quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Literatura, pão e poesia de Sérgio Vaz

Luan, Lucas e Vanessa

Na 234° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 28 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos a leitura do texto: Literatura, pão e poesia de Sérgio Vaz na interpretação de Vanessa Mendes Brito Licencianda em Matemática pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia.

A literatura na perifeeria não tem descanso, a cada dia chega mais livros. A cada dia chega mais escritores, e, por consequência disso, mais leitores. Só os cegos não querem enxergar este movimento que cresce a olho nu, neste inicio de século. Só os surdos não querem ouvir o coração deste povo lindo e inteligente zabumbando de amor pela poesia. Só os mudos, sempre eles, não dizem nada. Esses, custam a acreditar.

Não quero nem falar dos saraus que estão acontecendo aos montes, pelas quebradas de São Paulo. Isto me tomaria muito tempo. Haja visto as dezenas de encontros literários, pipocando nas noites paulistanas. Cada qual do seu jeito, cada qual com seu tema, cada qual a sua maneira de cortejar as palavras.

Mas eu quero falar mesmo é da poesia que se espalhou feito um vírus no cérebro dos homens e mulheres da periferia. Pois é, essa mesma poesia que há tempos era tratada como uma dama pelos intelectuais, hoje vive se esfregando pelos cantos dos subúrbios à procura de novas emoções.

O tal poema, que desfilava pela academia, de terno e gravata, proferindo palavras de alto calão para platéias desanimadas, hoje, anda sem camisa, feito moleque pelos terreiros, comendo miudinho na mão da mulherada.

Vocês, por acaso, já ouviram falar do tal poema concreto? Pois é, os trabalhadores e desmpregados estão construindo bibliotecas com eles, nas favelas. E o lobo mau pode assoprar que não derruba. Apesar da pouca roupa que lhe deram está se sentindo todo importante com sua nova utilidade.

A periferia nunca esteve tão violenta, pelas manhãs é comum ver, nos ônibus, homens e mulheres segurando armas de até 400 páginas. Jovens traficando contos, adultos, romances. Os mais desesperados, cheirando crônicas sem parar. Outro dia um cara enrolou um soneto bem na frente da minha filha. Dei-lhe um acróstico bem forte na cara. Ficou com a rima quebrada por uma semana.

A criançada está muito louca de história infantil. Umas já estão tão viciadas, que, apesar de tudo e de todos, querem ir para as universidades. Viu, quem mandou esconder ela da gente, agora a gente quer tudo de vez!

Dizem por aí que alguns sábios não estão gostando nada de ver a palavra bonita beijando gente feia. Mas neste país de pele e osso, quem é o sábio? Quem é o feio? E olha que a gente nem queria o café da manhã, só um pedaço de pão. Que comam brioches!
Não, não é Alice no país da maravilha, mas também não é o inferno de Dante.
É só o milagre da poesia.


Sérgio Vaz é poeta e fundador da Cooperifa
poetavaz@ig.com.br

Retirado da revista Caros Amigos n° 173, ano XV

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A Flor que não agradava o jarro de Tamara Lacerda

Pintura de G. Lins


Na 234° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 28 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos o texto: A flor que não agradava o jarro de Tamara Lacerda que vive na cidade de Valença Bahia Brasil.

Naquela noite eu não tinha cabeça. Um corpo com um enfeite em vez de cabeça: era eu. Sorria e me enganava. Sim, sorrir era um engano ali. Eu sorria para agradar e achava que isso podia me ser um agrado também. Sorria, sorriam de volta... Mas eu nem tinha cabeça, nem tinha mente! Ali não se importavam se eu era um enfeite, compondo o espaço, ou se eu era um pensante como eles que além de sorrir sabia falar.

Todos conversavam, todos se adoravam e todos me viam como um daqueles jarros de flores. Flores são bonitas, jarros as vezes também são. Mas naquele lugar eles, assim como eu, estavam ali, apenas estavam. Jarros de flores não interagem, ficam parados esperando as flores fazerem o papel delas. Eu estava ali como um deles, aguardando a conversadeira acabar e cansada de observar e sorrir, que era o papel do enfeite em cima do meu corpo.

Eu sempre estive cansada de me enganar e não sabia, até por que eu não tinha cabeça, não havia como pensar nisso! Aquela sala, aquela mesa, aquela felicidade; eu não fazia parte de nada daquilo e nem tinha como me encontrar. Muitos dali nem me notavam, e os que notavam pareciam saber que eu não tinha cabeça. E por que eu não tinha cabeça? Ora! Ela era o lugar do enfeite que servia pra sorrir, lembra?

Jarros não têm cabeças, a flor fica no lugar. Porém, a flor não é do jarro, nunca foi. Do mesmo modo, aquele enfeite não era meu. Eu sorria para agradar aos outros, aqueles poucos que me viam. Eu sorria para achar que podia agradar. Não era o meu sorriso! E nem minha cabeça estava ali.


Retirado do blog:www. noutroras.blogspot.com


domingo, 28 de agosto de 2011

Filosofia de Noel Rosa com Maria Gadú


Na 234° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 28 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos a música: Filosofia de Noel Rosa na interpretação de Maria Gadu, após leitura do texto: A flor que não agradava o jarro de Tamara Lacerda.

Na 233° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER


Na 233° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 21 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 mais uma vez oferecemos a tradicional caixa de chocolate como pretexto para instigar a pesquisa. E a cada novo domingo muitas crianças têm despertado interesse em participar juntamente com a família. No próximo domingo, 4 de setembro faremos um especial em homenagem aos 5 anos de existência do ALACAZUM na cidade de Valença Bahia Brasil. Agende-se, de 8 às 9 .


sábado, 27 de agosto de 2011

As meninas de Cecília Meireles


Na 233° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 21 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos o poema: As meninas de Cecília Meireles que faz parte do livro: Ou isto ou aquilo. Após escutamos: Augusta, Angélica, Consolação com Tom Zé.

Arabela
abria a janela.

Carolina
erguia a cortina.

E Maria
olhava e sorria:
- Bom dia!

Arabela
foi sempre a mais bela.

Carolina,
a mais sábia menina.

E Maria
apenas sorria:
- Bom dia!

Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
outra que se chamou Carolina.

Mas a nossa profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
-Bom dia!


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Manuelzão e Miguilim de João Guimarães Rosa


Na 233° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 21 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos os seguintes fragmentos do livro: Manuelzão e Miguilim de João Guimarães Rosa.

- Mãe, o que a gente faz, se é mal, se é bem, ver quando é que a gente sabe?" "- Ah, meu filhinho, tudo o que a gente acha muito bom mesmo fazer, se gosta demais, então há pode saber que é malfeito..." O vaqueiro Jé: malfeito como é, que a gente se sabe? " "- Menino não carece de saber Miguilim. Menino, o todo quanto faz, tem de ser mesmo é malfeito..." O vaqueiro Salúz aparecia tangendo os bezerros, as vacas que berravam acompanhavam. Vaqueiro Salúz vinha cantando bonito, ele era valente geralista. A ele Miguilim perguntava: " -Sei se sei Miguilim? Nisso nunca imaginei. Acho quando os olhos da gente então quendo olhar para dentro só, quando a gente não tem dispor para encarar os outros, quando se tem medo das sabedorias... Então, é mall feito". Mas o Dito, de ouvir, ouvir, já se invocava. " -Escuta, Miguilim, esbarra de estar perguntando, vão pensar você furtou qualquer trem de Pai". " -Bobagem. O cão que eu furtei algum" "- Olha: pois agor que eu sei, Miguilim. Tudo quanto há, antes de se fazer, ás vezes é malfeito, mas depois que está feito e a gente fez, aí tudo é bem-feito..." O Dito, porque não era com ele. Fosse com ele, desse jeito não caçoava.

Fragmento do livro:Manuelzão e Miguilim de João Guimarães Rosa. Página 87


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Hellen, ganhadora da caixa de chocolate na 233° edição do ALACAZUM

A garota Hellen (de vestido verde à direita) foi a ganhadora da caixa de chocolate da 233° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER. Este na Pizzaria OS MARTINEZ acompanhada de sua mãe para receber o prêmio.


Mi Viejo, Piero


Na 233° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 21 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos a música: Mi Viejo, na interpretação do músico argentino Piero em homenagem a D. Lucinha que vive em nossa cidade.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Um brinde extraordinário, conto da China


Na 233° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 21 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos o conto: Um brinde extraordinário de origem chinesa.,


Chiang era um rapaz muito inteligente e trabalhador, que se empregara como vendedor na loja de um comerciante, homem rico, mas terrivelmente sovina.
Um dia, Chiang organizou com tanta rapidez e senso prático as mercadorias da loja, que o mercador não pôde deixar de elogiá-lo. E, num ímpeto, propôs um brinde.
- Vá comprar uma garrafa de vinho para brindarmos - disse ele ao rapaz.
Chiang estranhou a repentina generosidade do patrão, porém logo caiu em si, quando, ao pedir o dinheiro para comprar o vinho, ouviu como resposta:
-Dinheiro? Ora, qualquer um é capaz de comprar vinho com dinheiro. Se vamos brindar à sua inteligência, prove-me que você é mais inteligente do que eu e dê um jeito.
Por um momento, Chiang ficou desconcertado, mas logo se recompôs. Saiu da loja e dali a pouco voltou trazendo uma garrafa vazia, que arrumou numa bandeja, junto a duas taças.
- O que significa isso? - indagou o avarento, ao ver a bandeja que o rapaz lhe oferecia. - Onde está o vinho?
- Bem - respondeu Chiang -, mostre-me agora que o senhor é inteligente. Todo mundo é capaz de beber vinho de uma garrafa cheia, mas beber de uma garrafa vazia, isso é que é extraordinário..

Este livro que utilizamos no programa ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER faz parte do KIT PONTOS DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM quando do I CONCURSO PONTOS DE LEITURA- HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS DO GOVERNO FEDERAL NO ANO DE 2008.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Augusta, Angélica, Consolação de Tom Zé

Na 233° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 21 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos a música: Augusta, Angélica, Consolação de Tom Zé.


Augusta, graças a deus,
Graças a deus,
Entre você e a angélica
Eu encontrei a consolação
Que veio olhar por mim
E me deu a mão.
Augusta, que saudade,
Você era vaidosa,
Que saudade,
E gastava o meu dinheiro,
Que saudade,
Com roupas importadas
E outras bobagens.
Angélica, que maldade,
Você sempre me deu bolo,
Que maldade,
E até andava com a roupa,
Que maldade,
Cheirando a consultório médico,
Angélica.
Augusta, graças a deus,
Entre você e a angélica
Eu encontrei a consolação
Que veio olhar por mim
E me deu a mão.
Quando eu vi
Que o largo dos aflitos
Não era bastante largo
Pra caber minha aflição,
Eu fui morar na estação da luz,
Porque estava tudo escuro
Dentro do meu coração.



sábado, 20 de agosto de 2011

Na 232° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 232° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 14 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 , apreciamos a poesia de Vinicius de Moraes.

As Borboletas

Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas.

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então...
Oh, que escuridão!




Larissa Vitória e sua poesia do dia dos pais

Na 232° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 14 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 considerado no Brasil o dia dos pais, apreciamos a poesia: Meu querido pai, autoria de Larissa Vitória- primeiro lugar, categoria criança no I CONCURSO DE POESIA ALACAZUM 2010.
Parabéns, mais uma vez Larissa Vitória! Continue escrevendo por que o ALACAZUM está aqui para divulgar os grandes talentos que existem em nossa cidade.



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O ar (o vento ) de Vinicius de Moraes



Na 232° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 14 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos o poema de Vinicius de Moraes, intitulado: O ar (o vento)


Estou vivo mas não tenho corpo

Por isso é que eu não tenho forma

Peso eu também não tenho

Não tenho cor.


Quando sou fraco

Me chamo brisa

E se assobio

Isso é comum

Quando sou forte

Me chamo vento

Quando sou cheiro

Me chamo pum!


Vinicius de Moraes

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Jair Oliveira interpreta: Xixi nas estrelas

Na 232° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 14 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos a música: Xixi nas estrelas, autoria de Paulo Leminsk e Guilherme Arantes na belíssima interpretação de Jair Oliveira filho do cantor Jair Rodrigues.

Crédito da imagem: Google

Xixi nas estrelas de Paulo Leminsk e Guilherme Arantes


Autoria: Paulo Leminsk e Guilherme Arantes

Lá vem eles com suas bandeiras
Suas armas e outras asneiras
Esses homens pássaros do espaço
Será que eles vem só pra ver
Ou será que vem pra brigar
Se for pra brigar vão se ver comigo
Ponho todos de castigo
Se eles pensam que podem
Fazer aqui em cima
O que fazem na terra
Estão redondamente enganados
Aqui é o jardim do céu

Quem foi que disse
Que êles podem vir aqui
Nas estrelas fazer xixi ,xixi ..

Tomem muito cuidado
Que esse sol é uma rosa
Que esse azul é um gramado
Que essa lua é uma flor
Na madrugada

Quem foi que disse
Que eles podem vir aqui?
Nas estrelas fazer xixi


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Tapa de luva de Damário Dacruz

Na 232° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 14 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos o belo poema: Tapa de luva de Damário Dacruz.


Os
animais
e as flores
silvestres
reunidos
decidiram:
O HOMEM
NÃO MERECE
SER
EXTINTO.

Damário Dacruz


domingo, 14 de agosto de 2011

A arca de Noé de Vinicius de Moraes

Na 232° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 14 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 prosseguindo no tema: INFÂNCIA apreciamos poemas de Vinicius de Moraes contido no livro: A arca de Noé.


sábado, 13 de agosto de 2011

Na 231° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 231° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 7 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 cujo tema: INFÂNCIA apreciamos outro poema de Cecília Meireles.

A lua é do Raul

Raio de lua.
Luar.
Lua no ar
azul.

Roda da lua.
Aro da roda
na tua
rua, Raul.

Roda o luar
na rua
toda
azul.

Roda o aro da lua.

Raul,
a rua é tua!

A lua do aro azul.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A pombinha da Mata de Cecília Meireles

Na 231° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 7 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 cujo tema: INFÂNCIA apreciamos o poema: a pombinha da mata de Cecília Meireles. O livro adotado faz parte do KIT PONTOS DE LEITURA conquistado pelo ALACAZUM.

A pombinha da mata

Três meninos na mata ouviram
um pombinha gemer.

"Eu acho que ela está com fome"
disse o primeiro
" e não tem nada para comer".

Três meninos na mata ouviram
uma pombinha carpir.

"Eu acho que ela ficou presa"
disse o segundo.
" e não sabe como fugir".

Três meninos na mata ouviram
uma pombinha gemer.

"Eu acho que ela está com saudade"
disse o terceiro.
" e com certeza vai morrer".




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

As duas velhinhas de Cecília Meireles


Na 231° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 7 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 cujo tema: INFÂNCIA apreciamos a poesia da Cecília Meireles contida no livro: Ou isto ou aquilo.

As duas velhinhas

Duas velhinhas muito bonitas,
Mariana e Marina,
estão sentadas na varanda:
Mariana e Marina.

Elas usam batas de fitas,
Mariana e Marina,
e penteados de tranças
Mariana e Marina.

Tomam chocolate as velhinhas
Mariana e Marina
em xícaras de porcelana:
Mariana e Marina.

Uma diz: "Como a tarde é linda
não é Marina?"
A outra diz: "Como as ondas dançam
não é Mariana?"

"Ontem eu era pequenina",
diz Marina.
"Ontem, nós éramos crianças"
diz Mariana.

E levam à boca as xicrinhas
Mariana e Marina,
as xicrinhas de porcelana:
Marina e Mariana.

Tomam chocolate as velhinhas
Mariana e Marina.
E falam de suas lembranças
Marina e Mariana.

Cecília Meireles


terça-feira, 9 de agosto de 2011


Quando a notícia é boa vale divulgar! Ainda mais quando toca os laços familiares. Apreciem a informação que recebo agorinha: Violeta Martinez (minha filha) que cursa Cinema na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia -UFRB- foi selecionada para o Panorama Internacional Coisas de Cinema em Salvador Bahia.

sábado, 6 de agosto de 2011

Selecionados para a competitiva de curtas baianos

A MORTE DE D.J. EM PARIS, de Igor Penna

CHAPEUZINHO, de Rafael Jardim

CORTE SECO, de Matheus Vianna

CURANDEIROS DO JARÊ, de Marcelo Abreu Góis

DALVA, de Filipe Wenceslau

LEMON LIPS, de Marccela Vegah

OS MARTINEZ, Violeta Martinez

OLHO DE BOI, de Diego Lisboa

PÉROLA DO SEMIÁRIDO, de Igor Souto

TRAGÉDIA DO TAMANDUÁ, de George Neri


Visite o site:http://www.coisadecinema.com.br/coisadecinema/VII_Panorama_Internacional_Coisa_de_Cinema/Entradas/2011/8/6_Selecionados_para_a_competitiva_de_curtas_baianos.html



A Chácara do Chico Bolacha de Cecília Meireles


Na 231° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 7 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 cujo tema: INFÂNCIA apreciamos os belíssimos versos deCecília Meireles em seu livro: Ou isto ou aquilo. O livro que utilizamos no programa ALACAZUM faz parte do KIT PONTOS DE LEITURA que o ALACAZUM conquistou em edital no I CONCURSO PONTOS DE LEITURA: HOMENAGEM A MACHADO DE ASSIS (2008) do Governo Federal.

A chácara do Chico Bolacha


Na chácara do Chico Bolacha,
o que se procura
nunca se acha!

Quando chove muito,
o Chico brinca de barco,
porque a chácara vira charco.

Quando não chove nada,
Chico trabalha com a enxada
e logo se machuca
e fica de mão inchada.

Por isso, com o Chico Bolacha
o que se procura
nunca se acha.


Dizem que a chácara do Chico
só tem mesmo chuchu
e um cachorrinho coxo
que se chama Caxambu


Outras coisa, ninguém procure,
porque não acha.
Coitado do Chico Bolacha!

Cecília Meireles

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Tempo de Infância com Yamandu Costa


Na 231° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 7 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 cujo tema: INFÂNCIA apreciamos como BG a música : Tempos de Criança na divina interpretação de Yamandu Costa, compositor e violonista gaúcho.


Crédito da imagem:

http://www.lajedohoje.com.br/cultura/yamandu-costa-lanca-disco-solo-gravado-na-alemanha

domingo, 7 de agosto de 2011

O Menino Azul da Cecília Meireles




Celeste Martinez, escritora e apresentadora do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER

Na 231° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 7 de agosto de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 cujo tema: INFÂNCIA apreciamos a leitura do livro: O menino azul da Cecília Meireles.

sábado, 6 de agosto de 2011

230° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER


Na 230° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 31 de julho de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 cujo tema: SAUDADE, apreciamos a belíssima canção: Beijo de Saudade na divina interpretação de Mariza cantora portuguesa e Tito Pares cantor caboverdiano.

Ondas sagradas do Tejo
Deixa-me beijar as tuas águas
Deixa-me dar-te um beijo
Um beijo de mágoa
Um beijo de saudade
Para levar ao mar e o mar à minha terra

Nha terra ê quêl piquinino
È Cabo Verde, quêl quê di meu
Terra que na mar parcê um minino
È fidjo d'oceano
È fidjo di céu
Terra di nha mãe
Terra di nha cretcheu

Nas tuas ondas cristalinas
Deixa-me dar-te um beijo
Na tua boca de menina

Deixa-me dar-te um beijo, óh Tejo
Um beijo de mágoa
Um beijo de saudade
Para levar ao mar e o mar à minha terra

Na bôs onda cristalina
Na tua boca de menina
Um beijo de mágoa
Pá bô levá mar, pá mar leval'nha terra
Pá bô levá mar, pá mar leval'nha terra

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Mar Português de Fernando Pessoa


Na 230 edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 31 de julho de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 cujo tema: SAUDADE apreciamos o belíssimo poema de Fernando Pessoa.

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa -Antologia Poética

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Saudades da minha terra com Sérgio Reis


Na 230° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 31 de julho de 2011, transmissão Rio Una FM 87,9 cujo tema: SAUDADE, apreciamos a música: Saudades da minha terra na interpretação de Sérgio Reis.

Composição: Goiá / Belmonte

De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar
Adeus, paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão quero voltar
Ver a madrugada, quando a passarada
Fazendo alvorada começa a cantar
Com satisfação arreio o burrão
Cortando o estradão saio a galopar
E vou escutando o gado berrando
Sabiá cantando no jequitibá

Por nossa senhora, meu sertão querido
Vivo arrependido por ter te deixado
Esta nova vida aqui na cidade
De tanta saudade, eu tenho chorado
Aqui tem alguém, diz que me quer bem
Mas não me convém, eu tenho pensado
Eu fico com pena, mas essa morena
Não sabe o sistema que eu fui criado
Tô aqui cantando, de longe escutando
Alguém está chorando com o rádio ligado

Que saudade imensa do campo e do mato
Do manso regato que corta as campinas
Aos domingos ia passear de canoa
Nas lindas lagoas de águas cristalinas
Que doce lembrança daquelas festanças
Onde tinham danças e lindas meninas
Eu vivo hoje em dia sem ter alegria
O mundo judia, mas também ensina
Estou contrariado, mas não derrotado
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas

Pra minha mãezinha já telegrafei
E já me cansei de tanto sofrer
Nesta madrugada estarei de partida
Pra terra querida, que me viu nascer
Já ouço sonhando o galo cantando
O inhambu piando no escurecer
A lua prateada clareando a estrada
A relva molhada desde o anoitecer
Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que nasci, lá quero morrer