sábado, 29 de maio de 2010

Na 176° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER


Líria Porto. Nasceu em Araguari, no Triângulo Mineiro, e mora em Belo Horizonte/MG. Professora, poeta, é autora do livro Borboletas Desfolhadas, editado em Portugal (2009), e de poemas publicados em vários sites e blogues, entre eles a revista Germina, Cronópios, Balaio Porreta. Faz parte de Dedo de moça — uma antologia das escritoras suicidas (São Paulo: Terracota Editora, 2009). Edita o blogue Tanto Mar e escreve no Putas Resolutas.

feria_dão

abriu e fechou o portão
varreu a porta da casa
pôs água na geladeira
deixou a louça lavada
e o moço
nada


deu voltas no quarteirão
contou as folhas das árvores
os ninhos dos passarinhos
os buracos na calçada
e o moço
nada

gastou sola de sapato
furou as meias que tinha
sentiu fome e cansaço
quebrou pratos na cozinha
e o moço
nada


bateu papo com o lixeiro
comeu feijão com farinha
tomou banho passou cheiro
vestiu roupa de domingo
e o moço
nada

a sua espera era rasa
larga e funda é a piscina.

Jogos Florais:Cacaso


Mineiro de Uberaba, o poeta Antonio Carlos Ferreira de Brito (1944-1987), conhecido como Cacaso, viveu desde os onze anos no Rio de Janeiro. Cacaso estudou filosofia e lecionou teoria literária na PUC-RJ. Foi também ensaísta e letrista de música popular. Nesse último gênero foi parceiro de compositores como Edu Lobo, Francis Hime, Sueli Costa e Maurício Tapajós.
Vê:poesia.net
Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.
Minha terra tem Palmares
memória cala-te já.
Peço licença poética
Belém capital Pará
Bem, meus prezados senhores
dado o avançado da hora
errata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho.
(será mesmo com dois esses que se escreve paçarinho?)
Cacaso

Bebida para viúvo

Na 176° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 23 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM oferecemos para apreciação a leitura da crônica: Bebida para viúvo de Humberto de Campos retirado do site: dominio público.

Se foi esse o desgosto que matou Dona Benvida, ninguém sabe: o que é fato, é que o Sr. Atanásio tinha uma predileção especial pelas bebidas, a ponto de passar semanas inteiras emendando as carraspanas.
O que, entretanto, ninguém pode contestar, é que ele adorava a mulher. É verdade que não a obedecia, quando ela lhe suplicava, agarrando-lhe as mãos:
- Não bebas mais, Atanásio! Tem piedade de mim! Isto me matará de vergonha!
As pessoas que ouviam isto asseguravam que Dona Benvida morreu mesmo, de vergonha; outras acham, porém, que foi umas pauladas que o marido lhe aplicou, ao regressar, alta madrugada, mais bêbado do que nunca. O sentimento de viúvo foi, entretanto, profundíssimo. Um fato o demonstar. Certa noite, entrou ele, com um antigo companheiro, em uma das cervejarias da Brahma, e sentou-se:
-Que tomas?-perguntou o outro.
-Nada.
-Nada? Tu não tomas nada?
- Não posso filho! - obtemperou o Atanásio- Eu não posso beber, tu não vês que eu estou de luto?
- Mas, isso é o de menos!- tomou o outro. Há bebidas, aqui, para pessoas de luto.
E batendo na mesa, com força:
- Cerveja preta, para um!.


Humberto de Campos

Cerveja

Na 176° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 23 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM contextualizamos o tema da crônica : "Bebida para viúvo" de Humberto de Campos com a seguinte informação:


A cerveja (do gaélico cerevĭsĭa) é uma bebida produzida a partir da fermentação de cereais, principalmente a cevada maltada, e acredita-se que tenha sido uma das primeiras bebidas alcoólicas a serem desenvolvidas pelo ser humano.

Historicamente, a cerveja era já conhecida pelos sumérios, egípcios e mesopotâmios, desde pelo menos 4 000 a.C. Como os ingredientes usados para fazer cerveja diferem de acordo com o local, suas características (tipo, sabor e cor) variam amplamente.
A notícia mais antiga que se tem da cerveja vem de 2600 a 2350 a.C. Desta época, arqueólogos encontraram menção no Hino a Ninkasi, a deusa da cerveja, de que os sumérios já produziam a bebida. Já na Babilônia dá-se conta da existência de diferentes tipos de cerveja, originadas de diversas combinações de plantas e aromas, e o uso de diferentes quantidades de mel. O Código de Hamurabi, rei da Babilônia entre os anos de 1792 e 1750 a.C., incluía várias leis de comercialização, fabricação e consumo da cerveja, relacionando direitos e deveres dos clientes das tabernas.
Posteriormente, no antigo Egito, a cerveja, segundo o escritor grego Ateneu de Náucratis (século III d.C.), teria sido inventada para ajudar a quem não tinha como pagar o vinho. Inscrições em hieróglifos e obras artísticas testemunham sobre o gosto deste povo pelo henket ou zythum, apreciada por todas as camadas sociais. Até um dos faraós, Ramsés III (1184-1153 a.C.), passou a ser conhecido como "faraó-cervejeiro" após doar aos sacerdotes do Templo de Amon 466.308 ânforas ou aproximadamente um milhão de litros de cerveja provenientes de suas cervejeiras.


Fonte: Wikipédia

Morre o Poeta Damário Dacruz


O poeta e jornalista Damário DaCruz faleceu, na madrugada do dia 21 de maio de 2010 em decorrência de um câncer no pulmão. O corpo de Damário, autor do clássico 'Todo Risco', foi velado no prédio da Câmara de Vereadores, em Cachoeira, onde assentou o café literário Pouso da Palavra. O último poema de Damário DaCruz parece profético:
Gran Finale

Avise aos amigos
que preparo o último verso
A vida
dura menos que um poema
e no amanhecer mais próximo
saio de cena.

Fonte: Bahia Notícias

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Finalização da História meio ao contrário da Ana Maria Machado



Na 176° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 23 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM finalizamos a história meio ao contrário da Ana Maria Machado. O livro utilizado faz parte do KIT PONTOS DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008: HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO GOVERNO FEDERAL.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dica de Leitura: 1808....


Na 176° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 23 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM oferecemos como dica de leitura o livro: 1808 de Laurentino Gomes. Este livro faz parte do KIT PONTOS DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008: HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO GOVERNO FEDERAL.

Desafio Musical: Mistura de Carimbó com Eliana Pittman


Na 176° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 23 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM oferecemos como desafio musical a música: Mistura de Carimbó com a atriz e cantora Eliana Pittman.
Vê site oficial da cantora:

Carimbó


O Carimbó é considerado um gênero musical de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se e recebeu outras influências, principalmente negra. Seu nome, em tupi, refere-se ao tambor com o qual se marca o ritmo, o carimbó. Surgida em torno de Belém na zona do Salgado (Marapanim, Curuçá, Algodoal) e na Ilha de Marajó, passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a lambada e o zouk.

Na forma tradicional, é acompanhada por tambores feitos com troncos de árvores. Aos tambores se dá o nome de "curimbó", uma corruptela da palavra Carimbó. Costumam estar presentes também os maracás.

Nos anos 60 e 70, adicionaram-se ao carimbó instrumentos elétricos (como guitarras) e influências do merengue e da cúmbia. O ritmo tornou-se popular no Norte do Brasil e gerou a lambada, que espalhou-se para o resto do mundo (que ironicamente foi popularizada por um grupo boliviano, Los Kjarkas).

A formação instrumental original do carimbó era composta por dois curimbós: um alto e outro baixo, em referência aos timbres (agudo e grave) dos instrumentos; uma flauta de madeira (geralmente de ébano ou acapú, aparentadas ao pife do nordeste), maracás e uma viola cabocla de quatro cordas, posteriormente substituída pelo banjo artesanal, feito com madeira, cordas de náilon e couro de veado. Hoje o instrumental incorpora outros instrumentos de sopro, como flautas, clarinetes e saxofones.

Sendo a música preferida pelos pescadores marajoaras, embora não conhecida como carimbó até então, o ritmo atravessou a baía de Guajará com esses pescadores e veio dar em praias do Salgado paraense. Em alguma região próxima às cidades de Marapanim e Curuçá, o gênero se solidificou, ganhando o nome que tem hoje. Maranhãozinho, no município de Marapanim; e Aranquaim, em Curuçá, são dois dos sítios que reivindicam hoje a paternidade do gênero, sendo o primeiro o mais provável deles. Em Marapanim, na região do Salgado, nordeste paraense, o gênero é bastante cultivado, acontecendo anualmente o "Festival de Carimbó de Marapanim — O Canto Mágico da Amazônia", no mês de novembro.
Fonte: Wikipédia

terça-feira, 25 de maio de 2010

História dos dois que sonharam



Na 176° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que ocorreu no dia 23 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM apreciamos o belo conto de Jorge Luis Borges.
O historiador arábico o Xeique relata este fato:

“Contam os homens dignos de fé (porém só Alá é onisciente e poderoso e misericordioso e não dorme) que existiu no Cairo um homem possuidor de riquezas porém tão magnânimo e liberal que perdeu tudo, menos a casa de seu pai e que foi obrigado a trabalhar para ganhar o pão. Trabalhou tanto que o sonho o levou uma noite debaixo de uma figueira de seu jardim e viu no sonho um homem encharcado que retirou da boca uma moeda de ouro e lhe disse: tua fortuna está na Pérsia em Isfajan. Vai busca-la! Na madrugada seguinte despertou e iniciou uma longa viagem e enfrentou os perigos dos desertos, dos navios, dos piratas, dos idolátras, dos rios, das feras e dos homens. Chegou enfim a Isfajan mas no interior dessa cidade a noite o surpreendeu e se deitou a dormir no pátio de uma mesquita. Havia junto a mesquita uma casa e pelo decreto de Deus todo poderoso, uma quadrilha de ladrões atravessou a mesquita e entrou na casa e as pessoas que dormiam se despertaram com os ruídos dos ladrões e pediram socorro. Os vizinhos também gritaram até que o capitão dos guardas daquele distrito socorreu com seus homens e os bandidos fugiram pelo telhado. O capitão vasculhou a mesquita e encontrou o homem do Cairo e lhe aplicou tantas chicotadas com vara de bambu que ficou quase morto. Dois dias depois recuperou os sentidos no cárcere. O capitão mandou buscar e lhe disse: Quem é você e qual a sua pátria? O outro respondeu: Sou da famosa cidade do Cairo e meu nome é Mohamed Al Magrebi. O capitão lhe perguntou: O que te trouxe para Pérsia? O outro optou pela verdade e lhe disse: Um homem me ordenou no sonho que viesse a Isfaján por que aqui estava minha fortuna. Já estou em Isfaján e vejo que esta fortuna que prometeu deve ser os acoites que tão generosamente me deste.
Ante semelhantes palavras, o capitão riu. Riu bastante e disse:
Homem desatinado e crédulo, três vezes eu sonhei com uma casa na cidade do Cairo em cujo fundo há um jardim e no jardim um relógio de sol e depois do relógio de sol uma figueira e logo após a figueira uma fonte e abaixo da fonte um tesouro. Não dei ouvido a essa mentira. Tu, entretanto, subiu na garupa de um animal e saiu feito um demônio, vagou de cidade em cidade confiante no sonho. Não quero te ver mais em Isfaján. Toma estas moedas e vai!
O homem recebeu as moedas e partiu para sua pátria. Debaixo da fonte de seu jardim (que era a do sonho do capitão) desenterrou o tesouro. Assim Deus lhe abençoou, o recompensou e o exaltou. Deus é generoso, o oculto.

Jorge Luis Borges- História universal de la infâmia. Traduzido do espanhol para o português por Celeste Martinez
Historia de los dos que soñaron


El historiador arábigo El Ixaquí refere este sucesso:

“Cuentan los hombres dignos de fé (pero solo Alá es omnisciente y poderoso y misicordioso y no durme), que hubo en El Cairo um hombre poseedor de riquezas, pero tan magnânimo y liberal que todas las perdió menos la casa de su padre, y que se vio forzado a trabajar para ganarse el pan. Trabajó tanto que el sueño lo rindió uma noche debajo de uma higuera de su jardín y vio em el sueño um hombre empapado que se saco de la boca uma moneda de oro y le dijo: “ Tu fortuna está en Pérsia, em Isfaján; vete a buscarla”. A la madrugada siguiente se desperto y emprendió el largo viaje y afrontó los peligros de los desiertos, de las naves, de los piratas, de los idólatras, de los rios, de las fieras y de los hombres. Llegó al fin a Isfájan, pero en el recinto de esa ciudad lo sorprendió la noche y se tendió a dormir em el pátio de uma mezquita. Había, junto a la mezquita, uma casa y por el decreto de Dios Todopoderoso, uma pandilla de ladrones atravesó la mezquita y se metió en la casa, y las personas que dormían se despertaron com el estruendo de los ladrones y pidieron socorro. Los vecinos también gritaron, hasta que el capitán de los serenos de aquel distrito acudió com sus hombres y los bandoleros huyeron por la azotea. El capitán hizo registrar la mezquita y en ella dieron con el hombre de El Cairo, y lê menudearon tales azotes com varas de bambu que estuvo cerca de la muerte. A los dos dias recobro el sentido em la cárcel. El capitán lo mando buscar y le dijo: “ Quien eres y cuál es tu pátria?” El outro declaro: “Soy de la ciudad famosa de El Cairo y mi nombre es Mohamed El Magrebí”. El capitán le preguntó: “Qué te trajo a Pérsia?” El outro opto por la verdad y le dijo: “Um hombre me ordeno em um sueño que viniera a Isfaján, porque ahí estaba mi fortuna. Ya estoy em Isfaján y veo que esa fortuna que prometió deben ser los azotes que tan generosamente me diste”.
Ante semejantes palabras, el capitán se rio hasta descubrir las muelas del juicio y acabó por decirle: ”Hombre desatinado y crédulo, três veces he somado con una casa em la ciudad de El Cairo em cujo fondo hay um jardín, y em el jardín um reloj de sol y después del reloj de sol uma higuera y luego de la higuera una fuente, y bajo la fuente um tesoro. No he dado el menor crédito a esa mentira. Tu, sin embargo, engendro de uma mula con un demônio, hás ido errando de ciudad em ciudad, bajo la sola fé de tu sueño. Que no te vuelva a ver en Isfaján. Toma estas moneda y vete.”
El hombre las tomo y regresó a la pátria. Debajo de la fuente de su jardín ( que era la del sueño del capitán) desenterro el tesoro. Así Dios le dio bendición y lo recompenso y exalto. Dios es Generoso, el Oculto.


(Del Libro de la 1001 noches, noche 351)

Boletim PNLL nº 207 - 17 a 23/05/2010‏



Dicas de leitura

Contos, de Lima Barreto

“Quem conhece a Estrada Real de Santa Cruz? Pouca gente do Rio de Janeiro. Nós todos vivemos tão presos à avenida, tão adstritos à Rua do Ouvidor, que pouco ou nada sabemos desse nosso vasto Rio, a não ser as coisas clássicas da Tijuca, da Gávea e do Corcovado.Um nome tão sincero, tão altissonante, batiza, entretanto, uma pobre azinhaga, aqui mais larga, ali mais estreita, povoada, a espaços, de pobres casas de gente pobre, às vezes, um chácara mais assim ali, mas tendo ela em todo o seu trajeto até Cascadura e mesmo além, um forte aspecto de tristeza, de pobreza e mesmo de miséria. Falta-lhe um debrum de verdura, de árvores, de jardins. O carvoeiro e o lenhador de há muito tiraram os restos de matas que deviam bordá-la; e, hoje, é com alegria que se vê, de onde em onde, algumas mangueiras majestosas a quebrar a monotonia, a esterilidade decorativa de imensos capinzais sem limites.”



A uma mulher, de Vinicius de Moraes

“Quando a madrugada entrou eu estendi o meu peito nu
sôbre o teu peito
Estavas trêmulas e teu rosto pálido e tuas mãos frias
E a angústia do regresso morava já nos teus olhos.
Tive piedade do teu destino que era morrer no meu destino
Quis afastar por um segundo de ti o fardo da carne
Quis beijar-te num vago carinho agradecido.
Mas quando meus lábios tocaram teus lábios
Eu compreendi que a morte já estava no teu corpo
E que era preciso fugir para não perder o único instante
Em que fôste realmente a ausência de sofrimento
Em que realmente fôste a serenidade”.

Favoritos



E. E. Cummings (1894 – 1962)

“Cummings pertence ao elenco dos inventores da linguagem poética do nosso tempo, na base da qual está Mallarmé. A contribuição de Cummings — um autor que é contemporâneo dos nossos modernistas, já que seu primeiro livro de poemas, Tulips and Chimneys, é de 1923 — está no radicalismo, desconvencionalizando a sintaxe e a própria ortografia.

[...] Ele é um autêntico “desobediente civil” da linhagem que vai de Thoreau a John Cage. Quem definiu muito bem o impacto de sua obra foi William Carlos Williams quando disse que, diante dele, sentia-se como Robinson Crusoe ao defrontar-se com a impressão de uma pegada humana na areia. Cummings é imprescindível. Quem não conhece sua poesia ainda não pisou direito no século XX.”
Haroldo de Campos, em entrevista a Ana Lúcia Vasconcelos

Biografia (em inglês)

Página de e.e. cummings no Modern American Poetry

e.e. cummings declama somewhere i have never traveled

e.e. cummings fala sobre “what he thinks an artist is”
Obras
Poemas de e.e. cummings traduzidos por Augusto e Haroldo de Campos

Poemas de e.e. cummings no PoetryFoundation (em inglês)
Fonte: Boletim PNLL nº 207 - 17 a 23/05/2010‏

sábado, 22 de maio de 2010

Na 175° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER





Na 175° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM apreciamos diversas produções literárias, vale destacar Miriam Passos e Regina Célia Queiroz Alves que vivem na cidade de Valença. Contamos com a presença de Larissa Vitória, 1° lugar categoria criança no I CONCURSO LITERÁRIO ALACAZUM 2010: GÊNERO POESIA acompanhada da família. Apreciamos a bela imitação de vários pássaros por Rodrigo Conceição -12 anos que vive no bairro do Pitanga, acompanhado do ouvinte-leitor Joaquim do Pitanga. E a participação do público respondendo vários desafios para a conquista da caixa de chocolate e camisas do Vitória oferecimento do Defensor Público Carlos Maia Filho. Música de qualidade, histórias e intervenção de D. Rute, 89 anos que nos presenteou com o canto ao vivo do Sabiá. E na finalização do programa o belo poema: Despedidas de Raimundo Correia. O livro utilizado faz parte do KIT PONTOS DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008: HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO GOVERNO FEDERAL.


Despedidas


Lúcia teve um desmaio no momento
Em que Anfriso partiu; a loira Alice,
De Antenor despedindo-se, lhe disse:
“Vai que contigo vai meu pensamento!”


Fez Júlia a Artur um grave juramento;
E Amélia, num acesso de doidice,
Protestou que, se Alfredo não mais visse,
Não a veriam mais, que num convento!


Tu não! Nem desse olhar o azul celeste
Desmaiou; nem de frases prévio estudo,
Como as outras fizeram, tu fizeste!

Quando eu parti, teu lábio esteve mudo;
Tu, formosa Leonor, nada disseste,
Mas, sem nada dizer, disseste tudo!


Abril de 1883

Raimundo Correia

SONHOS DE MENINA DE LARISSA VITÓRIA



Larissa Vitória Pereira recitando sua poesia. 1° lugar categoria criança no I CONCURSO LITERÁRIO ALACAZUM 2010: GÊNERO POESIA, organizado pelo ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER com entrega dos prêmios no dia 17 de abril de 2010 no Centro de Cultura Olívia Barradas,



Sonhos de menina

A poesia que vos trago
Não fala de amor
De paixões traiçoeiras
Ou se quer de dor


Fala do sonho que tinha
Uma garota de humilde cidadezinha
Que tinha um desejo profundo
Bem maior que o mundo

Não se sabe como tal sonho nasceu
Mas o dia pra a noite ele cresceu
Quando numa bela tarde estava a brincar
Com suas priminhas “do que vou trabalhar”

Nisso ficou a pensar a jovem menininha
Em levar a sério o sonho de ser bióloga marinha
Mas tinha que ter um dinheirão
Para fazer faculdade no maranhão


Essa menina 13 anos já vai fazer
Mas não tira da cabeça o sonho de bióloga ser
Essa menina não desiste porque tem muita fé
Em seu coração há esperança de conseguir o que quer.


Larissa Vitória Pereira -12 anos







A família de Larissa Vitória no ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER do dia 16 de maio de 2010.

O que escutamos na 175° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 175° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM desfrutamos das seguintes músicas:


1- Sonhar contigo com Adilson Ramos
2- O índio com Caetano Veloso
3- Primavera de as quatro estações de Vivaldi
4- Angelina Angelina com Malu Magalhães
5-Jazz
6-Tristania
7-Bezerra da Silva

sexta-feira, 21 de maio de 2010

PONTO DE LEITURA DA CIDADE DE VALENÇA BAHIA!


AINDA REPERCUTE O I CONCURSO LITERÁRIO ALACAZUM 2010: GÊNERO POESIA

Larissa Vitória Pereira da Silva, 1° lugar categoria criança no I CONCURSO LITERÁRIO ALACAZUM 2010:GÊNERO POESIA, Celeste Martinez (apresentadora do ALACAZUM) e Rodrigo Jesus Conceição (imitador de pássaros).


Rodrigo Jesus Conceição, 12 anos, imitador exímio de pássaros

Joaquim do Pitanga, Celeste Martinez(apresentadora do ALACAZUM) e Rodrigo Jesus Conceição (imitador de pássaros)



Na 175° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM contamos com a presença de Rodrigo Jesus Conceição, (12a anos) que imita muito bem os cantos dos pássaros. Contamos também com a presença do ouvinte-leitor Joaquim do Pitanga.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

I CONCURSO LITERÁRIO ALACAZUM 2010: GÊNERO POESIA


Na 175° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM contamos com a participação de Larissa Vitória, 1° lugar categoria criança, no I CONCURSO LITERÁRIO ALACAZUM 2010: GÊNERO POESIA, promovido pelo ALACAZUM e com entrega de prêmios no dia 17 de abril de 2010. Larissa Vitória esteve com sua família no programa e nos presenteou com um poema novo de sua autoria em homenagem ao dia das Mães e também como o poema premiado: Sonho de menina. O ALACAZUM agradece a visita e espera que Larissa prossiga com mais produções literárias.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

CONTINUAÇÃO DA HISTÓRIA MEIO AO CONTRÁRIO DA ANA MARIA MACHADO

Na 175° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM prosseguimos com a História meio ao contrário da Ana Maria Machado.



terça-feira, 18 de maio de 2010

Quadro: A hora do conto



Na 175° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM desfrutamos do conto: Os quatro quatros de Malba Tahan.

Desafio Musical


Na 175° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 16 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM oferecemos como desafio musical a múscia: Sonhar contigo na interpretação de Adilson Ramos.
Adilson Ramos de Ataíde nasceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 7 de abril de 1945. É um cantor e compositor brasileiro.
Em 1963 compôs Sonhar contigo, em parceria com Armelindo Leandro, sucesso que o acompanha. Já foi gravado por Agnaldo Timóteo, Elymar Santos, Tânia Alves, Bienvenido Granda, Orquestra Namorados do Caribe etc. Foi, também, trilha sonora do seriado Hilda Furacão, da TV Globo.
Em 1972, compôs Fale baixinho, versão de The Godfather, de Nino Rota, que fez parte da trilha sonora do filme O poderoso chefão.
Em 1977 compôs o que considerou o disco da sua vida, com sucessos ainda atuais.
Em 1984 o LP Em nome do amor pôs 8 faixas entre as mais tocadas.
Em 1985, Só liguei porque te amo, versão de I just call to say I love you de Stevie Wonder, foi outro sucesso.
Fonte: Wikipédia

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Favoritos



Guilherme de Almeida (1890 – 1969)

"De todos os poetas de São Paulo, Guilherme de Almeida é, sem dúvida, o mais querido. É que ele permaneceu sempre o poeta enamorado do amor, emprestando ao amor o caráter de sua época [...] Guilherme não receia dar-se todo ao amor e saboreá-lo até nos sofrimentos que o acompanham quase sempre; não receia plantar uma florzinha azul no jardim modernizado de seus poemas, nem acrescentar a este sabor salgado da lágrima, a gaiola dourada de Mimi Pinson, o maço de cartas velhas amarradas com uma fita desbotada, o adeus nostálgico de lenços.”

Trecho de Poetas do Brasil? , de Roger Bastide

Perfil de Guilherme de Almeida na Academia Brasileira de Letras

Obras

Outras poesias de Guilherme de Almeida no Jornal de Poesia

Multimídia
Exortação, em locução de César Ladeira feita em 1932
Fonte: Boletim PNLL nº 206 - 10 a 16/05/2010‏

sábado, 15 de maio de 2010

Na 174° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER


Na 174° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 09 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM desfrutamos da leitura: “ Poema dos olhos da amada” de Vinicius de Moraes. Antologia Poética. Este livro utilizado pelo ALACAZUM faz parte do KIT PONTOS DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008: HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO MINISTERIO DA CULTURA.


Poema dos olhos da amada


Ó minha amada
Que olhos os teus
São cais noturnos
Cheios de adeus
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe nos breus...


Ò minha amada
Que olhos os teus
Quanto mistério
Nos olhos teus
Quantos saveiros
Quantos navios
Quantos naufrágios
Nos olhos teus...

Ò minha amada
Que olhos os teus
Se Deus houvera
Fizera-os Deus
Pois não os fizera
Quem não soubera
Que há muitas eras
Nos olhos teus.


Ah! Minha amada
De olhos ateus
Cria a esperança
Nos olhos meus
De verem um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus.


Rio, 1950 Vinicius de Moraes

1° LUGAR POESIA CATEGORIA ADULTO: LUIZA ALVES DO NASCIMENTO

Celeste Martinez (ALACAZUM) entre Cristina e Luiza Alves do Nascimento



PRETO NO BRANCO(LUIZA ALVES DO NASCIMENTO)

O BRANCO DENTRO DO PRETO

E O PRETO DENTRO DO BRANCO

ASSIM VAMOS SOBREVIVENDO

NESTE MUNDO DESUMANO...

DO BRANCO NÃO SE TEM MEDO

DE PRETO SÃO POUCOS SANTOS

NOS CANTOS SE DIZ SEGREDOS

NOS BECOS SE OUVE ESPANTO...

DO BRANCO SE TEM RESPEITO

DO PRETO SE DIZ PROFANO

DO POBRE SE DIZ SUJEITO

DO RICO SE DIZ FULANO...



Celeste Martinez _apresentadora do ALACAZUM- exibindo o certificado de Luiza Alves do Nascimento, 1° lugar poesia categoria adulto, no I CONCURSO LITERÁRIO ALACAZUM 2010: GÊNERO POESIA.



Dia das Mães no ALACAZUM com poesia e títeres

Luiza Alves do Nascimento e Cristina Alves




Na 174° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRA PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 09 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM desfrutamos das belas presenças de Luiza Alves do Nascimento, ganhadora do I CONCURSO LITERÁRIO ALACAZUM 2010: GÊNERO POESIA, 1° lugar categoria adulto, que nos brindou juntamente com sua irmã Cristina Alves poemas em homenagem ao dia das mães.





O DIA SEGUINTE AO DIA DO AMOR




Na 174° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 09 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM desfrutamos da leitura: “O dia seguinte ao dia do amor” de Mário Quintana Seleção de Fausto Cunha. Este livro utilizado pelo ALACAZUM faz parte do KIT PONTOS DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008: HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO MINISTERIO DA CULTURA.
Quando a luz estender a roupa nos telhados
E for todo o horizonte um frêmito de palmas
E junto ao leite fundo de nossas duas almas
Chamarem nossos corpos nus, entrelaçados,
Seremos, na manhã, duas máscaras calmas
E felizes, de grandes olhos claros e rasgados...
Depois, volvendo ao sol as nossas quatro palmas,
Encheremos o céu de vôos encantados!...

E as rosas da cidade inda serão mais rosas,
Serão todos felizes, sem saber por quê...
Até os cegos, os entrevadinhos.... E
Vestidos, contra o azul, de tons vibrantes e violentos,
Nós improvisaremos danças espantosas
Sobre os telhados altos, entre o fumo e os cataventos!


Mário Quintana

Só mesmo trepando em árvore



Na 174° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 09 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM desfrutamos da leitura: Só mesmo trepando em árvore, retirado do livro: Proseando- causos do Brasil de Rolando Boldrin. Este livro utilizado pelo ALACAZUM faz parte do KIT PONTOS DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008: HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO MINISTERIO DA CULTURA.

Esse é um causo muito antigo. Muito antigo, mas muito bom. Pois, como sempre, envolve a sagacidade do caipira que eu tanto gosto de contar.
Aconteceu na época da revolução dos mineiros e paulistas, que a gente não gosta de lembrar, porque irmão brigar com irmão é coisa muito feia. Onde já se viu? Mas naquele tempo, eles brigaram feio!
Pois bem. Vinha por uma estrada o nosso personagem. Um caipira que não queria nada com essa briga que eu falei. E ele era paulista. Estava, portanto, em território dele. Eis que surge um punhado de guerrilheiros, que o nosso caipira pensou ser de procedência paulista. Engano! Era uma turma de mineiros á procura de paulista pra móde descer, como lá diz o outro, o cacete!
Ao chegar perto do capiau, um dos integrantes do grupo de mineiros perguntou:
Mineiro_ Ocê aí, capiau? Ocê é paulista ou mineiro?
Caipira (pensando que eram paulistas)- Ué. Eu sô polista quiném ocêis. To na minha terra.
Foi só falar que era paulista e já receber a primeira paulada da turma. E daí se seguiu um punhado de soco e pontapé, até deixarem o coitado estendido.
Dali a pouco, já refeito e cheio de hematomas, lá vai o nosso caipira pela estrada, quando surge agora outro grupo. Desta vez, de paulistas.
Paulista_ Ocê aí, caipira duma figa. Ocê é paulista ou mineiro?
Caipira (pensando que era outro grupo de mineiros): Eu? Eu sô das Minas Gerais, uai!
Foi só falar e receber uma pancada surda de cacete bem dada. E, como antes, porrada pra cá e pra lá, de todo o jeito. Lá ficou o nosso bom capiau quase que desacordado.
Dali a pouco, lá estava ele, pela estrada, andando até com certa dificuldade, quando avista outro grupo de guerrilheiros se aproximando. Mais do que depressa, procura uma árvore frondosa e nela se atrépa pra se esconder da turma, pois já não saberia se era um grupo de paulistas ou de mineiros. E apanhara de novo era o que ele não queria.
Pois bem. Ficou ali atrepado, escondido, esperando que os marvado passassem direto. Ma qual! Pararam justamente embaixo da tal árvore para descansar ou fumar um cigarro de palha.
De repente, um dos guerrilheiros, olhando distraidamente para o alto, ali descobre o nosso capiau atrepado. Chama a atenção do grupo e, em voz de comando, pergunta ao capiau asperamente:
Guerrilheiro_ Ocê ai! Oh, capiau duma figa. Diga para gente aqui: ocê é paulista ou mineiro? Heim?
Para a surpresa de todos – e alegria de quem gosta muito de um causo-, nosso capiau responde com voz tremida?
Caipira- Heim? Eu... eu... sou... sou... Eu sou FRUITA!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Jabuti de asas



Na 174° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 09 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM desfrutamos da leitura: O Jabuti de asas de Rogério Andrade Barbosa, retirado do livro:Contos Africanos para crianças brasileiras. O livro utilizado para leitura faz parte do KIT PONTOS DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008: HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS do Ministério da Cultura.

Os jabutis, contam os mais velhos, sempre foram respeitados por sua sabedoria e prudência. Mas, por causa da ganância de um deles, todos os parentes passaram a ter o casco rachado.
Há muito tempo, um jabuti soube que uma grande festa estava sendo organizada pelas aves que viviam voando entre os galhos das florestas.
-Eu também quero ir – disse ele, pondo a cabecinha para fora do casco.
-Mas a festa vai ser no céu – explicou um papagaio. – Como é que você vai voar até lá?
O jabuti ficou com uma cara tão triste, que os pássaros, com dó dele, resolveram ajuda-lo.
-Olhe, nós vamos emprestar algumas de nossas penas para você.
E assim foi feito. A passarinhada, com pedacinhos de cordas, amarrou plumas coloridas nas patas dianteiras e traseiras do jabuti.
-Pronto, agora você já pode voar- comemoraram os pássaros. – Mas tem outra coisa. Nessa festa cada um tem de usar um nome diferente. Qual vai ser o seu?
O jabuti, astucioso, depois de pensar um pouco, disse:
-Pra todos.
Na manhã seguinte, quando os galos começaram a cantar, os convidados já estavam acordados, prontos para partir rumo à festança.
Só que a viagem levou mais tempo do que pensavam, pois o jabuti não sabia voar direito e atrasou todo mundo.
Para ele decolar foi um custo. Os céus da África nunca tinham visto um ser voador tão desajeitado como aquele jabuti de asas reluzentes.
-Que lindo! – gritava o jabuti, deslumbrado com a visão dos cafezais e algodoais que ia desfrutando do alto.
O ar era tão claro que dava para o jabuti avistar os picos das montanhas ao longe, cobertos de neve.
-Olhe o tamanho daquele rio! – exclamava, apontando para o majestoso Nilo Branco.
Por isso, quando alcançaram o céu, a festa já tinha começado. Uma mesa enorme para o café da manhã, coberta de frutas, aguardava havia tempo pelos retardatários.
A passarada, de acordo com velhos costumes, perguntou:
-Pra quem a comida vai ser servida primeiro?
A dona da festa, uma águia imponente, foi quem respondeu:
-Pra todos.
- Então é pra mim – disse o jabuti, avançando nas guloseimas, enquanto os pássaros observavam, sem poder fazer nada.
A festa continuou animada até a hora do almoço. E, novamente, a cena se repetiu.
- Pra quem é o almoço? – tornaram a perguntar os pássaros.
-Pra todos- disse a anfitriã.
O jabuti, sem perder tempo, comeu tudo outra vez.
Na hora do jantar, foi a mesma coisa. O bando de aves, esfomeado, resolveu ir embora. Mas, primeiro, exigiu que o jabuti devolvesse as penas que haviam emprestado a ele.
- Entregue tudo- disseram os passarinhos, arrancando as plumas em torno das patas do jabuti.
Antes que os pássaros voassem de volta à floresta, o jabuti, fez um pedido:
-Por favor, passem na minha casa e peçam para minha mãe colocar um monte de capim em frente á nossa porta- implorou.
-Pra quê?
-Para eu não me machucar quando pular do céu- disse o espertalhão.
Os pássaros, zangados, quando chegaram à terra deram o recado errado para a mãe do jabuti:
- O seu filho pediu para a senhora colocar umas pedras bem grandes na entrada da casa.
Resultado: o jabuti se esborrachou contra os pedregulhos. Por sorte, não morreu. A mãe dele é que teve um trabalho danado para remendar os pedaços do casco todo arrebentado.
Por causa do tombo, os descendentes do jabuti, além de passarem a andar muito devagar, carregam essa couraça rachada até hoje.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Mães da Praça de Maio - Argentina

Na 174° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ao no dia 09 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, dia das mães refletimos sobre o movimento das mães da praça de maio na Argentina.



Na Argentina dia das Mães é em Outubro. Neste dia das mães (adotado do calendário norte americano) vale reflexionar sobre as mães da praça de maio na argentina. Imagina o que é perder um filho em qualquer acidente e mesmo olhando para o corpo não aceitar a morte. Agora imagina perder todos os filhos para a ditadura militar e nem sequer ver os corpos. Ficar na esperança por mais de 30 anos? Foi o que fez a Hebe de Bonafini, naquele 30 de abril de 1977 isso era puro atrevimento. A Argentina vivia sob a ditadura militar (1976-1983) de Jorge Videla. No inicio ninguém deu bola. Eram apenas 14 mães com cartazes e fotos dos filhos que desapareceram por se opor ao regime. Antes do final dos anos 70 mulheres já pressionavam o governo a assumir a responsabilidade pelos desaparecidos. Abraçando a causa dos filhos passaram a ser recebidas a golpes de cassetete em suas manifestações. Era proibido se reunir em praça. Então as mães para despistar resolveram circular o dia todo pela praça para fugir das bordoadas. Por este período, dezembro de 1977, Azucena Villaflor de Vicenti, a primeira líder das mães foi raptada e morta. Ameaças a outras não intimidaram o movimento. Foram chamadas de loucas por que insistiam em ir a praça mesmo sabendo que seriam presas. O lenço branco que serve de símbolo internacional de sua resistência pacifica, a principio foi a fralda do filho guardada como lembrança. Mais de 30 anos passaram e estas mães agora avós continuam indo toda quinta feira a praça. Estrategicamente se aglomeram em frente a casa rosada, sede do governo argentino. As 3 e meia da tarde em ponto dão inicio a um ritual que se repente por mais de 30 anos. Caminham em volta da praça por 30 minutos no mais absoluto silencio para, em seguida pronunciar ao microfone um discurso inflamado e cheio de denuncias de violações dos direitos humanos. Quando vão a praça crêem entrar em contato espiritual com os filhos. Mesmo sabendo que a maior parte dos opositores eram arremessados de um vôo no Rio da Prata.. Mesmo assim elas continuam á procura. Também buscam seus netos, os filhos dos desaparecidos, a quem a ditadura deu nova identidade e uma nova família. O governo argentino já lhes ofereceu uma indenização de 250 mil dólares por desaparecido mais elas recusam. Negam a reconhecer a morte dos filhos. “Um revolucionário permanece vivo dentro de nós” dizem. Preocupadas em deixar um legado para a nova geração fundaram uma universidade: A universidade popular das mães. Tem 5 cursos, um deles sobre a historia da associação. A associação conta com mais de 2 mil mães e além da busca pelos filhos desaparecidos a associação trabalha para a formação política dos jovens para que amem o saber, para que se comprometam e juntos fazer um mundo melhor. Até 1999, 24 crianças (digo adultos)foram localizados. Há mais de 30 mil desaparecidos, mais de 15 mil fuzilados, 1,5 milhões de pessoas no exílio. Neste dia das mães que possam pensar sobre este fato e o amor das mães por seus filhos.

Favoritos




T. S. Eliot (1888 - 1965)


“T. S. Eliot - o poeta, o crítico, o ensaísta, o dramaturgo - encarna uma das mais estranhas e poderosas permanências literárias de nossa época. Estranha, porque foi ele, acima de qualquer outro, o escritor contemporâneo que mais conscientemente buscou, na tradição cultural do passado, o sentido de um tempo presente que, por estar sempre vindo a sê-lo, fosse também futuro; poderosa, porque sua obra, a um só tempo clássica e moderna, revolucionária e reacionária, realista e metafísica, está na própria raiz que informa e conforma a mentalidade poética de nossos dias, tendo exercido fecunda e duradoura influência sobre todas as gerações que se formaram a partir de 1930."

Comentário de Ivan Junqueira publicado no livro Poesia

Prêmio Nobel de Literatura de 1948 (em inglês)

Biografia em português

Biografia em inglês

Obras

A canção de amor de J. Alfred Prufrock na tradução de Ivan Junqueira

Poemas de Eliot no Projeto Gutenberg

Multimídia

The Love Song of J. Alfred Prufrock recitada por T.S. Eliot

T.S. Eliot recita o poema The Burial of the Dead , primeira parte de The Waste Land

T.S. Eliot recita o poema A Game of Chess , segunda parte de The Waste Land

The Wasteland , com a banda Joy Division

Leitura de Burnt Norton, Primeira parte dos Four Quartets
Fonte: Boletim PNLLnº 205 - 03 a 09/05/2010‏

sábado, 8 de maio de 2010

Na 173° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 173° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 02 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM prosseguimos com a leitura do livro: história meio ao contrário da Ana Maria Machado. Este livro pertence ao KIT PONTOS DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008: HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO GOVERNO FEDERAL.

O rato e a rã






Um rato que queria atravessar um rio pediu a uma rã que lhe ajudasse. Porém ela prevendo afoga-lo respondeu:
- Com muito prazer te atravessarei a outra margem basta apenas que prendas tuas patas a minha e assim cruzaremos. O infeliz rato confiante nas intenções da rã se prendeu na pata dela. Tão logo haviam atravessado um breve trecho a rã começou a submergir afim de afogar o rato, que começava a emitir agudo chiados empenhando por manter-se a salvo o quanto podia.
Do alto, os viu uma jovem águia e dirigiu velozmente em direção ao rato que mantinha com dificuldade na superfície levando juntamente a rã que se mantinha atada a pata dele. E em um instante a águia devorou os dois.

Toda maldade premeditada termina voltando contra quem a planeja



El ratón y la rana


Um ratón que queria surcar um rio le pidió a uma rana que le prestara asistencia, pero urdiendo ésta la intención de ahogalo, le contesto:
- De muy buen grado te cruzaré a la outra orilla; solo ata tu pata a la mia y así cruzaremos.
El desdichado ratón, quien daba crédito a las intenciones de la rana, ligo su pata a la de ella. Pero tan pronto como habían surcado um breve trecho, la rana se sumergió para ahogar al ratón, quien comenzaba a emitir agudo chillidos, empenado pro mantenerse a flote cuanto podia. Los vio uma rapaz águila desde la altura, y asiendo fuertemente al ratón que se mantenía com dificultad em la superfície, se llevó consigo a la rana que estaba atada a la pata del desafortunado roedor, u em um solo instante, los devoró a ambos.


Toda maldad deliberada termina volviéndose contra quien la pertetra.


Fábula de Esopo traduzido do espanhol para o português por Celeste Martinez

O I CONCURSO LITERÁRIO ALACAZUM 2010:GÊNERO POESIA


Na 173° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 02 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM contamos com a visita de Heráclito Barbosa, 1° lugar categoria adolescente no I CONCURSO LITERÁRIO ALACAZUM 2010: GÊNERO POESIA com a obra literária: Por causa da minha cor.
Por causa da minha cor


No peito dói,
Na minha alma também,
A pele negra que exibo,
Ser, para muitos, motivo
De menosprezo ou desdém.

O meu sangue rubro,
Que brancas carnes alimentam,
Á minha cabeça sobem
Quando sem respeito me tratam
Como se humano, eu não fosse.

Integrante, orgulhoso eu sou
Da única raça humana que reconhece a ciência
Diferente apenas na história
Pois, nesta nação a força do meu povo,
A cultura e a economia forjaram.

O preconceito não sabe que a negra pele que exibo
Foi pela natureza pintada
Como defesa ao sol escaldante
Na terra em que os meus tetravôs tirados foram,
Berço pretérito de toda a humanidade.

As minhas raízes históricas
Pela violência, alteradas foram,
As lembranças dos ancestrais distantes
Foram, criminosamente tiradas de mim,
E por estrangeiro sou tratado, no único país que como meu
Reconheço.

Heráclito Barbosa- 15 anos de idade

Poesia classificada no I CONCURSO LITERÁRIO ALACAZUM 2010:GÊNERO POESIA, na categoria adolescente, ganhador do MP 7 oferecimento da loja HD Áudio e Vídeo em Santo Antonio de Jesus-BA

O apartheid morreu? Não…


Na 173° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 02 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, informamos sobre Orania, veja reportagem do Planeta Sustentável.
Aqui a discriminação é a lei. Numa África do Sul onde racismo é crime, um povoado se mantém 100% branco e vive como se fosse um país independente.
É um povoado de 700 pessoas fundado por brancos e que só aceita moradores brancos. Quase todos os carros são brancos em Orânia. Na verdade, é uma empresa subordinada a um municipiio de verdade, Hopetown. Não tem prefeito proprio. Mas tem presidente. E os moradores são os acionistas. Ao comprar uma casa lá, você vira sócio. Como qualquer empresa tem liberdade para recusar sócios. Orânia fica com autonomia para decidir quem pode e quem não pode viver lá, como se fosse um governo de verdade.
Isso foi possivel porque os fundadores do lugar compraram uma vila operária abandonada no subúrbio de Hopetown em 1990 logo que o apartheid acabou e Nelson Mandela saiu da prisão. A empreitada custou o equivalente a R$ 1,1 milhão em dinheiro de hoje. Mas isso só valeu pelo terreno, praticamente eram 240 casas parcialmente destruidas sem água, luz ou esgoto. Em quase 20 anos de existência foram construidas três igrejas, duas escolas, dois museus e uma estação de rádio. E a maior parte dos oranianos tem negócios próprios no povoado, não precisa sair de lá para ganhar a vida.
Fonte: Planeta Sustentável

O que escutamos na 173° edição do ALACAZUM

Na 173° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 02 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM escutamos as seguintes músicas:


1- Piripiri com Paulo Diniz
2-Aldeia com Carlinhos Cor das Águas
3-Salve a Mocidade com Elza Soares
4-Canto das 3 raças com Clara Nunes
5-Czardas com os Incriveis
6-Machadinha com o coral de crianças do Rio de Janeiro
7- Brasileirinho com Baby do Brasil
8-BG Primavera de as 4 estações de Vivaldi

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Amar!



  • Na 173° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 02 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM desfrutamos do poema Amar, de Florbela Espanca.



Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais este e aquele, o outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou Desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la mais florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar.



Retirado do livro: Florbela Espanca seleção de Zina C. Bellodi . Este livro utilizado pelo ALACAZUM faz parte do KIT PONTO DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008:HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO GOVERNO FEDERAL

A casa da mãe Joana


Na 173° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 02 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, informamos sobre a expressão popular: Casa da Mãe Joana.



Significado: É um lugar em que todo mundo manda e faz o que bem entende.


Origem: O rei francês, de 1285 S 1314, Felipe IV, o Belo, resolveu comprar uma briga feia: cobrar impostos sobre os bens da Igreja. A discussão foi tão séria que me 1303 o papa Bonifácio VIII excomungou Felipe, que, em repressália e por não ser tão belo assim, mandou que um de seus legistas ( um perito em legislação, Felipe ainda estava vivo), Guilherme de Nogaret, invadisse a Itália e prendesse o papa. Bonifácio VIII morreu na prisão e foi sucedido por Bento IX. Logo, logo, em 1305 assumia um novo papa, Clemente V, que, seguindo um gentil conselho de Felipe, transferiu a sede do papado, de Roma para a cidade provençal de Avignon.
Avignon foi residência de sete papas, de 1309 a 1378, mas no início não era dos papas, pertencia a uma napolitana, Joana I, rainha de Nápoles.
Linda e inteligente, Joana era mecenas de poetas e intelectuais. Ela se casou com o primo, Andrew, irmão de Luis I, da Hungria. Andrew foi assassinado numa conspiração que, dizem as más línguas, teve a participação da própria esposa.
Furibundo, Luís I invadiu Nápoles em 1348, obrigando Joana a se refugiar em Avignon. No mesmo ano, ela vendeu a cidade a Clemente V, com a condição de ser declarada inocente de sua participação na morte do ex-marido. Joana foi assassinada por seu sobrinho e herdeiro, Carlos de Anjou em 1382.
Enquanto ainda mandava e desmandava em Avignon, Joana resolveu regulamentar os bordéis da cidade. Uma de suas medidas foi estabelecer que todo bordel deveria ter uma porta pro onde todos entrariam. Assim, cada prostíbulo ficou conhecido como “o paço da mãe (a dona da cidade) Joana.”, com o sentido de uma casa que está aberta a qualquer um.
A expressão viajou até Portugal e veio para o Brasil, onde a palavra paço, de uso pouco popular, foi logo substituída por casa.
Os desbocados, aproveitando-se da associação Joana- bordel, substituíram a palavra casa por outra menor, mais expressiva e popularizaram a expressão sinônima cu-da-mãe- Joana.




A casa da mãe Joana- Curiosidade nas origens das palavras, frases e marcas de Reinaldo Pimenta. Este livro utilizado pelo ALACAZUM faz parte do KIT PONTO DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008:HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO GOVERNO FEDERAL.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Combatendo (sem tréguas) as baratas



Na 173° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 02 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, informamos sobre como combater as baratas.




Não resta qualquer dúvida, as baratas são o inseto mais generosamente detestado no mundo. E, independentemente do que consideremos a respeito delas, são responsáveis pela transmissão de diversas doenças.Mantenha sua casa livre de baratas, seguindo as seguintes instruções:
Previamente, mantenha a casa sempre limpa. Concentre todo resíduo na lata de lixo e coloque-o sistematicamente fora de sua casa;
Quanto aos ralos, cubra-os com tela plástica ou então adquira ralos com fechos planos, encontrados em qualquer loja de material de construção;
O ataque direto pode ser feito com chinelo e vassoura;
Para envenena-las, misture bicabornato de sódio com açúcar e distribua o produto pela casa em pequenos vasilhames e pratos rasos nos locais freqüentados pelas baratas;
Você também pode utilizar uma mistura de ácido bórico com um pouco de açúcar, dispondo a seguir em pequenos vasilhames. Tome todo o cuidado possível para manter o veneno fora do alcance das crianças e dos animais domésticos.


Retirado do livro: Guia completo doméstico de Maurício Waldman e Dan Schneider. Este livro utilizado pelo ALACAZUM faz parte do KIT PONTO DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008:HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO GOVERNO FEDERAL.

O cágado e o Teiú





Na 173° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 02 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, apreciamos o conto: O cágado e o Teiú.



Foi uma vez uma onça que tinha uma filha. O teiú queria casar com ela e o amigo cágado também. O cágado, sabendo da pretensão do outro, disse em casa da onça que o teiú para nada valia e que até era o seu cavalo. O teiú, logo que soube disto, foi à casa da comadre onça e asseverou que ia buscar o cágado para ali e dar-lhe muita pancada á vista de todos e partiu.
O cágado, que estava em casa, quando o avistou de longe, correu para dentro e amarrou um lenço na cabeça, fingindo que estava doente. O teiú chegou na porta e o convidou para darem um passeio em casa da amigo onça; o cágado deu muitas desculpas dizendo que estava doente e não podia sair de pé naquele dia. O teiú teimou muito: ‘Então, disse o cágado, você me leva montado nas suas costas”. ‘Pois sim, respondeu o teiú, mas há de ser até longe da porta da amiga onça”. “Pois bem, mas você há deixar eu botar o meu canquinho de sela, porque assim em osso é muito feio. O teiú se maçou muito e disse: “Não, que eu não sou seu cavalo”. “ “Não é por ser meu cavalo, mas é muito feio”. Afinal o teiú consentiu. “Agora, disse o cágado, deixe botar minha brida”. Novo barulho do teiú e novos pedidos e desculpas do cágado, até que consegiu pôr a brida no teiú e munir-se do magoal, esporas, etc. Partiram; quando chegaram em um lugar muito longe da casa da onça, o teiú pediu ao cágado que descesse e tirasse os arreios, senão era muito feio para ele ser visto servindo de cavalo. O cágado respondeu que tivesse paciência e caminhasse mais um bocadinho, pois estava muito incomodado e não podia chegar a pé. Assim foi ganhando o teiú até a porta da casa da onça, onde ele meteu-lhe o magoal e as esporas a valer. Então gritou para dentro de casa: “Olha, eu não disse que o teiú era meu cavalo? Venham ver” Houve muita risada e o cágado, vitorioso, disse à filha da onça:
“Ande, moça, monte-se na minha garupa e vamos casar”. Assim aconteceu com grande vergonha para o teiú.



Sílvio Romero, “Contos Populares do Brasil”. Retirado do livro: Contos tradicionais do Brasil de Luís da Câmara Cascudo.
Este livro utilizado pelo ALACAZUM faz parte do KIT PONTO DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008:HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO GOVERNO FEDERAL.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Quem tudo quer, tudo perde.



Na 173° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 02 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, apreciamos o conto: Quem tudo quer, tudo perde.

Quando Nosso Senhor andava no mundo chegou a uma casinha de gente muito pobre e pediu de comer e de beber. Os velhos que moravam aí deram o que possuíam e agradaram muito a Nosso Senhor. Quando este ia embora, abençoou-os e disse:
-Pelo que fizeram por mim, e, como são pobres e tementes a Deus, podem pedir três coisas que serão realizadas imediatamente.
O velho e a velha ficaram saltando de contentes. Á noite, foram jantar e conversaram sobre o sucedido, meio desconfiados daquelas promesas. A velha, vendo a pobreza da janta, disse alto:
- o que eu queria agora era uma roda de lingüiças assando naquele fogo!
Palavras não eram ditas e apareceu uma roda de lingüiças assando em cima das brasas.
O velho ficou tão zangado com o pedido da mulher que não se conteve e gritou:
- E a minha vontade é que essa lingüiça fique na ponta da sua venta para você não ser maluca!
A lingüiça voou do fogo e grudou-se na ponta do nariz da velhota que começou a chorar e lastimar-se pela desgraça.
-Acuda-me, maridinho de minha´alma! Acuda-me, maridinho!
Tanto chorou e se lastimou que o velho marido teve pena do caso e pediu que a lingüiça saísse do nariz de sua mulher.
A lingüiça desapareceu.
Os três pedidos não serviram de nada. Quem tudo quer, tudo perde.



Contado por Francisco Cascudo em Natal, Rio Grande do Norte. Retirado do Livro: Contos Tradicionais do Brasil para jovens de Luís da Câmara Cascudo. Este livro utilizado pelo ALACAZUM faz parte do KIT PONTO DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA 2008:HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO GOVERNO FEDERAL.

Quadro: Desafio Musical



Na 173° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 02 de maio de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, oferecemos como desafio musical a música: Piripiri com Paulo Diniz.
Segundo a enciclopédia eletrônica: Wikipédia, piripiri significa:

Piripiri, um município brasileiro no estado do Piauí;
Piripiri, planta da família das ciperáceas;
Piripiri, uma árvore;
Piripiri, uma ave psitaciforme, da família dos psitacídeos.