Sexta-feira, avenida Alisson Magalhães de Freitas, na cidade de Valença Bahia. Estaciono devidamente, em frente a estabelecimento comercial, a minha motocicleta, marca Kasinski 50 cilindradas. Vou às compras. De repente um automóvel, marca Ford Sedan 2017, expressamente avantajado em sua forma e volume, para ao lado da minha moto, ultrapassando a faixa de estacionamento permitido e ocupando uma parte da rua transitável para os veículos.
Uma mulher, vestida com trajes de acadêmia, saí, mãos dadas com uma criança. Segue pela calçada descontraidamente.
Imediato dois homens aproximam-se de mim e pede para que eu retire a minha moto por que eles vão descarregar o caminhão. Esclareço que tenho direito a vaga e não estou atrapalhando, ao contrário do carro alí parado. Poderia facilitar um pouco chegando a moto, desde que aquele carro também saisse. Eles nada disseram e retiram-se. Enquanto isso o caminhão congestionava a rua. Era visível a fila que se formava.
Enquanto a mulher, proprietária do veículo de luxo não chegava, os homens do caminhão, começaram a descarregar sacos e sacos de farinha. A tensão aumenta, pois escuta-se buzinaços e xingatórios, obrigando o caminhão a descongestionar a via pública, seguindo mais adiante, até a esquina entre a avenida Alisson Magalhães de Freitas e a rua Jaime Guimarães.
Até o momento, nada da mulher chegar, muito menos eu entro para fazer as compras. Quando felizmente, a proprietária do veículo, aproxima-se e sai, eu, sem precisar que ninguém me diga o que fazer, comprimo a motocicleta entre outros com intuito de deixar o caminhão estacionar devidamente para a descarga.
Enquanto entro no estabelecimento comercial, analiso o acontecimento. Como as relações de poder que envolvem as nossas vidas, modificam o nosso modo de raciocínio. Foi mais fácil para os trabalhadores exigirem de mim que cedesse a vaga do que reclamar com a mulher. E eu estava no meu direito e devidamente estacionada.
Valença, Bahia 12 de maio de 20117 Celeste Martinez
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