Na 220° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 29 de maio de 2011, transmissão Rio Una Fm 87,9 apresentamos ao público ouvinte-leitor do ALACAZUM a divulgação do conto: Fim de Tyson Pereira. Um dos participantes e ganhador do I CONCURSO ALACAZUM DE POESIA 2010.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Jornal Valença Agora, publica conto: FIM de Tyson Pereira
Na 220° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 29 de maio de 2011, transmissão Rio Una Fm 87,9 apresentamos ao público ouvinte-leitor do ALACAZUM a divulgação do conto: Fim de Tyson Pereira. Um dos participantes e ganhador do I CONCURSO ALACAZUM DE POESIA 2010.
Na 220° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
De acordo com o relatório, mais de metade das línguas faladas no mundo não estão documentadas por escrito, o que faz com que um idioma se extinga em cada duas semanas, ao desaparecer o seu último falante.
Os linguistas encarregados do estudo, David Harrison e Gregory D.S. Anderson, ambos do Instituto de Línguas Vivas, estão de acordo em que o desaparecimento de uma língua se traduz directamente numa "perda de conhecimento".
As cinco regiões do mundo em maior perigo de perderem riqueza linguística são a América Central e do Sul, o norte da Austrália, a meseta noroeste do Pacífico, Sibéria Oriental e o sudeste dos Estados Unidos, lê-se no estudo, elaborado para o Instituto de Línguas Vivas para os Idiomas em Perigo.
"Existem cerca de 7.000 línguas no mundo e pelo menos metade delas devem considerar-se em perigo. As previsões apontam para que metade desaparecerá durante este século", disse Harrison.
Segundo este investigador, "80 por cento da população mundial fala 83 grandes idiomas, ao passo que existem 3.005 pequenas línguas que apenas são utilizadas por 0,2 por cento".
Explicou neste passo que, para identificar os pontos do mundo em que há maior tendência para o desaparecimento das línguas, os estudos se centraram na "diversidade das mesmas". Calculou-se o número de pessoas que falam um idioma e a quantidade de documentação escrita existente, e investigou-se o total de famílias linguísticas presentes nessas zonas.
"A Bolívia, por exemplo, tem o dobro da diversidade lingüística de toda a Europa, porquanto conta com 37 línguas e oito famílias lingüísticas, que são as mesmas que há em todo o continente europeu"", indicou.
O investigador assinalou haver línguas como a basca que são únicas porque não procedem de nenhuma família linguística conhecida, como pode ser o latim, e que a perda deste tipo de idiomas é de maior gravidade, porque seria praticamente impossível a sua recuperação.
"Entre as cinco áreas com línguas em perigo há similitudes. Por exemplo, muitas delas foram antigos territórios colonizados por potências europeias. São o último bastião de certas línguas em que a colonização teve êxito", disse Harrison, destacando, a propósito, a grave repercussão que teve a chegada do castelhano ao Novo Mundo.
"Os idiomas - referiu - desaparecem quando uma comunidade decide que a sua língua é um impedimento social ou económico e as crianças são especialmente sensíveis a isto".
O estudo mostra que os mais pequenos repelem inconscientemente o idioma que não lhes serve e assim são eles, muitas vezes, que têm um papel importante na extinção das línguas.
Segundo pesquisas da National Geographic
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Bosquímanos
Quem São:
Os bosquimanos são homens do bosque que representam um tipo étnico muito interessante. Continuam a viver em estado semi selvagem, da caça.
Este povo com um passado antigo não tem praticamente registos históricos escritos.
Ao desembarcarem nas praias da África Austral, há mais de 350 anos, os colonos europeus chamaram-lhes apenas homens do mato, ou do bosque - bosquímanos. Considerando-os "indomáveis" e uma ameaça para os animais domésticos, os colonos trataram-nos como ralé, matando-os em grande número.
Num estudo de antropologia publicado no século XIX, J.C. Prichard resume assim a vida dos bosquímanos: "Nunca os seres humanos viveram em condições de tanta indigência e miséria".
Nas populares feiras de horrores da época vitoriana, pequenos grupos de bosquímanos eram anunciados como "os anões de África". Os primeiros antropólogos classificaram-nos como "fósseis vivos" e não completamente humanos, encarando-os como o elo em falta na evolução da Humanidade. Outro antropólogo considerou a fantástica língua dos bosquímanos, com os seus estalidos, mais próxima dos sons dos animais do que da fala humana.
Hoje cerca de 85.000 bosquímanos vivem à beira da extinção cultural.
Fisicamente eram similares aos pigmeus em tamanho e tinham também um castanho claro como cor de pele.
Onde vivem:
As evidências arqueológicas encontradas em Lunda, Congo e no Deserto do Namibe, a área conhecida actualmente como Angola tem sido habitada desde tempos pré-históricos. Contudo, foi somente milhares de anos mais tarde, no inicio da história registada, que apareceram as sociedades mais desenvolvidas. Os primeiros as estabelecerem-se foram os Bosquímanos, que eram conhecidos como grandes caçadores.
A maior parte reside nas regiões mais distantes do deserto do Kalahari, no Botswana, na Namíbia, na África do Sul, em Angola e na Zâmbia.
Como vivem:
Este interesse é reforçado pela ideia de que o bosquímano é um dos últimos elos que nos une à antiga existência de caçadores-recolectores, um modo de vida comum a toda a humanidade até há cerca de 10.000 anos, no tempo em que os seres humanos ainda não domesticavam os animais nem semeavam cereais.
Uma época em que dependíamos directamente da natureza para sobreviver. Desde há algum tempo que os bosquímanos deixaram de viver como caçadores-recolectores, em total isolamento.
Uma das vantagens principais dos bosquímanos em relação a outras sociedades humanas era a sua capacidade para sobreviverem sem água de superfície.
Guardando segredo sobre a forma de encontrar água em melancias e tubérculos, e aprendendo a enterrar ovos de avestruz cheios de água na estação das chuvas para recuperá-los durante a estação seca, os bosquímanos mostraram-se capazes de sobreviver onde os outros não conseguiam.
Curiosidade:
Perto do final do século XVIII, apenas 150 anos depois da chegada dos holandeses ao Cabo da Boa Esperança, milhares de bosquímanos foram abatidos e mortos, e muitos mais foram obrigados a trabalhar para os colonizadores.
O novo governo britânico prometeu solenemente acabar com a guerra - esperavam conseguir civilizar os bosquímanos, encorajando-os a adoptar um estilo de vida mais agrícola, mas sem êxito.
Por volta de 1870, os últimos bosquímanos do Cabo foram perseguidos até à extinção. Outros grupos de bosquímanos conseguiram sobreviver às invasões dos europeus, apesar das ameaças constantes.
Embora não esteja confirmado, diz-se que a última licença para capturar bosquímanos foi dada na Namíbia pelo governo sul-africano, em 1936.
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Crédito da imagem: google.com
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Siderações de Cruz e Sousa
Na 220° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 22 de maio de 2011, transmissão pela Rio Una Fm 87,9 apreciamos o poema : Siderações de Cruz e Sousa.
Para as estrelas de cristais gelados
As ânsias e os desejos vão subindo
Galgando azuis e siderais noivados,
De nuvens a amplidão vestindo
Num cortejo de cânticos alados
Os arcanjos, as cítaras ferindo,
Passam, das vestes nos troféus prateados,
As asas de ouro finamente abrindo...
Dos etéreos turíbulos de neve
Claro incenso aromal, límpido e leve,
Ondas nevoentas de visões levanta...
E as ânsias e os desejos infinitos
Vão com os arcanjos formulando ritos
De eternidade que nos astro canta...
Siderações de Cruz e Sousa- Livro: Broquéis Faróis
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Desafio Musical: Jorge Maravilha de Chico Buarque
A canção foi inicialmente creditada a Julinho da Adelaide, pseudônimo criado pelo compositor carioca para escapar da censores da ditadura militar brasileira - como ocorreu com as letras de Apesar de você e Cálice. Em torno de Jorge Maravilha existe uma bem difundida lenda de que tenha sido feita para Ernesto Geisel e a filha do ex-ditador, uma grande fê de Buarque - especialmente ao verso "Você não gosta de mim, mas sua filha gosta". Mas na verdade, segundo o próprio Chico, o verso irônico e a música referiam-se a uma situação vivida por ele durante o regime militar no país. Em uma declaração para a Folha de São Paulo, em 1977, o cantor deu o seguinte veredicto: "Aconteceu de eu ser detido por agentes de segurança (do Dops), e no elevador o cara pedir autógrafo para a filha dele. Claro que não era o delegado, mas aquele contínuo de delegado". Chico confirmou essa versão em entrevista para o Correio Braziliense, em 1999.
A canção nunca foi lançada em disco oficial de Chico Buarque, mas foi gravada para o álbum-duplo "O Banquete dos Mendigos", idealizado e dirigido por Jards Macalé e gravado ao vivo no dia 10 de dezembro de 1973 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em show de comemoração dos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Entre os artistas participantes estava Chico que, além de Jorge Maravilha, também interpretou as canções Pesadelo (de Mauricio Tapajós e Paulo César Pinheiro), Quando o Carnaval Chegar e Bom conselho, de autoria própria.
terça-feira, 24 de maio de 2011
LURA: DZÊ QUE DZÊ
Na 220° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 22 de maio de 2011, transmissão pela Rio Una FM 87,9 apreciamos a música DZÊ que DZÊ na interpretação de Lura, cantora portuguesa de ascendência cabo-verdiana. Após a leitura do livro: O filho do Vento José Eduardo Agualusa.
domingo, 22 de maio de 2011
O filho do vento de José Eduardo Agualusa
Na 220° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 22 de maio de 2011, transmissão pela Rio Una Fm 87,9 apreciamos o belíssimo conto tradicional dos Koi-san ou bosquímanos de José Eduardo Agualusa.
Naquela época também os chacais eram humanos, e os leões, os elefantes, as gazelas, todos os animais que hoje habitam o deserto.
Há muitos, muitos anos, até o Filho do Vento era um ser humano. Foi só mais tarde que se transformou em pássaro.
No tempo em que era ainda um menino, o Filho do Vento gostava de jogar bola, uma bola feita a partir de um fruto que há na nossa terra, com os outros rapazes da aldeia.
Os meninos não sabiam o seu nome verdadeiro. Chamavam-no, simplesmente, o Filho do Vento. Um dos meninos, Nakati, achava aquilo muito estranho.
-Como se chama realmente o Filho do Vento? perguntou à mãe. A mãe assustou-se:
- Ninguém pode pronunciar em voz alta o verdadeiro nome dele.
Nakati, porém, insistiu. Era um garoto muito curioso. Insistiu e insistiu e voltou a insistir, e tanto insistiu e persistiu na insistência que um dia a mãe perdeu a paciência.
- Está bem, concordou. Digo-te como ele se chama mas só podes chamá-lo com esse nome depois que o teu pai terminar de reforçar as paredes da nossa cabana. E disse-lhe ao ouvido, num sopro tímido:
- KUAN -KUAN GAU- GAUBU-TI
Nakati era não só muito insistente, mas também muito impaciente. Nessa mesma tarde, enquanto jogavam com a bola feita de um fruto que apenas existe nesta nossa terra, Nakati não se conteve e chamou em altos gritos o Filho do Vento:
- - KUAN -KUAN GAU- GAUBU-TI
Aconteceu então uma coisa extraordinária: Kuan-Kuan Gau-Gaubu-ti começou a inclinar-se lentamente para diante, até cair de bruços sobre o capim seco, enquanto, aos seus pés, se erguia um redemoinho de poeira.
O redemoinho cresceu, engrossou, um vento áspero e raso começou a soprar, não dando tempo às pessoas apra se protegerem. Instantes depois não havia uma única cabana de pé sobre a imensa planície. Por isso quando venta dessa maneira nós dizemos que o vento está tombado. Quando o vento está de pé não sopra assim.
Aquele pássaro que vocês podem ver por vezes no céu, flutuando lá muito em cima, de corpo inteiramente preto e bico branco, esse pássaro é Kuan- Kuan, o Filho do Vento. Depois que caiu, depois que fez nascer a ventania, nunca mais foi o mesmo. Achava que os homens o odiavam por ter desatado o vento. Cresceu um tanto estranho, arredio. A mãe estava sempre a dizer-lhe:
-Tu não te podes culpar meu filho, por tudo de ruim que o vento faz. Não podes ter medo das pessoas. Sempre que alguém te ameaça nascem-te penas na pele e tu foges a voar.
UM DIA VOOU, VOOU, E NÃO VOLTOU MAIS.
sábado, 21 de maio de 2011
Na 219° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria os frutos...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores e folhas.
O vento varria as luzes
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres.
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Manuelzão e Miguilim de João Guimarães Rosa
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Infância, de Carlos Drummond de Andrade
Na 219° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia15 de maio de 2011, transmissão pela Rio Una FM 87,9 cujo tema: Dia Internacional da Família, apreciamos a poesia: Infância de Carlos Drummond de Andrade.
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé.
Comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da sensazala - e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
domingo, 15 de maio de 2011
O Príncipe sem sonhos de Márcio Vassallo
Na 218° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
Repto
jovens guerrilheiros
aos meus, cavalheiros
fazem mil reparos...
Se entendeis amor
com vero brigar
combates de olhar
não quero propor.
onde contender
e havemos de ver
quem há de ganhar.
Não sirvo justar
em pugna tão vã...
que tal amanhã
lutarmos de amar?
pretendo reptar-vos
e em seguida dar-vos
muita, muita faina
guerra sem quartel
e tréguas só se
pedires mercê
com os olhos no céu.
que tal seja regra
e longa a refrega
que aguardo ansioso
e caiba dizer-vos
que inda vencedor
sou, de vossos servos
o mais servidor...
Mãe, de Gabriella Tavares
Na 218° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 08 de maio de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 cujo tema: Dia das Mães, fizemos a leitura do poema: Mãe, autoria de Gabriella Tavares, ouvinte-leitora do ALACAZUM.
Mãe
Pessoa admirada
no mundo inteiro
Por sua tolerância
e seu amor verdadeiro.
incondicionalmente
mesmo que seus filhos
não estejam presentes.
para ver seus filhos crescerem
e que muitas vezes sacrificam
até os seus próprios lazeres.
a glória de Deus
um brilho que ilumina
os caminhos dos filhos teus.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Cria, com Maria Rita
Cria: Autoria de Serginho Meriti e César Belieny
Crescendo foi ganhando espaço
Pulou do meu braço
Nasceu outro dia e já quer ir pro chão
Já fala mãe, já fala pai
Já não suja na cama
Não quer mais chupeta
Já come feijão
E posso até ver os meus traços nos primeiros passos
Tropeça e seguro e não deixo cair
Se cai, levanta, continua
A porta da rua fechada
Criança não deixo sair
Da linha, da linha
Reflexo no espelho leva à emoção
A lágrima ameaça do olho cair
Semente fecundou
Já começa a existir
Cuida de quem me cuidou
Pega na minha mão e guia
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Soneto de Fidelidade, Vinicius de Moraes
Na 218° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 08 de maio de 2011, transmissão pela Rio Una FM 87,9 escutamos o soneto de fidelidade na voz de Vinicius de Moraes.
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.
GUAIMÎ, A MULHER VELHA
Vite o livro: O Tupi na geografia nacional. Teodoro Sampaio. Brasiliana vol. 380
terça-feira, 10 de maio de 2011
Música: Para viver um grande amor de Vinicius de Moraes e Toquinho
Para viver um grande amor
de Vinicius de Moraes e Toquinho
Eu não ando só
Só ando em boa companhia
Com meu violão
Minha canção e a poesia
;Falado
Para viver um grande amor, preciso
É muita concentração e muito siso
Muita seriedade e pouco riso
Para viver um grande amor
Para viver um grande amor, mister
É ser um homem de uma só mulher
Pois ser de muitas - poxa! - é pra quem quer
Nem tem nenhum valor
Para viver um grande amor, primeiro
É preciso sagrar-se cavalheiro
E ser de sua dama por inteiro
Seja lá como for
Há que fazer do corpo uma morada
Onde clausure-se a mulher amada
E postar-se de fora com uma espada
Para viver um grande amor
;Cantado
Eu não ando só,
Só ando em boa companhia
Com meu violão
Minha canção e a poesia
;Falado
Para viver um grande amor direito
Não basta apenas ser um bom sujeito
É preciso também ter muito peito
Peito de remador
É sempre necessário ter em vista
Um crédito de rosas no florista
Muito mais, muito mais que na modista!
Para viver um grande amor
Conta ponto saber fazer coisinhas
Ovos mexidos, camarões, sopinhas
Molhos, filés com fritas, comidinhas
Para depois do amor
E o que há de melhor que ir pra cozinha
E preparar com amor uma galinha
Com uma rica e gostosa farofinha
Para o seu grande amor?
;Cantado
Eu não ando só
Só ando em boa companhia
Com meu violão
Minha canção e a poesia
;Falado
Para viver um grande amor, é muito
Muito importante viver sempre junto
E até ser, se possível, um só defunto
Pra não morrer de dor
É preciso um cuidado permanente
Não só com o corpo, mas também com a mente
Pois qualquer "baixo" seu a amada sente
E esfria um pouco o amor
Há que ser bem cortês sem cortesia
Doce e conciliador sem covardia
Saber ganhar dinheiro com poesia
Não ser um ganhador
Mas tudo isso não adianta nada
Se nesta selva escura e desvairada
Não se souber achar a grande amada
Para viver um grande amor!
;Cantado
Eu não ando só
Só ando em boa companhia
Com meu violão
Minha canção e a poesia .
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Dica de Leitura: Para viver um grande amor, de Vinicius de Moraes
domingo, 8 de maio de 2011
DIA DAS MÃES, CELESTE MARTINEZ
Texto lido no programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER em sua 218° edição que vai ao ar das 8 às 9 horas da manhã de domingo, transmissão pela Rio Una FM 87,9. Neste dia 08 de maio dedicado ao dia das mãess.
DIA DAS MÃES
Falar do dia das mães é recordar um tempo de magia. Tempo em que as mulheres se dedicavam ao lar, esposo e filhos. Tempo em que as mulheres amamentavam por opção e ensinavam aos meninos e meninas como coser as meias furadas; como comportar-se à mesa nas refeições; cuidar da casa; arrumar o quarto; cuidar do irmão menor; fazer as tarefas escolares... Tempo em que se seguia uma regularidade nas refeições: hora do café, da merenda, do almoço, nova merenda e jantar. Tempo do respeito aos mais velhos. Tempo do “Bença Pai”, Bença Mãe”. Deus te abençoe!Tempo da prática severa dos provérbios:
“Dize-me com quem andas que te direi quem és”
”Quem anda com porcos farelo come”
“Caranguejo perdeu a cabeça por causa de camaradagem”
E em particular no meu caso, uma frase emoldurada, fixada na parede da cozinha, visível a todos: “Tudo o que deve ser feito merece ser bem feito”!
Apesar da trajetória do tempo em que vivi tudo isso, ser bastante reduzido, ainda paira na mente de muitos esta imagem de dia das mães singular a cada maio.
Como esquecer que no segundo domingo de maio é o dia das mães?
A escola fez questão de ensinar. De repetir a cada ano com resultados plausíveis nas aulas de educação artística quando as meninas deveriam pintar arranjos florais nos panos de pratos para presentear as mães. Só me falha a memória agora quanto a atividade exercida pelos meninos.
Tínhamos o referencial de mãe como o ser que vivia exclusivamente para o lar, para a família. Por que segundo a lei que regia os comportamentos da época, “Lugar de mulher é na cozinha” E o lugar do homem: na rua.
Hoje, em muitas mentes ainda paira essa imagem de dia das mães como nos contos de fadas mas não é bem assim que funciona atualmente.
A mulher, por imposição do mercado de trabalho deixa o lar doce lar para dedicar-se a outras atividades na selva de pedra.
Quebra-se o elo: Mulher- reduto do lar, dedicação exclusiva ao esposo e filhos. Agora ela concilia o tempo com as atividades remuneradas nas repartições públicas e privadas e as mesmas corriqueiras atividades da casa.
Em conseqüência, a família perde os encontros ao redor da mesa. Inventa-se a babá para o cuidado com as crianças e a tecnologia aperfeiçoa a babá eletrônica (TV)
Os filhos e filhas distanciam-se dos olhos maternos. Apegam-se aos surreais encantos dos desenhos animados e vídeo games. Interrompem-se os afetos mais simples: Sentar no colo, ouvir histórias, ser carregado para a cama.
E apesar de ao longo da história, mulheres engravidarem aos 10, 12, 13 e 15 anos de idade... Intensifica-se a gravidez na adolescência. Contribuído pela fragilidade na família e a vulnerabilidade às informações errôneas da mídia.
Comemorar hoje, o dia das mães é relembrar velhas AMÉLIAS que se conservam intactas por que simplesmente acreditam que estes valores devem ser conservados.
Mas também hoje, comemorar o dia das mães, é refletir sobre as inúmeras mães- adolescentes que pularam por sobre a infância e desnorteadas praticam a maternidade, indecisas se embalam bonecos/bonecas de plásticos ou seres pequenos - humanos e mesmo assim conduzidas por manuais via endereço eletrônico.
Comemorar o dia das mães hoje é ponderar sobre as mães-mulheres negras que ainda sofrem discriminações apesar da constituição de 1988, tornar a prática do racismo crime sujeito a pena de prisão, inafiançável e imprescritível.
É tempo de refletir sobre as mães- mulheres que contraíram o vírus da AIDS e agora perfilam nas estatísticas como mais uma.
Comemorar hoje, o dia das mães, é lembrar as mulheres-mães que sofrem violências físicas e psicológicas e que por mais absurda que seja a contestação: são violadas dentro de sua própria casa por pessoas conhecidas.
Dizer que a mulher conquistou o mercado de trabalho é mero dado estatístico. Ela continua a cada dia desempenhando o papel de esposa, mãe e assalariada, com avarias de crises existenciais.
Evidente que na atualidade algumas mulheres exercem cargos públicos quebrando velho paradigma de que lugar de mulher é no fogão. E segundo Emanuel Kant: somente o homem tem capacidade intelectual ou segundo Rosseau: a mulher é um ser destinado ao casamento.
Se na Idade Média se estabelecia 3 classes de mulheres:
1- Prostitutas
2- Bruxas
3- Santas
Na atualidade com os fabulosos artifícios midiáticos o que prevalece, o que se fortalece e intensifica é o modelo consumista de mulher exibido em propagandas de bebidas, em letras de musicas baratas para atender a demanda fútil do mercado.
As bruxas já não mais existem ou se existem estão trancafiadas em suas casas por que pelas ruas rondam carros: caçadores de demônios, nesta proliferada rede de templos mercados.
E quanto a santas, desde meus tempos áureos até os dias atuais só conheço o nome da virgem Maria, mãe de JESUS.
Neste maio, em que floralmente pintado também se diz: Mês das mães, mês de Maria e mês das noivas que possamos intensificar o sonho de não ser rainha do lar por que não vivemos em uma monarquia mas que exista o valor básico do respeito e compromisso entre os companheiros em cumprir o contrato firmado perante Deus, ou Juiz ou entre eles mesmo em construir, partilhar o caminho da verdade sem artifícios, sem excesso de vaidades, para pelo menos neste dia dedicado as Mães, possamos dizer: “MAMÃE, TE AMO!”
CELESTE MARTINEZ- Escritora, Pedagoga, Empresária, Idealizadora, Produtora e Apresentadora do Programa Radiofônica ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, reconhecido pelo Governo Federal como PONTO DE LEITURA NO BRASIL , faz parte da Rede Biblioteca Viva e integra o Plano Nacional do Livro e Leitura- PNLL.
sábado, 7 de maio de 2011
Na 217° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
Quem dá mais por uma mulata que é diplomada
Em matéria de samba e de batucada
Com as qualidades de moça formosa
Fiteira, vaidosa e muito mentirosa?
Cinco mil réis, duzentos mil réis, um conto de réis!
Ninguém dá mais de um conto de réis?
O Vasco paga o lote na batata
E em vez de barata
Oferece ao Russinho uma mulata
Quem dá mais por um violão que toca em falsete
Que só não tem braço, fundo e cavalete
Pertenceu a Dom Pedro, morou no palácio
Foi posto no prego por José Bonifácio?
Vinte mil réis, vinte e um e quinhentos, cinqüenta mil réis!
Ninguém dá mais de cinqüenta mil réis?
Quem arremata o lote é um judeu
Quem garante sou eu
Pra vendê-lo pelo dobro no museu.
Quem dá mais por um samba feito nas regras da arte
Sem introdução e sem segunda parte
Só tem estribilho, nasceu no Salgueiro
E exprime dois terços do Rio de Janeiro
Quem dá mais? Quem é que dá mais de um conto de réis?
(Quem dá mais? Quem dá mais? Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três!)
Que é também brasileiro
E em três lotes vendeu o Brasil inteiro?
Quem dá mais?
Fonte da fotografia:http://jornale.com.br/horasonora/?p=6039
Até amanhã, de Noel Rosa
Até amanhã se Deus quiser
Se não chover eu volto pra te ver
Oh, mulher!
De ti gosto mais que outra qualquer
Não vou por gosto
O destino é quem quer
Adeus é pra quem deixa a vida
É sempre na certa em que eu jogo
Três palavras vou gritar por despedida:
"Até amanhã! Até já! Até logo!"
Sem nunca sair do meu trilho
Vou cantando o teu nome sem descanso
Pois do meu samba tu és o estribilho.
Fonte da fotografia: http://musicabrasileira.org/noelrosa/
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Os sambas de Noel Rosa são verdadeiras crônicas da época
O samba: Picilone , fez referênia a reforma ortográfica de 1931 quando se suprimiu do alfabeto brasileiro o Y.
Picilone (Yvone) ("Já reparei outro dia/ Que o teu nome, ó Yvone/ Na nova ortografia/ Já perdeu o picilone").
Se o governo baixou um decreto adiantando a hora brasileira em 60 minutos, causando grande confusão, Noel fez não um, mas dois sambas: O Pulo da Hora (Que Horas São?) e Por Causa da Hora ("Eu que sempre dormi durante o dia/ Ganhei mais uma hora pra descanso/ Agradeço ao avanço/ De uma hora no ponteiro/ Viva o dia brasileiro!"). Se os filmes franceses e americanos estavam causando uma avalanche de estrangeirismos na língua falada no Brasil, vem Não Tem Tradução ("Amor lá no morro é amor pra chuchu/ As rimas do samba não são ‘I love you’/ E esse negócio de ‘alô’, ‘alô, boy’, ‘alô Johnny’/ Só pode ser conversa de telefone").