sábado, 19 de setembro de 2009

Poema


Na 145° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 13 de setembro de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM, oferecemos como leitura de abertura de programa o poema: Poema de Joel Silveira.

Porque não há trégua na quotidiana amargura,
os versos nascem todos desgraçados
e possivelmente maus.

Os caminhos estão gastos,
as mulheres se repetem
e é ridículo dar amor a alguém que amanhã estará murcho
e que jamais devolverá nossas cartas.
Para as horas, tão inúteis,
vale apenas a solução dos bêbedos.


Onde estão os perigos desta vida?
Quero-os todos para mim, aqui ou longe,
a eles o melhor estilo e o melhor entusiasmo.
E que sobre eles o amor e a alegria se debrucem
como rosas abertas num campo minado.

(julho 1945)

Joel Silveira:

Poeta e jornalista, nasceu em Aracaju, em 1918. Conhecido por seus livros de reportagens e ficção – entre eles o célebre Meninos eu vi (1965) e o romance Você nunca será um deles (1988), foi incluído por Manuel Bandeira em sua antologia Poetas brasileiros bissextos contemporâneos (1946).

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