segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Bran, o viajante do tempo, de Heloisa Prieto

Na 256° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 19 de fevereiro de 2012 das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão Rio Una FM 87,9 apreciamos a história do folclore celta contido no livro: Lá vem História da Heloisa Prieto.

Bran era um grande navegador da Irlanda antiga. Certo dia ele encontrou uma linda varinha de prata. Então reuniu seus homens e balançou a varinha para testar se ela possuía algum poder mágico. No mesmo instante, surgiu ao seu lado uma jovem belíssima. Ela entoou uma melodiosa canção em que descrevia as maravilhas do mundo de onde viera. Nascera nas ilhas encantadas do Outro Mundo, nas quais não há tristeza ou sofrimento. Quando sua voz se calou, todos continuaram imóveis diante de tamanha surpresa, e, antes que alguém pudesse impedi-la, a jovem tirou a varinha das mãos de Bran, fez com ela um gesto e desapareceu.
Apaixonado pela jovem, Bran reuniu sua tripulação e imediatamente partiu numa viagem em busca das ilhas encantadas onde morava sua amada. Depois de muito navegar, a nau de Bran atravessou o limiar do mundo real e penetrou nas águas enfeitiçadas do universo mágico. As ondas do mar transformaram-se em flores e árvores aquáticas. Logo em seguida a nau de Bran chegou à ilha da Felicidade, e todos ficaram deslumbrados com sua grande beleza. Mas era difícil atracar, pois o mar estava muito bravio. Bran avistou sua amada e acenou-lhe. Ela então lançou uma corda mágica ao navio, que se amarrou à proa e o puxou até o porto.
Bran e os tripulantes do navio se casaram om as moças da ilha, exceto um, que queria regressar à Irlanda porque sentia saudade da namorada. O tempo foi passando e, embora Bran e seus amigos tivessem a impressão de que se encontravam na ilha havia apenas poucos meses, muitos anos tinham se passado.
Quando Bran voltou à terra natal para levar o amigo que não se casara, percebeu que tudo estava mudado. Havia uma estátua dele no meio do porto: Bran se tornara uma lenda.
- Fique conosco- disse ele ao amigo-, não desça do navio. Tudo mudou, estes são outros tempos. Venha, precisamos retornar à ilha mágica. Mas o amigo ignorou seus conselhos, lançou-se ao mar e nadou até a praia. Porém assim que fincou pé na areia, seu corpo se transformou numa estátua de cinzas que rapidamente se desvaneceu.
Os olhos de Bran encheram-se de lágrimas. "E se eu me perder no mar? E se não conseguir regressar à ilha?, pensou. Mas, nesse mesmo momento, a corda mágica de sua amada enroscou-se na proa da embarcação e Bran foi levado de volta à ilha da Felicidade, onde continua a viver até os dias de hoje.


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