terça-feira, 31 de março de 2009

Fábula de Esopo: o lobo e o cão

Esta fábula foi lida na 121° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER



Encontraram-se na estrada. Um cão e um lobo. E este disse:
-Que sorte amaldiçoada! Feliz seria, se um dia como te vejo me visse. Andas gordo e bem tratado, vendes saúde e alegria. Ando triste e arrepiado, sem ter onde cair morto! Gozas de todo o conforto, e estás cada vez mais moço. E eu, para matar a fome, nem acho às vezes um osso! Esta vida me consome... Dize-me tu, companheiro: Onde achas tanto dinheiro?

Disse-lhe o cão:
“Lobo amigo! Serás feliz, se quiseres deixar tudo e vir comigo. Vives assim porque queres... Terás comida à vontade, terás afeto e carinho, mimos e felicidade, na boa casa em que vivo!

Foram-se os dois. Em caminho, disse o lobo, interessado:
Que é isto? Por que motivo tens o pescoço esfolado?
-É que, às vezes, amarrado me deixam durante o dia...

-Amarrado? Adeus amigo! (disse o lobo) Não te sigo! Muito bem me parecia que era demais a riqueza... Adeus! Inveja não sinto: Quero viver como vivo! Deixa-me antes com a pobreza! Antes livre, mas faminto, do que gordo, mas cativo!


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