domingo, 31 de agosto de 2014

Na 365° edição do Alacazum Palavras Para Entreter

Na 365° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentação da escritora e locutora, Celeste Martinez e que foi ao ar no dia 24 de agosto de 2014, das 8 às 9 h  transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, apreciamos a poesia: Impressionista de Adélia Prado, no livro: Bagagem.

Impressionista

Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.

Adélia Prado

Poesia: O poeta. De Marquinhos e Chico Cordel

Livreto criado pelos poetas Marquinhos e Chico Cordel de Ibotirama, Bahia

O Poeta

O poeta tem o poder em si
De fazer poesias lindas
Como uma flor vermelha
De viagem com idas e vindas.

O poeta também sabe fazer notas
Notas como dó ré, mi
Ele também sabe fazer fá, sol, lá si.

Ele demonstra os sentimentos na poesia
Como se a poesia quisesse expressar seus sentimentos
Ele faz os versos terem sentido
Como se seu coração batesse lento.

Para o poeta a vida é linda
Linda como a poesia
Como uma flor que desabrocha
Como uma linda magia.

Marquinho e Chico Cordel, no livro: Mundo de Poesias, ilustrado por Chico Cordel

domingo, 24 de agosto de 2014

Vídeo de :A casa, de Rubem Braga

A escritora e locutora, Celeste Martinez interpretando a crônica: A casa, de Rubem Braga

Música: Moro onde não mora ninguém, de Agepê e Canário


Na 365° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentado pela escritora e locutora, Celeste Martinez e que foi ao ar no dia 24 de agosto de 2014, das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, cujo tema: O melhor lugar para se viver, baseado na música: moro onde não mora ninguém de Agepê e Cánario.

Moro onde não mora ninguém

Moro onde não mora ninguém
Onde não passa ninguém
Onde não vive ninguém
É lá onde moro
E eu me sinto bem
Moro onde moro...

Não tem bloco na rua
Não tem carnaval
Mas não saio de lá
Meu passarinho me canta a mais linda
Cantiga que há
Coisa linda vem do lado de lá


Uma casinha branca
No alto da serra
Um coqueiro ao lado
Um cachorro magro amarrado
Um fogão de lenha, todo esfumaçado
É lá onde moro
Aonde não passa ninguém
É lá que eu vivo sem guerra
É lá que eu me sinto bem.




Vídeo- da história do folclore irlandẽs: O jovem que não tinha medo de nada

A escritora e locutora, Celeste Martinez, interpreta, história do folclore irlandês

O jovem que não tinha medo de nada, de Heloisa Prieto

Na 365° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentado pela escritora e locutora, Celeste Martinez e que foi ao ar no dia 24 de agosto de 2014, das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, cujo tema: O melhor lugar para se viver, baseado na música: moro onde não mora ninguém de Agepê e Cánario, apreciamos a história do folclore irlandês: O jovem que não tinha medo de nada, de Heloisa Prieto, no livro: Lá vem Histórias.

O jovem que não tinha medo de nada

Havia um jovem que não tinha medo de nada. Desde pequeno, quando seus irmãos choravam de medo da chuva, do escuro, de latido de cachorro, ele só ria, porque não tinha medo de nada.

Numa noite muito escura, ele passeava pela floresta quando encontrou um homem semimorto estendido no chão. O home disse:

- Obrigado por vir me ajudar. Estou quase morrendo. Passei a vida inteira sozinho, porque sou muito feio e as pessoas têm medo de mim.

O jovem disse ao doente:

- Não tenho medo de nada. Vou levá-lo para minha casa e cuidar de você. E foi o que ele fez. O homem feio viveu sob os cuidados do rapaz sem medo. Todos na vila lhe diziam que ele era louco de cuidar de um homem-monstro e que ninguém nunca iria visitá-lo. Um dia, o homem feio morreu. O rapaz o enterrrou e enfeitou seu túmulo com flores. Depois, partiu em viagem.

Viajou por muito tempo sem encontrar ninguém em seu caminho. Certa noite, chegou à clareira de uma floresta onde havia um grupo de pessoas gritando. Alguém atirou uma coisa em sua direção e o rapaz a apanhou pensando que fosse uma bola. Só que a coisa era a cabeça humana. Uma cabeça viva, falante, que lhe explicou:

-Você não tem medo de mim?

- De jeito nenhum! - respondeu o rapaz. - Nunca tive e nunca terei medo de nada nem de ninguém.

Mal ele acabou de falar, as pessoas que gritavam e a cabeça que falava desapareceram. Ele se viu sozinho na floresta e prosseguiu em sua viagem. Acabou chegando a uma casa onde morava um homem que lhe ofereceu hospedagem mas o alertou:

- Nesta casa mora um fantasma! Espero que não tenha medo de dormir aqui.

O rapaz mais uma vez disse:

- De jeito nenhum! Nunca tive e nunca terei medo de nada nem de ninguém!

Na mesma noite, o rapaz acordou com um barulho horrível! Saiu  para ver o que estava acontecendo e avistou um touro e um cavalo gigante lutando no telhado da casa. Pensou: " Isso é muito estranho, mais não me dá medo" Medo é uma coisa que nunca tive e nunca terei. Imediatamente os animais desapareceram. Na noite seguinte, a cena se repetiu. O rapaz pensou naquelas mesmas palavras de sempre e os animais também desapareceram. Até que, na terceira noite, o rapaz foi despertado por um velho de aparência bondosa que lhe disse:

- Você é o maior herói de todos os tempos. Tem o coração mais generoso que já encontrei. Sou um fantasma. Morri há vinte anos e agora quero que você herde minha casa e se case com a minha filha. Amanhã ela chegará de viagem. Tenho certeza que você gostará dela.

No outro dia, a filha do fantasma regressou e assim que viu o rapaz sem medo se apaixonou por ele. O rapaz tambem caiu de amores pela menina. Os dois se casaram e tiveram uma longa vida com muitos filhso, que também cresceram felizes e sem medo nenhum.

A casa, de Rubem Braga

Na 365° edição do Alacazum Palavras Para Entreter, apresentado pela escritora e locutora, Celeste Martinez e que foi ao ar no dia 24 de agosto de 2014, das 8 às 9 h, transmissão ao vivo 87,9 Rio Una FM, cujo tema: O melhor lugar para se viver, baseado na música: moro onde não mora ninguém de Agepê e Cánario, apreciamos a crônica: A casa, de Rubem Braga, no livro: Ai de ti, Copacabana.

A casa

Outro dia eu estava folheando uma revista de arquitetura.

Como são bonitas essas casas modernas; o risco é ousado e às vezes lindo, as salas são claras, parecem jardins com teto, o arquiteto faz escultura em cimento armado e a gente vive dentro da escultura e da paisagem.

Um amigo meu quis reformar seu apartamento e chamou um arquiteto novo.

O rapaz disse: “vamos tirar esta parede e também aquela; você ficará com uma sala ampla e cheia de luz. Esta porta podemos arrancar, para que porta? E esta outra parede vamos substituir por vidro; a casa ficará mais clara e mais alegre” E meu amigo tinha um ar feliz.

Eu estava bebendo a um canto, e fiquei em silencio.

Pensei nas casinhas que vira na revista e na reforma que meu amigo ia fazer em seu apartamento. E cheguei a conclusão de que estou velho mesmo.

Porque a casa que eu não tenho, eu a quero cercada de muros altos, e quero as paredes bem grossas e quero muitas paredes, e dentro da casa muitas portas com trincos e trancas; e um quarto bem escuro para esconder meus segredos e outro para esconder minha solidão.

Pode haver uma janela alta de onde eu veja o céu e o mar, mas deve haver um canto bem sossegado em que eu possa ficar sozinho, quieto, pensando minhas coisas, um canto sossegado onde um dia eu possa morrer.

A mocidade pode viver nessas alegres barracas de cimento, nós precisamos de sólidas fortalezas; a casa deve ser antes de tudo o asilo inviolável do cidadão triste; onde ele possa bradar, sem medo nem vergonha, o nome da sua amada; Joana, JOANA! - certo de que ninguém ouvirá; casa é o lugar de andar nu de corpo e alma, e sítio para falar sozinho.

Onde eu, que não sei desenhar, possa levar dias tentando traçar na parede o perfil da minha amada, sem que ninguém veja e sorria; onde eu, que não sei fazer versos, possa improvisar canções em alta voz para o meu amor; onde eu, que não tenho crenças, possa rezar a divindades ocultas, que são apenas minhas.

Casa deve ser a preparação para o segredo maior do túmulo.

Rio, maio, 1957

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Alacazum Palavras Para Entreter em Canudos, Bahia


                            Conheci em Canudos, Bahia, o poeta, Zé Amorim

Mundo de Poesias de Chico Cordel e Marquinhos

Belo encontro na Praça Ives de Oliveira ( Praça do Coreto ) em Ibotirama, Bahia, quando do encerramento do Projeto Itinerante: Faz-se Filmes, quando o Chico Cordel e Marquinhos me ofertaram um exemplar do livro que eles lançaram, chamado: Mundo de Poesias. Obrigada!

A poesia viva de Ibotirama, Bahia


Chico Cordel, que vive em Ibotirama, Bahia, já escreveu um livreto de poema em parceria com o amigo Marquinhos.

Alacazum Palavras para Entreter em Ibotirama, Bahia

Em Ibotirama, Bahia, na função de produtora do Projeto Itinerante: Faz-se Filmes, às margens do Rio São Francisco, conheço Chico Cordel. Bela amizade.

Na 361° edição do Alacazum Palavras Para Entreter

Esta imagem, registrei na cidade de Ibotirama, às margens do rio São Francisco e pensei em um poema meu que diz:

Pegue este fio e siga esta linha
não transforme nada
não processe nada
não transgrida o raciocínio
siga.
é tão denso e fatal o tempo de embarque
que é impossível pensar tudo de vez.
por isso
siga
veja
prossiga
O momento é este fio
e sua vida
é uma linha.

Celeste Martinez
Livro: Valenciando -antologia de escritores da cidade de valença bahia
Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia, ano 2005