Mulato, gay, "imortal" e precursor do Modernismo: João do Rio está na moda no Rio de Janeiro
Por Thereza Pires
Paulo Barreto, ou João do Rio, ou Claude, ou José Antonio José, ou Caran d'Ache, ou Joe (pseudônimos), ou Godofredo de Alencar (heterônimo com vida própria - como os de Fernando Pessoa) foi cronista, teatrólogo e contista.
Primeiro homem de imprensa a se interessar pela crônica social, estreou no jornal 'Cidade do Rio' (1899) , fundou, em 1915, a revista Atlântica e em 20, 'A Pátria'. Em 1917, fundou também a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, tendo sido seu primeiro presidente.Foi a Portugal várias vezes.
Lá, seus textos foram amplamente publicados e é nome de Avenida na cidade de Póvoa de Varzim. Em 1919, cobriu a Conferência de Paz em Versalhes e esteve também na Italia, Alemanha, Egito, Palestina eTurquia. Foi o membro da Academia de Ciências de Lisboa e da Academia Brasileira de Letras.Morte violentaDe origem humilde, tornou-se o primeiro homossexual assumido com reconhecimento e prestígio público no Brasil. Tentou entrar no Itamaraty mas, por ser mulato, foi aconselhado pelo Barão do Rio Branco a desistir da carreira diplomática.
João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto nasceu no Rio em 5 de agosto de 1881, filho do professor de matemática Alfredo Coelho Barreto e de Florência Cristóvão dos Santos Barreto, mulata e bastarda. Durante a infância, fez seus primeiros estudos com o pai.
Na adolescência, foi leitor de Edgar Allan Poe, Oscar Wilde e Jean Lorrain (dos quais foi o primeiro tradutor brasileiro) que influenciaram fortemente o seu estilo.Aos 18 anos começou carreira na imprensa em 'A Tribuna', como crítico literário e logo começou a produzir ficção.O personagem de seu primeiro conto - Impotência- era um homossexual virgem de 70 anos. Os do segundo - Páginas do diário de um anormal - dois meninos amigos de infância que se relacionavam usando sadomasoquismo psicológico.Embora muito incipientes, estes textos adolescentes já revelam uma mente criativa.
Em 1921, morreu dentro de um taxi no bairro do Catete, dias depois de ter sido espancado por marinheiros a mando, provavelmente, de um de seus desafetos. O corpo foi velado na redacão de seu jornal 'A Pátria' e o enterrro acompanhado por cerca de cem mil pessoas. A versão oficial é a de um infarto fulminante quando saía da redação, a caminho da casa da mãe.
Fonte:http://mixbrasil.uol.com.br/cultura/biografias/joao/joao.shtm
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