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terça-feira, 18 de março de 2014

Poesia de João Antônio dos Santos: o açogueiro poeta




João Antônio dos Santos: O açogueiro Poeta ao lado da escritora e locutora Celeste Martinez do Alacazum palavras para entreter

Na 343º edição do Alacazum palavras para entreter que foi ao ar no dia 9 de março de 2014, das 8 às 9 h da manhã; apresentação da escritora e locutora Celeste Martinez; transmissão ao vivo 87,9 Rio Uma FM, cujo tema versou sobre o livro: Casa Grande e Senzala do escritor brasileiro Gilberto Freyre; apresentamos a poesia do João Antônio dos Santos, que vive na cidade de Valença Bahia e trabalha em um supermercado na função de açougueiro e se intitula: O Açougueiro Poeta. A poesia foi em homenagem ao dia da mulher.


Homenagem ao dia Internacional da Mulher


Ó mulher tu és tão meiga e sensível como o desabrochar de uma rosa, mais também ser aguerrida, batalhadora e acolhedora. E tua força ó mulher se multiplica a cada aurora.

Mulher criação singular de Deus, como  pôde um pedaço de osso mesclado com carne ser transformado em um ser tão belo, meigo e sensível, e também símbolo de humanidade.
Mulher que tem a perseverança como marca, pois ela foi cruelmente amordaçada há milênios pela sociedade machista e preconceituosa, que infelizmente até em nossa contemporaneidade podemos observar o ranço dessa injustiça histórica, mas o talento feminino que outrora fora sucumbido pelos homens que pensavam que as mulheres eram simplesmente máquinas reprodutoras de seres humanos, porém o talento feminino brotou em meio a todo tipo de obstáculo que a mente humana possa imaginar e se transformou em uma árvore frondosa que cresce a cada dia, e os teus pendões estão adentrando pelos quatro cantos do mundo produzindo frutos robustos e nutritivos, eu rendo-me a ti mulher, e encerro, dizendo que no mundo não há outro  ser tão emblemático quanto você mulher.
Em 08 de março de 2014
João Antônio dos Santos

quinta-feira, 8 de março de 2012

8 DE MARÇO: DIA INTERNACIONAL DA MULHER



Todas as mulheres fogem.
Ameaçadas,
Entram na jaula.
Apagam a luz da realidade e rezam,
Cantam hinos de misericórdia,
Rogam milagres,
Abortam paixões sonolentas
E sangram homens.
Todas pensam o “eu” livre
Mas todas têm úteros.
Todas têm mães e são madres.
Face da mesma face.
Todas as mulheres são pares.
Todas estão feridas e aguardam a chance do grito,
Do canto,
Do riso.
Mas todas voltam para o quarto e por três estações
Ficam preenchidas.
Todas são estátuas da liberdade
E calabouços de amor.
Todas as mulheres vestem luto,
Todas choram,
Fingem o gozo,
Matam o macho
E fazem aborto.
Todas as mulheres mentem
E falam verdades.
Todas são cruéis quando traídas,
Quando iludidas,
Quando menosprezadas.
Todas as mulheres matam,
Um dia,
Uma vida,
Um amor,
Uma chance,
Um segundo de paixão.
E todas as mulheres envelhecem,
Perdem o sabor,
Ficam estéreis,
Ressecadas e frias.
Todas as mulheres morrem
Por um fio – filho.
Por uma ponte- homem.
E todas ressuscitam quando querem.
Mas só algumas são virgens,
Mártires.
Todas as mulheres são universos,
Em terra,
Em água,
Em si,
No talvez,
Na certeza,
Em sonho.
(Todas) pecam,
Padecem.
(São) subversivas
Submersas
Subalternas
(Mulheres).
Mas só algumas são damas,
Rainhas,
Esfinges,
Um jogo.
Mulheres são,
Mulheres vão,
Mulheres não- começo.
Só mulheres gozam.
Só fêmeas parem.
Só esposas são obedientes,
Só amantes são eternas.
Só Vênus amor.
Só Helena guerra.
Só Circe veneno.
Só Medusa tormento.
Só mulheres parem homens
E mulheres amam homens
E mulheres...
E mulheres...
E mulheres...
Celeste Martinez
Do livro: Valenciando –poesia e prosa
Antologia de escritores de Valença
Secretaria da Cultura e Turismo, 2005