sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O Amor sem AR ou a quase MORte do AMOR de Celeste Martinez

Na 283° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 30 de setembro de 2012 das 8 às 9 da manhã de domingo, transmissão ao vivo Rio Una FM 87,9 apreciamos o conto: O AMOR sem AR ou a quase MORte do AMOR, autoria de Celeste Martinez, publicado no Jornal Valença Agora de 20 a 26 de setembro de 2012, ano XI n°386

Estavam as quatro repousadas no coração do poeta quando uma delas, a primeira, resolveu fugir. Andou, Andou, Aonde, Antes, Alguns Amantes Admirados Almejavam Augusto A Aurora. Teria que seguir esta sequência, consequência de sua primazia na coordenada alfabética. Saiu em busca do inalcançável.
Enquanto isso no coração do poeta, ouvia-se?
- Mor, Mor, Mor!
Seria a Morte?
Seria a Moral da História jamais escrita e tal corvo batia à porta?
Nada indagou este que escreve. Apenas sentiu o que sentia monossilabicamente:
-Mor, Mor, Mor!
Então a décima terceira letra do alfabeto, olhando em volta notou a falta da primeira. Gritou:
- Ô Ô Ô Ô Ô!!!!
A décima quinta letra aturdida com o grito, sacudiu o companheiro ao lado dizendo:
- Acorda "Erre".
- O Rato Roeu a Roupa do Rei de Roma? Perguntou atônito.
- Não. O "A" fugiu.
- O que será de nós?
O que será do amor?
- Precisamos encontrá-la. Disse a consoante. E entre "Emes", Ó Ó e "Erres" elas seguiram. Que sentido teria morar em coração triste?
Mas como escapar da melancolia?
Aproveitaram o espirro do escritor:
-Atchimmmmmmm!
E desceram pelas escadarias dos repetidos "Emes".
Fora da aorta uma sílaba apenas: Mor- a quase morte do Amor. Porém desejava silabicamente encontrar o "AR" que respiravam mutualmente e retornar ao coração daquele que pinta com palavras a emoção.
De repente, ei-lo: Substantivo masculino, primeira letra do nosso alfabeto, sentado na calçada, cabisbaixo, tristonho.
- Olá ! Disseram em uníssono o "EME", o "O" e o "ERRE".
E ao rever as letras juntas, o "A" falou:
-Amigas, quero abraçá-las!
E foi um tal de "A" abraçando o "O", abraçando o "EME", abraçando o "ERRE". Após, seguiram as quatro, digo, seguiu a palavra ao encontro do poeta que naquela manhã do dia cinco, acordou a prima Vera para esperá-las.
E o amor novamente acomodou-se no coração do escritor que tomado de súbita felicidade escreveu para alguém que muito ama:
Valença, 5 de setembro de 2012
Queri...
Bem, o que foi escrito, não será aqui revelado. São coisas do Amor. Saga de um triângulo amoroso entre o escritor/escritora ; as palavras e o leitor.
E a letra "A" habita próximo a sílaba 'MOR" que trocou o caminho que conduz a MORTE pelo AR do AMOR.

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