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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Liberdade e Solidão de Lucinha Teles

Na 315° edição do Alacazum palavras para entreter que foi ao ar no dia 25 de agosto de 2013, das 8 às 9 h da manhã de domingo, transmissão ao vivo Rio Una FM 87,9 apreciamos a poesia da Dona Lucinha Teles ouvinte-leitora do Alacazum e que vive na cidade de Valença -Ba.

Liberdade e Solidão

Vivia num sítio bem cuidado, uma senhora viúva, cujo filho trabalhava em uma cidade grande e bem distante. Esta senhora criava um pássaro raro que encantava todos que o ouvia. A porta da gaiola estava sempre aberta, porém o pássaro jamais fugira.
Um sabiá que em dias ensolarados, vinha fazer dueto com o pássaro, certa vez perguntou:
- Porque você tem toda a liberdade para fugir e continua preso nesta gaiola? É tão bom voar e sentir o vento da tarde e a brisa da manhã roçando nossas penas, beber água fira e cristalina do riacho, comer frutos silvestres e insetos que voam ao nosso redor. Vamos! Experimente como tudo isto é bom!
O pássaro respondeu:
- Já tive tudo isso que você me falou e, no entanto, não me sentia livre, vivia com medo que algum caçador me aprisionasse ou algum dos nossos predadores me engolisse vivo. No dia em que aqui cheguei, encontrei o amor e carinho com que esta senhora me trata.
Como posso me sentir prisioneiro, se tenho toda a liberdade ao meu alcance? A liberdade é um sentimento e nós é que sabemos se somos livres ou prisioneiros de alguma coisa ou de alguém.
Acontece que nesse mesmo dia, chegaram o filho com a mulher e os netos dessa senhora par visitá-la.
Ao chegar naquele lugar deserto e silencioso, o filho acostumado ao barulho e os perigos da cidade grande e, vendo a mãe tão alegre e feliz, também lhe fez uma pergunta:
-Mamãe, como pode uma pessoa viver nesta solidão? - E a mãe com toda a sabedoria dois idosos respondeu:
- Meu filho, eu não vivo na solidão. Olhe ao nosso redor. Eu ouço os sons da natureza, converso com o sol, com a lua e as estrelas, com o vento, com as árvores e até com a chuva, e, todos eles me respondem com alegria. Tenho os meus animais, principalmente o meu pássaro azul que é a mais dócil e meiga companhia. Que me alegra com seu canto matinal e ao anoitecer, me acompanha nas minhas orações.
Eu tenho muito mais companhia que você meu filho, que vive cercado de pessoas que não se cumprimentam, não se olham nos olhos. A solidão esta dento de nossos corações. Nós é que nos tornamos solitários e prisioneiros de nós mesmos. Olhe para os seus filhos soltos e livres brincando na grama do jardim. Veja quantas coisa eles já descobriram. Será que eles estão se sentindo solitários e prisioneiros?
E o filho, olhando o rosto sereno e alegre de sua mãe, deitou-se no seu colo e ouvindo o canto mavioso do pássaro azul, que fazia dueto com o sábia, agora seu companheiro de gaiola, pensou como era sábia e feliz aquela senhora. E adormeceu tranquilo!

Lucinha Teles

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Imagem de D. Lucinha Teles

Na 291° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 9 de dezembro de 2012 das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão ao vivo Rio Una FM 87,9 apreciamos a leitura do poema de D. Lucinha Telese, ouvinte-leitora do ALACAZUM que vive na cidade de Valença Bahia Brasil.

Imagem

Vejo a tua imagem refletida no espelho da minha alma
O teu olhar de um azul tão profundo como se fosse o infinito.
A tua boca, as tuas mãos,
O teu corpo inteiro está contido em mim.
Quiser eu ter a sabedoria dos deuses para te consolar
nas horas de angústias.
Ter o poder de voar como as gaivotas e te levar
por nuvens coloridas onde só encontrarias paz e tranquilidade.
Poder sobrevoar os oceanos e te levar por mares onde 
só ouvirias o sussurrar das ondas e verias as belezas 
que nas profundezas se encontram
Mas sou uma mortal, só tenho um poder, que é te amar
e te compreender, para toda a vida.

D. Lucinha Teles

Em 25/02/2002

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O bosque encantado de Lucinha Teles

Na 285° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 28 de outubro de 2012 das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão ao vivo, Rio Una FM 87,9 apreciamos mais uma vez, a história criada pela Dona Lucinha Teles, ouvinte-leitora do ALACAZUM e que vive na cidade de Valença Bahia. Este texto foi criado por Dona Lucinha para a sua outra neta, chamada Beatriz.



O bosque encantado

Era uma vez uma menina que se chamava Linda Rosa. Ela era muito, muito, muito bonita. Parecia um botão de rosa, isto é, parecia com Beatriz.
Linda Rosa, morava em uma floresta com os seus pais. Nesta floresta tinha um bosque encantado com muitos animais. Todos os bichinhos que viviam na floresta eram amigos e quando eles queriam conversar iam todos para o bosque e lá eles brincavam até ficarem cansados. Então todos voltavam para as suas tocas para dormir.
Quando Linda Rosa começou a andar e a falar ficou amiga dos animais. Ela ia para o bosque tomar banho no riacho. Lá todos os peixinhos, pituzinhos, caranguejinhos e outros bichinhos vinham brincar e tomar conta dela. As borboletas pousavam nos cabelos e no vestido fazendo lindos arranjos.
Os pirilampos, as joaninhas, até as lagartinhas queriam enfeitar Linda Rosa. E ela ficava horas e horas brincando com seus amiguinhos.
Certo dia, quando ela estava indo para o bosque, viu no chão pegadas muito estranhas. Ela pensou, pensou e disse:
- Tem algo muito estranho aqui na floresta!
Chamou o seu amigo Corcinha, montou nele e foi correndo chamar o seu pai que era guarda-florestal.
O pai de Linda Rosa descobriu que eram pegadas de caçadores que usavam botas, ( porque na floresta todos andavam descalços). Então Linda Rosa não conhecia pegadas de botas. Ela começou a chorar e perguntou:
- Papai o que vamos fazer para defender meus amiguinhos?
O pai de Linda Rosa pensou, pensou... E mandou que ela chamasse todos os bichinhos para irem ao bosque encantado.
Chegando lá, ele disse:
- Vocês vão ficar escondidos nas suas tocas, só vão sair meia-noite. Cheguem bem perto da tenda dos caçadores e comecem todos a falar ao mesmo tempo e bem alto para assustá-los, Não vamos precisar usar de violência.
Quando chegou meia-noite, os macacos, micos, papagaios, onças, lobos, veados, coelhinhos, todos os bichos falavam ao mesmo tempo.
Os caçadores tremiam de medo e não esperaram nem o dia amanhecer para sair dali correndo e avisar aos outros caçadores que não fossem naquela floresta que era mal-assombrada. Mas ela era encantada! Encantada pela beleza, bondade e carinho. E mais ainda  pelo grande amor de Linda Rosa (Bia) pelos animaizinhos.

Esta história é criação da D. Lucinha Teles para a sua neta Beatriz. Criada nas noites de insônia e de muita saudade da neta querida.