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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Cogito

eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível
eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim
eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim.
Torquato Neto

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Waly Salomão


Waly Dias Salomão nasceu em 1943, em Jequié, Bahia, filho de pai sírio muçulmano e mãe beata sertaneja baiana. O primeiro livro de poemas, Me segura qu’eu vou dar um troço, foi lançado em 1971. Os poemas presentes no título de estréia foram escritos durante a temporada na prisão, rabiscados na cela que ocupava no Carandiru. A diagramação ficou por conta de Hélio Oiticica. A partir da década de 70, o poeta se tornou uma referência constante na produção artística do país. Criou, junto com Torquato Neto, a emblemática revista Navilouca (1974), marco da poesia alternativa (marginal) brasileira.
“Meus títulos sempre são uma provocação, uma isca para o leitor. Minha poesia está cada vez mais construída e elaborada – e menos montada sobre a verve verbal. Me considero quase a antítese da escritura automática dos surrealistas”, afirmava.