A marcha de carnaval, também conhecida como "marchinha", é um gênero de música popular que esteve no carnaval dos brasileiros dos anos 20 aos anos 60 do século XX, altura em que começou a ser substituída pelo samba enredo.
Na origem foi, no entanto, um estilo musical importado para o Brasil. Descende directamente das marchas populares portuguesas, partilhando com elas o compasso binário das marchas militares, embora mais acelerado, melodias simples e vivas, e letras picantes cheias de duplos sentidos. Marchas portuguesas faziam grande sucesso no Brasil até 1920, destacando-se Vassourinha, em 1912, e A Baratinha, em 1917.
A verdadeira marchinha de carnaval brasileira começou a surgir no Rio de Janeiro com as composições de Eduardo Souto, Freire Júnior e Sinhô, e atingiu o apogeu com intérpretes como Carmen Miranda, Almirante, Mário Reis, Dalva de Oliveira, Silvio Caldas, Jorge Veiga e Black-Out, que interpretavam, ao longo dos meados do século XX, as composições de João de Barro, o Braguinha e Alberto Ribeiro, Noel Rosa, Ary Barroso e Lamartine Babo. O último grande compositor de marchinha foi João Roberto Kelly.
O samba é um dos estilos musicais característicos de nosso país. Porém, na disputa entre gêneros, a marchinha reinou soberana nos salões de baile nos carnavais por muitos anos. Elas começaram a fazer sucesso no início do século XX e tinham uma fórmula simples: compassos binários, como a marcha militar, melodias simples e com forte apelo popular. Os temas tratados eram geralmente cotidianos, quando não tinham forte conotação política, o que faz muitas delas continuarem atuais. O duplo-sentido era muito explorado, na tentativa de dar leveza a temas difíceis de serem tratados.
As marchinhas tiveram seu auge nos anos 30, 40 e 50. A primeira música feita exclusivamente para o Carnaval foi a marcha "Ó abre alas", da maestrina Chiquinha Gonzaga, composta em 1899 e que animou os bailes cariocas por três anos consecutivos. No acervo do Museu da Imagem e do Som (MIS) é possível encontrar livros que narram a trajetória marcante da compositora, como a coleção “História da Música Popular Brasileira”, lançada pela Editora Abril, com texto de José Ramos Tinhorão. Na mesma coleção, Haroldo Lôbo, João de Barro, Alberto Ribeiro e Lamartine Babo também são homenageados, com encartes de vinil incrementados com histórias dos carnavais no início do século e imagens dos bailes da época.
Algumas das marchinhas que fizeram muito sucesso foram: “Chiquita Bacana” (1949), de João de Barro e Alberto Ribeiro, “O Teu Cabelo Não Nega” (1932), dos Irmãos Valença e de Lamartine Babo e “Mamãe eu Quero” (1937), de Jararaca e Vicente Paiva, que levada por Carmen Miranda aos Estados Unidos chegou a ser gravada por Bing Crosby. A pequena notável também tem seu espaço no acervo do MIS. O destaque é o livro “Carmen Miranda” (1985), de Cássio Emmanuel Barsante, que ilustra com muita qualidade toda a carreira da cantora. Do Brasil para a Broadway, Nova Iorque, e o mundo, a vida de Carmen pode ser visualizada em 246 páginas, diagramadas com muitas imagens e cartazes, além da completa discografia e filmografia da artista.
7 comentários:
ultimanente o povo precisa de cultura e acho q... essa seria uma otima dica para adiquirir conhecimento
Parabéns pelo comentário a respeito das marchinhas. Relevante assunto para esta geração.
parabéns pela postagem. Muito útil para resgatar a história de nosso carnaval.....
Apoio essa iniciativa de leitura, pois ela é o ponto de partida para entendermos o mundo a nossa volta!!!
Muito bom o seu blog esta de parabéns, amei é muito fofo por isso quero contribuir com ele deixando esses conteudos muito legais que são relacionados ao assunto.
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As marchinhas são eternas e necessárias,para contextualizar e estimular novas criações!
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