O porteiro: "Não".
O pensamento: "Tô fodido".
A ideia foi minha, confesso. O pessoal vive subindo o morro para fazer filme. A gente abre as nossas portas, mostra as nossas panelas, merda.
Foi assim: comprei uma câmera de terceira mão, marcamos, ensaiamos uns dias. Imagens exclusivas, colhidas na vida da classe média.
Caroline: "Querido, por favor, meu amor". Caroline mostrou o microfone, de longe. Acenou com o batom, não sei.
Vou bem levar paulada de microfone? O microfone veio emprestado de um pai de santo, que patrocinou.
O porteiro apertou o apartamento 101, 102, 108. Foi mexendo em tudo que é andar. Estou sendo assaltado, pressionado, liguem para o 190, sei lá.
A graça era ninguém ser avisado. Perde-se a espontaneidade do depoimento. O condômino falar como é viver com carros na garagem, saldo, piscina, computador interligado. Dinheiro e sucesso. Festival de Brasília. Festival de Gramado. A gente fazendo exibição no telão da escola, no salão de festas do prédio.
Não.
A gente não só ouve samba. Não só ouve bala. Esse porteiro nem parece preto, deixando a gente preso do lado de fora. O morro tá lá aberto 24 horas. A gente dá as boas-vindas de peito aberto. Os malandrões entram, tocam no nosso passado. A gente se abre que nem passarinho manso. A gente desabafa que nem papagaio. A gente canta, rebola. A gente oferece a nossa coca-cola.
Não quer deixar a gente estrear a porra do porteiro. É foda. Domingo, hoje é domingo. A gente só quer saber como a família almiça. Se fazem a mesma festa que a nossa. Prato, feijoada, guardanapo. Caralho, não precisa o síndico. Escute só. A gente vai tirar a câmara do saco. A gente mostra que é da paz, que a gente só quer melhorar, assim, o nosso cartaz. Fazer cinema. Cinema. Veja Fernanda Montenegro, quase ganha o Oscar.
- Fernanda Montenegro não, aqui ela não mora.
E avisou: "Vou chamar a polícia"
A gente: "Chamar a polícia?"
Não tem quem goste de polícia. A gente não quer esse tipo de notícia. O esquema foi todo montado num puta dum sacrifício. Nicholson deixoou de ir vender churro. Caroline desistiu da boate. Eu deixei esposa, cadela e filho. Um longa não, é só um curta. Alegira de pobre é dura. Filma. O quê? Dei a ordem: filma.
Começamos a filmar tudo. Alguns moradores posando a cara na sacada. O trânsito que transita. A sirene da polícia. Hâ? A sirene da polícia. Todo filme tem sirene de polícia. E tiro. Muito tiro.
Em câmara violenta. Porra, Johnattan pulou o portão de ferro fundido. O porteiro trancou-se no vidro. Assutador. Apareceu gente de todo tipo. E a ideia não era essa. Tivemos que improvisar. Sem problema, tudo bem. Na edição a gente manda cortar.
Marcelino Freire. Contos Negreiros
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Solar dos Príncipes
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Saudação a Palmares de Castro Alves
Na 245° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 13 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9, cujo tema: Preconceito, apreciamos os versos de Castro Alves, intitulado: Saudação a Palmares.
Nos altos cerros erguidos
Ninho de águias atrevido,
Salve! - País do bandido!
Salve! - País do jaguar!
Verde serra onde os palmares
-Como indianos cocares-
No azul dos colúmbios ares
Desfraldam-se em mole arfar!...
Salve! Região dos valentes
Onde os ecos estridentes
Mandam aos plainos trementes
Os gritos do caçador!
E ao longe os latidos soam
E as trompas da caça atroam
E os corvos negros revoam
Sobre o campo abrasador!
Palmares! a ti meu grito!
A ti, barca de granito,
Que no soçobro infinito
Abriste a vela ao trovão.
E provocaste a rajada
Solta a flâmula agitada
Aos uivos da marujada
Nas ondas da escravidão.
De bravos soberbo estádio,
Das liberdades paládio,
Pegaste o punho do gládio,
E olhaste rindo p´ra o val:
Descei de cada horizonte...
Senhores! Eis-me de fronte!
E riste... O riso de um monte!
E a ironia... de um chacal!...
Cantam Eunucos devassos
Dos reis os marmóreos paços;
E beijam os férreos laços,
Que não ousam sacudir...
Eu canto a beleza tua,
Caçadora seminua!
Em cuja perna flutua
Ruiva a pele de um tapir.
Crioula! o teu seio escuro
Nunca deste o beijo impuro!
Luzidio, firme, duro,
Guardaste p´ra um nobre amor
Negra Diana selvagem
Que escutas sob a ramagem
As vozes- que traz a aragem
Do teu rijo caçador!
Salve, Amazonas guerreira!
Que nas rochas da clareira
- Aos urros da cachoeira-
Sabes bater e lutar...
Salve! - nos cerros erguido-
Ninho, onde em sono atrevido
Dorme o condor... e o bandido....
A liberdade ... e o jaguar!
Castro Alves
Nos altos cerros erguidos
Ninho de águias atrevido,
Salve! - País do bandido!
Salve! - País do jaguar!
Verde serra onde os palmares
-Como indianos cocares-
No azul dos colúmbios ares
Desfraldam-se em mole arfar!...
Salve! Região dos valentes
Onde os ecos estridentes
Mandam aos plainos trementes
Os gritos do caçador!
E ao longe os latidos soam
E as trompas da caça atroam
E os corvos negros revoam
Sobre o campo abrasador!
Palmares! a ti meu grito!
A ti, barca de granito,
Que no soçobro infinito
Abriste a vela ao trovão.
E provocaste a rajada
Solta a flâmula agitada
Aos uivos da marujada
Nas ondas da escravidão.
De bravos soberbo estádio,
Das liberdades paládio,
Pegaste o punho do gládio,
E olhaste rindo p´ra o val:
Descei de cada horizonte...
Senhores! Eis-me de fronte!
E riste... O riso de um monte!
E a ironia... de um chacal!...
Cantam Eunucos devassos
Dos reis os marmóreos paços;
E beijam os férreos laços,
Que não ousam sacudir...
Eu canto a beleza tua,
Caçadora seminua!
Em cuja perna flutua
Ruiva a pele de um tapir.
Crioula! o teu seio escuro
Nunca deste o beijo impuro!
Luzidio, firme, duro,
Guardaste p´ra um nobre amor
Negra Diana selvagem
Que escutas sob a ramagem
As vozes- que traz a aragem
Do teu rijo caçador!
Salve, Amazonas guerreira!
Que nas rochas da clareira
- Aos urros da cachoeira-
Sabes bater e lutar...
Salve! - nos cerros erguido-
Ninho, onde em sono atrevido
Dorme o condor... e o bandido....
A liberdade ... e o jaguar!
Castro Alves
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Saudação a Palmares
O silêncio de Leci Brandão por Pedro Alexandre Sanches
Na 245° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 13 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 informamos sobre materia publicada na revista CAROS AMIGOS, ano XV n° 175 de 2011, na seção PAÇOÇA de Pedro Alexandre Sanches, ititulado: O silêncio de Leci Brandão, frizando sobre a música: Zé do Caroço, que diz:
Foi em 2005, quando o também carioca Seu Jorge recuperou, num show ao vivo com a popularissima mineira Ana Carolina, o Zé do Caroço enjeitado 20 anos antes pela então maior companhia de discos em atividade no Brasil. " Está nascendo um novo lider/ no Morro do Pau da Bandeira", avisava o hoje célebre samba de protesto social, em tempos nos quais ainda não havia espaço para gente como Mano Brown, Alexandre Pires, MV Bill ou Seu Jorge. (Esse último, por sinal, apimentaria um pouco mais o discurso de Leci em sua versão, trocando o verbo do verso " na hora que a televisão brasileira distrai toda gente com sua novela" para destroi.
Fragmento retirado da revista CAROS AMIGOS.
Foi em 2005, quando o também carioca Seu Jorge recuperou, num show ao vivo com a popularissima mineira Ana Carolina, o Zé do Caroço enjeitado 20 anos antes pela então maior companhia de discos em atividade no Brasil. " Está nascendo um novo lider/ no Morro do Pau da Bandeira", avisava o hoje célebre samba de protesto social, em tempos nos quais ainda não havia espaço para gente como Mano Brown, Alexandre Pires, MV Bill ou Seu Jorge. (Esse último, por sinal, apimentaria um pouco mais o discurso de Leci em sua versão, trocando o verbo do verso " na hora que a televisão brasileira distrai toda gente com sua novela" para destroi.
Fragmento retirado da revista CAROS AMIGOS.
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Zé do caroço
Zé do Caroço com Lecí Brandão
Na 245° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 13 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos a música: Zé do Caroço, autoria de Lecí Brandão e interpretada por ela.
Zé do Caroço
Lelelelê Lelelelelelelelelê
Lelelelê Lelelelelelelelelê
No serviço de auto-falante
Do morro do Pau da Bandeira
Quem avisa é o Zé do Caroço
Que amanhã vai fazer alvoroço
Alertando a favela inteira
Como eu queria que fosse em mangueira
Que existisse outro Zé do Caroço (Caroço, Caroço)
Pra dizer de uma vez pra esse moço
Carnaval não é esse colosso
Nossa escola é raiz, é madeira
Mas é o Morro do Pau da Bandeira
De uma Vila Isabel verdadeira
O Zé do Caroço trabalha
O Zé do Caroço batalha
E que malha o preço da feira
E na hora que a televisão brasileira
Distrái toda gente com a sua novela
É que o Zé põe a boca no mundo
Ele faz um discurso profundo
Ele quer ver o bem da favela
Está nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
Está nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira
Zé do Caroço
Lelelelê Lelelelelelelelelê
Lelelelê Lelelelelelelelelê
No serviço de auto-falante
Do morro do Pau da Bandeira
Quem avisa é o Zé do Caroço
Que amanhã vai fazer alvoroço
Alertando a favela inteira
Como eu queria que fosse em mangueira
Que existisse outro Zé do Caroço (Caroço, Caroço)
Pra dizer de uma vez pra esse moço
Carnaval não é esse colosso
Nossa escola é raiz, é madeira
Mas é o Morro do Pau da Bandeira
De uma Vila Isabel verdadeira
O Zé do Caroço trabalha
O Zé do Caroço batalha
E que malha o preço da feira
E na hora que a televisão brasileira
Distrái toda gente com a sua novela
É que o Zé põe a boca no mundo
Ele faz um discurso profundo
Ele quer ver o bem da favela
Está nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
Está nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira
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Fábulas de Esopo: Os dois caranguejos
Na 245° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 13 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9, cujo tema: Preconceito, apreciamos a fábula de Esopo: Os dois caranguejos, traduzido do espanhol para o português por Celeste Martinez.
Decía un hijo cangrejo a su madre, quien veía su marcha defectuosa y las piernas torcidas, y se proponia corregir ese defecto:
- Pero madre, yo no he hecho sino lo que veo que tú haces. Si tú tienes la misma marcha, cómo pretendes que la rectifique? Deberías haberla corregido primero tú.
Para corregir e instruir a los otros, debemos primero corregirnos e instruirnos primero a nosotros mismos.
Los dos Cangrejos
Decía un hijo cangrejo a su madre, quien veía su marcha defectuosa y las piernas torcidas, y se proponia corregir ese defecto:
- Pero madre, yo no he hecho sino lo que veo que tú haces. Si tú tienes la misma marcha, cómo pretendes que la rectifique? Deberías haberla corregido primero tú.
Para corregir e instruir a los otros, debemos primero corregirnos e instruirnos primero a nosotros mismos.
Os dois caranguejos
Dizia um filho de caranguejo a sua mãe, a quem via sua marcha desajeitada e as pernas tortas e se propunha a corrigir esse defeito:
-Mas mamãe, eu faço o que vejo você fazer. Se tu tens a mesma marcha, como pretendes que eu corrija? Deverias primeiro corrigir você.
Para corrigir e instruir aos outros, devemos primeiro corrigir e instruir a nós.
Dizia um filho de caranguejo a sua mãe, a quem via sua marcha desajeitada e as pernas tortas e se propunha a corrigir esse defeito:
-Mas mamãe, eu faço o que vejo você fazer. Se tu tens a mesma marcha, como pretendes que eu corrija? Deverias primeiro corrigir você.
Para corrigir e instruir aos outros, devemos primeiro corrigir e instruir a nós.
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Preconceito, com Cazuza
Na 245° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 13 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9, cujo tema: Preconceito, apreciamos a música: Preconceito, autoria de Fernando Lobo e Antonio Maria, interpretado por Cazuza.
Por que você me olha com esses olhos de loucura?
Por que você diz meu nome?
Por que você me procura?
Se as nossas vidas juntas vão ter sempre um triste fim
Se existe um preconceito muito forte separando você de mim
Pra que este beijo agora?
Por que me amor este abraço?
Um dia você vai embora sem sofrer os tormentos que eu passo
De que vale sonhar um minuto se a verdade da vida é ruim?
Se existe um preconceito muito forte separando você de mim
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sábado, 12 de novembro de 2011
Na 244° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
Na 244° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 06 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos a poesia: Do dia em que falei de uma vez de Maria Midlej. Aprecie o video através do seguinte endereço:
Primeiro eu pensei: Será que devo falar alguma coisa? Porque isso não é coisa muito fácil, visto que o assunto é delicado e constrangedor. E, moço, tu é tão bonito com esse cabelo jogado pra t...rás, e essa bermuda xadrez... sem falar no teu perfume maravilhoso que fica no ar. Sério, eu realmente não estaria incomodada em passar o resto dos meus dias aqui, na sua presença.
E é que, sabe moço, não é muito fácil abordar alguém do nada pra dizer uma coisa assim. É preciso escolher as palavras e o momento exato... Daí que o momento exato é quando começa a incomodar, causar calafrios e fazer a gente pensar que nunca mais vai parar de doer. Sim, eu disse doer, moço. Tá doendo muito.
Te vi se aproximando, mas não sabia que seria assim... com tanta força, sabe? Sei que a culpa não é tua, afinal quem ficou atrás de ti fui eu, certo? Então eu precisava arcar com as consequências que viessem, mas volto a dizer: tá incomodando.
Eu podia ficar em silêncio, guardar isso pra mim, pensar em outra coisa, fingir que nada disso está acontecendo e esperar passar. Dizem que quando a gente ignora, a sensação se esvai mais rapidamente. Só que não. Eu não consegui. Porque, cara, não dá mais pra aguentar...
E olha, eu sei que eu nem lhe conheço e pode parecer repentino e até constrangedor, que eu tenha lhe cutucado aqui, do nada, nessa fila de banco, só pra falar isso, assim. Mas, voltando ao ponto, vou dizer de uma vez, sem mais rodeios, tá foda, não posso ficar sem falarr, é demais, então assim sem querer ser invasiva, absurda ou irritante: O moço poderia chegar um pouco pra lá? Tá pisando no pé... Obrigada.
http://canseideinventar.blogspot.com/
DO DIA EM QUE FALEI DE UMA VEZ
Primeiro eu pensei: Será que devo falar alguma coisa? Porque isso não é coisa muito fácil, visto que o assunto é delicado e constrangedor. E, moço, tu é tão bonito com esse cabelo jogado pra t...rás, e essa bermuda xadrez... sem falar no teu perfume maravilhoso que fica no ar. Sério, eu realmente não estaria incomodada em passar o resto dos meus dias aqui, na sua presença.
E é que, sabe moço, não é muito fácil abordar alguém do nada pra dizer uma coisa assim. É preciso escolher as palavras e o momento exato... Daí que o momento exato é quando começa a incomodar, causar calafrios e fazer a gente pensar que nunca mais vai parar de doer. Sim, eu disse doer, moço. Tá doendo muito.
Te vi se aproximando, mas não sabia que seria assim... com tanta força, sabe? Sei que a culpa não é tua, afinal quem ficou atrás de ti fui eu, certo? Então eu precisava arcar com as consequências que viessem, mas volto a dizer: tá incomodando.
Eu podia ficar em silêncio, guardar isso pra mim, pensar em outra coisa, fingir que nada disso está acontecendo e esperar passar. Dizem que quando a gente ignora, a sensação se esvai mais rapidamente. Só que não. Eu não consegui. Porque, cara, não dá mais pra aguentar...
E olha, eu sei que eu nem lhe conheço e pode parecer repentino e até constrangedor, que eu tenha lhe cutucado aqui, do nada, nessa fila de banco, só pra falar isso, assim. Mas, voltando ao ponto, vou dizer de uma vez, sem mais rodeios, tá foda, não posso ficar sem falarr, é demais, então assim sem querer ser invasiva, absurda ou irritante: O moço poderia chegar um pouco pra lá? Tá pisando no pé... Obrigada.
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III Festival de Música Popular Brasileira
Na 244° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 06 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 cujo tema: III Festival de Música Popular Brasileira de 1967, apreciamos as seguintes músicas:
1- Alegria, Alegria de Caetano Veloso
2- Ponteio de Edu Lobo e Capinam
3- Roda Viva de Chico Buarque
Pedimos ao público que votasse qual a música que merecia o 1° lugar e foi decidido, Alegria, Alegria de Caetano Veloso
1- Alegria, Alegria de Caetano Veloso
2- Ponteio de Edu Lobo e Capinam
3- Roda Viva de Chico Buarque
Pedimos ao público que votasse qual a música que merecia o 1° lugar e foi decidido, Alegria, Alegria de Caetano Veloso
"O FESTIVAL DA VIRADA"
- Local: Teatro Paramount
- Data: Outubro 1967
- Prêmio Sabiá de Ouro
- Classificação:
- 1º Lugar: Ponteio (Edu Lobo e Capinam) - Intérpretes: Edu Lobo, Marilha Medalha e Quarteto Novo)
- 2º Lugar: Domingo no Parque (Gilberto Gil) - Intérpretes: Gilberto Gil e Os Mutantes
- 3º Lugar: Roda Viva (Chico Buarque) - Intérpretes: Chico Buarque e MPB-4
- 4º Lugar: Alegria Alegria de Caetano Veloso - Intérpretes: Caetano Veloso e Beat Boys
- 5° Lugar: Maria, Carnaval e Cinzas (Luiz Carlos Paraná) - Intérpretes: Roberto Carlos
- 6° Lugar: Gabriela (Francisco Maranhão) - Intérpretes: MPB-4
- Melhor Intérprete: Elis Regina - O Cantador ( Dori Caimmi e Nelson Motta)
- Momento Marcante do III Festival de MPB
- Beto Bom de Bola ( Sérgio Ricardo) - Intérprete: Sérgio Ricardo
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Invisível de Roseana Murray
Na 244° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 06 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos a poesia: Invisível de Roseana Murray.
A alma é invisível
um anjo é invisível,
o vento é invisível,
o pensamento é invisível,
e, no entanto,
com delicadeza,
se pode enxergar a alma,
se pode advinhar um anjo,
se pode sentir o vento,
se pode mudar o mundo.,
com alguns pensamentos.
um anjo é invisível,
o vento é invisível,
o pensamento é invisível,
e, no entanto,
com delicadeza,
se pode enxergar a alma,
se pode advinhar um anjo,
se pode sentir o vento,
se pode mudar o mundo.,
com alguns pensamentos.
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Roseana Murray
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Um caso de Viajante de Rolando Boldrin
Na 244° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 06 de novembro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos o causo: Um caso de viajante de Rolando Boldrin, retirado do livro: Proseando.
Ninguém conhece e conta mais piadas do que os chamados viajantes. Aqueles representantes de empresas, que saem pelo interior do Brasil, fazendo suas visitas aos clientes e renovando seus pedidos.
Como eles passam por muitos lugares e convivem com muita gente, é bem explicável o carrroção de histórias engraçadas que eles passam a contar. Essa gente maravilhosa deixa suas famílias pra trabalhar viajando por este país grande e, pra empurrar a vida, tem que aprender histórias engraçadas para repassá-las pra adiante.
Conheci um viajante japonês que era um verdadeiro artista na arte de contar piadas e fazer imitações. Tem uma história dele que quero contar agora.
Um viajante, seguindo por uma estrada, tenta localizar uma pousada, pois já passava da meia-noite. Sem encontrar uma casa especializada, arrisca pedir pouso numa casa de um caipira que já ia para o quinto sono.
Viajante (bate na janela da casinha) - Ô de casa? O senhor poderia deixar eu dormir esta noite em sua casa? Eu pago bem. Não consigo nenhuma pensão por esta estrada.
Caipira ( de dentro da casa, meio sonolento) - O sinhô por acaso trouxe coberto
Viajante - Não, senhor. Não tenho cobertor comigo, não.
Caipira - O sinhô por acaso trouxe lençôr?
Viajante- Claro que não, meu amigo. Estou viajando apenas para trabalho.
Caipira- O sinhô trouxe então trabicêro?
Viajante- Meu senhor. Por favor. Eu preciso de uma noite de sono e não trouxe nada disso que o senhor está falando.
Caipira ( na bucha) Què dizê que de drumi, o sinhô só trouxe os óio, né?
Ninguém conhece e conta mais piadas do que os chamados viajantes. Aqueles representantes de empresas, que saem pelo interior do Brasil, fazendo suas visitas aos clientes e renovando seus pedidos.
Como eles passam por muitos lugares e convivem com muita gente, é bem explicável o carrroção de histórias engraçadas que eles passam a contar. Essa gente maravilhosa deixa suas famílias pra trabalhar viajando por este país grande e, pra empurrar a vida, tem que aprender histórias engraçadas para repassá-las pra adiante.
Conheci um viajante japonês que era um verdadeiro artista na arte de contar piadas e fazer imitações. Tem uma história dele que quero contar agora.
Um viajante, seguindo por uma estrada, tenta localizar uma pousada, pois já passava da meia-noite. Sem encontrar uma casa especializada, arrisca pedir pouso numa casa de um caipira que já ia para o quinto sono.
Viajante (bate na janela da casinha) - Ô de casa? O senhor poderia deixar eu dormir esta noite em sua casa? Eu pago bem. Não consigo nenhuma pensão por esta estrada.
Caipira ( de dentro da casa, meio sonolento) - O sinhô por acaso trouxe coberto
Viajante - Não, senhor. Não tenho cobertor comigo, não.
Caipira - O sinhô por acaso trouxe lençôr?
Viajante- Claro que não, meu amigo. Estou viajando apenas para trabalho.
Caipira- O sinhô trouxe então trabicêro?
Viajante- Meu senhor. Por favor. Eu preciso de uma noite de sono e não trouxe nada disso que o senhor está falando.
Caipira ( na bucha) Què dizê que de drumi, o sinhô só trouxe os óio, né?
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Na 243° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
Na 243° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 30 de outubro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos o conto: Como cama leoa se tornou verde, lilás, azul de Alberto Moravia. Retirado do livro: Histórias da Pré-História, livro que pertence ao Ponto de Leitura ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER conquistado no I CONCURSO PONTOS DE LEITURA: HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO GOVERNO FEDERAL.
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Que Pena com Peninha
Na 243° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 30 de outubro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos como desafio musical a canção: Que pena com Peninha.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Pra quem pode
Na 243° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 30 de outubro de 2011, das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 informamos sobre: a importância dos sapatos no século 19 retirado da BRASIL almanaque de cultura popular.
No século 19, sapatos eram o maior atributo de distinção social. Escravos, claro, só andavam descalços. Adquirir um par era a primeira coisa a ser feita quando se conquistava a liberdade.
No século 19, sapatos eram o maior atributo de distinção social. Escravos, claro, só andavam descalços. Adquirir um par era a primeira coisa a ser feita quando se conquistava a liberdade.
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terça-feira, 1 de novembro de 2011
Causos de Rolando Boldrin
Na 243° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 30 de outubro de 2011, domingo, das 8 às 9 da manhã, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos um dos tantos causos do Rolando Boldrin, retirado da revista BRASIL almanaque de cultura popular.
Gervário e o sino
O caboclo Gervásio, lá dos fundões do interior de São Paulo, é um tipo amalandrado. Trabalha duro na roça, ama a mulher, mas gosta de tomar a marvada no fim do dia. A comadre é que não gosta muito das bebedeiras do marido, mas toda vez ele vai dando um jeito de dobrar a coitada. Teve um dia que Gervásio foi saindo pé ante pé, rumo ao bar mais perto de casa. A mulher já foi logo avisando:
- Ocê vai, Gervário, mas meia-noite eu fecho a porta.
- Pode confira, docinho. Antes da meia-noite eu tô aqui.
Ele se foi. Só que emenda conversa com um, conta um causo de pescador pra outro, o tempo foi indo. Quando viu, já era tarde demais. O sujeito vai pra casa, chega perto da porta devagar e, quando vai bater, o sino da igreja toca uma vez. E dá-lhe aquele barulho imponente que só igreja do interior tem, que ecoa nas montanhas lá longe. Ele arrisca bater na porta mesmo assim.
-Eu não falei que ocê não entrava depois da meia-noite? Já é uma da manhã, seu bebum.
-É nada, mulher. Bateu 10 horas agorinha mesmo.
- Que nada, homem! O sino bateu uma vez só, não ouviu?
- E ocê queria que ele batesse o "0" como?
Podia estar bêbado, mas Gervásio era malandro que só vendo.
Gervário e o sino
O caboclo Gervásio, lá dos fundões do interior de São Paulo, é um tipo amalandrado. Trabalha duro na roça, ama a mulher, mas gosta de tomar a marvada no fim do dia. A comadre é que não gosta muito das bebedeiras do marido, mas toda vez ele vai dando um jeito de dobrar a coitada. Teve um dia que Gervásio foi saindo pé ante pé, rumo ao bar mais perto de casa. A mulher já foi logo avisando:
- Ocê vai, Gervário, mas meia-noite eu fecho a porta.
- Pode confira, docinho. Antes da meia-noite eu tô aqui.
Ele se foi. Só que emenda conversa com um, conta um causo de pescador pra outro, o tempo foi indo. Quando viu, já era tarde demais. O sujeito vai pra casa, chega perto da porta devagar e, quando vai bater, o sino da igreja toca uma vez. E dá-lhe aquele barulho imponente que só igreja do interior tem, que ecoa nas montanhas lá longe. Ele arrisca bater na porta mesmo assim.
-Eu não falei que ocê não entrava depois da meia-noite? Já é uma da manhã, seu bebum.
-É nada, mulher. Bateu 10 horas agorinha mesmo.
- Que nada, homem! O sino bateu uma vez só, não ouviu?
- E ocê queria que ele batesse o "0" como?
Podia estar bêbado, mas Gervásio era malandro que só vendo.
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