domingo, 11 de dezembro de 2016
Lembranças do mundo antigo de Carlos Drummond de Andrade
domingo, 21 de agosto de 2016
domingo, 20 de dezembro de 2015
Na 429° edição do Alacazum Palavras Para Entreter
O tema foi sobre a tragédia em Minas Gerais com o rompimento das Barragens de Fundão e Santarém
O rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), em 5 de novembro, causou um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil e deixou pelo menos 11 mortos, 12 desaparecidos e mais de 600 desabrigados. Os 62 milhões de metros cúbicos de lama despejados morro abaixo – que poderiam encher 25 mil piscinas olímpicas – percorrem um trajeto de mais de 500 quilômetros devem desaguar no mar do Espírito Santo nos próximos dias. Vales e rio, como o Doce, foram extremamente afetados.
Retirado do site: ZH notícias
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Caso de recenseamento, de Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Memória, de Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 4 de junho de 2015
Infância de Carlos Drummond de Andrade
domingo, 25 de janeiro de 2015
Memória, de Carlos Drummond de Andrade
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
terça-feira, 1 de abril de 2014
" E eu não sabia que a minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé"
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Escutamos: José com Paulo Diniz
sábado, 18 de junho de 2011
Na 223° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER
Eu te amo por que te amo
Não precisas ser amante
E nem sempre sabes sê-lo
Eu te amo por que te amo
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça
É semeado no vento
na cachoeira, no eclipse
Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários
Eu te amo por que não amo bastante
ou demais a mim
Por que amor não se troca
não se conjuga nem se ama
Por que amor é amor a nada
Feliz e forte em si mesmo
Amor é primo da morte
E da morte vencedor
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Infância, de Carlos Drummond de Andrade

Na 219° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia15 de maio de 2011, transmissão pela Rio Una FM 87,9 cujo tema: Dia Internacional da Família, apreciamos a poesia: Infância de Carlos Drummond de Andrade.
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé.
Comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da sensazala - e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
E AGORA JOSÉ?, PAULO DINIZ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?
E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?