quarta-feira, 31 de maio de 2017

Crônica cotidiana de Celeste Martinez

Publicado no Facebook dia 29 de maio de 2017


Essa crônica, é contrapartida da anterior quando relatei o encontro que tive com o homem que vende aipim, empurrando um carrinho todo em madeira. E que agora sei o nome por que a amiga Clenildes, assídua leitora, informou-me quando lá deixou um comentário. Chama-se Senhor Floriano.
Após o término da conversa que tive com ele, precisei ir ao supermercado. Estava empolgada com o encontro que tive com aquele cidadão. Brotou a vontade de escrever. Enquanto caminhava, peguei o caderno e fui logo lapidando as primeiras letras. Já no supermercado, aguardando atendimento, prosseguir no esboço. Foi quando ouvi:
- É a crônica?
Uma mulher, parada bem ao meu lado, que também aguardava atendimento.
- Sim. Respondi e imediato perguntei:
- Como sabe?
- Acompanho. Leio todas.
Não sei qual foi o motivo que naquele momento, ocorreu um estranhamento na memória. Poderia ser pelo meu envolvimento com a ideia que tentava aprisionar, escrevendo.Para não ser mal educada, prosseguir conversando, com toda certeza, eu a reconheceria, logo, logo. Foi quando ela relembrou a crônica onde falei sobre o personagem que fugia de mim para não virar crônica. Ela deu sua opinião, mais não recordo o quê, exatamente.
Era questão de três ou quatro minutos para finalizar o atendimento e em minha cabeça, articulava mil coisas:
Primeiro: o fio da meada do que havia se partido enquanto eu escrevia.
Segundo: a atenção para a mulher.
Terceiro: o compromisso programado para aquele momento.
Quarto: o reconhecimento da fisionomia.
E Quinto: a nova crônica que surgia.
Olhava fixamente para ela. Rosto familiar.
E claro, as minhas crônicas são publicadas na página do Facebook, para poucas amigas e amigos. Ela é uma destas seletas amizades da virtualidade.
- Você é minha amiga no Face?
- Sim. Respondeu-me
O nome não veio imediato entretanto já visualizava o perfil dela na página. Assim que chegasse em casa, averiguaria o nome.
Despedimo-nos.
Veja, só!
Quanto movimento está ocorrendo com esta minha escritura cotidiana.
É como se alguns personagens da cidade fossem pouco a pouco, sendo pintados e eternizados em um grande quadro. Fico feliz, por isso!

 
Valença, Bahia, 26 de maio de 2017

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