domingo, 9 de dezembro de 2007

"DESSA VEZ FOI ELA QUE NÃO ME DEIXOU PEGAR O BABA"

A erisipela
Carlos Vasconcelos Maia Filho
Dessa vez foi ela que não me deixou pegar o baba.
Inicialmente, numa terça-feira, foi um pontapé, provavelmente casual, na altura do tornozelo, na parte posterior da perna esquerda, logo abaixo da "batata".
Inchou um pouco e, em casa, após o banho, usei antiinflamatório "diclofenaco dietilamônio", além de ingerir um comprimido da mesma substância.
Na sexta-feira, à noite, no campeonato de veteranos da AABB, estava incomodando, mas, assim mesmo, disputei a partida.
Na outra terça-feira, o local estava dolorido, mas, mesmo assim, insistí e joguei o baba. Tomei outra pancada, no mesmo lugar, desta vez, por culpa exclusivamente minha.
O local que estava dolorido voltou a doer. Mas, enquanto o sangue estava quente, a dor foi suportável e permanecí em campo.
No outro dia, após trabalhar pela manhã, fui convocado para ir até Salvador. Além do mais, Claudio Paulo devia submeter-se a um exame médico na Capital, durante o fim de semana. Obtive, então, autorização para voltar a Valença, somente na segunda-feira. Ela, aproveitando-se da impossibilidade de maiores cuidados com a perna e com o pé, foi-se instalando. O pé esquerdo ficou enorme e a canela correspondente avermelhou-se. Ela já estava lá: Erisipela - Doença infecciosa aguda, febril, da pele e do tecido subcutâneo, causada por um estreptococo hemolítico.
Terça-feira, 04/12/07, mesmo após receber a aplicação de duas injeções dolorosas, apesar das mãos leves da enfermeira Marilza, banhar a perna com todas as infusões que a sogra Maria mandou e ingerir todos os chás sugeridos, a perna e pé estavam bastantes inchados, não existia chuteira que coubesse.
Ela disse: "Estou aqui e hoje não tem bola para você"
Mas o baba dos Cinquentões rolou. E, mais uma vez, no Sereião, deferência especial de Rôsi e Edmundo. O time de Madureira, formado por ele próprio; Josias, o goleiro; Sacerdote ( o pai), Jurandi e Tavares, completando o quintento defensivo; Ari do Táxi. Budião, Beline e Liquinho, no meio de campo; Nelson Roseira e Natanzinho no ataque, foi o campeão do triangular. Os artilheiros da rodada foram: Sacerdote, Liquinho e Natanzinho ( 2 gols cada um). além de Jurandi, Reinaldo Varjão, Camarão Frito e Dr. Ernane ( 1 gol cada um). Participaram, ainda, do baba: Ripe, Careca, Bagdá, Betinho, Washington, Beto´s, Aríco, Missuca, Ninha, André, Pavarote, Dr. Fábio, Valnei, Natanael Rufino ( o eterno Presidente do Sindicato) João da Emarc, Irajá ( o da Boazuda). Gilson Lacerda, Sarapuí, Régis Barbeirinho e Jorge. Mais um estreante: LESSA.
Três lances foram aplaudidos, de pé, pela grande torcida presente no estádio: quando Nelson Roseira fez uma assistência perfeita e Liquinho, com categoria, assinalou o gol; quando Sacerdote fez o gol que Pelé não fez, quanse do meio de campo observando que o goleiro Josias estava adiantado, ele, de cobertura, fez um golaço e quando Natanzinho, batendo na bola com a parte de dentro do pé, deslocou o goleiro, fazendo um belo gol. O árbitro da rodada foi o famoso Moleta, que, argumentando com os atletas, não precisou usar cartão vermelho, nem amarelo, apitando muito pouco.
Terça-feira tem Baba dos Cinquentões
Este texto, escrito pelo Dr. Carlos Vasconcelos Maia Filho, nosso Defensor Público e ouvinte-leitor do ALACAZUM, foi lido no domingo dia 9 de dezembro de 2007, na sua 62ª edição, quando trabalhamos com o tema: Literatura e Futebol

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