quinta-feira, 11 de maio de 2017

Crônica cotidiana de Celeste Martinez-5

Eu, novamente na coluna vertebral do Calçadão, na cidade, de Valença, Bahia, quando alguém gritou meu nome:
- Celeste!
Seguia tão apressada que não notei a conhecida ex-colega de infância. Respondi-lhe pronunciando seu nome completo como no tempo de escola, em que emparelhados ordenadamente, um atrás do outro, religiosamente, a professora, fazia a chamada, pronunciado o nome e sobrenome.
A colega, imediato, entendeu acrescentando o nome de casada. Rimos. Descontraimos risos e mais risos.
- Ah! Tempo bom! Disse
E ela suspirou como quem aspira lembranças. Logo em seguida deixou escapar mais um nome de colega. Ao falar, ela acentuava a voz com aquele tom de citação. E eu a acompanhava na brincadeira, dizendo outro nome . Nos intervalos, sorrisos. Muitos.
- Lembra de fulano, filho do doutor xis, metido a gostosão?
-Não lembrava.
- Morava ali na rua das casas, número das portas”.
Novos sorrisos.
- E os intervalos para comprar o picolé de Magí?
- Ainda lembro o sabor chocolate!
Tinhamos muito a recordar se não fosse a rotina a lembrar as tarefas ainda por fazer. A colega insinuou a direção que tomaria e prosseguiu. Seguimos juntos uns cem metros até tomar rumos diferentes. Um curto tchau selou o fim dos sorrisos, das lembranças. E a infância, mais uma vez voltou a trancafiar-se dentro da gente.

Valença, Bahia, 5 de maio de 2017 Celeste Martinez

Nenhum comentário: